A outra volta do parafuso

A outra volta do parafuso Henry James




Resenhas - A Volta do Parafuso


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Mikaela 08/10/2019

Terror na era vitoriana
Antes de mais nada, só quero avisar para você SÓ LER O PREFÁCIO DEPOIS QUE TERMINAR O LIVRO! Detesto prefácio que dá spoiler. Não é porque A Volta do Parafuso (ou A Outra Volta do Parafuso, em algumas traduções) é um clássico que tá liberado soltar o final da história assim.

Mas dito isso, o livro de Henry James é um terror gótico com personagens estranhos tomando decisões estranhas naquela atmosfera vitoriana repressora. E o final, meu Deus! Calma que eu não vou soltar o spoiler, mas posso dizer que eu não esperava por aquilo.

Mas sobre o que é A Volta do Parafuso (e de onde veio esse nome)?
Tudo começa com uma festa seleta em que as pessoas estão ouvindo histórias de terror. Um homem chamado Douglas, meio relutante, começa a contar a história que ouviu de uma antiga preceptora, que é a protagonista da nossa história.

A preceptora não tem nome. Quando ela assume a narração da história, descobrimos que ela vem de uma família sem muitas posses e recebe a proposta de um homem rico para se tornar a responsável pela educação dos seus sobrinhos órfãos, que vivem numa propriedade no campo, longe dele. Mas com uma condição: ela não pode escrever a ele, nem perturbá-lo sob hipótese nenhuma.

Precisando de dinheiro e atraída pelo charme dele, ela aceita. Chegando na casa, ela se encanta com as duas crianças que vai cuidar, Miles e Flora (embora ele tenha sido expulso do colégio e ninguém saiba o motivo).

Até descobrir que existem fantasmas na mansão. Mais precisamente, o fantasma da antiga preceptora, Senhorita Jessel, e de um empregado, Peter Quint.

O nome A Volta do Parafuso aparece nas primeiras páginas, enquanto um dos personagens está contando uma história de terror. Ele também aparece nas últimas páginas. O termo “a volta do parafuso” dá a ideia de uma situação ser piorada, como se apertada ainda mais (pelo menos foi a essa a interpretação que eu li em alguns sites e que realmente fez mais sentido para mim).

Terror na era vitoriana
Não vou revelar muitos detalhes sobre os fantasmas (porque o livro é muito curto), mas à medida em que descobrimos mais sobre eles, a verdadeira história do que se passou na casa antes da preceptora chegar acaba se revelando. Quer dizer, em parte.

A Volta do Parafuso não é como um livro do Stephen King, em que as coisas são mais claras. Não existe um momento de explicação no final sobre o que realmente aconteceu. Tudo fica muito nas entrelinhas. Mas podemos intuir que a Senhorita Jessel e Peter Quint fizeram algo terrível às crianças. Se foi algo que elas viram, ouviram ou sofreram é o que não sabemos.

Em vez de terror, gritaria e confusão, o livro está mais para terror, gritos reprimidos e silêncio sobre o assunto. E isso deixa qualquer um agoniado. A preceptora sabe que as crianças estão escondendo alguma coisa, as crianças sabem que ela sabe, mas ninguém fala NADA.

E isso tem muito a ver com o período vitoriano da história, as coisas não eram sempre faladas em voz alta. Mas a preceptora também é uma personagem misteriosa. Ela tem uma relação quase subserviente com as crianças, especialmente Miles. A reverência que ela tem ao menino é muito estranha, gerando, inclusive, interpretações de comportamento inapropriado.

E o que falar de Flora e Miles? A princípio, eles parecem crianças adoráveis. Mas depois você se pergunta se não tá faltando a Super Nanny ali ou é caso de sair correndo mesmo. Você não vê nenhuma das crianças falando (na narração da governanta, ela apenas diz o que as crianças falaram, sem usar as aspas), mas quando elas começam, você fica com a pulga atrás da orelha. Aquilo é realmente uma criança falando? Aquela criança é normal? Ou alguém está falando pela criança?

