Uma, duas

Uma, duas Eliane Brum




Resenhas - Uma Duas


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Ferreirinha 26/12/2016

Visceral
Um livro difícil de digerir. Uma realidade muito tensa de uma relação mãe e filha sem volta, tamanho os estragos que a vida provocou. Uma leitura rápida. Recomendo.
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Nathália 30/11/2016

Perturbador
Relação conturbada entre mãe e filha narrada com o cuidado da escrita de Brum.
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Camille Moraes 21/09/2016

Uma Duas foi o segundo livro da Eliane Brum que li e assim como aconteceu quando li Meus Desacontecimentos, estou aqui cheia de dificuldades para falar dele para vocês.
A escrita da Eliane é tão real e crua que até me assusta às vezes. Mas é um susto rápido que logo se transforma em admiração, porque que coragem a dessa mulher! É preciso coragem para falar de sentimentos que, por mais que reais, são considerados feios e disfarçados pela sociedade. Sem falar que a intimidade que Eliane tem com as palavras fica sempre explícita. Virei fã!

Laura e sua mãe nunca viveram uma relação comum de mãe e filha e apesar da codependência existente entre elas, a relação nunca foi amigável. Depois de crescida, tudo que Laura sempre quis foi se separar da mãe, algo que nunca pareceu possível por mais longe que morassem uma da outra. Laura sentia que ela era a mãe e a mãe era ela e isso a aterrorizava.

A luta de Laura para manter-se distante da mãe é interrompida quando a mãe dela fica seriamente doente e elas são obrigadas a viver juntas. Neste momento tanto Laura quanto a mãe usam a palavra escrita para encarar traumas do passado e desabafar sobre o presente. E é assim que conhecemos a história das duas, que começou muito antes do nascimento de Laura e agora é cheia de rancor, inveja, posse, egoísmo e até ódio, mas algo inesperado pode fazer com que elas tentem buscar ou enxergar o amor que no fim das contas pode ser a cola disso tudo.

Leitura difícil, porém, de muita reflexão. Em vários momentos precisei fechar o livro, ler outras coisas e voltar depois. E vou dizer, eu amo quando isso acontece, quando a leitura me incomoda fisicamente e foi assim a minha experiência com esse livro. Recomendo muito!

site: https://www.instagram.com/liecurti/
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Ju 01/09/2016

Denso. Visceral. Forte. Nauseante várias vezes. Tive vontade de parar, por dias o gato me permeou, na falta do corpo arrancada por ele, no seu próprio corpo desfigurado e por debaixo das unhas dela. Leitura rápida, pelo forte escrita, pela forte vontade de sair desse meio de ódio, de dor, de silêncio, de cortes, de amor guardado, de amor inventado travestido de repulsa.
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Carol 01/09/2016

"Uma Duas é literatura escrita com sangue"
"Uma Duas é literatura escrita com sangue", diz a última frase da contra capa. Você abre o livro e se depara com folhas amareladas (confortáveis à visão) e o texto impresso em um vermelho escuro. Ao final da leitura, a certeza do sangue.
Eliane é uma jornalista muito conhecida, de textos e crônicas que já me fizeram parar para refletir diversas vezes. Este livro apenas enfatiza sua força e maestria com as palavras e com a representação das emoções, é um daqueles livros que eu certamente gostaria de ter escrito!
O livro, narrado na maioria do tempo em primeira pessoa, e algumas vezes em terceira pessoa, conta a história de mãe e filha cujas existências estão unidas por sentimentos contraditórios e disfunção familiar. A narrativa é fluida e a história cheia de humanidade: as personagens são assustadoramente reais em toda sua miséria, e não fazem esforço para escondê-la. [Spoiler!] Assim como mãe e filha, a própria história ao final se confunde, e surge a dúvida sobre onde terminam os fatos e onde começa a ficção. [Fim do Spoiler!]
É um livro excelente, recomendo com certeza!
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Flávia Carvalho 06/08/2016

Narrativa difícil e história ruim
Este livro não me cativou nem um pouco. Achei a história bastante pesada.
Apesar de conhecer a autora nos contos de "A Menina Quebrada" (leitura agradável) - "Uma Duas" é completamente diferente em tudo.

