Ao Ponto

Ao Ponto Anthony Bourdain




Resenhas - Ao Ponto


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Biblioteca Álvaro Guerra 09/04/2024

''Nem preciso dizer que eu não era um homem feliz .Afinal de contas , eu havia sido um chef (e disso não esquecia por um minuto). Comandara cozinhas inteiras .Conhecera um dia o poder , a carga de adrenalina por ter vinte ou trinta pessoas trabalhando para mim ...

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535919257
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vivia.medeiros 20/12/2022

En crudo
Li a versão em espanhol, mas como não achei na Amazon e pela comparação, creio que seja a mesma. Vale muita a leitura, sobretudo para quem for da área da Nutrição/Gastronomia.
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CisoS 24/05/2013

Livro Agri-doce
O autor escreve muito bem. O livro é cheio de humor, malícia, e ironia fina e/ou bruta. Os comentários ácidos permeiam, misturados a pensamentos doces, humanos.
Como cada capítulo é independente, não existe uma coesão muito grande no livro, que parece um menu degustação, mas que agrada como um todo.
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lecastel 17/01/2012

Meu amigo
Sempre que vejo "No reservations", no TLC, penso que Anthony Bourdain poderia ser meu amigo. Quero convidá-lo para uma cerveja e ficar ouvindo suas histórias a noite inteira, repartir com ele as minhas impressões e viagens e, no final, dar risada de tudo, ironizando o que merece ser ironizado e brindando o que vale a pena brindar, mesmo que seja a qualidade do petisco servido.
Então, quando surgiu este livro, logo me interessei. Já conhecia sua fama. De certo modo, conhecia seu estilo de narrativa (porque ele narra em seus programas, constrói os textos, conclui). Quis o livro no primeiro minuto em que soube de sua existência.
O primeiro capítulo já me prendeu de cara. Ele ter compartilhado a experiência de ter comido aquele passarinho de nome até então desconhecido me deu a sensação de que viriam outras histórias assim.
Mas não. Seu livro é de outro tipo. Ele não está ali para simplesmente contar experiências exóticas ou marcantes ou diferentes de tudo que já vi. Não. Ele fala do mundo. Fala dos absurdos do mundo (como pagar fortunas por um prato ou tentar vender a ilusão de que qualquer um pode ser um chef. Ops, perdão, Ratatouille).
Do que gosto mesmo é de sua honestidade. Parece que ele não está nem aí para o que vão pensar as pessoas. Por outro lado, ele deixa escapar que não é bem assim, como o gélido encontro com uma mulher que o vê num bar e se aproxima dele, segurando-o e deixando suas unhas em sua carne, produzindo-lhe calafrios. Ele tinha falado mal dela. Ou, como diria um amigo, não falara mal. Falara a verdade.
Em outro capítulo, ele se encontra com um antigo empregador. Sobre o qual dissera algo bem desabonador (seus cozinheiros se drogavam), embora não tivesse revelado sua identidade. Esse encontro se dá num restaurante. No início, ele não o reconhece. Depois a mulher do sujeito chama sua atenção dizendo algo como "oi, Tony. Lembra-se do sombra?" (ou qualquer apelido que tenha dado no livro "Cozinha Confidencial"). No íntimo, Bourdain desejava que o dito cujo não tivesse lido o trecho em que contava as desventuras em seu restaurante.
Esse honestidade, para mim, é como uma fina iguaria. Eu a devoro. No capítulo "O caso do peixe de segunda-feira", Bourdain conta de sua raiva. Ah, eu também tenho raiva. Li e me identifiquei. Li e pensei: "poderia ter feito o mesmo". Poderia, mas não o faria. Essa é uma diferença que temos entre nós, eu e "meu amigo". Posso até pensar em dizer umas verdades. Porém não o faria com medo de ferir certos brios. Ele acha melhor falar. E no seu estilo. Deve ter gente que o detesta. Eu não. Eu o aprecio. Seria um bom amigo para encontrar no bar.
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Anica 11/10/2011

Ao Ponto (Anthony Bourdain)
Se você gosta de programas culinários em algum momento já deve ter ouvido falar de Anthony Bourdain. Foi chef em diversos restaurentes de Nova York, mas atingiu fama mesmo após a publicação de seu livro Cozinha Confidencial, no qual contava alguns podres (sem intenção de trocadilho) das cozinhas em que trabalhou, revelando suas experiências envolvendo drogas e muitos truques que a clientela sequer imaginava (como o já famoso conselho sobre não comer peixe nas segundas, porque eles são restos do final de semana).

