Resenhas - O Amor nos Tempos do Cólera

Marina442 26/11/2023

Ter fé e ver coragem no amor..meu livro favorito da vida! Sofrendo de ressaca literária essa prosa que vem como poesia.

Paulo 25/11/2023

De uma parte fabulosamente romântica da história da união de seus pais - ela própria parece ter sido inventada num romance - Gabo (Gabriel García Márquez) criou uma longa narrativa "hiper-romântica", ou patologicamente romântica, que se passa entre fins de século XIX e primeiras décadas do século XX, período marcado por guerras e, claro, pelo cólera. E pela longa espera da retribuição e concretização incertas de um amor.

Do fantástico de García Márquez a maior parte, mais como absurdo do que mágico, está concentrada nesse amor de Florentino Ariza, protagonista do romance. No entanto, não só o que a narrativa chama de amor é questionável hoje, embora como algo mais problemático para o próprio acometido desses sentimentos, mas também outras coisas que Gabo colocou nesse longo romance, como o sexo e relação entre um idoso e alguém de quatorze anos. Se há uma atipicidade extremamente interessante de acontecimentos e muita graça, graça mesmo no realismo do cotidiano - embora às vezes improvável (fantástico?) -, por exemplo de um pombo cagando numa carta de amor ou em situações intestinais de personagens, há por outro lado essas problemáticas incômodas hoje, bem do tipo que há em seu "Memórias de Minhas Putas Tristes".

Penso que existem muitos autores que escrevem tão bem e tão lindo que, e isso talvez seja um clichê e eu apenas desconfio, costumo pensar que cada frase deles é um verso. No caso de García Márquez, as frases quando não são "puramente" versos são também percepções muito sagazes e afiadas, do comportamento humano, dos detalhes do cotidiano, da vida. Fico verdadeiramente impressionado e maravilhado ao ler suas perspectivas e descrições, incluindo as cômicas: "(...) continuava tão confuso que não se inteirava da condição do mundo, e uma patrulha militar o surpreendeu certa madrugada perturbando a castidade dos mortos com suas provocações de amor. Escapou por milagre de uma exclusão sumária acusado de ser um espião que mandava mensagem em clave de sol aos navios liberais que esquadrinhavam as águas vizinhas.
- Que espião 🤬 #$%!& nenhuma - disse Florentino Ariza. - Eu não passo de um pobre apaixonado.
Dormiu três noites acorrentado pelos tornozelos nos calabouços da guarnição local."
Por outro lado, o extenso e rico vocabulário de Gabo pode tornar a leitura um pouco difícil, e as idas e vindas na narrativa e as retomadas de eventos podem fazer a linha do tempo e ordem dos acontecimentos confusas.
Maravilhoso, sobretudo.

amandamvc 24/11/2023

Bom
Escrita incrível como sempre, foi muito interessante acompanhar a história do ponto de vista da Fermina e também as reflexões sobre a velhice. Mas o Florentino é insuportável e simplesmente não aguentei as descrições da sua relação com uma criança, a partir daí pro final ficou arrastado demais e foi muito difícil conseguir acabar.

Amal0 22/11/2023

Obra prima
Uma história fascinante sobre amor, velhice e a morte.
Não é um livro fácil de ler, demorei um pouco mais de 15 dias, mas vale a pena.
GG Marquez escreve de uma forma muito sensível sobre esses temas.

Vicente Tavares 22/11/2023

Amor em espera.
Terceiro livro do Box Gabriel Garcia Marquez, conta a história pseudo-biográfica dos pais de García Marquéz. Nessa história Firmina Daza se apaixona por Florentino Ariza, mas o romance dos dois não pode acontecer quando eles eram jovens. Firmina se casa, Florentino segue como bon vivant. Quando Firmina fica viúva Florentino se reaproxima e confessa seu amor nunca realizado e da espera de décadas. Não sei se fiquei com uma má impressão por conta do Cem Anos de Solidão, mas acho que relendo talvez não tenha achado tão legal quanto achei quando li pela primeira vez. O final havia me incomodado anos atrás e voltou a me incomodar agora.

julia4145 17/11/2023

Decepção pura, fui ler achando que iria amar esse clássico da literatura latino-americana e me deparei com um livro cheio de questões problemáticas anacrônicas e um personagem INSUPORTÁVEL!!! Sério ele parece o baco falando de fudê fudê fudê o tempo todo, e ainda tem carisma negativo e é um obsessivo doido. Fique até o final torcendo para que a fermina não ficasse com ele...

Sel 17/11/2023

Gabo
Que leitura linda! Que final inesperado e maravilhoso. Uma mistura de ilusão de amor e amor real que só Gabo seria capaz de tornar um clássico.