* A começar pela escrita, não existem diálogos, somente parágrafos corridos que não tem como saber se tem alguém falando, narrando ou pensando alguma coisa. Me deixou bastante confusa esta narrativa, e me fez voltar em vários pontos para reler.

* Outro ponto ruim é que o livro começa numa narrativa (primeira pessoa - Laura), mas que no decorrer, cada capítulo muda a narrativa sem justificativa (terceira pessoa e depois até volta para primeira, porém tendo a mãe da Laura narrando). Confusão total!

* A escrita é ruim com uso de palavras chulas que chegam ser até grosseiras em determinadas partes do livro.
Um livro difícil de assimilar, que chega a assustar.

A classificação de duas estrelas se deve ao fato de eu ter conseguido levar a leitura até o final, e isso aconteceu porque pensei que o desfecho poderia trazer alguma mensagem positiva, porém não me fez ter afinidade por nenhuma das personagens até o final.

*** Esta resenha se trata da minha experiência com a leitura, e não quer dizer que não indico o livro, se trata apenas de uma opinião pessoal e algumas pessoas podem até não concordar, mas são apenas formas de enxergar diferentes, sobre o mesmo assunto.

Salve a diversidade!
Lucas 27/08/2016minha estante
Também não curti. A escrita é legal, mas a história não me cativou.


Mariana Ramos 07/08/2017minha estante
Eu não tô conseguindo. Não acho que o texto dela seja tão maravilhoso assim. Questão do meu gosto. Tentei Eliane, mas seus livros não são essas Coca Cola toda.




Our Brave New Blog 06/07/2016

RESENHA UMA DUAS - OUR BRAVE NEW BLOG
Acabei de ler Uma Duas. Geralmente faço anotações dos detalhes para escrever as resenhas depois e essa obra não rendeu nenhuma notinha, motivos: li rápido demais, não deu tempo de digerir cada coisinha e colocar em palavras, mas sei que nem todo o tempo do mundo faria com que eu me expressasse melhor, então aqui vamos nós.

O livro em questão mostra a relação conturbadíssima de amor, ódio e dependência entre mãe e filha. Sim, seria essa a sinopse. Aí você pode pensar: ah, problema/mimimi de adolescente, deve vir uma coisa meio sessão da tarde por aí. Não. Primeiro porque estamos falando de adultas aqui e segundo porque: não, só não. O buraco é mais embaixo. A globo jamais passaria uma coisa dessas, talvez no Corujão e com cortes.

Quem me indicou, sem saber de nada, porque ele nunca sabe do que se trata as coisas já que não lê sinopses, foi o Victor. Eu li umas resenhas no próprio site de compra, vi o preço (SEIS REAIS) e pensei: por que não levar? Abri para folheá-lo sem maiores pretensões, mas logo no trechinho inicial fui pega pela escrita da autora e decidi que aquela seria minha leitura da vez. Não esperava muita coisa, mas acabei me surpreendendo.

Resenhas dirão que o livro é pesado e aborda tópicos bem delicados e sim. Apesar de ter gostado MUITO, sei que não posso chegar aqui e sair recomendando a todos, porque certamente haverá pessoas que lerão aquilo, falarão “essa mulher é louca, me recuso” e a culpa cairá em cima de quem? De moi. Não queremos isso.

