Niketche

Niketche Paulina Chiziane




Resenhas - Niketche


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bejorque 20/12/2023

Que seja!
Esse livro tinha tudo para ser uma história bem melancólica e de puro sofrimento do começo ao fim. Na verdade, ele é isso mesmo boa parte do tempo, mas a Paulina Chiziane adiciona um humor muito singular na história que é simplesmente a pitada perfeita pra transformar esse livro numa experiência super divertida na maior parte do tempo. Acho que esse é o primeiro livro que me faz dar sinceras gargalhadas e com situações que não deveriam ser nem um pouco risíveis, mas que a autora consegue suavizar com um humor super inteligente e natural!

"Vale mais a pena ser amada um minuto que desprezada a vida inteira."
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Mona 17/12/2023

“Decido preparar uma conspiraçãozinha”
Esta frase, delimitada por aspas, inaugura um capítulo no romance de Nickete, escrito por Paulina Chiziane, proporcionando-me momentos de riso graças à combinação única de humor, coragem e ousadia dessas mulheres cativantes. A obra abrange diversos temas, como a poligamia (concedida apenas ao homem), a emancipação da mulher moçambicana, religião, espiritualidade, gênero e sexualidade, constituindo uma "conspiraçãozinha" contra a colonialidade e o patriarcado.

Descrever o romance torna-se desafiador ao tentar restringir-se a apenas um tópico, pois o enredo orbita em torno da protagonista Rami, uma mulher moçambicana que enfrenta os desafios e complexidades da vida, especialmente nas relações afetivas. A partir disso, desdobram-se diversas outras questões e personagens. Ao longo da narrativa, Rami depara-se com as tradições culturais de sua terra natal e as transformações sociais que ocorrem em Moçambique após a independência. O livro representa uma profunda exploração da identidade, da emancipação feminina e das questões culturais que envolvem o universo das mulheres moçambicanas.

Aqui está alguns dos muitos trechos marcantes do romance:

“Mas a deusa deve existir, penso. Deve ser tão invisível como todas nós. O seu espaço é de certeza a cozinha celestial.”

“Poligamia é ser mulher e sofrer até reproduzir o ciclo de violencia. Envelhecer e ser sogra, maltratar as noras, esconder na casa materna as amantes e os filhos bastardos dos filhos polígamos, para vingar-se de todos os maus tratos que sofreu com a sua própria sogra.”
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Mona 17/12/2023

“Decido preparar uma conspiraçãozinha”
Esta frase, delimitada por aspas, inaugura um capítulo no romance de Nickete, escrito por Paulina Chiziane, proporcionando-me momentos de riso graças à combinação única de humor, coragem e ousadia dessas mulheres cativantes. A obra abrange diversos temas, como a poligamia (concedida apenas ao homem), a emancipação da mulher moçambicana, religião, espiritualidade, gênero e sexualidade, constituindo uma "conspiraçãozinha" contra a colonialidade e o patriarcado.

Descrever o romance torna-se desafiador ao tentar restringir-se a apenas um tópico, pois o enredo orbita em torno da protagonista Rami, uma mulher moçambicana que enfrenta os desafios e complexidades da vida, especialmente nas relações afetivas. A partir disso, desdobram-se diversas outras questões e personagens. Ao longo da narrativa, Rami depara-se com as tradições culturais de sua terra natal e as transformações sociais que ocorrem em Moçambique após a independência. O livro representa uma profunda exploração da identidade, da emancipação feminina e das questões culturais que envolvem o universo das mulheres moçambicanas.

Aqui está alguns dos muitos trechos marcantes do romance:

“Mas a deusa deve existir, penso. Deve ser tão invisível como todas nós. O seu espaço é de certeza a cozinha celestial.”

