O coração é um caçador solitário

O coração é um caçador solitário Carson McCullers




Resenhas - O Coração é um Caçador Solitário


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Lavinia 17/02/2019

"O coração é um caçador solitário", Carson McCullers
Em "O coração é um caçador solitário" acompanhamos as vidas de moradores de uma cidade do sul dos Estados Unidos durante os anos 30. Entre os personagens estão: Biff Brannon, um observador dono de lanchonete; Jake Blount, um agitador alcoólatra; Mick Kelly, uma adolescente apaixonada por música; Dr. Benedict Copeland, um médico negro idealista. Todos se sentem atraídos pela figura de John Singer, um homem surdo que vive sozinho, e vêem nele um confidente em meio a suas vidas solitárias.

Eu fiquei impressionada com a sensibilidade da autora para questões sociais. No livro, publicado em 1940, encontramos temas como racismo, desigualdade de classe, violência policial, sexualidade, marxismo e fascismo, além do grande tema da comunicação, que vemos desenvolvido por meio de personagens que, ironicamente, só se sentem compreendidos por um surdo, quem por outro lado não consegue se comunicar como gostaria, já que as pessoas ouvintes ao seu redor não entendem língua de sinais.

Não foi uma leitura rápida, o livro é denso e muitas pessoas podem achá-lo parado, já que a maioria dos acontecimentos não aparecem para levar a história a uma resolução final, mas sim para contribuir com a construção desses personagens peculiares. Mas foi uma leitura engrandecedora, o livro tem vários trechos que mexeram comigo. Além disso, os personagens são fascinantes. Gostei muito de observar como a adolescência é tratada por meio da personagem da Mick Kelly, ou ver toda a paixão do Dr. Benedict Copeland para melhorar a qualidade de vida da população negra da sua cidade, e contemplar o mundo pelo olhar de John Singer.

"Para ela, era como se existissem dois lugares - o mundo de dentro e o mundo de fora. (...) O mundo de dentro era um lugar muito íntimo e secreto. Ela podia estar no meio de uma casa cheia de gente e mesmo assim ter a sensação de estar trancada num quarto sozinha".

site: @sobrepaginas (instagram)
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Gláucia 02/02/2019

O Coração é um Caçador Solitário - Carson McCullers
Nem dá pra explicar o motivo de eu ter gostado tanto desse livro. A ação se passa no sul dos EUA em 1939 e não possui um enredo tão bem definido.
Temos 4 personagens marcados pela solidão gerada pela incomprensão de anseios impossíveis de ser compartilhados.
Biff Brannon, dono de um bar; a adolescente apaixonada por música Mick Kelly; o idealista médico negro Benedict Copeland e o agitador comunista e alcóolatra Jake Blount. A vida dos quatro gravita em torno do também solitário surdo-mudo John Singer, segundo eles, o único capaz de compreendê-los.
Livro carregado de melancolia e desilusão, de sonhos perdidos.
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Hewe 01/02/2019

❝(…) alguns homens optam por se distanciarem dos seus sentimentos, e assim evitam ser consumidos pelos mesmos. Projectam-nos noutro ser humano ou mesmo numa ideia ou num conceito.❞
Sul dos Estados Unidos, 1939. John Singer, um solitário homem mudo de natureza gentil e pacífica, torna-se gradualmente um confidente para quatro pessoas diferentes.

Já vou falar de cara que foi bem difícil pra mim concluir essa leitura pois tive bastante dificuldade em manter o ritmo. Cheguei na metade do livro e empaquei lindamente. Parei pra pensar e cheguei à conclusão que tenho esse problema com livros de narrativa lenta, melancólica e sem grandes acontecimentos.
Sabe aquele livro que você lê 30/50 páginas e pensa já ter lido 150, e ao mesmo tempo parece não ter saído do lugar? Isso aconteceu comigo aqui e eu preciso dizer que nem sempre se trata de um livro “ruim”. Acho que livros excelentes também podem deixar essa sensação e talvez isso seja mais comum do que eu possa imaginar... Ou talvez eu seja lenta e melancólica demais, o que faz eu me identificar muito com esse tipo de escrita e não aceitar isso hahaha. Pensei em abandonar/interromper a leitura em alguns momentos, mas como sou teimosa segurei na mão de Deus e finalizei!

Apesar de retratar uma época distante, o livro traz questionamentos atuais sobre preconceito e justiça social - o que torna a leitura ainda mais reflexiva.
Há uma sensação horrível e um mau pressentimento logo nos primeiros capítulos. O incômodo vai crescendo silenciosamente e isso magoa seu coração fazendo você querer chutar, gritar e abraçar a pessoa mais próxima de você.
⠀⠀
Lançado e aclamado em 1940, ‘O Coração é um Caçador Solitário’ é um daqueles livros que você deseja nunca ter lido, mas também deseja ter lido antes (?). O retrato social e a investigação psicológica de Carson McCullers vão fazer você se identificar com os sentimentos mais profundos, primitivos e tristes do coração humano. O Homem sabe ouvir ou só quer ser ouvido?