É um baita drama, assuntos complicados surgem, mas a fluidez não é interrompida em nenhum momento. Alguns tiros no seu emocional serão dados, sem aviso, com a maior naturalidade do mundo, porque, por mais que algumas situações ali sejam vistas por nós como absurdas ou algo do tipo, para quem narra sai como um espirro, sabe? Quando viu, falou e você fica meio “amiga...” tentando digerir, enquanto a narrativa segue. E que assuntos são esses? Vale mini spoilers? E digo "mini spoilers" pois não acredito que essas questões sejam o ponto chave da obra, que para mim é a escrita. Porém, se você acha que não vale, vá para o próximo parágrafo ok? Sério, se não quer saber, abaixa isso. Abaixou? Vou te dar mais uma chance. Acabou a chance. A protagonista se automutila e tudo isso tem origem na relação com a mãe. Aliás, se não me engano, já começa em uma dessas cenas. Não chegam a aparecer umas quinhentas vezes, mas elas aparecem e eu acho válido avisar porque isso pode desconcertar alguém, trazer umas coisas ruins, o famoso trigger warning. Além disso, conforme a história da vida de ambas vão sendo apresentadas, a gente nota abuso psicológico e sexual. Não chega a ser narrado explicitamente o tempo todo também, mas está ali e isso sempre me abala, explícito ou não. Ah, rola incesto também. Enfim... Dados os avisos, prossigamos.

ZONA LIVRE DE MINI SPOILER.
A fonte é toda em vermelho, vermelho sangue, um diferencial. O estilo da letra ajuda a diferir quem está narrando, já que não é uma constante. A maior parte da narração é feita em primeira pessoa por Laura, a filha, como se fosse um livro/diário, mesclando presente e passado e colocando a mãe sempre como uma vaca sem coração. Simples assim. Aparecem também capítulos em terceira pessoa e de determinada parte em diante, começa a aparecer a versão contada pela mãe, Maria Lúcia, também em primeira pessoa e é nesse momento que deixamos de sentir raiva por essa personagem e começamos a vê-la mais como um ser humano, um ser humano ferrado. A relação das duas é um reflexo do que foi a vida da mãe e tem umas coisas lá que olha, só Jesus.

Eu adorei a escrita da Eliane, tem bastante metáfora e eu comia as páginas. Não sei como ela conseguiu trazer coisas pesadas e ainda assim fazer fluir. Algo que ainda não estamos muito acostumados e que só vi antes em Sangue no Olho (que livro!), é a não interrupção da narrativa para demarcar diálogos com travessões. A conversinha está ali, jogada no meio do texto...

CONTINUE LENDO A RESENHA NO BLOG: http://ourbravenewblog.weebly.com/home/uma-duas-por-eliane-brum

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Tassia 06/07/2016minha estante
Gostei demais desse livro também, foi impossível não devorar!


Our Brave New Blog 06/07/2016minha estante
É muuuito bom. Quero muito que a autora lance outro romance ?


Tassia 06/07/2016minha estante
quero o mesmo! vou ler Meus Desacontecimentos :)


Karine 06/07/2016minha estante
Legal, vai pra lista!


Karine 06/07/2016minha estante
Depois que vi que era da Eliane Brum então... Já admiro muito o trabalho jornalístico dela.


Our Brave New Blog 08/07/2016minha estante
Ainda não conheço o lado jornalístico dela, Karine, mas se demorar muito a vir outro romance, é pra lá que vou mesmo hahaha.


Karine 08/07/2016minha estante
Ela escreve artigos no El País Brasil, e sempre muito bons, dá uma olhada!


Our Brave New Blog 08/07/2016minha estante
Vou passar lá, obrigada pela dica!!




@varaomichel 05/05/2016

Esse livro me emudeceu. Eu consigo ver ressonâncias de algumas reportagens da Eliane no livro "Olho da Rua", como a da doente em fase terminal que ela acompanha e o caso da medicina paliativa. A história é muito dura, beira a um terror psicológico, não fosse tão factível. Nos faz refletir sobre o efeito dominó de um desastre familiar que se alastra ao longo das gerações. Eu tinha acabado de ler "A Morte do Pai" e as histórias se misturam na minha lembrança, porque ambas têm muitos elementos em comum, apesar de serem atmosferas totalmente diferentes. Tem que ser lido por todo mundo, mas não é leitura para todos os tipos de leitores.
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Iza 05/05/2016

Real demais para para a realidade
 
O livro narra a relação entre a jornalista Laura e Maria Lúcia, sua mãe. As duas quase não se relacionam direito, são bem distantes. Mas quando a mãe tem um grave problema de saúde, elas são obrigadas a se reunir e isso as coloca frente a frente com um passado conturbado. Laura sente como se ela e a mãe fossem uma só, um mesmo corpo.

