Solanin #2

Solanin #2 Inio Asano




Resenhas - Solanin 2


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Lucas 16/04/2023

Uma bela história
Solanin é um mangá muito bonito, lida com muitos assuntos importantes o Inio Asano é muito bom em capturar as emoções de pessoas confusas e atribuladas mas fiquei feliz em ver esse mangá mostrando a superação de coisas super dificeis e como as pessoas se agarram a certas coisas e tem a capacidade de seguir em frente e encontrar alegria mesmo em tempos difíceis gostei muito e recomendo pra todo mundo.
olvlarissa 16/04/2023minha estante
Esse mangá é lindo!


Lucas 16/04/2023minha estante
Sim ainda não encontrei nada do Inio Asano que nao me tocasse la no fundo da alma.


olvlarissa 16/04/2023minha estante
Exatamente, kkkkk. Cada obra dele é um aperto no peito


Lucas 16/04/2023minha estante
Sim ele é muito bom em retratar a incerteza humana bicho tem o dom kkkk




Henrique.Amon 04/05/2022

O sentido da vida é viver.
Solanin protagoniza mais uma daquelas obras que, após a leitura, te faz ver as coisas com menor importância que a atribuída cotidianamente.

Não vivemos pelo nosso trabalho. Não vivemos pela nossa graduação, pelos títulos e pelo reconhecimento. Não vivemos pelo dinheiro nem pelos bens ou a falta deles.

Vivemos porque é impensável não viver.

Vivemos pelos momentos, por coisas pequenas e inúteis, que não geram qualquer outro valor e encontram significado nelas mesmas.

Também, vivemos pelos outros. Embora a frase seja impensável pela grande maioria, triste é aquele que refuta a ideia do amor cristão alegando "independência emocional".

Não se vive sozinho, tampouco sobrevive.

Não há sentido para a vida, porque, sendo importante, encontra sentido nela mesma.

Sempre.
jessyca59 05/05/2022minha estante
achei bonita a resenha


Henrique.Amon 05/05/2022minha estante
Obrigado, Jessyca!




Beatrizaag 06/07/2021

Solanin
"Pra mim, talvez a vida seja isso. Um eterno ir vivendo."


Os 20 e poucos talvez seja o momento mais confuso da vida. Você já é adulto, mas não faz muito tempo que deixou a adolescência. Não fica claro o momento em que a chavinha da vida adulta vira, e isso nem sempre é tão natural assim. Quando se dá conta, você precisa decidir um caminho que muitos já decidiram e, pelo menos ao que parece, só você ainda não. Solanin é sobre esse limbo entre duas fases que acreditam-se serem bem definidas e separadas, mas que na prática, são ecos da anterior. 

Na história, Meiko e Taneda são um jovem casal de namorados que, assim como seus amigos, estão ainda decidindo o que fazer com suas vidas. A dúvida entre trabalhar pra viver ou viver pra trabalhar permeia todo o enredo de forma bastante delicada. 

Acredito que estar passando por esse período faça diferença na experiência da leitura, uma vez que, apesar da melancolia da narrativa, ela provoca diversas emoções quando você sabe o quão sufocante é estar nesse contexto.

Essa foi a minha primeira leitura de Inio Asano e foi uma experiência maravilhosa. A peculiaridade da arte do mangaká, que mistura realismo com traços delicados e até mesmo caricatos, cria momentos agridoces que me fizeram rir enquanto chorava (espero que isso aconteça com você também). 

Solanin é sem dúvida um mangá que precisa ser lido por quem está passando, já passou ou ainda vai passar pelos 20 e pouco. Boa sorte para todos nós.


***Obs: Eu estava há anos querendo ler Solanin, mas estava esgotado em todos os lugares (e em outros, estava a preços exorbitantes). Agora com a reimpressão, o meu namorado foi lá e comprou pra mim. Então, Victor, sério, muito obrigada. Você não sabe o quanto me faz feliz.***
Victor 06/07/2021minha estante
Achei extremamente singela a sua resenha, delicada e instigante. Obs: fico extremamente feliz que o mangá tenha proporcionado isso em vc. Eu te amo.




Palazo 27/01/2012

Admito que meu conhecimento sobre o mangá é praticamente nulo, tendo uma visão relacionado ao gênero pelo desenho Dragon Ball, o que talvez tenha contribuído para um preconceito sobre os quadrinhos japoneses. Porém, a rica literatura japonesa criou uma curiosidade natural em mim, e me levou a leitura de Solanin 2, de Inio Asano, lançado pela editora L&PM.

A primeira impressão foi de espanto, motivada especialmente pelo meu desconhecimento, já que a leitura se dá no sentido contrário das páginas – da esquerda para a direita. Algo natural para os fãs de mangá, mas que me causou certa estranheza no início, com algumas confusões na ordem dos quadros e páginas – algo similar ao que deve acontecer se dirigir um carro em alguma cidade inglesa, em que a direção fica do lado esquerdo.

Assim que estabeleci um ritmo de leitura, a dificuldade com a ordem natural das coisas foi superada e eu pude voltar minha atenção para a história criada por Inio Asano. Solanin 2 é a continuação do primeiro volume da série – também lançado pela L&PM – que conta a história do casal Meiko e Taneda na busca por seus sonhos de música e liberdade enfrentando as dificuldades da vida adulta.

