De amor e trevas

De amor e trevas Amós Oz




Resenhas - De Amor e Trevas


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Fábio Lobão 05/05/2021

Brilhante
A obra narra a vida de Amós, nascido Amós Klausner, desde os seus primeiros anos de vida na Jerusalém dos anos 1930, administrada pelo Império Britânico, até o início da década de 2000. O fio condutor da narrativa é o suicídio da mãe, Fânia, aos 38 anos. Amós tinha apenas 12 anos quando a tragédia – denominação usada a todo tempo pelo autor – ocorrera.
Embora possa parecer simples, a narrativa principal esconde diversas camadas.
Uma delas é a simbiose entre a dolorosa história de Oz e não menos doloroso processo de criação do Estado de Israel. O livro aborda com impressionante riqueza de detalhes a intensificação da perseguição ao povo judeu no leste europeu, a imigração em massa para o então território britânico da palestina, o conflito com os povos árabes locais, a dicotomia entre a busca por um lar e os conceitos religiosos do judaísmo. Em tempos de banalização de palavras como “genocídio” e “holocausto”, as linhas que abordam a violência contra os ancestrais de Amós, pais inclusive, servem para mostrar como nada se compara àquilo que o povo semita enfrentou. Nem lendo relatos reais encontramos a real dimensão.
É, no entanto, na camada familiar que o livro tem seu ponto alto. Doce e amargo como são o amor e as trevas. A dedicação dos pais a Amós é tocante. A veneração dele pela mãe e o respeito pelo pai idem. É intrigante ver como duas pessoas completamente distintas (os pais) são capazes de viver maritalmente. Como a educação é capaz de transformar positivamente pessoas e sociedades. Todavia, é também triste observar a derrocada da alma. Como, de repente, somos tomados pela escuridão e dela não saímos. Quando e se escapamos, somos moldados eternamente por tais experiências.
Profundo, sensível, elegante, furioso, sincero. De Amor e Trevas é formidável.
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Marcelo H S Picoli 20/03/2021

Minha primeira leitura de Amós Oz
O livro é uma autobiografia do autor, que aborda temas como a perseguição aos judeus, a guerra de independência e criação do estado de Israel.
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Jaciara44 13/09/2020

Auto biografia lírica.
Frase preferida: " Uma biblioteca cheira a cola envelhecida, sabedoria, segredos e pó".
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Luciana 03/09/2020

Temática interessante, mas escrita um pouco cansativa
Gostei da temática do livro. Eu não sabia muito sobre a história do povo judeu e da criação de Israel, e o livro explica vários episódios. Há também diversas passagens bastante profundas, de reflexões psicológicas bem escritas. Apesar disso, achei que o enredo carece de um fio condutor, indo e voltando na história o tempo todo (e se repetindo) - gostei do efeito disso no final do livro, mas no geral achei a obra um pouco cansativa e redundante por esse motivo. Creio que a intenção do autor foi justamente de conferir ao livro essa sensação de familiaridade com os acontecimentos narrados, mas, para mim, ficou prolixo. Em todo caso, considero uma obra valiosa e a solução que encontrei para ganhar fôlego foi alternar a leitura com outros livros menores e mais ágeis.
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Luiz Pereira Júnior 30/05/2020

A vida criada e a vida inventada
Às vezes, é impossível diferenciar o que é biografia e o que romance, o que foi uma vida vivida e o que foi uma vida inventada. E nisso, por vezes, reside o grande mérito e o alto valor que podem alcançar uma obra literária.
Esse é o caso da bela obra “De amor e trevas”, uma mistura impressionante de realidade e ficção. O livro é pleno do como-é-ser judeu, mas sem cair nos louvores incessantes ou na reclamação eterna. É verdade que algumas cenas se repetem e que, a partir de certo momento, parece que você já leu um determinado parágrafo ou um determinado trecho em algum outro lugar do livro. No entanto, não considero isso um demérito, pois não tive, em momento algum, a sensação (terrível quando se trata de ler um livro) de estar perdendo meu tempo.
Alguns trechos podem parecer estranhos para quem não tem intimidade com a história e/ou com os costumes do povo judeu, mas nisso também reside o mérito de uma obra literária: faz-nos conhecer mais do mundo, e não apenas olhar para nosso próprio umbigo e se limitar à realidade que vemos, ouvimos ou sentimos.
A violência da guerra e a violência do ser humano contra os seus semelhantes e, ainda mais chocante, contra os seus próprios familiares é uma das tônicas do livro. A guerra existe não apenas entre povos, mas também dentro da família (valem ser mencionadas as chocantes cenas da surra de tapas de mão aberta que o patriarca inflige na menina que vê seu irmãozinho se machucar por culpa do menino-protagonista e os chocantes e várias vezes repetidos tapas que o menino-protagonista toma do pai, do avô e do tio, que foram, compreensivelmente, cortados do filme).
Cada leitor terá o seu ponto de maior profundidade na leitura, mas acredito que a todos chamará a atenção (não digo levar às lágrimas, pois isso pode soar um tanto piegas, algo que essa obra não o é) a descrição rápida, objetiva, afiada como uma navalha da morte do pai do protagonista e a descrição lenta, digressiva, onírica da morte da mãe, morte essa que permeia toda a narrativa do livro, sendo uma espécie de tema que se repete ao longo de toda a sinfonia que é o romance.
Caso você decida ver o filme, tudo bem, mas veja-o depois de ler o livro, de preferência. Apesar de não concordar com as muitas críticas sobre o filme (que é lento, arrastado, monótono...), é visível que o foco tomado é apenas o da mãe (a guerra permeia muitas das cenas principais, mas não é a chave da trama do filme – afinal, não é um filme de guerra vindo um livro, que, por sua vez, também não é um livro apenas sobre ela). No filme, merece destaque a terrivelmente bela cena do pesadelo materno (uma bela música em meio aos abismos do deserto tornou ainda mais palpável o sofrimento materno).
De amor e de trevas, assim nossas vidas são feitas. Mas há de se reconhecer que, se para muitos o amor parece ter faltado, as trevas, por sua vez, sempre deram um jeito, de uma forma ou de outra, seja dentro seja fora de nós, de se entranhar em nossas existências...
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dekami 22/05/2020

