A queda

A queda Albert Camus




Resenhas - A Queda


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Bete Lima 05/10/2012

Como não sou boa para resenhas, achei essa resenha sobre o livro na net.

Importante, nesse livro, é a denúncia – forçosamente difícil de aceitar – de que mesmo os melhores homens que conhecemos podem, por insídias do narcisismo – que é nosso verdadeiro pecado mortal – não serem mais que pilares da opressão, da indiferença e da crueldade que nos cercam. “A queda” põe dedo em brasa na ferida que os ilustres, os admirados, os muito louvados – mesmo aqueles que parecem mais humildes e despojados – detestam admitir em si mesmos. Revela em Camus uma coragem incomum. Num personagem como Rieux, o médico de “A peste”, cheio de ótimas intenções, de auto-complacências e atenuantes, apaixonado por seu papel de consciência única de uma comunidade afetada pela epidemia, enxerga-se essa vaidade e o pendor pela retórica, pelas grandes frases. Digamos que “A queda” é superior porque neste romance Camus obriga Rieux a passar por essa ponte onde a mulher grita e não é ouvida. Pode ser triste, mas é muito mais verossímil. Há pouco heroísmo em nosso mundo, e santos, nenhum. O gesto que Clamance não fez é o gesto que nunca fazemos por ninguém.(Chico Lopes - autor de contos).

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Isolda 25/10/2016

Sim, somos todos criminosos
“Cada homem é testemunha do crime de todos os outros, eis minha fé e minha esperança”.

O narrador de A Queda, esse brilhante livro de Albert Camus, apresenta-se na figura de um personagem real, um advogado, fazendo a varredura de si mesmo através de um monólogo travestido de diálogo que, por diversas vezes, dá a impressão de estarmos diante de uma conversa a sós, com as paredes da consciência apenas. Essa conversa ou delírio se dá sob o requinte cruel da sinceridade, de assumir desvirtudes, enquanto se é enganado pelas próprias virtudes. Nessa varredura, Camus expõe o egocentrismo humano, que atravessa gerações com o próprio homem e se perpetua quanto mais parece se apequenar. Ainda somos como o narrador de A Queda, falamos sem parar como se a humanidade tivesse a obrigação de nos ouvir, de se vangloriar de nossas glórias, de perdoar nossas falhas e assinar com fé nossas promissórias em branco. Falamos sem tempo para respirar; falamos como se as palavras pudessem verdadeiramente nos desculpar pelos momentos em que deixamos de agir. Camus é gênio e gênios devem ser lidos para sempre.
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Lista de Livros 22/12/2013

Lista de livros: A Queda – Albert Camus
“A amizade é menos simples. Sua aquisição é longa e difícil, mas, quando se obtém, já não há meios de nos livrarmos dela; temos de enfrentá-la.”
*
“Nenhum homem é hipócrita em seus prazeres.”
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“Os mártires têm de escolher entre serem esquecidos, ridicularizados, ou usados. Quanto a serem compreendidos, isso, nunca.”
*
Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2010/06/queda-albert-camus.html
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Marcelle 20/02/2014

No rastro do subsolo.
O livro de Camus dialoga com Memórias do Subsolo, de Dostoieviski. O narrador empreende um diálogo com o leitor e possibilita, assim, uma ampla reflexão sobre a árdua tarefa sobre as minuciosidades de ser humano. Muitas vezes, tive a sensação de estar sendo avaliada. A cada questão proposta pelo juiz-penitente tinha a sensação da produção de ecos em minha reflexão existencial.
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Natalia 13/05/2014

A Queda
O livro "A Queda" é um monologo de um ex-advogado chamando Jean-Baptiste Clamance que se auto-intitula juiz penitente e que durante todo o livro, sim, durante todo o livro, faz uma auto-análise para uma pessoa que não nos é revelada.

No livro podemos ver sua vida antes da queda e após a queda. Antes da queda era uma vida tranquila que ele amava, onde ele era um talentoso advogado e que gostava de pegar casos complicados e sempre se dava bem em tudo. Até que começa sua queda, onde temos a sensação de angústia de Jean-Baptiste por não ter feito nada perante uma mulher prestes a se suicidar sendo depois perseguido por seu fantasma.

Jean-Baptiste, que era advogado parisiense resolve instalar seu escritório em um boteco chamado Mexico-City na cidade de Amsterdã. Ele divide seus pensamentos com os frequentadores do local, porém, em um determinado dia ele escolhe um cliente do boteco para contar sua vida e preocupações.

O monologo nos mostra o desabafo de um homem que não consegue de livrar de suas angústias e o coloca perante uma sociedade egoísta.