“Poligamia é ser mulher e sofrer até reproduzir o ciclo de violencia. Envelhecer e ser sogra, maltratar as noras, esconder na casa materna as amantes e os filhos bastardos dos filhos polígamos, para vingar-se de todos os maus tratos que sofreu com a sua própria sogra.”
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Margô 16/12/2023

Leitura incrível que nos leva a diversas reflexões sobre a posição que as mulheres ocupam em uma sociedade diferente da nossa. Esse livro é incrível e muito forte ! Para a sociedade monogâmica pode causar estranheza, mas é importante uma leitura levando em conta que é a cultura de um outra sociedade diferente da nossa. Um distanciamento do que conhecemos como certo e errado é fundamental para compreender o percurso da protagonista.
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Baabisss 16/12/2023

Niketche
Leitura muito interessante na qual da para aprender muitas coisas sobre a sociedade que a principal vive.
Comecei a ler por trabalho da escola e porque o livro faz parte da lista de literatura da Unicamp, e não me arrependo.
É interessante ler Niketche depois de estudar sobre a vida da autora e sua história, pois assim muitas coisas fazem mais sentido. Também é bom fazer o estudo do livro para compreender as mensagens por trás das passagens.
Recomendo muito!
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Jihad 09/12/2023

Ok
O livro não é ruim,mas eu li mto arrastado, só terminei pq é para um vestibular. 90% se passa na cabeça dela eu não aguentava mais. Entendo a importância social dele, porém ele é cansativo?
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Manu 09/12/2023

Vivendo sob a poligamia
Esta obra retrata a realidade das mulheres moçambicanas em um sociedade extremamente patriarcal africana. Descreve vários costumes nessa perspectiva que se diferenciam a depender da região (norte e sul, principalmente).

Mas o que mais se destaca nesta obra são os inúmeros sentimentos que Rami tem desde quando descobre que seu marido é polígamo. Além disso, há a junção de forças femininas que ela empreende para tentar viver diante essa situação.

É forte e ao mesmo tempo poético o modo como a narradora-personagem expõe sua história. Porém, vale lembrar que não nenhuma forma de romantização da minha parte da situação narrada no livro, pois no decorrer da leitura, é possível perceber que a personagem passa por um conflito de fortes sentimentos, o que é compreensível dada a situação.
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Maira.Ferreira 07/12/2023

Niketche
Niketche traz à pauta e questiona as tradições, debatendo a condição feminina na sociedade moçambicana.

Todo o livro é permeado pela cultura africana, crenças, valores, costumes, linguagem e o papel da mulher nessa cultura.

O livro despertou em mim muitas revoltas, precisei ficar lembrando, a mim mesma, as diferencas culturais q existem entre nós. Apesar das revoltas, traz uma lição mágica sobre sororidade, algo que dá forças para resistir, sobreviver e continuar essa jornada árdua que é a vida da mulher, mãe, esposa, viúva.

É um livro lindo e poderoso!
Traz entendimento, revolta, solidariedade.
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Lu_fll 01/12/2023

Nessa dança do amor, quem dança são as mulheres
Niketche, diferente do que pensava antes de ler a obra, tratasse sobre uma dança aprendida pelas mulheres do norte durante a iniciação, tem teor sexual de poder, sedução. Apesar do livro carregar em seu título a palavra poligamia e de fato ser retratada tal situação, a história narrava verdadeiramente a histórias das mulheres que habitam o hexágono amoroso, o marido que encontrasse em meio a elas, importa, mas ao mesmo tempo carrega a menor das questões. É um conto sobre uma caminho de autodescobrimento, sobre tornar-se ser humano, tornar-se mulher.
Rami, Ju, Lu, Sally e Mauá deixam de habitar o homem e passam a se tornar indivíduos, unindo-se, juntando suas forças.

É sem dúvidas uma narrativa profunda que fala sobre as estruturas de opressão de gênero, além do como que a colonização transformou o território moçambicano, criticando as tradições e demonstrando que as estruturas corroboram os organismos de poder, ensinando homens a habitar esmagando as mulheres.

