Kennia Santos | @LendoDePijamas 09/02/2016“Mas para alguns de nós só existe o hoje. A verdade é que nunca se sabe.”E SE tudo o que você tivesse fosse um único dia. O que iria fazer? Quem iria beijar? Até onde se atreveria ir para salvar a própria vida?
Samantha Kingston tem o mundo aos seus pés: uma família estável, o namorado mais cobiçado do colégio, as amigas mais populares..
E então, vem a sexta-feira, 12 de fevereiro.
O que deveria ser um dia comum, com festas, diversão e bebedeira, torna-se o dia mais marcante. O ÚLTIMO.
Mas então ela recebe uma segunda chance. Ou melhor dizendo, sete segundas chances para reviver o seu último dia de vida e fazê-lo da melhor forma possível, abrindo olhos para detalhes antes não percebidos, pessoas irrelevantes, momentos passivos...
Sem comentários sobre a forma que esse livro se desenvolve, e se infiltra dentro do leitor de uma forma, que o faz levantar questionamentos sobre toda sua vida.
Sam, a princípio, acha que o momento do “acidente” foi apenas um sonho terrível, no qual ela não conseguia a acordar, e quando consegue age normalmente, como qualquer garota popular agiria. Mas então se torna rotina: todas as vezes que adormece, ela acorda no mesmo dia, 12 de fevereiro. Estaria ela enlouquecendo? Seria essa uma chance para se salvar? Para consertar algo?
Quando percebe que na verdade não era um sonho, Sam supõe que esteja num lugar indefinido entre vida e morte, onde ela pode viver seu último dia como figurante, apenas enquanto a morte não chega em definitiva. Mas, dia após dia, Sam muda. Torna-se mais perceptível, avaliativa e observadora. Começa a questionar coisas que antes não questionava. Começa a perceber que a ideia de perfeição que ela tinha, não passa de FARSA, FINGIMENTO. Percebe que, quanto mais perfeita uma pessoa aparenta ser, mais segredos ela esconde.
Suas amigas inseparáveis são: Elody, Ally e Lindsay estão sempre na ativa, seja em festas, namorados, estudos. Mas vale um destaque para Lindsay. A LINDSAY. Perfeita, descolada, desencanada, bonita, corpuda, sorridente.. capaz de causar atrocidades envolvendo bullying à vidas alheias só por diversão. A LINDSAY que não suporta ser questionada, comparada, nivelada. Porém, debaixo dessa cortina de perfeição, existem segredos que somente com as chances que Sam tem de reviver, ela consegue descobrir.
Nota-se que, com a realidade se montando aos poucos na cabeça dela, Sam começa a se atentar a aquilo que realmente deveria importar. A dar valor, atenção e apreço para pessoas que ela simplesmente era indiferente. Tenta consertar feridas que foram abertas a vida toda com GARRAS E DENTES, e que possuem cortes TÃO TÃO profundos que parecem não ter solução.
E SE FOSSE VOCÊ?
E se você recebesse uma ou várias chances para escolher como viver seu último dia de vida, o que faria?
Reclamaria menos? Agradeceria mais? AMARIA MAIS?
Valorizaria sua família que sempre pega no seu pé e você acha um PORRE, mesmo sabendo que eles só querem o seu bem?
ABRAÇARIA sua mãe na frente de todos independente do que pensassem e demonstraria pra ela a verdadeira importância que ela tem na sua vida? Deixaria de ligar para as definições alheias e viveria melhor a própria vida?
Iria para o serviço e ao invés de reclamar do seu chefe, do serviço, e do salário, AGRADECERIA por ter uma fonte de renda mensal?
Se aproximaria daquela pessoa que ninguém dá atenção, olharia nos olhos dela e diria: VOCÊ VALE MUITO?
Se olharia no espelho e ficaria satisfeito com o que veria?
Olharia para o mundo como um ser humano, não como uma máquina cujas funções já são pré-definidas antes de se iniciar qualquer operação?
PORQUE...
Talvez você possa se dar ao luxo de esperar. Talvez haja um amanhã. Um, dois, três ou dez milhões de amanhãs... Tanto tempo, que você possa nadar nele, enrolar-se nele, deixá-lo cair como moedas por entre os dedos. Tanto tempo, que você possa desperdiçá-lo.
Mas para alguns de nós, há apenas o hoje.
E A VERDADE, AFINAL, É QUE VOCÊ NUNCA SABE QUANDO CHEGARÁ A SUA VEZ.