A casa das belas adormecidas

A casa das belas adormecidas Yasunari Kawabata




Resenhas - A Casa das Belas Adormecidas


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Robert 11/05/2020

Um livro difícil
Imagino que se esse livro fosse lançado nos dias atuais não caberia... por se tratar de uma casa que pessoas vão pra dormir com mulheres dopadas quando já são impotentes devido a idade é algo que causa um baque tremendo. Mas ao mesmo tempo o lirismo nesse livro faz nós refletirmos no fundo da nossa alma sobre a velhice, essa fase que todos tememos tão perto do nosso fim e com incômodos de certa forma humilhantes e depressivos como a impotência. É um livro belo devido às reflexões do passado do protagonista e essa fase tão delicada da vida que é a velhice mas ao mesmo tempo nos trás um sentimento de repulsa pela casa em si. Assim como é repugnante a casa apesar da questão de nenhum dos idosos chegarem ao ato de fato por serem impotentes, causa um incômodo gigantesco saber que tem uma mulher ali deitada sem proteção mesmo ela concordando em estar nessa situação. Entendo a intenção do autor de fazer uma comparação da humilhação de procurar um lugar daqueles com as situações e reflexões inevitáveis da velhice e ele realmente consegue isso. É uma leitura que vc tem de fazer de mente aberta e procurar entender a intenção do autor que verá a beleza do livro, caso contrário ficará só com o sentimento que é um texto repugnante.
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Thaís Aguiar 10/05/2020

É um livro curioso sobre uma temática peculiar. Uma casa que se assemelha a um bordel, mas com a característica de que as moças passam as noites completamente adormecidas enquanto seus clientes (homens velhos) desfrutam de suas presenças "inertes". Estes clientes são proibidos de "deflorar" estas meninas, pois são virgens e devem se conservar desta maneira. Apesar de ser um contexto problemático, que incomoda, a escrita é um tanto delicada. Há alguma coisa neste livro que nos prende pela curiosidade mórbida de saber se algo vai "fugir do controle". Apesar disso, não acho que este livro me cativou como eu gostaria.
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iagofelipeh 04/05/2020

Grata surpresa!
Sou ainda pouco versado em literatura oriental como um todo, quase que todas minhas incursões foram em autores nipônicos. Embora pretenda abranger cada vez mais a gama de países e autores que fogem à minha zona de conforto ocidental, essa iniciação não poderia ser diferente, afinal os mangás e animações oriundas deles foram sempre muito presentes na minha infância e adolescência, sendo um segmento relevante do que posteriormente me tornou entusiasta de literatura.

Agora, deixando o que concerne a minha formação de lado e colocando em foco a obra, é sempre uma surpresa notar que os romances japoneses lidos por mim fogem ao mote mais comum dos quadrinhos e são de uma escola bem peculiar, sensível e arrebatadora.

Yasunari Kawabata foi o primeiro de seu país a ser galadoardo com o mais importante dos prêmios literários, o Nobel de 1968. Isso por si só já é um grande feito e o suficiente para chamar minha atenção. E o caso desse senhor é ainda mais característico, uma vez que discursou contra o suicídio ao receber o prêmio e, em 1972, acabou tirando a própria vida durante um grande surto depressivo. Tais fatos, tamanha incoerência, essa dicotomia trágica foi mais do que suficiente para me fazer pegar um livro seu pra ler de imediato, e o escolhido foi o que me pareceu ser mais elogiado.

"A Casa das Belas Adormecidas" é um romance curto (embora alguns considerem-no como pertencente ao gênero dos contos) cuja linguagem me surpreendeu em demasia pela sensibilidade e poesia colocadas de maneira orgânica na obra. De fato é uma prosa de tirar o fôlego, que vai prender-te do início ao fim; dispõe de uma rítmica ímpar. Poucos autores conseguem a proeza de unir elementos esses com incursões psicológicas e filosóficas de modo a manter a fluidez. Kawabata - digo sem medo de errar - foi um gênio e decerto não recebeu prêmios tão magnânimos à toa.