A Volta do Parafuso: um terror gótico curtinho e de arrepiar
Clássicos de literatura são assim chamados porque suas discussões, enredos e personagens marcam gerações e ainda geram as mesmas inquietações de quando foram lançados. Livros como A Volta do Parafuso são imortais.

Então, antes de lê-lo, vou reforçar que o enredo não é todo explicadinho. Na verdade, ele deixa MUITA coisa para interpretação e a questão é que, quanto mais você pensa e lê sobre o assunto, mais a história fica arrepiante e dá vontade de reler algumas passagens.

Existem muitas dúvidas sobre a confiabilidade da preceptora (Será que ela não está imaginando tudo isso? Será que essa devoção às crianças é sadia?), então vemos a história pela ótica dela. O final te deixa sem ar, sem esperar por aquilo, mesmo o clímax crescendo pelo horror que se aproxima.

Confesso que sou daquelas leitoras que precisam de um epílogo, um algo mais, uma mínima explicação que seja, por isso não dei cinco estrelas. A relação da preceptora com Miles me incomodou demais também.

Mas, no geral, é um leitura fluida, veloz, com uma escrita muito boa e que vai deixar você refletindo por alguns minutos.

site: https://perolasepipocas.wordpress.com/2019/08/16/resenha-a-volta-do-parafuso-henry-james/
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danielk 21/10/2019

a volta do parafuso
livro para ler em uma tarde de sol sentado aos pés de uma arvore, baseia- se em uma narrativa que é bem atrativa porem complexa, o livro deixa muitos pontos sem desfeixo, ficando ao leitor uma incógnta do que pode ter acontecido, achei o final sem nexo para toda a narrativa da historia, já li muitos clássicos melhores que esse
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Lari 08/11/2019

Bom pessoal, estou há pelo menos umas duas semanas tentando escrever esta resenha. Que livro mais confuso. Decidi pegar este livro para ler logo depois que eu assisti ao trailer do filme que será lançado o ano que vem e é baseado na história. Já vou logo dizendo que é baseado mesmo, não é uma adaptação.
O livro é belíssimo, a premissa é genial, a escrita é poética e mexeu comigo em diversos momentos, o autor tem uma qualidade maravilhosa que é a de deixar o leitor se questionando o tempo todo se aquilo é real ou apenas alucinação. Porém acho que o principal foi o desconforto que me causou. Não porque o livro é aterrorizante, mas porque me tirou da zona de conforto de uma forma que eu nunca pensei que aconteceria com um livro do meu gênero favorito. A sensação que ficou, para mim, é que o livro teve apenas meio. O começo e o fim simplesmente não existiram e isso me pertubou demais! Quando eu cheguei no final eu achei que a edição que eu peguei no kindle unlimited estava faltando algumas páginas porque não fazia sentido!
Por ser um livro tão clássico, não esperava que fosse de terror de fato, já que as perspectivas do que é terror mudaram muito ao longo dos anos, então o que pode ter sido um problema grande para algumas pessoas, não me chocou nem um pouco.
Pra mim, o livro não foi 5 estrelas, mas eu recomendo pra quem gosta de ficar pensando no livro muitos e muitos dias depois, como eu fiquei!
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notexist 15/12/2019

tão bom quanto o filme.
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Alessandro.Aguilera 31/12/2019

Sutil, instigante
Um belíssimo achado esse livro do Henry James. Uma obra de 1898, onde temos crianças, uma mansão, empregados, governanta e fantasmas. Uma leitura que flui muito bem e você vai ficando instigado página a página. Um tio muito rico se torna tutor de duas crianças o seu irmão morre. Sendo um homem jovem e rico, ele não tem tempo para os sobrinhos, mandando-os para uma casa no campo. Uma moça jovem pega um emprego de babá/cuidadora de duas crianças órfãs, Flora e Miles, desenvolvendo uma relação de amor e carinho entre eles.
O livro é contado em primeira pessoal pela própria babá, e as aparições e situações fantasmagóricas que ela presencia e o comportamento das crianças, nos leva a nossa própria interpretação se tudo é real ou imaginação da babá. Percebemos que o autor não criou situações para assustar os leitores e sim cria uma narrativa de mistério para conquistar o leitor e fazer com que ele tenha suas própria opiniões se tudo é real ou imaginação da babá. Um livro com um final abrupto e seco. Um livro muito bom.
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Gigi 05/02/2020

null
Esse é o tipo de livro que cresce a cada leitura, na primeira vez que eu li achei bem mais ou menos, dessa vez a história me pareceu bem mais interessante, não é perfeita mas é muito boa.
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MariBrandão 15/02/2020

