Aione 20/12/2011Sabe quando um livro te chama à atenção logo de cara? Foi isso que aconteceu comigo e “Até eu te encontrar”. Vi a capa, li a frase “O que você faria se não gostasse da sua alma gêmea?” e soube que tinha que lê-lo. Nem ao menos li a sinopse direito, às vezes prefiro começar a ler sem conhecer nada da história para me surpreender ao máximo e com cada mini detalhe.
Logo ao iniciar o prólogo, eu já estava com a curiosidade a mil. Graciela Mayrink começa o livro com uma cena do final e, a partir daí, conta-nos a história de Flávia por meio de uma retrospectiva. Entretanto, a cena do prólogo é extremamente tensa, fazendo com que cresça a vontade de descobrir tudo o que aconteceu para se chegar àquela situação.
A curiosidade inicial é mantida por toda a história através de seu desenrolar. A protagonista, Flávia, ao mudar para Lavras, começa uma nova vida e entra em contato com fatos de sua história jamais antes imaginados e todo o processo de suas descobertas é feito aos poucos para o leitor, cuja curiosidade permanece instigada por todo o enredo.
A narrativa de Graciela é incrível, flui tão naturalmente que a leitura voa sem que seja percebida. Além disso, faz com que criemos vínculos com o mundo de Flávia, simplesmente me apaixonei por suas amizades, queria ser amiga dela e de seus amigos, queria estudar em sua faculdade e frequentar cada local visitado por eles. Acredito que o fato da autora ter estudado na mesma universidade tenha contribuído com a descrição dos locais e, assim, criar uma maior familiaridade com eles.
Toda a história é deliciosa de ser lida e acompanhada, mergulhei nela de tal forma que não conseguia parar de ler. Ademais, me emocionei logo de início e por todo o enredo tinha minhas emoções aguçadas, fossem elas convertidas em lágrimas ou simplesmente resumidas em um sorriso ou frio na barriga.
Não bastasse toda a história ser ótima, devo dizer que meu lado pessoal falou muito alto em “Até eu te encontrar”. Nunca me identifiquei tanto com um livro quanto com esse e sei que isso pesou grandemente para que tenha se tornado, até então, meu romance nacional favorito. Foram tantos os elementos mais improváveis possíveis que vi juntos em uma mesma história que não pude evitar a surpresa que senti enquanto lia. Além disso, ficou muito mais fácil compreender todos os fatos da história por causa da identificação que senti com ela.
Para ser justa, afirmo que eu ter gostado tanto do livro não é algo que esteja diretamente ligado a essa identificação. Emprestei o livro para minha amiga logo que terminei de ler e ela teve as mesmas reações que eu: devorou o livro e todos os comentários que fez foram igualmente empolgados como os meus. Portanto, o que faz do livro bom é sua história, sua escrita e sua narrativa, a identificação foi apenas um bônus, no meu caso.
Quando vi que o livro trataria da questão de “almas gêmeas” e que Flávia, ao que tudo indicava, não simpatizaria com a dela, fiquei me perguntando como a autora teria desenvolvido essa temática sem ser contraditória, e a solução encontrada por ela não só dissipou qualquer possível contradição como também deu um toque especial para história, funcionando como um agradabilíssimo elemento surpresa.
Se eu tivesse que apontar algo que não tenha me agradado tanto, responderia apenas sobre o final. Aquilo pelo qual mais torci o livro inteiro acontece em menores proporções do que o desejado e, assim, fiquei com aquele gostinho de “quero mais”. Mas acredito que isso ocorra com todos os livros que gosto muito, sempre quero ler mais sobre a história. Ainda sobre o final, especificamente o de Carla ficou um pouco vago, em minha opinião, gostaria de ter lido mais sobre o que de fato acontece com ela. Excluídos esses fatores, que nada interferem na qualidade da obra, só tenho elogios a fazer para a Graciela.
Fui envolvida de uma maneira por esse livro que apenas os que se tornam meus favoritos conseguem, de forma que antes mesmo de finalizar a leitura já sabia que “Até eu te encontrar” faria parte dessa categoria. Sem dúvida alguma esse será um dos livros mais indicados por mim e que deve ser lido por todos os românticos de plantão.