Cerca de dez anos depois, Bourdain retorna com Ao Ponto, que tem como subtítulo Uma carta de amor sangrenta ao mundo da culinária. Bourdain não é mais chef, agora é estrela de programa de televisão (o No Reservations, lá fora exibido pelo Travel Channel e que no Brasil passa no Discovery Travel and Living). Sua vida está claramente diferente da que levava no período em que escrevera Cozinha Confidencial, até porque agora a equação traz uma nova esposa e uma filha, o que, nas palavras do próprio autor, significa largar a jaqueta de couro e abraçar a maturidade.

Maturidade que obviamente não significa que ele seja cuidadoso nas escolhas das palavras que dirige especialmente aos ex-colegas. Os textos de Ao Ponto (dá para dizer que cada capítulo é como uma crônica) são quase como uma metralhadora automática apontando na direção de grandes figuras do universo da gastronomia, desde Gordon Ramsay (que ele parece respeitar, embora destaque a toda hora que seus restaurantes estão falidos) até o jornalista Alan Richman, que ganhou de presente um capítulo inteiro chamado “Alan Richman é um babaca”, no qual Bourdain explica porque dissera isso em uma palestra. E não, as palavras não tem qualquer eufemismo.

Aliás, sobre o estilo de escrever de Bourdain vale destacar o bom trabalho da tradução, por conta Celso Nogueira. Eu torci o nariz em uma passagem em que dizia que “pretende ser restaurante” que me parecia óbvio que era o verbo pretend (fingir), e não intend (pretender), mas a verdade é que Nogueira conseguiu manter de forma impecável o estilo desbocado de Bourdain, com suas boas escolhas na hora de traduzir gírias e expressões norte-americanas para nosso português.

E isso é importante, porque parte do que faz Ao Ponto ser um livro gostoso de ler não é ficar sabendo da sujeira que os chefs escondem embaixo do tapete (embora isso também seja legal), mas principalmente esse tom de conversa com um amigo no bar que Bourdain consegue manter com o leitor. As queixas dele sobre os colegas não são muito diferentes das suas quando conversa sobre o trabalho com um amigo, acredite. É o sujeito que queima a reputação dos outros do grupo, aquele que se acha superior aos demais e que descobriu a fórmula do sucesso, o outro que é movido a ego, etc.

Fica nítido que comida é um negócio, e como qualquer outro apresenta esse tipo de figura detestável, assim como os queridos – o que Bourdain deixa bem evidente no capítulo Heróis e Vilões, no qual coloca Jamie Oliver como herói, por exemplo, embora deixe claro que não suporta o estilo do cozinheiro. Há ainda os bastidores envolvendo a televisão e os programas voltados à culinária, e aqui Bourdain também não tem papas na língua e critica inclusive a Food Network, que comprou o Travel Channel onde ele trabalha.

Alguns capítulos merecem destaque, como o divertidíssimo Educação Básica (Bourdain tentando convencer a filha a não gostar de McDonalds), ou ainda Os ricos comem de um jeito diferente, que de certa forma fez com que eu lembrasse de Rum: Diário de um Jornalista Bêbado, do Hunter S. Thompson. Também o verdadeiro Então você quer virar chef?, que joga fora todos os sonhos de um leitor que ao ler os livros de Bourdain decida seguir esse caminho, mas tem mais de 30 anos e está acima do peso. E ainda, O caso do peixe de segunda-feira, que faz um belo apanhado de como as coisas mudaram não só na vida do autor, mas também nas cozinhas do mundo desde a publicação de Cozinha Confidencial.

Com um tom bastante pessoal, com referências variadas à cultura pop, a verdade é que ao falar de comida Bourdain consegue falar da vida. E é por isso que o livro tem tudo para ser interessante não só pelos apaixonados por gastronomia, mas também aqueles que não fazem de uma ia ao restaurante um grande evento.
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Aguinaldo 10/09/2011