"A risada do braço. O sangue saindo pela boca do braço. Quantas vezes eu já me cortei? E a voz da mãe no lado avesso da porta. Laura. Rasgo mais uma boca. Meu sangue garoa junto com a voz no piso do quarto. Laura. Minha mãe sempre foi assim. Ela sempre sabe o  que estou fazendo. Começo a escrever esse livro enquanto minha mãe tenta arrombar a porta com suas unhas de velha. Porque é realidade demais para a realidade. Eu preciso de uma chance. Eu quero uma chance. Ela também."

Eu fiquei impressionada com esse livro, não conseguia parar de ler. Ele possui uma estética tão diferente, tão natural e realístico. O livro alterna entre 1ª e 3ª pessoa e isso faz com que tenhamos várias visões da estória. Possui uma oralidade, se aproximando de nós.
O livro surpreende por suas palavras, metáforas e sua linguagem bem direta, nua e crua. Ele nos aproxima de nossa realidade, pois mostra que a ligação entre mãe e filho é inevitável, apesar das adversidades, de um passado, do ódio, dos ressentimentos. 
Essa leitura foi incrível e forte, recomendo.

site: Instagram.com/leiturainformal
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De Cara Nas Letras 01/05/2016

Uma, Duas
Eliane Brum é uma das mais premiadas jornalistas brasileiras. A Vida Que Ninguém Vê foi premiado com o Prêmio Jabuti de melhor livro reportagem, além de inúmeros prêmios como repórter. Portanto Uma Duas é seu esperado romance de estréia.

O livro trata da relação delicada complicada entre mãe e filha. Laura é uma jornalista bem sucedida que não vê a mãe Maria Lúcia há muito tempo. As duas se mantém distantes e se evitam, até que sua mãe é encontrada sozinha no apartamento em estado deplorável e com a saúde fragilizada, o que acaba forçando a convivência das duas novamente.

Para mim nunca houve um cordão umbilical que pudesse ser cortado. Só a dor de estar confundida com o corpo da mãe, de ser a carne da mãe. Não há como escapar da carne da mãe. O útero é para sempre Pag.15

Assim Laura abandona o emprego, e volta a morar com a mãe para poder cuidar dela. Mas as duas têm uma relação de ódio e de amor, mas mesmo quando parece ser amor, no fundo é ódio (eu disse que era complicado). Ambas culpam a outra por tudo que acontece em suas vidas. Laura diz que tudo o que a mãe faz é para infernizar sua vida, enquanto Maria Lúcia sabe que Laura faz o que faz para atingi-lá. Elas travam uma luta silenciosa, e talvez, por esse motivo, ainda mais dolorosa.

Será que a morte da mãe é a morte da filha? Naquele tempo eu já sabia que não havia espaço para nós duas na mesma vida, no mesmo corpo. Uma de nós precisava morrer Pag: 134

A narrativa intercala momentos em primeira pessoa, por Laura que está escrevendo um livro escondido da mãe, horas em terceira pessoa, e novamente em primeira pessoa, mas pela voz de Maria Lúcia, que resolve contar sua versão da história. E com esses diferentes fluxos de pensamento que podemos compreender mais a fundo mãe e filha. Conhecendo a infância da mãe entendemos como ela se tornou como é, e a motivação de seus atos e suas angústias.

Mas parece que tudo em mim é torto, e Laura mesma acha que sou uma aberração. O que quero dizer é que não é porque a gente não saiba como fazer as coisas do jeito certo que a gente não ame. Eu não sabia qual era o jeito certo de amar, só isso. Como eu poderia? Pag:144

Mesmo já conhecendo e admirando o trabalho e estilo de Eliane em seus outros livros, e em suas reportagens, Uma Duas foi uma surpresa, e muito boa. A autora trás sua sensibilidade já conhecida em suas reportagens, e o encanto pelos desacontecimentos, mas acompanhado de uma escrita mais crua e dura. É uma leitura densa, com uma grande carga emocional, tanto pelo tema, mas também pela forma como é trabalhado. As palavras de Eliane Brum ficam escoando em sua mente, e causam aquele desconforto que um ótimo livro deve causar.