Isso que escrevo é apenas 1% do que há na obra, é uma leitura cativante e enriquecedoram. Sinto que preciso reler várias vezes até compreender a obra como um todo, ao tempo que sintia precisar ir devagar, degustar a leitura, em tempos que sentia uma súbita necessidade de correr para ligar pontos e não esquecer dos fatos. Sem dúvidas vou precisar reler, ver sobre outras perspectivas.

Leiam a obra, que não irão se arrepender.
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Ana Sá 29/11/2023

Mulheres moçambicanas, no plural
"Niketche - Uma história de poligamia" (2002), da moçambicana Paulina Chiziane, narra a história de Rami, uma mulher do Sul de Moçambique que descobre nas injustificadas ausências do marido Tony a existência de outras quatro "esposas" por ele mantidas. E aqui faço uso das aspas pois a condição dessas mulheres diz muito sobre a riqueza do panorama histórico-cultural que fundamenta o romance:

Se interpretadas à luz da monogamia de viés cristão trazida-imposta pela colonização portuguesa ao Sul do país, tais mulheres poderiam ser chamadas de "amantes", entretanto, sob o prisma da poligamia trazida-imposta pela ocupação árabe ao Norte, elas seriam também suas "esposas". Em síntese, nas palavras da própria Rami, Tony, sendo um homem do Sul e oficialmente comprometido com um relacionamento monogâmico, "faz imitação grotesca de um sistema que mal domina".

A ideia de uma "imitação grotesca da poligamia" anuncia o ponto forte do livro: fugindo de dicotomias simplificadas, a obra não faz uma distinção entre "bom" e "ruim" ao contrapor monogamia e poligamia. Ao contrário, é "grotesca" a postura de Tony pois, conforme é mostrado no livro, tradicionalmente poligamia não é bagunça, mas um modelo/arranjo familiar com regras próprias, no qual, por exemplos, não se admite a ideia de filhos ilegítimos (e portanto desamparados), havendo, inclusive, margem para uma (pequena) lógica matriarcal.

Mas, Ana, então esse romance celebra a poligamia?
Como eu disse, não necessariamente (ou bem pelo contrário?).

O livro de Paulina tem a força e a complexidade que tem justamente pelo modo como contradições e ambiguidades são tratadas ao longo de toda a narrativa, o que reflete/desenha retratados históricos próprios dos impasses entre tradição e modernidade/pós-colonialidade em Moçambique. A autora é genial ao lidar com esses embates e trânsitos histórico-culturais! E é por isso que ao mesmo tempo em que passam a se valer da poligamia e de outras tradições em favor próprio, as personagens femininas levantam questionamentos como: "Poligamia é destino de homem e castidade é destino de mulher" ou "Em matéria de presença, um marido polígamo é tal e qual um amante".

Por falar então nas personagens femininas de Paulina, eu considero que "Niketche" nos convida a descolonizar a nossa visão essencialista e universalista de “mulher africana” e de "patriarcado". Digo isso não só devido ao fato de a própria escritora se negar a aceitar o rótulo de “feminista” tal qual ele é definido pelo eurocentrismo, mas porque aqui somos brilhantemente apresentadas a "mulheres moçambicanas" em sua diversidade de vivências e de perspectivas. Quem diz que esse é um romance sobre “a” mulher africana e contra "o" patriarcado não entendeu muita coisa! A relação que Rami passa a ter com as demais esposas-amantes de Tony, a maior parte delas nascidas no Norte, e não no Sul, traz à narrativa feminismos plurais decorrentes de um incessante exercício de alteridade.

Não por acaso "Niketche", em Moçambique, é justamente uma dança coletiva e circular, servindo, pois, de alegoria para as aproximações e os distanciamentos que marcam o encontro das figuras femininas do romance. São mulheres que vão se descobrindo melhor a partir do que veem e do que não veem de si umas nas outras. O continente africano é plural, Moçambique é plural, e essas mulheres só existem no plural. Como bem disse Grada Kilomba em "Memórias da Plantação": "Aplicar a noção clássica de patriarcado a diferentes situações coloniais é insatisfatório. (...) O modelo do patriarcado absoluto foi questionado por feministas negras".

