Mariana 24/07/2010
"Quero sua adoração no momento em que eu cravar meus dentes."
O Vampiro Lestat – Anne Rice
Nesse segundo e emocionante volume das Crônicas Vampirescas, a deusa do gótico moderno nos mostra a história de Lestat de Lioncourt, desde seus tempos de humano na França e sua relação não muito boa com seus pais. Lestat era um homem corajoso e destemido, que para salvar sua família e as pessoas próximas a si, caçou e matou oito lobos sozinho, apenas com a ajuda de seus cães. Infeliz com sua vida, ele foge do campo com seu melhor amigo e amante Nick, para ser ator. Lestat é carismático e cativa todos que o conhecem, rapidamente vira um ator prestigiado e alvo de inveja de Nick.
Lestat começa a reparar em um homem estranho que sempre está presente na platéia de suas peças, mas nosso protagonista nunca consegue ver o rosto do tal homem. Até que, este homem se releva para Lestat como sendo o vampiro Magnus, e o transforma. Magnus se mata, deixando todo o seu dinheiro para Lestat, mas não deu explicação nenhuma sobre como viver estando morto. Solitário, Lestat transforma sua mãe Gabrielle em vampira e esta passa a ser sua também amante, e mais tarde ele também transforma Nick, que não agüenta esse tipo de existência e prefere morrer.
Lestat desafia a crença de outros vampiros que vivem no cemitério próximo, conhecendo Armand – poderoso e mais antigo vampiro que ele já conheceu. Armand representa perigo, mas Lestat é inexplicavelmente atraído por ele.
O vampiro resolve ir atrás de outros vampiros, ainda mais antigos que Armand, para descobrir o sentido de tudo, a existência de sua espécie e como surgiu o primeiro vampiro. Ele corre pelo mundo, depois de ser abandonado por Gabrielle, em busca de Marius – criador de Armand e o vampiro mais antigo que ele já ouviu falar. Após muita procura sem sucesso, ele desisti de tudo e se enterra. Lestat é desenterrado por Marius, que finalmente, dá alguma explicação de sua existência ao nosso vampiro favorito e mostra Aqueles Que Devem Ser Conservados, o pai e mãe de todos os vampiros: Enkil e Akasha. Aqueles Que Devem Ser Conservados estão petrificados há anos e ficam sob os cuidados de Marius.
Incrivelmente, a música de Lestat desperta Akasha, quando ele está tocando seu violino. Lestat bebe o poderoso sangue da Mãe de todos os vampiros e se torna um imortal. Vampiros podem ser mortos pelo sol ou pelo fogo, mas quem bebe o sangue de Akasha, não morre nunca. Quem bebe pode passar por todas as torturas possíveis, sair à luz do sol, pegar fogo e mesmo assim não morrerá, no máximo ficará queimado por um tempo.
Então Lestat vai em busca de uma família no Novo Mundo e cria Luis e Cláudia, história que você pode conferir em “Entrevista com o vampiro”, o primeiro volume das Crônicas. Cláudia odiava Lestat por ele a ter transformado enquanto ela ainda era uma criança, sem lhe dar a oportunidade de ter uma vida. Como vingança, ela tenta matar Lestat, mas como o vampiro já havia bebido o sangue de Akasha, ele apenas ficou mais fraco por um tempo. Cláudia é morta por Armand e os outros vampiros que viviam no cemitério e agora tinham o Teatro dos Vampiros, em Paris.
Durante muito tempo, Lestat fica fraco por causa do atentado de Claudia. Quando se recupera, o vampiro cria sua banda de rock e faz sucesso pelo mundo todo. Mas com uma coisa ele não contava: o fato de sua música libertar Akasha de uma vez por todas, que mata Enkil e dá início em seus planos escabrosos, nos quais Lestat está incluído. É aí que começa o próximo volume das Crônicas vampirescas – A Rainha dos Condenados.
Enfim, este livro é a história de Lestat e sua busca por um sentido para sua existência de vampiro. Anne Rice nos dá muito mais do que uma excelente ficção, ela nos remete a tempos antigos, envolvendo a história real de nosso mundo com o sobrenatural. Não é um livro para qualquer um, devo dizer. Impactante e muitíssimo bem escrito, O Vampiro Lestat recebeu cinco estrelas e ótimas recomendações de minha parte. Ao meu ver, o melhor volume da série. Não tem como não se apaixonar por toda a maldade de Lestat e não se deixar levar por sua sedutora decadência vampírica.
Aproveito tudo isso para pedir, implorar, suplicar que a tia Arroz volte a escrever sobre esses seres fantásticos que aprendemos a amar.
> Aqui está um dos meus trechos favoritos do livro:
“Fiz meus dentes cortarem a ponta de minha língua até sentir a dor e o gosto de sangue quente. Em seguida, curvando-me para baixo, deixei que o sangue caísse em pequenas gotículas cintilantes sobre seus lábios. Seus olhos se abriram. Fitaram-me, brilhantes e de cor azul-violeta. O sangue jorrou para sua boca aberta e, devagar, ela ergueu a cabeça para encontrar-se com meu beijo. Minha língua transformou-se na dela. Seus lábios estavam frios. Meus lábios estavam frios. Mas o sangue estava quente e jorrava entre nós.”
É, acho que escrevi demais rs. Agradeço se alguém teve a paciência de ler isso tudo.