E ainda que eu não tenha sabido amar, acho que isso é um tipo de amor. Ainda que não tenha sido como deveria ser e como você tinha o direito que fosse, o que eu senti por você, mesmo quando a odiava, foi o sentimento mais completo e profundo que já senti nesse mundo a minha vida inteira. Pag:146

Vale ressaltar o belo trabalho gráfico do livro, que possui tons de laranja e rosa. As folhas são amareladas, com fonte em vermelho, e isso é bem interessante, porque Laura em diversos momentos fala que escreve com sangue, por isso a cor vermelha. E a fonte muda de acordo com o narrador, assim o leitor pode identificar em cada capítulo de quem é a voz narrativa.

Eu posso sentir o que ela sente. E neste momento quero morrer com minha mãe. Porque os dias sem ela que virão não fazem sentido para mim. Eu não serei capaz de enxergá-los sem ela. Pag:153

Mas afinal onde começa a mãe? Onde termina a filha. Mãe e filha uma só carne? É o que talvez você se pergunte ao ler o livro, por isso você precisa ler. Para conhecer essa historia maravilhosa de uma mulher que nunca quis e não soube ser mãe, e uma filha que nunca soube ser filha. A parte mais linda do livro é o que não pode ser escrito, o que grita sem voz e sem corpo entre as linhas. O para sempre indizível.

site: http://decaranasletras.blogspot.com.br/2016/03/resenha-148-uma-duas-eliane-brum.html
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KeylaPontes 11/04/2016

"A vida é caos e nem sempre tem o sentido que a gente quer dar a ela. Mas há verdades nessa realidade que só a ficção aguenta."

O livro conta a história de duas mulheres. Uma mãe e uma filha.
O relacionamento delas é distante, quase inexistente. Laura sente um verdadeiro ódio da mãe. E quando a mãe fica doente ela é chamada para socorrer e ter que conviver com essa mãe que ela tanto despreza.

O "motivo" para tal ódio é apresentado aos poucos. Assim como conhecemos um pouco da vida da mãe e o que pode ter levado ela a ter determinados comportamentos com a filha.

O livro tem aquele toque angustiante, que chega como quem não quer nada e te joga ali. Em meio a um conflito entre dois seres que "socialmente" deveriam se amar incondicionalmente.
Afinal, não dizem que: "o instinto materno já nasce com a mulher" ou até mesmo "o sonho de toda mulher é se tornar mãe"? Será?

É importante destacar ainda que este é um livro "interpretativo".

Li este livro em parceria com a @radijapraia é mesmo ambas gostando muito, tivemos vários sentimentos "igualmente diferentes". Em cada uma o livro tocou de uma forma, tanto o ponto de vista materno ou o da filha. E é por isso que destaco que este é um livro único para cada um que lê.

Confesso que as partes que contavam a história da mãe foram as mais difíceis para mim. Cada linha gera uma angústia. Um desespero. Uma incapacidade. A forma como a autora te introduz na história dessa personagem que você aprendeu a odiar no início é incrível. De uma forma tão singela que você se vê em um outro "mundo" sem sentir que saiu do primeiro.
Por fim, posso destacar este livro como uma leitura fascinante, instigadora e cruel. Abordando uma relação considerada por muitos como algo sagrado. Com personagens com erros e acertos. Personagens que foram resultado de um mundo cru. Quem está certo? Quem está errado? Nunca saberemos. O que é verdade afinal de contas?

Não sei até que ponto recomendo este livro. Acredito que a experiência ideal é pegar como eu peguei. Que a Radija o indicou para lermos juntas e eu li. Sem saber o que esperar e onde ela estava me jogando .

