A Caminho de Wigan

A Caminho de Wigan George Orwell




Resenhas - A Caminho de Wigan


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TiagoTavares135 01/03/2024

Os ideais espoletados pelos intelectuais socialistas não se baseiam na simpatia com os infortunados, resumem-se sim no ódio aos afortunados e bem-sucedidos.
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Rodrigo1185 03/12/2023

"O Caminho para Wigan Pier" é um livro escrito por George Orwell que retrata a vida da classe trabalhadora na Inglaterra durante os anos 1930. O autor faz uma análise crítica das condições de trabalho, pobreza e desigualdade social, oferecendo uma visão perspicaz e contundente da realidade da época. É uma leitura envolvente e informativa para quem busca compreender as questões socioeconômicas daquele período.
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Thiago662 23/09/2023

"Os objetivos do socialismo são a justiça e a liberdade ".

Há muita incompreensão sobre as posições de Orwell e o socialismo por ele defendido. Alguns chegam a classificá-lo como de direita pelas críticas que faz ao socialismo real soviético em "A revolução dos bichos". Erro grande que fica claro em várias de suas publicações, como Wigan. Contratado por um clube do livro da esquerda para escrever sobre a classe trabalhadora do norte da Inglaterra, Orwell escreve um baita livro sobre os mineradores de carvão e realiza, mais uma vez, uma forte crítica aqueles que se dizem socialistas, mas não se aproximam ou entendem a classe trabalhadora.

Imagino o efeito que deve ter causado nos seus "patrões". Pena a edição não ter incluído o prefácio do editor dizendo que não tinha nada a ver com as posições de Orwell kkkkkk Baita bola fora da Companhia das Letras!

"Na pior em Paris e Londres", "Homenagem à Catalunha" e "O caminho para Wigan Pier" representam uma trilogia em que Orwell explora sua experiência direta com a vida dos pobres! Ajudam muito a entender as suas produções mais conhecidas. O mundo cinza de Winston (1984) parece muito com as cidades mineiras, sua sujeira, precariedade.

Há aqui, também, traços autobiográficos interessantes para conhecer os caminhos percorridos por Orwell e a construção das suas convicções.

Para ele, os socialistas do seu tempo pensavam muito sobre as questões econômicas e esqueciam o binômio justiça e liberdade, talvez aí resida um erro para o autor. Os três aspectos andam juntos, principalmente hoje. O erro está na forma como os socialistas se expressam. Orwell crítica isso há oito décadas. Como sua má organização levavam os pobres aos braços do fascismo.
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Fernanda 21/09/2023

O Caminho para Wigan Pier
O Caminho para Wigan Pier ou o Manifesto do Partido Socialista, para mim esse livro poderia carregar ambos os nomes.
Acho que diferente de muita gente, eu conheci (e comecei a adorar) Orwell com ?Na Pior em Paris e Londres? e para mim continua sendo uma das minhas obras preferidas, pois, à época, foi algo muito diferente do que eu costumava ler, e o choque abriu caminho para admiração.
Pelo texto de apoio, parece que O Caminho para Wigan Pier seria uma evolução de Orwell daquilo que ele começou em Na Pior, contudo, especialmente por causa da segunda parte do livro, a leitura foi muito maçante. Obviamente, algumas observações de Orwell ?didn?t aged well?, mas eu entendo a ânsia dele de consertar o mundo com uma revolução socialista. De qualquer forma, foi um livro OK.
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nicorobin 17/03/2023

? Primeira parte

"A cada década, declaramos, cheios de astúcia, que já enterramos as divisões de classe; e a cada década o caixão continua vazio."

George Orwell fez um incrível trabalho jornalístico ao se infiltrar nas margens da sociedade e relatar detalhadamente a vida dura daquelas pessoas. Suas descrições são tão pessoais e vívidas que te fazem sentir como se viajasse no tempo, mas claro, para quem está familiarizado com a situação econômica do Brasil, não é preciso se esforçar muito para sentir o que acontecia naquela Inglaterra. A verdade é que a maioria dos problemas vivenciados pelos ingleses daquela época até agora são, infelizmente, comuns em todo o mundo e não há sinal de que isso vá acabar tão cedo. Além de falar sobre a insalubridade, os trabalhos análogos à escravidão e o desemprego, Orwell ainda comenta sobre a situação feminina diante de tudo isso e, por fim, condena o industrialismo pela degeneração humana e apresenta duras críticas a xenofobia, ao classismo e ao nacionalimo.