Embora fale o tempo todo de si mesmo, a fala do personagem tem a intensão de causar empatia no leitor, que acaba se colocando no lugar do próprio personagem principal, aceitando as angústias e confissões deste como se fossem suas.

"A Queda" é um livro que me fez pensar sobre o comportamento das pessoas, sobre o medo que nós temos de sermos julgados e de conviver com nossas próprias escolhas. Um livro genial.

site: http://nataliasantos.wordpress.com/2014/05/09/7o-livro-do-ano-a-queda/
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Ana 16/10/2014

"Não espere pelo Juízo Final. Ele se realiza todos os dias."
Demorei a terminar de ler A Queda. Um livro pequeno, de 110 páginas, porém não é o tipo de leitura a que estou acostumada, o que o tornou um pouco difícil, mas não menos prazeroso.

Publicado em 1956 por Albert Camus, vencedor do Prêmio Nobel da Literatura, A Queda se passa em Amsterdã e é narrado por Jean-Baptiste Clamence, autodenominado juiz-penitente que conta sua história à um estranho que conheceu no bar Mexico-City.

O livro é escrito em forma de monólogo, ou seja, as falas do estranho com quem Jean-Baptiste conversa não são explicitadas e só temos alguns relances de seus questionamentos ou apontamentos quando o próprio Jean-Baptiste os menciona, como por exemplo quando se conhecem: Sou-lhe muito grato e aceitaria, com todo prazer, se estivesse certo de não bancar o intrometido. É muita bondade sua. Então, vou colocar meu copo junto ao seu. (p. 5).

Não sabemos o que o interlocutor está dizendo, embora possamos inferir das lacunas entre as frases que ele tenha convidado Jean-Baptiste a se sentar com ele. E justamente esta ausência de falas nos dá a impressão de que somos nós mesmos quem estamos sentados no bar com o personagem ouvindo-lhe contar sua história.

Para responder à pergunta sobre o que seria um juiz-penitente, Jean-Baptiste passa a narrar, ou talvez a palavra correta seja confessar, sua história a fim de explicar de que se trata sua atividade. A partir daí, o livro aborda questões existências como amizade, lealdade, bondade, inveja, religião, liberdade, busca pela satisfação, entre outras.

O personagem principal usa valores considerados nobres como forma de se tornar uma pessoa superior aos demais: Compreendi, então, (...) que a modéstia me ajudava a brilhar; a humildade, a vencer; e a virtude, a oprimir. Fazia guerra por meios pacíficos e obtinha, enfim, pelo desinteresse, tudo que cobiçava. (p. 64).

Porém, este reconhecimento, entre outros, é parte da Queda de Jean-Baptiste, que pode enfim, reconhecer suas próprias falhas e fraquezas e com isso também observa as falhas e fraquezas da humanidade como um todo, questionando os valores adotados pela sociedade. Em muitos momentos, sentimos um grande desconforto por nos identificar com o cinismo, irônia e hipocrisia expostas pelo personagem.

Embora tenha sido escrito no pós-guerra, as reflexões apresentadas no livro permanecem atuais, uma leitura densa, que dá muito o que pensar. E talvez alguém possa pensar que é um livro negativo, mas ao contrário, creio que o autor teve a coragem de despir seu personagem de uma imagem socialmente construída, apresentando quem ele é na verdade, nem bom, nem mau, apenas humano, como todos nós.

site: http://www.faltadefoco.com.br/livros/a-queda
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Rodrigo Tejada 02/11/2014

Ótimo como incitação filosófica, mas mediano literariamente. Explico-me:

As reflexões suscitadas pelo livro são densas e relevantissimas do ponto de vista da doutrina existencialista.

Mas, a meu ver, cairiam melhor no formato de uma narrativa não ficcional, uma vez que achei o monólogo "desapegado" da vida e de qualquer desenvolvimento do narrador (ou demais participantes) enquanto personagens literários. A narrativa aqui e ali descreve a ambiência física e, a par de discorrer sobre a psicologia do homem enquanto idéia, pouco aprofunda a figura concreta do juiz-penitente Clemence.

Enfim, classificaria muito abaixo - sob o ponto de vista literário - dos fenomenais O estrangeiro ou A náusea, por exemplo, que sabem explorar o existencialismo no embate dos personagens com a vida concreta (o que para mim vale por mil teses, proselitismos e monólogos).

Vale a leitura pelo manancial de ideias da filosofia existencialista.