Queria muito ter gostado desse livro, mas infelizmente não rolou.

Não consegui ter qualquer conexão com os personagens.
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@apilhadathay 23/02/2020

"Se uma criança aumenta a emoção da história e dá outra volta ao parafuso, que diriam os senhores de duas crianças?"
PODE conter spoilers, porém a história já tem 122 anos desde sua publicação. ;-)


Se uma criança faz dar outra volta ao parafuso, o que diriam de duas? (posição 166)

Henry James se tornou um marco, assim como Kafka, no formato de texto novelesco, ou seja, muito longo para ser classificado como conto e curto demais para ser chamado de romance. O texto é fantástico e consegue manter uma ambiguidade bem sustentada até seu trágico final: os fantasmas eram reais ou imaginados? Ele sempre foi atraído por histórias de fantasmas, porém abominava o óbvio e clichê. Ele preferia o "sinistro" inserido no seio da normalidade e fez isto de forma magistral nesta novela.

A narrativa se inicia às vésperas de um Natal, quando o jovem Douglas revelou a alguns amigos, em uma roda de contação de histórias macabras, ter um manuscrito de uma jovem governanta que conhecera no passado - e que seria "a mais assustadora história de fantasmas" que já ouviram. Neste relato, ela teria contado que foi a preceptora contratada, anos antes, por um homem rico de Londres, com uma casa de campo em Bly, e que "criava" os dois sobrinhos lá. Na verdade, os pais das crianças haviam morrido e ele não tinha o menor interesse em cuidar dos dois, então contratara uma preceptora, Miss Jessel, que cuidou deles até falecer. Agora, ele precisava de outra, e chegou Miss Gidden. Algumas condições se fazem saber pelo seu patrão: a governanta teria todo o poder sobre a educação das crianças, contando com o apoio de Mrs. Grose, uma senhora que trabalha ali há anos, e dos demais empregados; ele não deveria ser incomodado sob hipótese alguma por causa de problemas pequenos, como brigas e outras bobagens; e o principal: ela precisaria se mudar para aquela casa, o que fez.

As crianças são, supostamente, uns amores. Porém, aos poucos, a nova governanta vai descobrindo que nem tanto. Quando ela chega à casa, apenas a garotinha, Flora, de 8 anos, a recebe, pois seu irmão está no internato. Em alguns dias, porém, recebem uma carta afirmando que o menino, Miles, de 10 anos, fora expulso da escola por motivos nunca esclarecidos, e ele estava impedido de voltar para aquela escola. E isto é o mais fantástico na narrativa de James: a história tem inúmeras camadas, entre o que é dito e, especialmente, o não-dito! É naquilo que não podemos ler - porque o autor não informa na narrativa - que se esconde a maior parte dos mistérios.

Um homem desconhecido num lugar solitário é um objeto evidente de medo para uma jovem criada em casa; e a figura que me encarava era - em segundos tive certeza disso - como ninguém de cuja imagem me lembrasse. (posição 519)

Ao se deparar com, não apenas um, mas dois vultos pela casa e o terreno ao redor dela, pessoas que só Miss Gibbens parece ver, a nova governanta começa a desconfiar da do sobrenatural naquela casa. É a partir disto que ela acaba descobrindo o tórrido caso de amor vivido por sua predecessora, Miss Jessel e um empregado chamado Peter Quint... Ambos mortos há mais de um ano. A governanta, então, começa a ver os atos das crianças com outros olhos e acredita piamente que eles estão possuídos pelos espíritos desses dois empregados. É nítido, sobretudo, que ela deseja se sentir superior às suas predecessoras.



