Carolina Luz 20/11/2011FomeDe início, você começa sem muito afinco. Três personagens centrais, histórias que não parecem ter ligação nenhuma. É confuso e desgastante. Então, Thierry faz com que você comece a se preocupar. Você se preocupa com o futuro desses personagens e se perde na angustia. Uma angustia que chega devagarinho, a cada letra devorada. Logo, você se torna um faminto. Faminto pelo fim, por tudo, que; até então, você julgava ser nada. Sem mais nem menos, 120 páginas se foram e essa sensação desesperadora de não se pertencer mais, de ter suprimido um pouco da sua própria vida envolto em páginas e páginas desse desatino, começa a machucar, mas você quer mais, você tem fome. Você está ali, junto a Vicent, Alex, Eve e Roberth e eles ditam o seu destino. Você sabe que em breve tudo terá um fim, e não quer que isso ocorra. Eles, ao seu modo, são apaixonantes demais. E o horror... O horror se estende a cada ação que você julga que eles tomarão. E você sofre. Por e com todos. E odeia. Odeia todos. E ama. Ama todos. E então, só resta a contracapa branca e as letrinhas miúdas na parte inferior da penúltima folha trazendo informações sobre a impressão, a letra e o tipo de folhas utilizadas nessa angustiante viagem. Um vazio atordoante. Foram emoções fortes demais, em um curto período de tempo. Você não está preparado para esse brusco adeus. Não agora, não nessa viagem de apenas 158 páginas.