Um mergulho na vida de Amós Oz
Relato emocionante, profundo e em vários momentos doloroso da vida do escritor. O autor traz sempre a delicadeza e sensibilidade na descrição da vida cotidiana mas não comum, em que cada personagem é tão bem construída que ao final do livro parece que você os conheceu a vida toda, assim como o autor.
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Willians 20/02/2020

Uma autobiografia de Amós Oz, a formação do estado judeu de Israel, o suicídio de sua mãe. Um livro muito bom.
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Jacialva Arouck 18/11/2015

Das grandes narrativas
A autobiografia de Amós Oz se mistura com a criação do Estado de Israel na luta, desafios e crescimento. Uma narrativa riquíssima sobre o judaísmo com forte cunho humanista. Inebriante! Olfativa, ricamente descritiva, engraçada, séria, triste e realista. Com uma valorização e amor indescritível pelis livros. Muito para ensinar sobre a intolerância e sobre os erros da humanidade. Muito a ensinar sobre a diversidade humana e suas culturas. Muito a ensinar sobre ser um Ser Humano.
Deveria ser leitura obrigatória para o curso de Biblioteconomia e Letras. Uma lição sobre a história do renascimento do hebraico.
Passei a ter conhecimento sobre o judaísmo e sua causa.
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Lílian 08/06/2012

Estou simplesmente apaixonada pelo Amós Oz.
Ele escreve como eu gostaria de escrever. E ainda descomplica um pouco para os que estão de fora, eu, por exemplo, a situação tão conturbada de Israel. Isto sob a visão de um judeu israelense que foi um dos fundadores do "Paz Agora", uma organização que luta pelo entendimento entre israelenses e palestinos.
Este livro é uma autobiografia maravilhosa e imperdível.
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Vivi Koenig 15/03/2012

Apaixonante...
Com um pai bibliotecário e um amor incrível pela leitura e escrita esta bibliografia simplesmente me cativou. Devorei-a... simplesmente apaixonante... Seguem os trechos que não quero esquecer: "Havia algo de solene e austero naquela biblioteca... que nos induzia a falar sempre baixinho. O cheiro da imensa biblioteca de meu tio me acompanhará vida afora: o odor empoeirado e sedutor dos sete saberes ocultos, o perfume de uma vida silenciosa e retirada, dedicada à erudição, a vida quieta de um ermitão, o silêncio espectral que se elevava das profundezas do conhecimento e da doutrina, os sussurros vindos dos lábios de sábios mortos, o murmúrio dos pensamentos secretos de escritores que já então habitavam o pó, o gélido afago de autoridades das gerações passadas. [...] Somente livros e mais livros, e silêncio, e aquele aroma maravilhoso, rico, das encadernações em couro e do papel amarelado, e cheiro de mofo, mas sutil, com um estranho traço de algas, e o odor de cola envelhecida, sabedoria, segredos e pó."
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Guido 29/12/2009

Magnífico
Este é talvés o livro resumo de todos os livros anteriores de Oz...

Sua auto biografia, iniciando na Europa Central, com os dois ramos Asquenazi que foram as famílias do pai (Dr. Klaustner) e da Mãe.

Sua infância, o episódio do discurso Menachen Begin no teatro Edson, em Jerusalem.. as diferenças do Hebraico Clássico falado na Europa central Culta, e daquele coloquial falado em Jerusalem..

Os massacres da guerra de independência..

É uma viagem na micro história da familia de Amos Oz, e na história humana dos últimos cento e poucos anos.

Recomendo lê-lo e encontrar uma escritor e ser humano fantástico.
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