Katy 28/07/2015
Os Sete - André Vianco
Confesso que eu tinha um certo preconceito com escritores brasileiros... até conhecer André Vianco. Os Sete não é só uma história comum de vampiros. É macabra, engraçada e muito diferente de qualquer coisa que eu já havia lido antes.
Apesar de eu não ser uma devoradora de histórias com vampiros, já li sobre o clássico e muito, muito cruel, Drácula de Bram Stocker e o completamente doce e amável Edward, de Stephanie Meyer (Crepúsculo) e, com Vianco, os vampiros ficaram num meio termo que os tornou meus favoritos. Eles não são absurdamente cruéis, mas também passam longe de ser românticos e são, sem sobra de dúvidas, os vampiros mais engraçados sobre os quais já li.
Ainda assim, Os Sete não tem o intuito de ser uma história cômica. O que acontece é que tudo começa quando jovens exploradores marítimos encontram uma caravela no mar e, dentro dela, uma pesada caixa de ferro com um grande alerta de que não abram para não despertar a maldição. Nessa caixa também encontra-se os nomes "Inverno, Acordador, Espelho, Lobo, Tempestade, Gentil e Sétimo".
Empolgados com a descoberta, eles não se abalam com a mensagem, achando que não passa de superstições de algum religioso, e logo tratam de abrir a caixa, surpreendendo-se ao encontrar sete cadáveres, aparentemente de mais de 500 anos atrás, vindos de Portugal.
Nesse momento, uma das jovens, Eliana, acaba se cortando e deixando uma gota de sangue cair próxima a um dos cadáveres, e esse pequeno acidente dá início à um processo de regeneração do corpo, que logo volta à vida e fica confuso por não saber onde está.
Ainda que não saibam no começo, os jovens estão diante de Inverno, que tem o dom de congelar tudo que quiser em poucos segundos. Assim como Inverno, cada um dos cadáveres tem uma habilidade especial que lhe originou o nome talhado na caixa. Tempestade provoca os piores temporais, Lobo se transforma em um lobo gigantesco, Acordador pode dar vida aos mortos...
Aos poucos, todos os vampiros se acordam e é nesse momento que o livro mostra sua pitada de humor. A história se passa em Porto Alegre, o que tornou tudo muito divertido por ser a cidade onde moro (os lugares citados são lugares que já frequentei ou frequento, então parecia tudo muito mais real) e, acima de tudo, os vampiros estavam dormindo há mais de 500 anos, então tudo é novidade e ,motivo para questionamento.
Quando Inverno vê um refrigerador pela primeira vez então, é o máximo! Ele fica completamente intrigado e até enciumado pelo fato do homem ter conseguido reproduzir seu dom. Além disso, tem o fato de eles falarem em português de Portugal, valendo se chamar de "Gajo" e até de "Maricas" (quando estão brabos).
Contudo, torno a repetir que "Os sete" está longe de ser um livro de humor. Vai ter batalhas, sangue, perseguições e acontecimentos macabros. O desenrolar da história se passa com eles tentando perseguir e capturar Eliana, pois como foi seu sangue que despertou Inverno, eles a consideram sua mãe, e por isso querem levá-la com eles de volta para Portugal. Tiago, um dos descobridores da caravela e protagonista da saga, tenta protegê-la à todo custo, e é essa perseguição que dá suspense à história.
Enfim, os Sete é um livro incrível, que, com certeza, se tornou a melhor história de vampiros que já li! Ele tem uma continuação, chamada O Sétimo, que conta a história do único dos sete cadáveres que não foi acordado, exatamente por ser considerado "o Maldito", o mais temido dos vampiros.
Ainda não tive a oportunidade de ler "O Sétimo", mas tenho certeza que, se André Vianco seguiu o ritmo de "Os sete", trata-se de outro excelente livro, digno de concluir essa história que começou tão bem!
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