Mila.Salah-Mars 21/12/2020
A mulher que matou os peixes
O nome da obra analisada é "A Mulher Que Matou os Peixes" escrita pela Clarice Lispector que nasceu em 1920 na cidade de Chechelnyk na Ucrânia e morreu em 1977 no Rio de Janeiro no Brasil. Ela foi uma jornalista e escritora brasileira de origem ucraniana. O seu nome de nascença era Haya Lispector. Ela era conhecida como escritora de contos, ensaios e romances e também como a maior escritora judia no Brasil.
A autora conta para gente suas pequenas histórias dos bichos que nem sempre eram convidados como por exemplo as lagartixas e as baratas e as histórias dela nem sempre terminam bem. Uma vez ela esqueceu de dar comida aos dois peixinhos vermelhos do seu filho e isso resultou em sua morte, porém a autora nos assegura que ela amava muito os bichos e nos garante que não foi culpa sua e que ela era incapaz de machucar qualquer bicho, até mesmo uma mosca. Ela introduz a morte e o sentimento de tristeza de um jeito simples e infantil, porém ela deixa a escolha de perdoá-la ou não aos leitores. A obra foi publicada em 1968 .
Ao ler a obra da Clarice Lispector "A mulher que matou os peixes" eu enfrentei sentimentos da natureza perplexa. Eu gostei e desgostei dela ao mesmo tempo. Clarice conta as suas histórias e explica os seus sentimentos da maneira aberta e muito interessante. A gente até tem impressão de ser seu filho ou filha ou, no mínimo, de a conhecer muito bem porque ela parece ser transparente e até infantil no seu jeito de falar. O estilo de escritura é muito animado, isso traz um certo charme pra leitura e a gente termina com vontade de querer ler mais. A autora parece amar muito as crianças e ter jeito com elas. Ela repete muitas vezes que ela não matou os peixes de propósito, isso nos faz pensar que ela está se sentindo culpada e está com muita dor pelo que aconteceu porque esses bichinhos não faziam mal nenhum para ninguém.
Após terminar a leitura pensei muito nas histórias de Clarice Lispector. Ela me pareceu não se apegar a nenhum dos seus bichos e não amar os bichos dela do jeito que a gente ama os membros da nossa família porque cada vez, quando surgiam obstáculos, ela se desfazia deles sem pensar duas vezes e sem considerar os sentimentos dos bichos mesmos (principalmente falando dos cachorros e do macaco). Os bichos da Clarice certamente a amaram como filhos amam a sua mãe e mãe tem só uma e o dono deve ser um. Os bichos, mesmo sendo "bichos", sentem a mesma dor e decepção, o mesmo amor e desespero. Eu acredito que existe só uma exceção do bicho não poder ficar mais com o dono que é a morte do segundo. Para provar as minhas palavras eu gostaria de dar o exemplo do cachorro japonês, muito conhecido no mundo inteiro como Hatikho, ele continuou a esperar por mais de nove anos pela volta do seu dono após a morte dele, voltando à mesma estação de trem todos os dias da sua vida, ele não ficou com nenhuma outra pessoa nunca mais porque não quis.
Eu não culpo a autora porque cada um tem o seu jeito de amar e, de qualquer maneira, não tem o jeito "certo" de amar pessoas ou bichos. Porém, certamente não é bom se fazer e desfazer do outro quando a gente já se cansou dele ou ele ficou velho ou simplesmente, a gente não o quer mais, pelo contrario, um bicho precisa de nós muito mais que a gente precisa dele.
Isso é o maior ponto negativo dessa obra na minha opinião. Em poucas palavras, eu não acho que essa obra dá um bom exemplo da responsabilidade por aqueles que nós "convidamos" para conviver com a gente e não acho que é a melhor obra para falar da morte pras crianças. Clarice Lispector achou engraçado como cada pedaço solto da lagartixa começa a se mexer sozinho. No início, essa frase parece inofensiva mas depois fica bizarra. O resultado da morte não deve ser engraçado de jeito nenhum, sobretudo, pras crianças.
Eu dou 3 estrelas para essa obra pelos pontos negativos que eu levantei.