Rodrigo.Rodrigo 16/11/2023

Gabriel Garcia Marquez não escreve neste livro apenas prosa, mas também poesia, em uma linda história de amor sem limite no tempo.

LairJr 15/11/2023

Embarque nessa viagem literária e deslumbre-se com essa obra prima do aclamado Gabo. Uma dramática e linda história sobre a juventude, a imaturidade, a velhice, o tempo, o amor e as reviravoltas que a vida dá. Um texto riquíssimo onde se aborda com maestria diversos temas complexos da vida.

Ana Val 14/11/2023

Esse livro não é sobre amor
Fiquei dividida por não conseguir decifrar com convicção se as coisas que me incomodaram no livro (personalidade possessiva do Florentino, obsessão disfarçada de amor, cenas de p*dof*lia e e*St*pro, falas raciais ambiguas, etc) foram intencionais, para incomodar e chocar o leitor, ou se Márquez só meteu o louco escrevendo mesmo (de qualquer forma é polêmico).... Enfim, a leitura não fluiu tão bem quanto outros livros dele, e terminar foi quase um parto. De qualquer forma, esse livro é sobre várias coisas, mas amor não é uma delas (quem achou o romance entre os protagonistas uma história de amor linda eu recomendo fortemente terapia) 2.5/5 ?

Sarah 13/11/2023

"Tinha que ensiná-la a pensar no amor como um estado de graça que não era meio para nada, e sim origem e fim em si mesmo."
Três personagens e uma história de amor de meio século de duração. Essa é a premissa básica de "O amor nos tempos do cólera" que pode nos levar a crer que estaremos diante uma bela história de amor, romântica e clichê. No entanto, o que encontramos é uma narrativa que subverte os ideias românticos mas que, ainda assim (e talvez por isso), consegue afirmar o amor.
As vivências amorosas narradas são carregadas de contradição, hipocrisia, luxúria, violência, crime, mas também de amizade, paciência, superação e perdão. O pano de fundo é uma época e um cenário marcado por sucessivas guerras civis, epidemias de cólera e precariedade urbana. Acredito que a intenção foi a de demonstrar como se faz e como se vive o amor real em uma grande parte das vezes, nem sempre um sentimento nobre e elevado, em ambiente idílico e favorável.
Fugindo do estereótipo de mocinhos ou vilões, Fermina Daza, Florentino Ariza e Dr. Juvenal Urbino são os protagonistas que fogem das idealizações típicas das histórias românticas.
Fermina alimentou uma paixão juvenil por Florentino que, para mim, foi uma forma de se rebelar contra o controle do pai, afirmar-se como indivíduo, livrar-se do tédio que as amarras de sua condição lhes impunham naquela época. No final das contas, deu-se conta de que não o amava e casou-se com Juvenal Urbino, também sem amor.
Florentino, o grande herói romântico da história, leitor de poemas de amor e de folhetins piegas, dado a arroubos sentimentais, alimentou essa paixão obsessiva por Fermina, esperou por ela durante 50 anos, mas enquanto isso, vivia dezenas de casos amorosos controversos. A verdade é que não consegui chegar a uma conclusão definitiva se o que ele de fato sentia por Fermina era amor.
Dr. Juvenal Urbino, médico dotado de grande prestígio social por carregar um sobrenome de peso e por se destacar na atuação como médico. Homem que cultiva valores morais e, acima de tudo, religiosos. Católico devoto, casou-se porque assim era feito, o caminho "natural" e correto a ser percorrido e, no entanto, viveu um caso extraconjugal.
Mas apesar de tudo isso, desse triângulo amoroso originou-se duas grandes histórias de amor, que foram construídas, cultivadas, e que superaram a paixão, as hipocrisias e as idealizações que se faz das pessoas e do amor.
O amor nos tempos do cólera é um romance lindo, que apesar de ter o amor como tema central, nem de longe se esgota nele. Pinta um retrato sensível e doce sobre o envelhecimento, a solidão e a perda, mas com um toque leve e humorístico que se estende por toda a narrativa.
Foi o meu primeiro Gabo e mal posso esperar para mergulhar em sua obra!

Raissa.Valderamos 11/11/2023

O amor nos tempos do cólera
O que falar sobre essa obra prima? O Gabo tem uma maneira tão única e especial de escrever que até as ações mais insignificantes do dia a dia se tornam atos de heroísmo.
Aora, falando sobre a história em si, é fantástico como esses personagens são cativantes. Você pode até não concordar com nada que eles façam, mas é impossível não sentir empatia e afins. Torci para todos e por ninguém, e no fim sai quase em lágrimas, não porque algo triste ocorreu, e sim porque algo lindo se encerrou. Enfim, GABO era fodão demais.

