Marvko 29/12/2021
"O mais perigoso dos homens é aquele que pensa por si só"
Os argumentos apresentados nesse livro são bons. De fato, a grande maioria dos Estados-Nações são compostos por políticos que só estão preocupados com o próprio interesse, e que fazem de tudo para roubar a população e se perperturar no poder (você que mora no Brasil deve saber isso melhor que ninguém).
Contudo, considero que é impossível aplicar na prática o modelo de sociedade "anárquica" que este e outros livros de Rothbard pregam. É um utopia, assim como o comunismo. Por mais bonito que possa parecer na teoria, uma sociedade sem Estado irrealizável. Rothbard e os outros acadêmicos da escola austríaca podem até ser bons economistas, mas não tão bons filósofos e sociólogos: eles falham em compreender a natureza "política" do homem (como diria Aristóteles), em sua totalidade, e vejo esta como sendo a razão pelo qual eles propõem soluções demasiadamente utópicas.
Não sou um especialista em ciências políticas e sociais para propor uma solução melhor, mas creio que Platão e Aristóteles já demonstraram a necessidade da existência de um Estado para reger os homens. Inusitadamente, tanto estes quanto os libertários têm um ponto em comum, e até por motivos similares: ambos concordam que a democracia é nociva (e eu, particularmente, concordo). O motivo é simples: a população não sabe fazer escolhas. Prova disso é que não há corrupção somente em tiranias e ditaduras; o que não falta é políticos torpes em regimes “democráticos”, justamente por tal forma de governo propiciar que o povo “legitimamente” eleja líderes corruptos.
Enfim, mesmo que você não seja um adepto do anarco-capitalismo, essa ainda é uma leitura interessante de ser feita, principalmente por sua defesa do livre mercado e a crítica à democracia. Mas estes últimos pontos podem ser encontrados e melhor desenvolvidos em outras obras. Quanto ao ponto principal, que concerne ao Estado, já emiti minha opinião.