Eu poderia escrever pelo menos mais duas resenhas em continuação a esta aqui. Para além do que já descrevi, eu posso mencionar, por exemplo, que o humor e a ironia de Paulina são um deleite! Os temas complexos e sensíveis que são abordados do começo ao fim não impedem a autora de nos fazer gargalhar em muitos passagens! Impressiona que uma obra que toca tantos tipos de violência contra a mulher consiga ter momentos de leveza e graça, muito a partir da transgressão e da usurpação das tradições patriarcais sagazmente realizadas pelas personagens centrais. Aliás, aqui as mulheres não se resumem à condição de vítimas e eu andava sentindo falta disso na literatura atual! Elas também são agentes, e pra garantir a nossa gargalhada, às vezes elas são verdadeiras agentes do caos!

Eu sei que algumas leitoras dizem não ter gostado tanto assim de "Niketche" por causa da escrita bastante lírica-doce ou então por causa da circularidade/repetições narrativas. Entendo que gosto é gosto, mas pra mim esse tom ora poético demais, ora caótico demais reflete com coerência o interior igualmente doce-amargo da nossa protagonista Rami! Digo mais: como não se apegar a uma personagem que nos traz divagações do tipo: "Para as mulheres o eterno conselho é: segura, fecha, cobre, esconde. Para os homens é: larga, voa, abre, mostra". /// "Estou desesperadamente a pedir socorro e respondem-me com histórias de macho".

Vale lembrar que em 2021 Paulina Chiziane recebeu o Prêmio Camões e eu acho é pouco! Paulina não se aceita nem como "feminista" nem como "romancista" e me parece que o faz devido à insuficiência de categorias/rótulos eurocêntricos para definir sua escrita. De fato, nos faltam palavras para definir Paulina Chiziane e eu espero que ela seja mais e mais lida, até que nos brotem adjetivos que façam jus ao que ela nos entrega em obras como "Niketche". A literatura moçambicana não se resume a Mia Couto e que bom que começamos a nos dar conta disso!

Obs.: para falar em escritoras moçambicanas, no plural, eu não poderia deixar de indicar o belo livro "Sangue negro" (ed. Kapulana), da poeta Noémia de Sousa, que é tão reverenciada pela Paulina em suas entrevistas.
JurúMontalvao 30/11/2023minha estante
???
mt interessante


Carolina.Gomes 01/12/2023minha estante
Ah! Q bom! Quero tanto ler e tinham me desestimulado. Confio em vc.


Ana Sá 01/12/2023minha estante
Carolina, como eu mencionei, tem mta gte msm que reclama de ser um livro arrastado/enrolado e/ou meloso... Eu entendo bem essa sensação, mas de fato pra mim não incomodou nem prejudicou a leitura!

Não sei como seria pra vc, mas eu adoraria descobrir! haha Seus comentários são igualmente ótimos quando você desgosta de um livro! haha


Ana Sá 01/12/2023minha estante
Obrigada, Juliana ??




Isabela.Felizardo 28/11/2023

Niketche
A proposta é totalmente diferente do que estou acostumada, até porque o contexto faz parte de uma cultura completamente diferente da minha. a história é bem movimentada e os sentimentos da personagem narradora são bem descritos, mas eu acho que é muito enrolado. claro que precisa mostrar tudo o que a Rami sente e o que acontece em volta dela e eu adoro o jeito que a autora escreveu, mas, pro meu gosto, é demorado de mais.
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Aline 26/11/2023

Assim, assim...
Como explicar o meu sentimento com essa leitura? Acho que eu esperava mais...
Talvez o livro tenha se proposto a várias e muito profundas discussões, e findou por se perder um pouco! Ou simplesmente eu gostaria de um outro desfecho para a história!
De todo modo, achei importante ter lido e aprendido um pouco sobre Moçambique, sua cultura, suas diferenças regionais.
Em suma, é uma leitura válida, mas me deixou meio frustrada.
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