ritita 01/12/2016FUI ATROPELADAAA!O MELHOR DE 2016! . Não, não pode ser ficção! Mentira sua Isabel!
Leio quase tudo da autora, mas desta vez ela se superou, tô catatônica, pasmada, totalmente esgotada com esta história.
Diz a Isabel que a inspiração para escrever este livro veio do problema com drogas enfrentado pelos três filhos de seu marido. O mais velho enfrentou problemas com heroína durante anos, entrando e saindo de diversas clínicas de reabilitação. A filha do meio morreu de overdose, tendo até se prostituído. Me engana não, menina, e o restante?
A história começa com Maya, uma adolescente de 19 anos, chegando em Chiloé, uma ilha no Chile, onde se refugia, intercalando presente e passado.
Maya foi deixada com os avós paternos pela mãe, o pai aviador, ausente até sua adolescência, estes avós, nada convencionais, Nini e Popo, criaram-na com todos os mimos e proteção, a ponto de dormir na cama deles até 12 anos de idade; depois a moleca envolve-se com duas “amigas” e, sem conhecer a vida, envolve-se com drogas, “minha Nini” coloca a menina numa clínica de reabilitação, de onde ela foge para Las Vegas e, sem um tostão, é “adotada” por um traficante, passando ao uso de todas as drogas possíveis e imagináveis, tornando-se tóxico dependente - Heroína, anfetaminas, álcool, maconha, etc, etc.
Pensam que é só isto? Enganam-se totalmente. Todos, todos os personagens do livro, Nini, Popo, Manuel, Blanca, etc, etc, são espetacularmente bem construídos e a história da revolução no Chile como pano de fundo, sempre. E o amor na vida de Maya? As descobertas sobre o passado da família? Ah! E a ilha Chiloé que Maya vai recuperar-se de tudo que sofreu em Las Vegas? Se for para ir ao Chile e não for lá eu brigo.
Nada falta no livro, drogas/álcool, máfia, prostituições, violências domésticas, preconceitos de raças, violação, incesto, gravidez na infância, perseguições, campo de concentração, assassinato em massa.
Trechinhos:
No Chile as classes sociais dividem o povo, como as castas na Índia ou a raça nos Estados Unidos (…) as “chilotas” (da ilha de Chiloé) são gordas,baixas, com traços indígenas, desgastadas pelo trabalho e as penas”.
“Creio que o meu aspecto foi um secreto alívio para minha mãe, porque eu não apresentava evidência dos gens latino- americanos do meu pai e num aperto poderia passar por escandinava”
Li em ebook e já foi para lista dos físicos, claro que vou querer reler. Nota? Impossível dar nota num "fuoriserie!.