Foi difícil sim, acredito que nem hoje consigo reunir os sentimentos que o livro me causou. É uma leitura rapidinha, mas cheia de substância. Você lê em uma sentada, mas é difícil levantar depois. Porém, ele é um livro que pede que você o deixe levar

E cadê o Lars Von Trier para pegar esse livro e fazer acontecer? A cara dele!! Quero ver esse filme fica a dica.

Resenha disponível em:

site: http://keylinhastureads.blogspot.com.br/2016/04/resenha-uma-duas-eliane-brum.html
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Gláucia 06/04/2016

Uma, Duas - Eliane Brum
Alguns livros a gente começa lendo com uma espécie de obrigação de gostar. Por indicações confiáveis e por conhecer alguns escritos da autora. Mas preciso confessar que esse primeiro livro que leio dela foi uma decepção. Fico imaginando se eu (e vários outros leitores) o tivesse lido sem saber nada da autora. Uma desconhecida completa.
Narrado em primeira pessoa por Laura, jornalista que recebe a notícia que sua mãe, de quem tem estado afastada, encontra-se muito doente. A partir daí nos depararemos com a difícil e estranhíssima relação entre as duas e o sentimento de amor, ódio e dependência entre elas.
As personagens são muito difíceis, tive dificuldade em compreender a profundidade dessa relação meio patológica e não consegui me aproximar de nenhuma das duas. Faltou empatia.
O livro me pareceu melodramático, forçado, exagerado, artificial. Não me convenceu.
Quero conhecer outras obras da autoa, especialmente aquelas que retratam a vida de pessoas bem comuns. Como a gente mesmo.
Fernanda 07/04/2016minha estante
Como os olhares mudam de uma pessoa para a outra. Comigo foi exatamente o contrário, me identifiquei muito com as personagens, até porque na minha família existe uma relação muito parecida entre mãe e filha.


Gláucia 09/04/2016minha estante
Leitura é assim mesmo, esse livro foi discutido num grupinho de amigos e asopiniões foram um pouco divergentes. Normal acontecer. Eu gosto de dramas familiares e pessoas perturbadas mas aqui achei a coisa tão exagerada que não consegui comprar a história.




Elidiane 25/03/2016

Livro belo e doloroso
O livro trata da relação delicada complicada entre mãe e filha. Laura é uma jornalista bem sucedida que não vê a mãe Maria Lúcia há muito tempo. As duas se mantém distantes e se evitam, até que sua mãe é encontrada sozinha no apartamento em estado deplorável e com a saúde fragilizada, o que acaba forçando a convivência das duas novamente.


Assim Laura abandona o emprego, e volta a morar com a mãe para poder cuidar dela. Mas as duas têm uma relação de ódio e de amor, mas mesmo quando parece ser amor, no fundo é ódio (eu disse que era complicado). Ambas culpam a outra por tudo que acontece em suas vidas. Laura diz que tudo o que a mãe faz é para infernizar sua vida, enquanto Maria Lúcia sabe que Laura faz o que faz para atingi-lá. Elas travam uma luta silenciosa, e talvez, por esse motivo, ainda mais dolorosa.


A narrativa intercala momentos em primeira pessoa, por Laura que está escrevendo um livro escondido da mãe, horas em terceira pessoa, e novamente em primeira pessoa, mas pela voz de Maria Lúcia, que resolve contar sua versão da história. E com esses diferentes fluxos de pensamento que podemos compreender mais a fundo mãe e filha. Conhecendo a infância da mãe entendemos como ela se tornou como é, e a motivação de seus atos e suas angústias.


Mesmo já conhecendo e admirando o trabalho e estilo de Eliane em seus outros livros, e em suas reportagens, Uma Duas foi uma surpresa, e muito boa. A autora trás sua sensibilidade já conhecida em suas reportagens, e o encanto pelos desacontecimentos, mas acompanhado de uma escrita mais crua e dura. É uma leitura densa, com uma grande carga emocional, tanto pelo tema, mas também pela forma como é trabalhado. As palavras de Eliane Brum ficam escoando em sua mente, e causam aquele desconforto que um ótimo livro deve causar.