Pois bem, embora minha intenção aqui não seja entrar em detalhes sobre a trama (afinal quero que você leia esse livro!), vale pontuar que se trata de uma incursão sensível, com caráter profundamente memorial, de um senhor de 67 anos chamado Eguchi durante sua experiência com um tipo de casa de prostituição deveras peculiar, misteriosa e, claramente (pra se dizer o mínimo), problemática.

Vi também muitas críticas a forma como a mulher é objetificada no romance. De fato, não há o que discutir quanto a isso, esse incômodo e inconveniente é parte estrutural da atmosfera pretendida pelo autor. Todavia, ao meu ver, salvo um ou outro ponto, vejo que o enredo brinca com todos os elementos conflitantes. A cada nova experiência naquele local, na mesma medida que as garotas são retratadas de modo inerte, as lembranças do protagonista mostram mulheres fortes e que marcaram excessivamente a vida do então idoso, e foram muitas! Outrossim, me parece que o intuito do autor foi demonstrar muito mais a decadência da virilidade masculina, a humilhação e o ridículo que envolve, uma vez que, ainda decrépitos sexualmente, buscam satisfazer-se com jovens garotas de qualquer forma. Na verdade há muito o que se discutir sobre, creio ser um plote longe de ter sido esgotado.

Em suma, já falei bastante e fica evidente minha recomendação. É curioso ressaltar, além dos momentos finais do escritor, toda sua vida progressa, extremamente trágica e controversa. Perdeu gradualmente todos os parentes próximos, viveu maus bocados, além de ter sido polêmico quanto o seu posicionamento político que permeiou as duas grandes guerras mundiais.
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Victor 29/04/2020

Incrível! Esse é um daqueles livros que vou precisar reler algumas vezes para cada vez mas captar sua essência.

Além de muito bem escrito, o auto trabalha muito com o lado psicológico do personagem. Apesar de relativamente curto, há muito mais escrito nas estrelinhas dessa obra!
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Gilmara Silva 24/04/2020

Citação
"Dizem que não há nada neste mundo mais apropriado para provocar as recordações do passado que o cheiro gravado na memória".
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Priscila 19/04/2020

A casa das Belas Adormecidas… que livro , vocês não têm ideia de como esse livro é ótimo. Na história temos uma casa que recebem homens idosos para passar uma noite ao lado de uma Virgem “drogada com algo para dormir”, pode ocorrer qq coisa que ela não irá acordar, mas nosso protagonista vai até o lugar depois da indicação de um amigo e após admirar a beleza da jovem, tem lembranças de amores passado e de alguns fatos marcantes em sua vida… e reflete sobre a idade e o tempo.
É um livro curto com um pouco mais de 100 páginas, mas muito marcante. Para quem procura algo diferente para ler super recomendo. E o escritor Kawabata é ganhador do prêmio Nobel.
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Geórgia 16/04/2020

A casa das belas adormecidas
Já tinha lido "Mil tsurus" do mesmo autor e gostei muito. Imaginei que essa obra também iria me agradar. Como eu estava errada. A narrativa em primeira pessoa do velho Eguchi, 67 anos, mostra uma casa na qual jovens são doragadas para permanecerem desacordadas durante a noite, momento em que os clientes, idosos do sexo masculino, procuram o estabelecimento para uma noite de sono na companhia dessas jovens. O velho Eguchi ao buscar o serviço da casa das belas adormecidas, ao mesmo tempo em que desfruta da "companhia" das moças relembra seu passado. Um livro sobre a velhice, a memória e a sexualidade do homens na sociedade japonesa. Sim, o livro é sobre isso, já que a visão compartilhada é de Eguchi. A perspetiva das moças não nos é apresentada a não ser pelos próprios devaneios e questionamentos de Eguchi. Me incomoda muito esse tipo de narrativa ser tão enaltecida no meu literário. Sabemos que a obra deve ser encarada e analisada a partir do contexto social e histórico. A sociedade japonesa ainda é extremamente machista e xenofóbica. Termino essa leitura extremamente incomodada e se soubesse que era assim, não teria lido.
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Guilherme 16/04/2020

