Marcos Faria 06/01/2015
Comprei ano passado, na Primavera dos Livros. Faz parte da minha intenção de ler mais autores periféricos. E, como tem acontecido na maioria das vezes que procuro algo diferente, o resultado foi muito bom. O livro começa num jogo de esconde-esconde com o leitor, com falsos começos, tramas que parecem ser a principal mas depois se mostram secundárias, e o resultado é que lá pela metade da história, quando o protagonista esquece seu nome, eu fui me dar conta de que também não lembrava o nome dele. Voltei alguns capítulos e só então fui ver que, de fato, o nome não aparecia – ele era apenas “o mestre do culto”, o “sacerdote”. Essa desidentificação acabou na verdade reforçando a identificação entre personagem e leitor – de forma tardia, porém eficaz. Ajudou muito, claro, a inesperada mudança de rumo, trazendo a história do Daomé para Pernambuco e depois Bahia. O clímax na Revolta dos Malês é escrito com uma riqueza que dá a impressão de que o autor estava lá.
Apesar de ter começado a ler nos últimos dias de 2014, terminei em janeiro de 2015. Por isso, é o post inaugural deste blog.
site: https://registrosdeleitura.wordpress.com/2015/01/02/escravos/