Mas afinal onde começa a mãe? Onde termina a filha. Mãe e filha uma só carne? É o que talvez você se pergunte ao ler o livro, por isso você precisa ler. Para conhecer essa historia maravilhosa de uma mulher que nunca quis e não soube ser mãe, e uma filha que nunca soube ser filha. A parte mais linda do livro é o que não pode ser escrito, o que grita sem voz e sem corpo entre as linhas. O para sempre indizível.

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Radija Praia 22/03/2016

“Há mal-entendidos demais numa vida humana.”

Eu já disse por aqui o quanto amo Eliane Brum, mas reforço novamente. A escrita dessa jornalista, escritora e documentarista é incrível. Seus textos são dotados de uma força cortante inexplicável. Há sensibilidade ao mesmo tempo em que há gume. É difícil descrever, a mágica está no sentir.

Em seu romance de estreia, Eliane Brum imerge num novo, mas não menos sutil desafio: converter em vocábulo um complexo relacionamento entre mãe e filha.

De que matérias são feitos os elos que as enlaçam? Como é composta a textura de cólera e ternura entre duas mulheres (des)unificadas pelo corpo?

Maria Lúcia e Laura, mãe e filha, sustentam uma relação afastada e nutrida de ressentimentos e mágoas. Determinado dia, Laura recebe um telefonema onde lhe informam que sua mãe está há várias semanas sem conseguir se mexer e se alimentar sozinha. A condição é tão crítica que Maria Lúcia teve um pedaço do pé comido pelo seu próprio felino. Diante dessa situação, Laura, sua filha, se vê obrigada a tomar conta de sua mãe a quem ela tanto despreza e tenta esquecer, conservando-se o mais distante possível. Agora que Maria Lúcia depende da filha para tudo, ela tomou uma decisão e quer que Laura execute tal propósito por ela.

A narrativa desse livro é muito curiosa e interessante. A história é relatada primeiramente pelo ponto de vista da Laura (filha) e logo depois é entreposta com descrições de Maria Lúcia (mãe). No geral é totalmente contornada por angústias, aflições e condutas questionáveis e ambíguas, como a prática que Laura tem de se cortar.

Nas linhas desse romance fazemos um mergulho no psíquico de duas mulheres que por estrutura intrínseca natural deveriam se amar inteiramente, mas não seguem essa ordem natural por seus traumas. Mãe e filha no fundo querem retirar de si o fragmento de outra, mas isso se configura complexo de mais, já que ambas são aproximadamente uma só.

Recomendo esse livro com certeza, mas tenha claro em sua mente que é uma leitura forte e doída. Uma temática densa e difícil. O texto é totalmente visceral e a cada página você se verá rodeado de socos que vão doer pela violência, crueza e realidade da narrativa. É claro que essa experiência não é uma exata, sempre há elementos subjetivos inerentes a cada leitor. Por isso, tenham a experiência de vocês. A minha como disse acima, foi forte, nauseante e dilaceradora.

@rhadijapraia

site: https://www.instagram.com/p/BDRO6kCnakj/?taken-by=rhadijapraia
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Paula 25/12/2015

Não cativou
Criei muita expectativa pelo livro, visto que foi indicado por pessoas em quem tem um gosto literário mto confiável, porém o livro não me conquistou. É uma leitura pesada, angustiante e conflitante, as vidas da protagonista se une à de sua mãe de tal forma que ambas passam a vida tentando retirar de si a parte da outra. Porém em alguns momentos achei a narrativa arrastada. Além disso, não consegui criar empatia por nenhum personagem e os relatos sobre a saúde pública brasileira e seus profissionais me incomodaram a tal ponto de quase abandonar a leitura do livro.
Não considero um livro de todo ruim, possui alguns diálogos pertinentes, a meu ver a frase que melhor define o conflito existente na narrativa é "Um amor que odeia ou um ódio que ama". Não é um livro que eu recomendaria, mas estamos falando de uma jornalista bem premiada, inclusive com o Prêmio Jabuti por melhor livro de reportagem, então acredito que valha a pena conhecê-la!
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