(...) eu estava naqueles dias literalmente disposta a encontrar alegria no extraordinário arroubo de heroísmo que a ocasião exigia de mim. Vejo agora que tinha sido solicitada a fazer um trabalho admirável e difícil; e haveria uma grandeza em deixar bem à vista (...) que eu poderia me sair bem onde outras moças tinham fracassado. (posição 807)

O desenrolar da história tem reviravolta, tragédia, muita ambiguidade e dúvida, você mesmo vai pensar duas vezes se está lendo aquilo ou não. A história não se desenvolve em ritmo rápido, apesar de os 24 capítulos serem bem curtos. A obra é um clássico da ficção e da metaficção e obrigatória, se você estuda Letras, Literatura e, sobretudo, se acabou de ingressar na Pós-Graduação em Literatura. Queria ter lido este livro há anos, mas sempre costumo dizer que ele chegou na hora certa. A linguagem é de difícil leitura, o leitor não flui tão rapidamente quanto em outros livros, então separe um tempo para ler com calma e faça registros de tudo, quando estiver lendo, ok?

site: www.pilhaflutuante.com.br
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@jana450 26/02/2020

Foi o livro que menos gostei esse ano.

Não me lembro quem recomendou.

Senti muito medo dos fantasmas.
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Anna Laitano 26/02/2020

Perturbador, mas da maneira errada
Se você começar a leitura pulando a introdução (onde há spoilers), você se verá envolto em uma atmosfera de mistérios, com o delicioso ar da literatura gótica. Não há como negar que a história prende o leitor, com o enredo que faz o limite da verdade e da imaginação se borrarem sob o ponto de vista de nossa narradora (nem um pouco confiável).

Eu esperava por um final perturbador, porém, o que encontrei me desagradou. Porque o final é perturbador, sim... Mas da maneira errada, com algo que não consigo relevar nem mesmo em um clássico.

Mas, se você quiser uma sugestão, A Menina que Não Sabia Ler, do John Harding, é uma boa releitura da história, narrada pelo ponto de vista de uma das crianças. Mais atual e dinâmica, a história também tem um final diferente e, consequentemente, menos perturbador (ou melhor, perturbador da forma esperada).
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Yolanda 26/02/2020

Incrivelmente hipnótico
Uma história de suspense que te deixa vidrado e sem fôlego pelo seu desfecho, este livro te ensina de fato, a nunca julgar um livro pela capa, ou pelo nome. Uma leitura dinâmica, fluida e rápida, uma história macabra e hipnótica, onde é impossível não se prender e viver tudo que a Srta. Babá. Me causou a mesma sensação de "o misterioso caso de dr. Jeckyll e Mr. Hide".
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Isabela.Pery 27/02/2020

Eu dificilmente fico com medo lendo livros de terror ou horror, mesmo gostando muito do gênero, mas esse aqui teve passagens que me deixaram tensa imaginando, principalmente lendo no quarto à noite. Não me empolguei tanto com o final, mas a jornada valeu a pena.
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Nadine 24/03/2020

Não vou negar, a linguagem do livro me deu problemas, mas eu não sei o motivo, provavelmente falta de costume com o autor... Enfim. Eu admito que a experiência do livro foi meio que estragada porque eu, por acidente, descobri do que o livro se tratava antes de ler. Porém, não dá pra negar a qualidade da escrita e o fato de que, se eu já não soubesse o final, com certeza esse livro iria provocar frios na minha espinha.
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maracci 28/03/2020

Suspense
Te mantém preso na leitura do início ao fim... Porém o final deixa a desejar.
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Vanessa Estelita 03/04/2020

Não sei nem o que falar (literalmente). Livro passado pela professora de inglês. Li em português (quando deveria ter lido em inglês), mas mesmo assim viajei. Entendi o enredo e tal, mas definitivamente não é meu estilo de leitura.

Quem gosta de história de época + um leve terror/suspense vale a tentativa de leitura.
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