? Segunda parte

"As pessoas que precisam agir juntas são todas aquelas que se encolhem de medo do patrão e todas as que estremecem ao pensar no aluguel."


O principal propósito de Orwell nestes capítulos é criticar a forma com que os socialistas de sua época falhavam ao tentar unir a população geral contra a onda de fascismo crescente.
Para ele, é um desserviço classificar o fascismo apenas como "sadismo de massas" e ele alerta sobre os perigos de se confortar com essa falsa sensação de segurança. Então afirma que, para derrotar o fascismo, é preciso analisá-lo e reconhecer que, nele, há algo de bom (ou pelo menos há algo que pessoas desesperadas e bem-intencionadas veem como uma esperança para o futuro) e convencer seus apoiadores comuns que, seja lá qual for o bem que o fascismo contenha, o socialismo também pode oferecer (e é claro que aqui ele está falando sobre esse "futuro melhor" que as pessoas tanto ansiavam).
Ele também fala de como foi ensinado a tratar a classe operária quando ainda era criança:
"Era o que nos ensinavam: a classe baixa fede. (...) O ódio racial, o ódio religioso, as diferenças de educação, temperamento, intelecto, até as diferenças nos códigos morais, tudo isso pode ser superado, mas não a repugnância física."
de sua experiência como policial na antiga Birmânia:
"Nunca entrei em uma prisão sem sentir que meu lugar era do outro lado das grades."
e apresenta críticas a respeito do progresso mecânico, culpando-o, mais uma vez, pela degeneração humana:
"Quando tivermos este nosso planeta perfeitamente ajustado, iniciaremos a tarefa de alcançar e colonizar outro planeta.(...) Ao se vincular ao ideal de eficiência mecânica, você se vincula ao ideal da suavidade, da maciez. Mas tudo que é mole e frouxo é repulsivo; e assim, todo o progresso é visto como uma luta frenética rumo a um objetivo que você espera que jamais seja alcançado."
E é importante destacar aqui que toda essa repulsa dele pela tecnologia não é apenas conservadorismo e saudosismo cego, é necessário reconhecer que seus receios tinham fundamento, pois estamos falando de um Inglaterra poluída que praticamente escraviza sua população e está prestes a entrar em uma guerra, mas claro que isso também não significa que ele estava necessariamente certo sobre essa questão.
Orwell ainda aponta a necessidade de se criar novos socialistas e unir a classe média à luta ao invés de afastá-la ainda mais ? pois do contrário estariam apenas produzindo novos fascistas ? e encerra reforçando que os verdadeiros socialistas não devem apenas conceber ver a tirania derrubada como algo desejável, mas que o devem desejar ativamente.
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V_______ 27/06/2022

Desigualdade social e socialismo.
O Caminho para Wigan Pier é um livro que pode ser dividido em duas partes, na primeira Orwell relata as condições em que vivem os trabalhadores das minas de carvão do norte da Inglaterra na década de 30, tratando das mais amplas questões, desde as precárias condições de trabalho, à questão da moradia, saneamento, segurança e até mesmo higiene pessoal, mostrando o que esse sistema de "castas" capitalista, sempre pende a balança a um só lado.
A segunda parte do livro ele irá tratar sobre questões pertinentes ao socialismo, fazendo uma crítica a alguns pontos, em especial em como o socialismo acaba sendo pregado de forma incorreta muitas vezes, o que acaba afastando novos adeptos, e na hipocrisia em parcela dos "intelectuais" que vestem a bandeira. Curiosamente esse livro foi encomendado por intelectuais da esquerda. Vale ressaltar que Orwell deixa claro que seu posicionamento é a favor do socialismo, e por isso mesmo faz essa crítica, inclusive uma auto crítica, já que ele mesmo se classifica como parte da burguesia.
Uma vez mais digo, Orwell é muito mais que A Revolução dos Bichos e 1984, clássicos, seus textos contêm verdades, sempre com denúncias a injustiças sociais e políticas, e de uma atualidade estarrecedora.
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André Silva 22/06/2022

A pobreza inglesa e o socialismo
Uma obra onde Orwell escreve 2 partes distsintas.
Uma sobre as condições de vida dos mineiros ingleses - parte essa que é bastante chocante, degradante e bem conseguida por parte do escritor, com um apelo enorme ao olfato e visão.
A segunda parte surge como uma crítica ao panorama político que permitiu que tal situação se concretizasse. Orwell aponta as soluções que entende ser as melhores, indicando o socialismo como o caminho a seguir, mas criticando o porquê do insucesso socialista, que estava cada vez mais próximo de falhar devido à ascensão fascista.
Gostei da forma como Orwell escreveu sobre o que viu e sentiu no Norte de Inglaterra e, para uma melhor compreensão da situação social e política, achei pertinente e interessante o debate teórico-político que expôs em seguida, apesar de, em diversos momentos, não ter concordado com algumas das opiniões seguidas.
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@carolina.nrodrigues 06/02/2022

