Agnes 10/04/2013Perfeito.Sabem aquele livro que, quando você termina, você demora alguns segundos para assimilar o final? Demora para perceber que o livro realmente acabou e não vai ter mais? E esse livro era tão perfeito que você voou páginas lendo, entrou dentro do universo dos personagens e praticamente viveu com eles tudo o que aconteceu?
Poucos livros me causam sensações como essas, e a maioria são séries, como Harry Potter, Percy Jackson, e várias outras. Quando isso acontece, o livro já está na minha prateleira de favoritos de todos os meus seis anos como leitora. Mas nunca pensei que um livro sozinho pudesse me causar uma sensação assim.
O primeiro caso desse ano foi A Culpa é das Estrelas, mas agora eu tenho Antes que Eu Vá, o segundo caso do ano. Obrigada a todos os meus seguidores que me incentivaram a ler esse livro! Não acredito que demorei tanto para lê-lo. Vou dizer, eu não tinha nenhuma expectativa sobre o livro. Na verdade, quando eu comprei, eu mal sabia do que se tratava: simplesmente o achei em um sebo e lembrei que ele era muito bem comentado no skoob.
É deliciosa a sensação de quando você não espera nada do livro e ele te surpreende intensamente! Eu não gostei desse livro, eu AMEI.
Ok, deixe-me apresentar o livro para vocês. Samantha, a personagem principal, é uma das mais populares na escola. Ela não é a abelha-rainha, mas está no topo da pirâmide. Não foi sempre assim, mas ela ignora o passado (assim como as outras três amigas) para que não manchem seu presente e ou futuro. O dia 12 de fevereiro era uma sexta-feira normal, e ela só se preocupava em quantas rosas ia ganhar no Dia do Cupido ou na “grande” noite dela com seu namorado, Rob, que aconteceria naquele dia. Mas então, algo acontece.
Ela morre. Sofre uma acidente de carro. Mas, ao invés de ir para o além, para outra vida, para céu ou inferno, ou para o nada, ela simplesmente acorda. No seu quarto. No dia 12 de fevereiro. Revivendo todo aquele dia.
O livro começa com um prólogo, que rapidamente já deixa todo mundo curioso a respeito. Incrivelmente, o livro só tem 7 capítulos: as sete vezes que ela vive o dia 12 de julho. O primeiro dia/capítulo é o “dia normal”, o dia que ela nem havia morrido ainda. E então, conhecemos melhor Sam e suas amigas e tudo o que aconteceu antes do acidente.
Não vou negar: ela era uma pessoa ruim. Talvez, ela não percebesse, mas ela era.
“Mas antes que comece a me acusar, permita-me fazer uma pergunta: o que fiz foi realmente tão ruim? Tão ruim que eu merecia morrer por isso? Tão ruim que eu mereça morrer assim?
O que eu fiz foi realmente tão pior do que o que todo mundo faz?
É realmente pior do que você faz?
Pense a respeito”.
O que mais fazemos no livro é pensar a respeito. Milhares de vezes. E se tudo pudesse ser diferente? Você mudaria? Se arrependeria de alguma coisa, perceberia seus erros? Ela ganhou as chances, e tenta de tudo para evitar sua morte. Mas não é apenas isso. Sam começa a amadurecer, deixando lentamente a antiga vida para trás. Percebe coisas simples, e se apaixona um pouco tarde demais.
No começo, pode parecer que essa história de “feitiço do tempo” pode ser meio entediante ou repetitiva, que os dias vão ser sempre a mesma coisa. Mas não é verdade. Todo dia, ela acorda diferente. Faz coisas diferentes. É uma nova Sam. Os sentimentos por essa personagem variam no livro, conforme descobrimos mais sobre ela. Primeiro, nós a odiamos. Depois, aceitamos. Queremos mudá-la. Sentimos pena, tristeza, acompanhamos seu crescimento até chegarmos a amá-la.
Claro que o livro não gira apenas em torno dela. Rapidamente, entendemos que todo aquele dia 12 de fevereiro foi um amaranhado e tanto de acontecimentos, falas e ações de diversas pessoas. Seja do personagem que você pensava ser o mais bondoso até aquele terciário que tem muito mais importância do que você imaginava.
Nós procuramos por um culpado na história para poder descontar a raiva de toda a injustiça. Suas amigas, Lindsay, Ally ou Elody? Seu namorado idiota, Rob? O amigo, Kent? A garota esquisita da escola, bullyinada, Julliet? A verdade é que não há. Todos tiveram erros, todos eram… humanos. Alguns estavam mais errados, alguns sempre certos, outros mais injustiçados que outros.
A narrativa de Lauren é linda, perfeita. Nenhum outro autor saberia escrever essa história melhor que ela. Adorei a maneira que ela escreve com amor, metáforas, aquelas frases que ficam guardadas na sua memória para sempre.
O livro, mais uma vez, é incrível, inteligente e, claro, triste. O tempo todo ficamos aflitos para o inevitável fim. Deveria ser leitura obrigatória em todas escolas: a história de Samantha Kingston até o momento que ela consegue viver seu último dia da maneira certa.