spoiler visualizartriz 01/01/2022
Bom, mas falta muito desenvolvimento
Eu assisti a série Shadow and Bone da Netflix antes de ler o primeiro livro da Trilogia Grisha, então eu, obviamente, acabei recebendo spoilers.
Primeiro preciso falar da escrita da Leigh Bardugo. E isso vai ser longo.
Não sei se, por conta da série, eu esperava bem mais nas descrições e detalhes sobre os lugares, as pessoas e os poderes. Vendo a série, eu senti que havia entrado no Grishaverse, porque os detalhes visuais eram muito bons e muito bem pensados; quanto ao livro, ele me pareceu corrido. Foi um processo rápido a Alina ter sido descoberta como Grisha e a Conjugadora do Sol, porém eu não esperava que seria tão rápido.
Senti que na escrita há muitos detalhes rasos e poderiam ser muito mais trabalhados, mostrar a visão e opinião da Alina sobre aquele mundo novo que ela entrou com mais profundidade, eu queria ver a extrema curiosidade da Alina. Também queria muito ver a Alina progredindo aos poucos, o livro de quase 300 páginas cobriu em torno de 5 meses da Alina, onde, em uma pequena parte desses 5 meses, ela era uma cartógrafa, depois passou a ser uma das Grishas mais poderosas e a salvadora de Ravka, após isso, considerada uma Santa, fugitiva e escrava, porém eu senti que foi mal explorado justamente porque as cenas correm muito rápido, praticamente atropelando umas as outras.
Por exemplo, quando Alina está fugindo e para em uma Igreja, as pessoas estavam rezando por ela e para ela, Starkov sai da Igreja o mais rápido possível após perceber isso e não pensa muito sobre além de dois pequenos parágrafos, mas eu queria ver a Alina revirando a mente dela tentando compreender a grandiosidade/complexidade de ser considerada uma Santa para todo um país.
Também tinha curiosidade de ver a Alina, aos poucos, melhorando nas aulas de luta, porque, do nada, o tutor/mestre/professor dela pareceu orgulhoso do progresso, mas eu não consegui ver o progresso porque em um capítulo ela havia quebrado as costelas e em outro ela estava derrubando o professor. Sei que ela soltando os laços que a prendiam a sua antiga vida foram decisivos em seu progresso, porém sinto que, novamente, essa mudança poderia ter sido mais detalhada.
Nesse ponto, acredito que toda a minha resenha irá girar no fato de que o livro não tem muito aprofundamento.
Eu poderia gostar mais do Darkling e ter a sensação de ter sido traída por ele, porém ele só é muito mencionado e pouco aparece. Seria mais fácil formar uma relação amorosa entre Genya e Alina, já que elas sempre estão juntas.
Há muitos elementos nos livros que fiquei confusa lendo, por exemplo: Genya e o Rei. Genya menciona ter relações com o Rei e depois faz pouco caso porque ela "pelo menos ganhou algumas joias por isso"...
Não consegui achar nenhum personagem dessa história cativante. Zoya é movida a ciúmes e inveja, tenta rebaixar os outros para se sentir bem; Marie e Nadia parecem que te abraçam apenas para enfiar uma faca em suas costas; a Alina poderia muito bem ter criado uma conexão forte com Baghra e tornar tudo mais emocionante quando ela conta a verdade sobre o Darkling, mas ela é só uma velha hostil e brava no livro inteiro; e Maly só aparece no final e só sabemos o que a Alina conta sobre ele.
Por fim, por mais de ter feito uma crítica negativa, eu não odiei o livro, ainda senti a magia do Grishaverse, porém não é meu favorito.
Resumindo: gostei, porém tem (muitas) falhas. 3,5 estrelas.