O caminho para o inferno?
Orwell é meu favorito por que sempre consegue me surpreender. Mais atual do que nunca, O Caminho para Wigan Pier me mostra que mesmo passados 84 anos, continuamos com os mesmos conflitos de classe, dinheiro, cultura, intriguinhas, infantilidades e estereótipos.

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Orwell inicialmente faz questão de nos colocar dentro de minas de carvão e das vielas e casas do proletário inglês desempregado. Os detalhes nos levam lá. Consigo sentir o cheio, consigo sentir as sensações físicas e a tristeza, imensa, pois, me trás a lembrança do que vejo ainda hoje. Nada mudou, parece que tudo permanece inalterado.

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Com um senso gigante e gritante de classe, o escritor socialista encantado com às máquinas, reflete sobre a sociedade da época, extremamente dividida, sem consciência do que os divide, profetizando sobre o lado que os oprimidos tomariam: o lado do opressor. Cirúrgico, trás o ódio a ciência, trás o ódio a tecnologia, como algo novo do ontem, intrínseco no hoje. O medo, a covardia, que reinou e reina, são partes monumentais de nossa sociedade.

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Ainda acostumando com as comidas industrializados, Orwell questiona o que às máquinas farão por nós, além de nos livrar do fardo imenso do trabalho pesado e manual. Vê, no futuro longe, o livramento também para o trabalho intelectual e se pergunta: o que faremos com tanto tempo livre? Que faremos com nosso ócio?

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Eu queria muito que ele estive aqui para ver com os próprios olhos o que as máquinas fizeram por nós. Eu queria que ele estivesse aqui para ver que a negação da ciência é latente. Queria que estivesse aqui para conhecer as pessoas que preferem negar a evolução, como as de 84 anos atrás, que tinham medo dos carros e aviões. Tantas ainda têm medos parecidos.

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Queria que estivesse aqui para perceber que sim, o oprimido tomou o lado do opressor, para ver que sim, o socialismo fracassou, sim, a palavra não chegou ao proletário e que sim, Orwell, estamos perdidos... E é exatamente por isso que continuamos a procurar esse "algo" que nos salvará de nós mesmos.
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Roberta.Chamberlain 22/09/2021

?É apenas quando encontramos alguém de uma cultura diferente da nossa que começamos a perceber quais são, realmente, as nossas próprias convicções.?

Foi uma leitura bem fora da minha zona de conforto, mas valeu a pena. Em história estamos aprendendo sobre antecedentes da primeira guerra, imperialismo e socialismo, portanto esse livro veio em ótima hora. A primeira parte eu achei mais interessante que a segunda, que em vários momentos se tornou maçante.

George Orwell vai descrever como era a vida das pessoas na Inglaterra, mas apenas as pessoas que viviam na pobreza e miséria, que ele inclusive fez parte por algum tempo para contribuir para o livro.

?A maior parte das pessoas aprova a pena de morte, mas a maior parte não faria o trabalho do carrasco.?
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Eloisa 30/08/2021

Mais uma vez, encantada por esse homem
Em 1936, George Orwell aceitou a encomenda para escrever um livro sobre a situação dos mineiros de carvão e da classe trabalhadora do norte da Inglaterra.

Dessa empreitada de dois meses vivendo nos bairros operários temos O Caminho para Wigan Pier que está dividido em duas partes. A primeira é uma descrição do que viu, ouviu e sentiu, dos principais problemas enfrentados pelos mineiros e suas famílias. A segunda parte é um grande ensaio sobre o desemprego na Inglaterra, o socialismo e a ameaça do fascismo e de uma próxima guerra.

Admiro muito o poder descritivo de Orwell e aqui podemos apreciar essa potência como em poucas outras obras dele. Em uma linguagem crua, dura e envolvente, ele te transporta para dentro dos lares e pensões ou para as profundezas das minas de carvão, onde tudo ganha vida. Os cheiros, os barulhos e a umidade dentro daquelas construções em ruínas, dos barracões e das carroças onde vivem famílias de até onze pessoas. Nas minas, ele te leva em um elevador lotado para experimentar a escuridão, o calor, o ar sufocante. Tudo fica muito nítido. Algumas vezes precisei parar a leitura no meio do capítulo, é difícil não se sentir o peso da miséria daquelas pessoas.