ao ponto
Publicado em meados do ano passado, "Ao ponto" é uma espécie de ajuste de tom de Anthony Bourdain. Há dez anos, ao lançar "Cozinha confidencial", seu estilo debochado, direto e bem humorado agitou o mundo dos livros de gastronomia e fez seu livro entrar para a lista dos mais vendidos em quase todos os lugares onde foi publicado. Ele tornou-se uma celebridade, mas uma que não economizava sarcasmo e palavrões para descrever o quanto é isenta de glamour uma cozinha profissional e o quanto a maioria dos cozinheiros são sujeitos estressados e frequentemente intoxicados. Muita gente, inclusive no Brasil, leu sobre as maluquices que Bourdain descrevia e imediatamente o invejava, imaginando-se a comandar uma cozinha, a trepar com garçonetes e clientes lindíssimas, sendo recebido como um rei em restaurantes três estrelas, bebendo e se drogando no final da noite de trabalho. Ele descrevia também a disciplina quase militar e o aprendizado contínuo necessário para se enfrentar noite após noite o fluxo de clientes (o que tornava quase todas as experiências do livro contraditórias e auto-excludentes, como na vida, claro), mas o jorro de palavras de Bourdain encantava (e deve encantar ainda hoje, acredito) por conta do estilo e da originalidade. Parecia que ninguém havia falado sobre culinária daquela forma antes. Claro, ele não termina aquele livro sugerindo que todo neófito que tivesse algum interesse em culinária devesse abandonar seu emprego aborrecido e juntar-se a brigada do primeiro restaurante que encontrasse. O livro sugere exatamente o contrário. Mas quando um texto torna-se um best seller não importa o que está escrito, mas sim o entendimento coletivo do que está escrito, reverberado por críticos lenientes, jornalistas apressados, press-releases mal lidos, comentários de amigos que acham que "aquele livro" tem a sua cara. Logo depois da publicação de "Cozinha confidencial" ele deixou o cargo de chef do restaurante sofisticado que comandava. Criou um (ou mais) programas de televisão, passou a escrever com regularidade para jornais e revistas, fez viagens ao redor do mundo em busca de sabores e paisagens exóticas. Publicou outros livros neste período (Em busca do prato perfeito e Maus bocados). Estes dois são livros clássicos de viagem e gastronomia, algo irregulares, mas que Bourdain salva por conta de seu bom humor e o acerto da maioria de seus argumentos de antropólogo selvagem. Com "Ao ponto" ele retoma sua autobiografia. São dezenove textos independentes, crônicas que relatam as coisas em que se envolveu nos últimos dez anos. Alguns são quase contos, construções ficcionais, outros reflexões interessantes sobre gastronomia e a vida. Ele confessadamente tenta se redimir dos exageros do "livro raivoso" que o lançou ao sucesso, mas não faz concessões nem é piegas. É só um sujeito que ficou mais velho; descasou e casou novamente; tornou-se um pai cinquentão; fez novos amigos, manteve alguns e perdeu outros; comprou brigas e foi convidado para entrar em brigas; reinventou-se (sobreviveu talvez seja a palavra certa) à sua maneira. O tom de suas narrativas é variado (memória, causos engraçados, conversa olho-no-olho, divagações, especulações, humor ácido, pedido de desculpas). Não há hipocrisia. Gostei particularmente dos textos em que ele achincalha sem perdão, explicitando porque tal sujeito e/ou comportamento é condenável ou questionável. O texto onde ele faz um "Quem é quem" do mundo da gastronomia americana é muito bom. Gostei também de um onde ele descreve a habilidade de Justo Thomas, um preparador de peixes de um restaurante sofisticado (que é levado para o salão do restaurante onde trabalha, pela primeira vez, por Bourdain). Um sujeito curioso sobre o que são os menu-degustação dos restaurantes estrelados também vai se divertir com um dos textos do livro. Bourdain não nos deixa esquecer que não há boas intenções genuínas entre os homo sapiens sapiens, principalemente naqueles envolvidos em um negócio tão lucrativo e competitivo quanto o da gastronomia. No final ele faz o censo do povo que ele citou (e/ou achincalhou) no "Cozinha confidencial", já pode ir dormir em paz e sonhar com os ruídos da caixa registradora. [início 03/09/2011 - fim 06/09/2011]
"Ao ponto: uma carta de amor sangrenta para o mundo da culinária", Anthony Bourdain, tradução de Celso Nogueira, editora Companhia das Letras, 1a. edição (2011), brochura 14x21 cm, 323 págs. ISBN: 978-85-359-1925-7 [edição original: Medium Raw: A bloody valentine to the world of food and the people who cook (Ecco Books,HarperCollins) New York, 2010]
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