Marquim 20/09/2023
#12 - A morte e a morte de Quincas Berro D'Água
“Quando um homem morre, ele se reintegra em sua respeitabilidade a mais autêntica, mesmo tendo cometido loucuras em sua vida. A morte apaga, com sua mão de ausência, as manchas do passado e a memória do morto fulge como diamante.” (pos. 75).
Que poder redentor tem a morte! Olha, esta é a segunda obra que eu leio de Jorge Amado. Sinceramente, gostei demais da conta! Um livro divertido, leve e bastante profundo em vários momentos. Mais uma vez fui surpreendido pelo autor.
Joaquim Soares da Cunha, o Quincas Berro D’Água, morreu pelo menos duas vezes. Uma primeira morte foi moral e a segunda, a “de fato”. Diante desse acontecimento, é impressionante ver como a reação das personagens aparece em sua forma mais genuína. Vanda, por exemplo, sua filha, é uma interesseira, por se preocupara de imediato com o “destino da aposentadoria do pai.” (pos. 145).
Isso mostra o que realmente ela possuía em seu coração. Um dos capítulos de que mais gostei foi o VI, em que Vanda se vê frente a frente com seu pai, apenas os dois. Impressionante a maneira como o Jorge Amado escreveu esse capítulo!
Enquanto ela se preocupa com essa pequena ninharia, Quincas segue “vivo” mesmo morto. Seus amigos maltrapilhos o consideram assim. Creio que, a partir do encontro entre Quincas e sua banda, temos os momentos mais divertidos do livro. Eu, pelo menos, ri bastante. Recomendo muito a leitura!
Vamos ler, galera!