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DIRCE 01/01/2015

Um texto de difícil compreensão ( pelo menos para mim)
“Se alguém não tiver prazer em ler um livro várias e várias vezes, não há motivos para lê-lo, afinal” (O. Wilde).
É...não foi bem o prazer que me levou a ler várias e várias vezes diversas páginas do livro “A Queda”. O motivo foi ela: a minha dificuldade de entendimento. De Camus, esse foi o livro que encontrei maior dificuldade na leitura. Quando nos apresentamos a alguém, iniciamos um diálogo, certo? Não no livro A Queda ( e também no “Grande Sertão: Veredas” do G. Rosas) . O que se verifica é a existência de um solilóquio, por meio do qual , Jean-Baptiste Clamence esclarece o porquê se transformou em um juiz-penitente. A cada página lida ( embora, no meu exemplar esse livro tenha sido catalogado como romance) eu pensava: mas está mais para um Ensaio do que para um romance e , certa ou errada, essa sensação se estendeu até o fim da obra. Bem, “Ensaio”, por si só , exige de mim certo esforço ( mesmo se tratando de Camus) e o que dizer quando ele ( o Ensaio) é somado a relatos de fatos sem obedecer a sequência das ocorrências de tais fatos? Claro que se fez necessário um esforço extra- achei um texto de difícil compreensão, e o que me foi possível compreender me levou a concluir que Camus fez um análise implacável e severa do ser humano.
Um fato não me passou despercebido: a ambiguidade do título do livro – “A Queda” .Um dos fatos ocorridos justifica esse título ou ele é justificado pela “ queda” do ser humano?
Não vou me estender no meu comentário para não incorrer em erros e injustiça. Só preciso acrescentar que talvez se eu tivesse esperado um pouco mais, teria apreciado mais essa obra, e possíveis releitura seriam feitas pelo simples prazer de reler.
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Veronica 10/01/2015

Seja paciente
Comecei a leitura sem me empolgar muito, depois me interessei e, após o suicídio, perdi o interesse, mas quis concluir o livro por ser o primeiro de um projeto pessoal. Só ao concluir é que percebi o real sentido da história. Recomendo leitura com paciência e que não se deixe desanimar se em determinado momento ficar um pouco "perdido" na história.
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PH 27/01/2015

Uma denúncia de Camus
Esse foi um dos últimos livros que li. Talvez por ainda estar tão fresco na minha cabeça eu tenha resolvido indicá-lo. Pra começar, digo de antemão que é um livro sublime. A obra é estruturada por completa na forma de monólogo, e isso sem dúvida exige do leitor MUITA atenção e paciência. Se se lê com certa displicência, corre-se o risco de perder o fio da meada e acabar deixando de lado partes importantes da trama. O personagem principal, um advogado impecável em suas condutas, vai ao longo da trama mostrando a sua verdadeira faceta. Porém, antes disso ele faz questão de nos incitar, nos insultar e mostrar-se propositalmente irritante. O livro é uma grande denúncia que Camus faz. Ele nos mostra ao que nos reduzimos e quais são os verdadeiros valores do homem moderno. É uma boa pedida, e o final é simplesmente espetacular.
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Marcio 23/05/2015

Recomendo muito a leitura desse livro. Profundo, com questões filosóficas importantes e instigantes.
"Talvez não amemos a vida o bastante. Já reparou que só a morte desperta nossos sentimentos? Como amamos os amigos que acabam de deixar-nos, não acha?! Como admiramos nossos mestres que já não falam mais, que estão com a boca cheia de terra...! A homenagem vem, então, muito naturalmente, essa mesma homenagem que talvez tivessem esperado de nós a vida inteira. Mas sabe por que somos sempre mais justos e mais generosos para com os mortos? A razão é simples. Em relação a eles, já não há obrigações. Deixam-nos livres, podemos dispor de nosso tempo, encaixar a homenagem entre o coquetel e uma doce amante: em resumo, nas horas vagas. Se nos impusessem algo, seria a memória, e nós temos a memória curta. Não, não é o morto recente que nós amamos em nossos amigos, o morto doloroso, nossa emoção, enfim, nós mesmos".
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Caio380 25/02/2016

Um livro de confissões
Cada frase desse livro é um convite à reflexão sobre a condição da nossa própria existência. E como se o livro fosse lendo você e relando seus piores temores, ilusões e crenças. Mas isso é feito de forma que não lhe causará dor, desamparo ou abandono. Pelo contrário o livro acolherá você no colo fazendo-o se sentir como uma criança. Camus fez o convite e você aceitou confrontar a ti mesmo, mas em troca ele oferece de maneira desinteressada a sua companhia.
A Queda é um livro de confissões sobre nós mesmos! Sobre os dilemas que são alimentados no nosso cotidiano da vida em sociedade, sobre o medo de amar e a esperança de tentar mesmo sabendo que estamos condenados a errar.
A narrativa não se divide em capítulos, ela é continua escrita com diferentes graduações de existencialismo e humanismo.
Se você é do tipo de pessoa que escolheu complicar a vida não deixe de ler esse livro na qual Albert Camus dedicou a todos nós malditos existencialistas!
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