site: https://www.instagram.com/p/BtWpZ5igjKi/
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Marcone.Jose 31/01/2019

Li em 2015
Vazio. É assim que esse livro me deixou. A solidão dos personagens é sufocante e a história de suas vidas nos faz enxergar o quanto as pessoas são frágeis. A escrita é limpa e corre fácil, faz a gente viajar para a época em que a história se passa e as páginas parecem não expressar todo o espírito sozinhas, isso só é possível através da leitura. Gostei muito deste livro.
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Marcos Ferraz 30/01/2019

"o som das súplicas"
“O coração é um caçador solitário”: o som das súplicas

Em seu primeiro romance, escrito quando a autora tinha apenas 22 anos, Carson McCullers nos apresenta as diferentes formas de solidão nos EUA pós-Grande Depressão.

Publicado em 1940, O coração é um caçador solitário foi imediatamente reconhecido pela crítica literária e Carson McCullers logo passou a ocupar o seu espaço ao lado dos grandes nomes da literatura norte-americana. Um feito e tanto para uma jovem de vinte e poucos anos, principalmente porque, ao ler o romance de mais de 400 páginas, não se identificam muitos traços de uma escritora iniciante, mas sim de uma autora muito experiente, tratando de um tema pesado de forma profunda, com personagens desenvolvidos de maneira muito precisa e com uma linguagem madura.

A história se passa numa cidadezinha de interior no sul dos EUA, em 1939, pós-Grande Depressão e na borda de uma nova Grande Guerra. John Singer é um funcionário da relojoaria, ele é surdo-mudo e morava num quartinho com seu grande amigo, o grego Antonapoulos, que também tinha a mesma deficiência e que acabou sendo internado num hospital psiquiátrico. Sozinho, Singer começa a receber visitas de algumas pessoas da região, como a jovem Mick, filha do dono da casa em que Singer aluga o quarto; Biff Brannon dono do único restaurante da cidade; Benedict Copeland, um médico negro que atende sua comunidade de graça e tenta conscientizá-los a respeito da importância de se levantar contra a desigualdade racial; e Jake Blount, um instável forasteiro apaixonado pelos ideais marxistas.

Cada um desses personagens enxergam em John Singer, uma espécie de Deus que está ali para ouvir as suas súplicas (ele consegue ler os lábios das pessoas). Eles vão até o quarto dele e desatam a falar sobre suas vidas solitárias, suas angústias e seus sonhos. Tal como a divindade, Singer não responde, mas eles se sentem de aliviados por comunicarem o que existe em seu mundo interior de alguma forma.

Mais triste que isso só o fato de que John, embora seja uma pessoa serena e fascinante, não tem com quem se comunicar, já que seu amigo não está mais ali e, no fim das contas, por não conseguir se expressar a não ser por pequenos bilhetes (eles não entenderiam a linguagem de sinais), ele se sente extremamente sozinho mesmo na presença daquelas pessoas.

Cada capítulo do livro acompanha o dia a dia comum de um dos personagens, sempre num ritmo lento, quase de contemplação, como se autora investigasse a alma daquelas personagens através do silêncio que os rodeia e também por meio da angústia que escapa por entre os discursos, muitas vezes intensos, às vezes quase histéricos e desesperados.

O livro apresenta um amplo painel, tanto social quanto psicológico, daquela região e daqueles moradores, através de personagens de diferentes gêneros e classes sociais, tudo isso de forma contida e bastante equilibrada, sem que pareça que a autora está atirando para todos os lados. Através dos dramas daquela gente (alcoolismo, amadurecimento, racismo, militância, fé, descrença no futuro etc) podemos captar as nuances e as contradições do espírito humano, o que também torna a história universal.

Minha personagem favorita é Mick. Fascinada por música, ela encontra ali naquela sequência de notas uma possibilidade de escapar daquela realidade, daquela vida tão banal e sem perspectivas. Num dos momentos mais bonitos do livro, possivelmente um dos mais bonitos que já li na vida, Mick sai de casa à noite para caminhar, sentir a brisa fresca e encontrar casas que estejam com o rádio ligado para ouvir um pouco de música, ela faz isso quase todas as noites. Numa dessas, ela encosta no muro de uma casa e ouve Beethoven pela primeira vez na vida. Ela simplesmente não consegue controlar o choro, o aperto no peito, pois se sente muito pequena diante de algo tão grandioso.

Carson McCullers tem um olhar muito atento com relação ao ser humano, suas fragilidades e suas virtudes, pois se percebe claramente o carinho com que ela trata cada um deles. É algo bem intenso, que acaba atravessando o livro e impactando o leitor, pois é difícil terminar a leitura desse livro sem levar alguns desses personagens pra sempre no coração.