Ganhador do Nobel.
É um livro em que a história está mais no tempo psicólogico do personagem em que tudo parte de suas reflexões e memórias quando vai à casa das belas adormecidas.
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Matheus945 14/04/2020

Idade e moral
Esse é um livro muito interessante e muito gostoso de ser lido, dá até pra ler em um dia, que me fez pensar sobre muita coisa.
A primeira delas logo de cara é o fato de ser uma casa de prostituição onde as garotas dormem, e o público, até então são de homens idosos. Tem uma passagem que o narrador diz que eles vão até lá para expurgar seus pecados e seus males, uma espécie de confessionário (que me trouxe muito a impressão de ser uma metáfora para o purgatório), para mulheres que não vão te ouvir nem lembrarão que você existe no dia seguinte.
Outra questão é sempre essa comparação de idade que acontece, sempre são garotas muito jovens, algumas aparentemente são adolescentes, que me deixou muito mal e fiquei questionando a moral do protagonista. Ele sabia que dopavam essas meninas e que algumas são menores de idade, porém o fato de ele precisar desabafar e se expurgar é maior do que prostituição infantil...
Mais uma e que eu quero tentar entender: por que livros japoneses, ou os que chegam aqui pelo menos, tem uma questão tão forte com sexo e sensualidade?
Um livro curto e eficiente no que se propõe, gostei muito e quero ler os outros livros desse autor sem nem pensar duas vezes.
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Thaís Vilas Bôas 14/04/2020

Linda obra japonesa
Livro que ganhei de aniversário da amiga Ronize! Ela, que sempre me indica lindas obras japonesas (além de maravilhosos chás), não poderia ter acertado mais na escolha!

Confesso que, no primeiro momento, achei a história meio estranha. Logo de início, o leitor se encontra dentro de um “bordel” onde há meninas virgens e homens solitários que se satisfazem com o simples ato de estar ao lado de uma mulher.

Mas, ao mesmo tempo, senti a história me envolvendo. No término de cada capítulo, não conseguia deixar de ler o próximo para descobrir como será a nova ida do Eguchi ao local. E, de forma profunda, o personagem analisa suas memórias, lembranças de fatos de sua vida e antigos relacionamentos.

O mais interessante é que Eguchi é casado e aparentemente tem uma vida sexual ainda ativa. Ele vai ao local mais como uma curiosidade de como é a vida solitária daqueles que já são impotentes.

Com uma escrita delicada, adorei a leitura. É daquele tipo que nos marca e nos faz refletir. Obrigada por esse presente!

@dboascomcafeelivros
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Jacque Spotto 14/04/2020

Diferente de tudo que já li
Confesso que ainda não sei meu sentimento em relação a esse livro, pois aborda situações em um ambiente que me deixou bem incômoda.

Basicamente o livro se trata das visitas de Eguchi, um senhor de 67 anos, a uma espécie de bordel, porém o que difere este lugar dos outros bordeis ditos ?tradicionais? é que ele é frequentado somente por velhos, como no próprio livro os descreve como ?decrépitos? ou ?velhos que não eram mais homens?, para definir por suas impotências sexuais, outra peculiaridade é que as moças que farão companhia aos velhos estão totalmente adormecidas, não naturalmente, são induzidas por meio de algum remédio. Também nesse casa há algumas regras, dentre elas, as moças não podem ser ?violadas?. Não pode haver o ato sexual em si, nem maltratá-las.

Durante as visitas a essa casa, o velho Eguchi se sente por parte desconfortável em estar em tal situação, porém ele continua a frequentar o local por alguns outros momentos. E toda vez que ele vai se deitar com essas moças, que geralmente são muito novas e virgens, alguma sensação que ele tem diante elas lhe traz lembranças de algum momento de sua vida com alguma mulher, sejam elas amantes, suas filhas, sua mãe, e sua esposa, ou até mesmo sentidos como cheiros e gostos.