Em seguida, de forma abrupta, ele inicia um texto ensaístico em tom quase que didático e muito polêmico. Apreciar Orwell discorrendo sobre a divisão de classes na Inglaterra, a impossibilidade delas desaparecem no país e a sequência de críticas a vários grupos é bem interessante e, em certos momentos, engraçada. A classe média é analisada de forma muito irônica, os socialistas ingleses são colocados como os culpados pelo socialismo não vingar no país e o imperialismo também não passa desapercebido.

Apesar de ser um livro muito inglês, há análises e questionamentos que se encaixam em qualquer lugar. A visão que George Orwell traça do seu próprio tempo e da sua própria ideologia é certeira em muitos pontos, ele consegue traçar um certo distanciamento de tudo isso e fazer prospectivas que realmente se cumpriram.

O tom de urgência em um posicionamento da Inglaterra contra o fascismo e o medo da destruição da Europa por uma nova guerra, que era praticamente certa, também estão no livro.

Afirmo que explorar o modo de vida dos mineiros ingleses e o período entre guerras com Orwell vale muito à pena.
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Dalmo 29/04/2021

Um Orwell que poucos conhecem
Escrever resenhas de certos autores e temas não é uma tarefa nada fácil, mas não deixa de ser prazerosa. Com George Orwell não poderia ser diferente. Escritor memorável e mundialmente famoso, principalmente por causa de dois grandes livros - "A Revolução dos Bichos" (1945) e "1984" (1949), Orwell possui uma rica e tortuosa história de vida. Socialista, mas anti-stalinista e defensor da justiça e da liberdade (sic), aparentava possuir uma genuína preocupação com as condições de vida da classe operária inglesa e com o avanço do fascismo e do autoritarismo.


"O Caminho para Wigan Pier", segundo dos três livros de não-ficção que ele escreveu nos anos 30, foi encomendado pelo editor britânico, e simpatizante das causas da esquerda, Victor Gollancz em janeiro de 1936. Na época, estimulado pelos trabalhos anteriores de Orwell, especialmente "Na Pior em Paris e Londres", Gollancz pediu a ele que contribuísse para uma série de publicações sobre as condições de vida na Inglaterra, mas não esperava que recebesse um texto tão provocativo e pouco afeito à pureza ideológica do seu Left Book Club (Clube do Livro de Esquerda). Tanto é que o livro só publicado na íntegra pela insistência da esposa e do seu agente, dado que o autor partira para lutar na Espanha pouco depois de concluir a obra.

(leia a continuação em redumbrella.me)

site: https://www.redumbrella.me/post/um-orwell-que-poucos-conhecem
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Eduardo 31/01/2021

Um autor socialista e crítico do socialismo que resolveu viajar pela Inglaterra durante o século XX para conhecer a realidade na que era ignorada por outros contemporâneos. Nesse livro ele retrata a dura vida dos mineiros nas minas de carvão, além de fazer uma crítica ao modo como esse modo de vida desgastante ao qual estavam delegados os pobres no capitalismo industrial.
Gustavo.Jaccottet 11/04/2021minha estante
Orwell não era socialista como ?conhecemos?. Era o que no diagrama de Nolan fica como leftlib, adequado ao conceito de ?liberal? nos EUA e no Reino Unido, conservador na economia e liberal nos costumes, especialmente no que diz respeito ao assistencialismo estatal. Quando li a primeira vez tive essa impressão, mas quando finalizei ?Dentro da Baleia e Outros Ensaios?, vi apenas um Autor crítico da aristocracia ?idiota?, formada por conservadores vindos de Eton e outras Prep. Schools. Em ?A Flor da Inglaterra? isto fica ainda mais aflorado ante o personagem Gordon Comstrock ser um idealista, home de um livro só, como os artistas norte-americanos em Paris nos anos 20 e 30.




Vitor J. 08/09/2020

O livro que procurava
De certo, este livro me entregou o que eu procurava a um bom tempo, sem ter nenhuma referência literária, tive a curiosidade de conhecer o autor George Orwell que tanto é elogiado na Revolução dos Bichos. Neste que li conta as experiências de Orwell convivendo e descrevendo a vida dos trabalhadores de uma região mais pobre da Inglaterra dos anos 30. Além da segunda parte que conta com críticas ao preconceito de classes e aos socialistas ingleses da época. Uma maravilha de livro recomendo muito !
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