Camila Stéphani 18/03/2024Uma obra de milhõesA história foi ambientada na Inglaterra do séc. XII, de 1123 a 1174 e acompanha um montante de personagens protagonistas. Sim, muitos protagonistas.
Nesse período, tava rolando a guerra conhecida como "Anarquia", onde Estêvão e sua prima Matilde lutavam pelo o reinado da Inglaterra.
(Vou pular a parte do prólogo pois é um acontecimento que vou te contar, muito bom)
Logo de início, conhecemos Tom e sua família: Agnes, a mãe que está grávida, Alfred, o filho mais velho e Martha, a cacula. Tom é um construtor (tanto que é geralmente chamado assim) que tem a ambição de construir uma catedral, quase que a qualquer custo.
Vi muitas pessoas defendendo esse personagem, mas em minha opinião, ele não é tão admirável.
Depois de um tempo conhecemos Phillip e um pouco do núcleo religioso. Phillip é o prior de um mosteiro próspero e que por conta de sua capacidade organizacional e liderança, acaba parando em Kingsbridge, onde a maior parte da história se passa.
Meu comentário sobre esse personagem é que ele é humano. Um religioso devoto a Deus e à vida monástica que por várias vezes, se deixa levar pelo orgulho e ambição, e ele não é o único.
Temos também Ellen, e seu filho Jack. Ellen que é chamada de "bruxa, feiticeira" é uma figura envolta de mistério, que vive na floresta, mas tem modos refinados. E Jack que é um personagem tão bem desenvolvido que se eu escrever sobre ele, o texto vai ficar enorme.
Citando rapidamente, tem ainda Aliena e Richard, filhos do conde de Shiring, William Hamleigh, filho cruel e mimadíssimo de um lorde (gostaria de xingar tanto, mas tanto esse personagem, ele é detestável) e por fim e muito importante, Waleran Bigod, outro religioso super ambicioso, e quando quer, também cruel.
Todos esses personagens vão se encontrar em algum momento e tenho pra mim que é nisso que o Ken Follet brilha.
Ele consegue amarrar bem a corda que liga esses personagens com outros e com a trama central, deixando quase sempre interessante.
Quase sempre pois tem umas subtramas que, se não existissem, não faria diferença, dava pra amarrar de outra maneira mais bem explicada, desenvolvida.
Um ponto negativo pra mim foi o tanto de descrição sobre a arquitetura das construções. Era transepto daqui, cornijas dali, pilar de cá, fustes de lá, cada coisa que toda hora eu parava e procurava no Google pra saber o que é. Eram muitos detalhes, muita descrição, porém, eu compreendo que tudo isso é de extrema importância pro entendimento da obra, pra ficar bem claro o tanto de dificuldade é o ramo da construção.
No geral, esse livro é fascinante, retrata o período medieval muito bem, tem uma escrita fluída, personagens cativantes, outros nem tanto, um mistério que perdura quase o livro o todo, mas que faz sentido quando é revelado e, no entanto, se torna um pouco cansativo de continuar, mesmo com tudo isso de bom, mas sem dúvida alguma, vale a pena a leitura. Essa obra é uma boa pedida de se aventurar pra quem gosta de Game of Thrones.