Mas tirando todo esse cenário estranho, o enredo se trata de uma questão mais profunda, por que esses velhos não pagam uma prostitua que esteja acordada? Que como relatam no livro é bem mais barata que as jovens virgens que eles nem podem fazer sexo? Pois bem, os velhos se submetem por uma questão psicológica, querem se sentir ?homens? novamente, de estar no controle, de se sentirem jovens, de ter a sensação da juventude naquelas garotas, de esquecerem como estão debilitados, e não serem uma vergonha por já serem impotentes diante de uma mulher.

O escritor tem uma forma muito delicada de escrever o que torna a história menos evasiva e que nos faz ligar os pontos e entender o que se passa sem ele relatar explicitamente. Suas descrições são bem detalhadas quanto ao ambiente e a beleza de cada moça, e também de todos os sentidos, como os cheiros que as moças exalam, seu hálito, a tonalidade de sua pele, a sensação dos cabelos nas mãos de Eguchi, o barulho das ondas do mar.

Mas como alguma beleza na forma de escrever do autor, ainda assim senti uma estranheza em lê-lo, imaginar a pessoa acordar e não saber o que ocorreu com ela, com quem passou a noite, o que aqueles velhos fizeram com seu corpo. As garotas estavam cientes de onde estavam e que seriam uma ?boneca? para os velhos, mas essa questão da lucidez me deixou muito angustiada, ainda mais se tratando de moças bem jovens, em torno de 14 a 20 anos.

Uma curiosidade que li em alguns artigos é que o próprio Gabriel Garcia Márquez se inspirou nesse livro para escrever ?Memórias de minhas putas tristes?. Nota-se a importância de Yasunari Kawabata não só na literatura japonesa, mas na literatura mundial.

Espero que gostem do ?pitaco? que escrevi aqui
Gilmara Silva 14/04/2020minha estante
Vi uma indicação desse livro ontem! Louca pra ler!


Jacque Spotto 14/04/2020minha estante
O bom que ele é curtinho, em um dia ou dois vc termina ?




Natália 03/04/2020

O livro narra a história de Eguchi, um senhor de 67 anos, que passa a frequentar uma casa com a finalidade de passar a noite com jovens entorpecidas e inconscientes. Impressiona a beleza com que fatos repugnantes ou, no mínimo, reprováveis são narrados, além da experiência sinestésica provocada pelas descrições constantes e muito bem exploradas dos cheiros, texturas, cores e sons do ambiente. As visitas de Eguchi à casa são mescladas ainda com reflexões sobre a velhice, reminiscências ao passado e uma tensão permanente entre brutalidade e ternura.
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Ãnimo Total 24/03/2020

?Não temo o suicídio. O pior que pode acontecer a uma pessoa é fartar-se da vida?.
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Dani 24/01/2020

O sexual da velhice
?...Contudo, haveria algo mais deplorável do que um velho que se deita ao lado de uma jovem adormecida que não acorda a noite inteira? Acaso não teria Eguchi ido àquela casa à procura dessa extrema miséria da velhice?. p. 14.

O velho Eguchi de 67 anos, ainda não perdeu sua vitalidade sexual, mais na ânsia curiosa de saber o que ocorre naquela casa, onde um amigo lhe disse que lhe fez muito bem, lá foi ele em busca desta aventura, e se surpreende não só com ?as belas adormecidas?, mas, consigo mesmo, seus anseios, lembranças e até mesmo o desejo maligno onde fica a desejar praticar o ato e também conhecer a morte.
Esse livro pode ser chamado de um conto do averso de si, pois em 5 visitas que Eguchi faz, cada uma delas o faz refletir sobre seu passado, suas filhas, a idade, as amantes e até chegar a sua mãe.
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