spoiler visualizaranaruiz 05/01/2021
Resenha Casa de Pensão
O romance de Aluisio Azevedo foi inspirado em um crime real, envolvendo dois estudantes, que ficou conhecido como "A Questão Capistrano", ocorreu em 1876 na cidade do Rio de Janeiro. O livro foi publicado em 1884 e segue os padrões nasturalista e realista.
Uma técnica que foi utilizada é o abuso dos detalhes de tal modo que a história caminha devagar e monótona.
Na obra, é descrita a vida nas pensões “familiares”, onde se hospedavam jovens que vinham do interior para estudar na capital. O naturalismo enfatiza o lado doentio do ser humano, as perversões dos desejos e o comportamento das pessoas influenciado pelo meio em que vivem; na história, o interesse é movido pelo dinheiro, que acaba sendo o centro das relações das personagens.
A obra me supreendeu e conta com várias críticas à sociedade e ao caráter das pessoas, mostrando até onde são capazes de ir para conseguir o que querem.
(contém spoiler)
A narrativa conta a história de Amâncio, um rapaz rico, que sai do Maranhão para estudar Medicina no Rio de Janeiro. Ele chega cheio de ilusões e com pouquísssima vontade para estudar. No começo, Amâncio mora na casa do Senhor Campos, um amigo antigo de seu pai e contra a sua vontade matricula-se na Escola de Medicina.
Seu maior desejo era o de começar uma vida livre, porém, chegar tarde, faltar às aulas e embebedar-se não era permitido na casa de Campos.
Por isso aceita o convite de João Coqueiro, proprietário de uma casa de pensão, junto com a sua mulher Mme. Brizard para morar em um dos quartos. O que Amâncio não sabe é que há interesse em seu dinheiro. Coqueiro deseja arranjar o casamento de sua irmã, Amelinha, com o maranhense, já que ele é rico. Amâncio é tratado com toda a pompa, pois todos queriam aproveitar o dinheiro do rapaz. Amélia não se faz de rogada e faz a sua parte no jogo de sedução a Amâncio.
Durante toda a narrativa, fica visível como Amâncio é galante e se enamora das mulheres facilmente. Ele se encanta, por Dona Hortência, mulher de Campos, tem interesse também em Lúcia, uma das moradoras da Casa de Pensão, com quem tem um longo caso. A reviravolta se dá quando Amâncio se enamora por Dona Hortência e lhe escreve uma carta apaixonada, entretanto, quem descobre a carta é Amelinha, com quem Amâncio já está se relacionando e que esconde a carta e entrega ao irmão. Algum tempo depois, o pai de Amâncio morre no Maranhão.
Ele pretendia voltar, a pedido da mãe para vê-la e também para administrar os negócios que o pai deixara, logo que terminassem os seus exames de medicina. Contudo com medo de perder a influência sobre Amâncio, Amelinha exige que eles se casem. Amâncio diz que não vai e planeja ir ao Maranhão escondido.
No dia do embarque, Amâncio é preso, acusado de seduzir e ter tirado a honra de Amelinha. João Coqueiro foi quem preparou toda a trama! O senhor Campos prepara-se para ajudar o estudante, mas Coqueiro lhe entrega a carta que Amâncio escrevera à D. Hortênsia.
Campos fica arrasado e desiste de ajudar o rapaz, uma vez que este não soube respeitar a casa que o acolheu. O processo judicial dura em torno de três meses e ao final Amâncio é absolvido da acusação e sai vitorioso.
Quando o estudante foi liberto, Coqueiro, no dia seguinte, saiu apressado e foi ao Hotel Paris, onde estava Amâncio. Entrou no quarto onde Amâncio dormia tranquilo, e disparou vários tiros à queima-roupa. Antes de morrer, o estudante leva seu pensamento até a mãe querida, e sua última palavra é chamá-la, antes de morrer.
Coqueiro tenta fugir, mas é pego pelos policiais. Muitos visitam o necrotério para ver o cadáver de Amâncio, e um funeral grandioso com a presença de pessoas ilustres e até políticos é feito.
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