Bela 09/05/2024
Percy está de volta!
Acho que as pessoas consideram esse livro melhor que o primeiro, por voltarmos a uma área conhecida: a narrativa do Percy. Os primeiros 5 livros deixam a gente muito mal acostumados, mas eu consigo enxergar a excelência do Rick ao identificar que ele conseguiu criar 5 personagens completamente novos, com histórias distintas, MUITOS PODERES, sem tirar, de jeito nenhum, o destaque do Percy (admitido neste livro como o filho de Poseidon FAVORITOOO!). E a forma com que ele cria Frank Zhang e Hazel Levesque, senhoras e senhores, é espetacular! Os dois personagens transpiram sintonia e vem de histórias dramáticas – assim como todos os 7. Mas eles tem um algo a mais, porque são romanos. Foram criados na disciplina romana, pensam e lutam como romanos. O que é, no mínimo um choque, quando os comparamos ao Percy. Eu, se pudesse escolher escolheria os gregos sem nem pensar pois acho a belicidade dos deuses romanos apavorante, mas é interessante observar o quanto os gregos são paixão e descobrimento, enquanto os romanos são razão e conhecimento.
É legal ver como o Frank é posto como filho de Marte, um dos deuses mais importantes para os romanos, um Marte extremamente o oposto de Ares, que me faz duvidar realmente serem a mesma entidade. Mas faz tanto sentido. A forma com que uma entidade é vista pelo seu povo a torna o que ela é. Frank é um dos sete, e assim como Jason é filho de Júpiter – importante entidade nos dois panteões – e como Percy é filho de Poseidon – idolatrado como um dos grandes em um e como ninguém em outro -, o Frank não tem nada de “ninguém” como ele imagina. Ele é filho de Marte, que não é o mesmo Ares dos gregos – e que nem na sua forma grega deixa de ter filhos poderosíssimos. E ele ainda descende de uma longa linhagem de outros heróis, de outros panteões ainda. Essa mistura foi simplesmente GENIAL! Eu amo quando as mitologias se misturam e habitam o mesmo espaço!
A Hazel me encanta. Eu amo personagens que são tiradas de suas épocas e precisam viver “normalmente” em uma nova era. Todo o background do que ela viveu anteriormente no Alasca, todo o seu passado traumático guiado por Gaia, que enquadra ainda uma maldição disfarçada de benção enche os olhos do leitor. Ela é uma personagem de muitas camadas, que, como já tive o privilégio de ler no resto, vai desabrochar muito mais pros nossos olhos!
A forma com que tudo fica encaixado também nunca vai deixar de me impressionar. “Ah, mas como nunca vimos semideuses romanos durante as missões ao longo de todos estes anos?” Ah, você viu, só ninguém sobreviveu para contar esta história. O território “inimigo” virou um ponto de histórias de fantasma para os semideuses posteriores. Continuo a dizer que a ideia de quebrar a narrativa em vários personagens é perfeita. Com cada lado contando sua história, fica ainda mais impressionante e crível que estes personagens nunca antes tenham se encontrado!
Esse é um livro de expansão, onde o Rick, maravilhosamente, aumenta seu universo mitológico, trazendopara junto dele novos elementos, agora da mitologia romana, mas sem deixar a narrativa esfriar e mantendo fresca na memória dos leitores cada passo que nosso protagonista deu até aqui. A releitura foi um prazer enorme. Muito bom voltar para as páginas de um livro querido e ver que ele realmente foi bom, é bom.
OBS: eu tinha uma falha de memória GIGANTE onde eu achava que HDO e FDN fossem exatamente ao mesmo tempo. O Argo II demora 8/9 meses pra ficar pronto!! Percy e Annie ficaram mais tempo que isso separados, que dor!