Gaabiis 11/11/2023

Eu não sei nem como começar a resenha. Na verdade eu acredito que não tenho capacidade de escrever uma boa resenha para este livro. Mas vamos lá.
Há anos eu queria ler O amor nos tempos do cólera e então finalmente o adquiri, em um box belíssimo com mais duas obras do Gabo. Sim, li apenas dois livros dele e me sinto íntima para chama-lo de Gabo!
Confesso que o início não me pegou tanto, mas a partir do final do primeiro capítulo eu me vi devorando o livro e não queria mais largar. Vi em alguma resenha que este livro é para ser degustado e a pessoa tem razão, por isso tentei dar uma segurada, mas a ansiedade era grande.
Acho engraçado como Gabo escreve, ele está falando de uma coisa e então do nada ele dá uma volta gigantesca que você nem sabe mais do que ele estava falando inicialmente e então ele volta ao ponto de partida. Apenas devaneios. Me identifiquei, pois sou assim contando história.
Não é uma leitura fácil em razão disso e também precisei recorrer ao dicionário umas boas vezes, portanto achei uma leitura enriquecedora.
Quanto a história em si eu a achei deveras humana. Você não consegue amar (pelo menos não como Florentino) um personagem e muito menos odiá-lo.
Talvez tenha ficado um pouco decepcionada em uma parte específica perto do fim, quando aparece América Vicuña, fiquei bastante desconfortável.
Eu amaria participar de uma discussão minuciosa desse livro, são tantas coisas que não cabem em uma resenha do Skoob.
Indico fortemente a leitura e pretendo consumir mais obras do Gabo.

Silvia Schiefler 06/11/2023

Uma história de amor...
Um história de amor emoldurada pela escrita colossal de Gabriel Garcia Marquez... A história de amor de Fermina Daza e Florentino Ariza que ultrapassou o tempo, as dores, as ilusões, outros amores, as mãos inquisidora da igreja e da sociedade da virada dos séculos XIX e XX... E digo isso porque Florentino Ariza esperou por Fermina Daza por mais de 50 anos. Ele esperou pacientemente pelo amor da sua vida, guardando toda pureza e desejo em seu coração e corpo já não tão jovem. Fermina e Florentino se amavam desde a época da adolescência. Enfim viveram um amor maduro, sem pressa, sem convenções, sem regras... Lindo demais! Dos livros de Gabo que li, este é sem dúvida meu preferido! E como não poderia ser diferente quando me deparo com um livro que me arrebata: Estou orfã! ??

Aline Teodosio @leituras.da.aline 04/11/2023

Eu tinha tanto pra falar desse livro, mas só consigo sentir...

Nessa história, mergulhamos no amor infinito que Florentino Ariza cultiva por Fermina Daza por mais de meio século. Um amor que teve início ainda na adolescência e que, pelos percalços da vida, não se concretizou. Ele, no entanto, jurou fidelidade para sempre e tudo o que construiu e se tornou foi pensando nela.

Sim, temos aqui a história, em grande parte, de um amor unilateral, de certa forma platônico, mas tão forte que é impossível não se emocionar. À maioria dos leitores pode soar totalmente irreal e disparatado, mas só quem já viveu as agruras de um amor inalcançável e intangível consegue penetrar de alma inteira nessas páginas de puro sentimento.

Mas não é só um livro de amor água com açúcar. Mais do que isso, é um livro sobre a vida, sobre decisões, sobre o cotidiano com suas pequenas felicidades e tédio também, sobre impulso e ponderação, sobre os sentimentos mais secretos (daqueles que muitas vezes não confessamos nem a nós mesmos), sobre arrependimentos (que muitas vezes tentamos, em vão, esquecer) e, sobretudo, sobre a passagem do tempo.

Gabo é um verdadeiro bruxo das palavras, ele constrói personagens que são gente como a gente, que acerta, que erra, que é bom em alguns momentos e em outros nem tanto, que faz e se arrepende, que não faz e se lamuria, que tem qualidades e defeitos ao mesmo tempo, que é quente e também frio. Eles nos joga dentro da narrativa de tal forma que você se vê em várias passagens, pensando que faria a mesma coisa (ou não).

Esse livro é para mim como uma reflexão de mim mesma, da minha vida, do que fiz dela por meio das minhas escolhas, e dos meus anseios presentes e futuros. Como eu disse no início desta resenha, ainda tinha muito o que falar, mas só consigo sentir... E com o coração acelerado, em cólera.