(Resenha publicada no site A Escotilha, por Eder Alex - 24 de janeiro de 2018)
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Debora 28/01/2019

Solidão, para sentir e acompanhar
Impressiona a profundidade de construção de personagens feita pela autora, tão jovem à época. Ela acompanha Mick, Blount, Branoun, Dr. Copeland e, claro, John Singer em suas angústias, desejos e dores em uma profundidade que permite a nós, leitores, tentar sentir/entender como eles.
Os 4 primeiros personagens encontram em Singer, um mudo, alguém que os entende em todas as suas questões. Mas ninguém pergunta a Singer o que ele pensa, entende, quer.
E assim se dão as relações no livro.
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Yin91 26/01/2019

Excelente !
Neste romance que se passa nos USA na década de 30 podemos acompanhar a fragilidade e solidão humana.

Com a internação de seu grande amigo, Sr. Singer, que é deficiente auditivo, passa a se tornar o confidente de outros quatro personagens. Cada um tem sua própria visão do mundo e de como ele deve ser mas ter a certeza de que Singer sabe e compreende cada sentimento deles.

Enquanto acompanhamos suas vidas conseguimos identificar situações que ainda hoje são vivenciadas e as semelhanças entre pessoas completamente diferentes.

Muito interessante.
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Yin91 26/01/2019

Excelente !
Neste romance que se passa nos USA na década de 30 podemos acompanhar a fragilidade e solidão humana.

Com a internação de seu grande amigo, Sr. Singer, que é deficiente auditivo, passa a se tornar o confidente de outros quatro personagens. Cada um tem sua própria visão do mundo e de como ele deve ser mas ter a certeza de que Singer sabe e compreende cada sentimento deles.

Enquanto acompanhamos suas vidas conseguimos identificar situações que ainda hoje são vivenciadas e as semelhanças entre pessoas completamente diferentes.

Muito interessante.
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Fernando 26/01/2019

Interessante
Dois pontos me chamaram a atenção: 1 - Como cada pessoa percebe a outra, como os relacionamento nascem e se mantém e o 2 - como algumas passagens da vida são percebidas por nos, alguns com assombro para outros normalidade.
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Pudima 23/01/2019

Um livro que incomodou e fez refletir.
Eu costumo tentar entrar nas histórias e aplicar os sentimentos e sensações dos livros na minha vivência, e a imersão desse livro foi espantosa pra mim. Ao mesmo tempo que foi completamente distante, muitas coisas foram reais e intensas de um jeito incrível e inexplicável.
Nós queremos ter um lugar no mundo. Queremos ser compreendidos, e queremos ter alguém que nos valorize e saiba como realmente nos sentimos. E muitas vezes acreditamos ter encontrado essa pessoa "que sabe", sem ao menos se importar se isso é verdade ou não.
Esse livro traz isso de forma clara; sobre o quanto queremos falar e o quão pouco queremos ouvir. Buscamos - incansáveis - compreensão, mas não nos preocupamos em compreender.
O quanto fazemos isso na vida real? Desprezamos as pessoas que nos procuram, e procuramos quem nos despreza. Valorizamos as pessoas erradas e esquecemos do nosso amor próprio ao mendigar o afeto de quem nos trata com silêncio. E, pior; os silenciosos as vezes somos nós.
Adorei a leitura e, apesar do desfecho já esperado para o sr. Singer, é um livro que me fez pensar do início ao fim, e por isso lido com calma apesar da leitura fluida.
O coração é um caçador solitário. E apesar da busca incessante em ter alguém, nunca sabemos o que se passa na cabeça de terceiros (e, às vezes, nem na nossa). No final de tudo, nós estamos sozinho, pertencemos a nós, e estamos imersos em nossa própria história.
Que livro maravilhoso! Pensemos sobre solidão, egoísmo, empatia, ego, saber... Inesperado, complexo, delicado, único, só. Como nós.
Paz, amor e bem.

obs: Cheguei a ficar nervosa com a utilização dos termos "surdo-mudo" e "mudo". Entendo que era a nomenclatura da época, mas mesmo assim incomodou.
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Rah 22/01/2019

Você só vai entender o título quando terminar
"Você se lembra das quatro pessoas sobre as quais eu falei quando eu estava lá? Elas são todas pessoas muito ocupadas. Na verdade, elas são tão ocupadas que será difícil para você imaginá-las. Eu não quero dizer que elas trabalham empregos todos os dias e noites, mas eles têm muito negócio em suas mentes sempre que não os deixa descansar ... o dono do New York Café é diferente, ele assiste, os outros têm algo que eles odeiam e todos eles têm algo que amam mais do que comer ou dormir ou vinho ou companhia amigável. É por isso que eles estão sempre tão ocupados ".

No centro do conto está o surdo-mudo John Singer. Os quatro desajustados visitam Singer e comunicam seus sonhos, desejos e desgraças. Eles estão certos de que Singer, em seu silêncio, entende tudo.
Ironicamente, as pessoas que visitam Singer para consolo e compreensão apenas o confundem com sua necessidade.
Enquanto Singer tem seu próprio posto reverenciado, o sonhador e problemático grego Antonapoulos.
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Sandro Borges - @Experiencia_Leitor 20/01/2019

Uma lição sobre relações humanas
O forte e apaixonante do livro são as relações entre as personagens principais, onde cada relação é única, metafórica, educativa e principalmente um convite a reflexão.
Muito forte e impactante se você for além da primeira e segunda camada.do.livro.
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