No segundo e último livro da série, a ausência de Taneda causa mudanças impactantes na vida de Meiko e dos amigos de banda. Tanto que todos têm que seguir suas vidas sem o amigo, superando a ausência, e ao mesmo tempo procurando amadurecer e encarar a vida adulta que bate à porta de cada um deles.

A obra de Inio Asano não é simples, muito menos infantil – como eu imaginava de início. A passagem da vida estudantil para a adulta pode ser levantada como o tema principal da história, com uma relutância dos personagens em aceitar a vida pacata e rotineira que é proposta com a saída da universidade e a exigência em arranjar um emprego para o sustento próprio.

A banda aparece aqui como um grito de liberdade e de fuga, ou um simples prolongamento dos anos estudantis. Porém, com a perda de Taneda, há um novo elo que liga todos os personagens: a ausência. Assim, entre quedas, abismos e lágrimas o que sobra é a união e a amizade dos jovens Kato, Meiko, Oohashi, Lucy e Billy.

A união dos amigos pela perda de Taneda é retratada na narrativa que transita entre os personagens, como se existissem mais de um narrador na história, ou Inio Asano usou de tal habilidade para dar o foco a cada um deles de maneira mais próxima para retratar de forma mais ampla seus sentimentos.

A variação do foco narrativo não é o único recurso utilizado pelo autor, há muitas histórias que ficam no ar. Não como lacunas deixadas propositalmente, mas como se o silêncio fosse a melhor forma para completar certos vazios que sentimos na alma. O silêncio fica também explícito no começo e fim de capítulos, representado por páginas em branco com desenhos solitários de personagens, paisagens ou pequenos rabiscos.

Os silêncios só são interrompidos com a união da banda para um último show e uma última música. Meiko toma o lugar de Taneda, e como em um rito de passagem, cantam para crescer e seguir vivendo. E assim como Meiko e seus amigos, eu também participei dessa transformação ao descobrir que a obra de Inio Asano e os mangás japoneses podem ser muito mais profundos e belos, e que o meu preconceito inicial pode ser abafado com o mais singelo silêncio.

Em tempo, Solanin ganhou uma versão cinematográfica em 2010 com a presença da famosa atriz japonesa Aoi Miyazaki.

Solanin 2
Autor: Inio Asano
Tradutora: Adriana kazue Sada
Preparação: Alexandre Boide
224 páginas
Preço sugerido: R$ 16,00
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Angélica 29/03/2012

Solanin (Série Completa)
Chegar aos vinte anos de idade pode parecer algo muito legal, mas não há como negar que também é uma etapa da vida muito angustiante. Nesta idade passamos pela transição final entre adolescente e adulto, e, com o leque de opções se estreitando cada vez mais e a iminência da entrada do trabalho e da rotina na vida cotidiana, é mais do que natural que uma série de perguntas e inseguranças comece a surgir em nossas mentes. "Solanin", mangá em dois volumes de Inio Asano, publicado por aqui pela L&PM editora, é uma pequena e emocionante crônica sobre a chamada "crise dos vinte anos", retratando o amadurecimento de um grupo de amigos no início da vida adulta.
Começamos a história conhecendo Meiko, jovem recém-formada em Línguas Estrangeiras e que trabalha como secretária em um escritório em Tóquio, onde divide um pequeno apartamento com o namorado. Entediada com seu emprego monótono, Meiko começa a se perguntar se aquilo é realmente o que ela deseja para sua vida. Após uma conversa com seu namorado Taneda, a garota decide se demitir e ir atrás de seus sonhos de liberdade. A decisão de Meiko coloca em curso uma série de eventos que mudarão a vida e o modo de pensar não somente da jovem, mas também de Taneda e dos amigos Billy, Kano e Ai.
Creio que o tema central já deixa isso claro, mas é sempre bom reafirmar: esse não é um mangá feito para ser lido por crianças, talvez nem mesmo por adolescentes. Nele não há nenhum tipo de cena chocante ou tema espinhoso, mas sua trama diz respeito a um conflito muito específico de uma determinada fase da vida, de modo que acho difícil que pessoas que ainda não passaram por esse momento compreendam completamente a mensagem da história; acredito que parte do que torna um livro/mangá/whatever inesquecível é a época na qual ele passa por nossas vidas, e detestaria ver um material tão bom quanto "Solanin" sendo menosprezado simplesmente por não ter sido apreciado na hora certa.
Bom, mas voltemos à história: toda essa conversa sobre "crise dos vinte anos" parece apontar para um desenvolvimento dramático da história, e muitos podem mesmo ser repelidos pela ideia de poder encontrar neste mangá um material excessivamente emocional, a ponto de se tornar piegas. Felizmente, "Solanin" passa longe desse cenário: Asano soube acertar muito bem o tom de sua narrativa, misturando cenas dramáticas e cômicas de modo a criar uma trama de leitura leve, porém não menos emocionante e profunda. Há sim muitos momentos de drama e reflexão, mas cenas de descontração bem colocadas evitam que o material se torne "pesado" ou desnecessariamente dramático, gerando até mesmo alguns momentos engraçados. Além disso, o autor escolhe muito bem as palavras e as situações para expor suas ideias, de modo que nada soa excessivo ou forçado. O mangá provoca no leitor uma crescente sensação de melancolia, mas também de sublimação, de superação de barreiras - tudo de uma maneira muito bela e natural.
Por se tratar de uma história de amadurecimento e crescimento emocional, há pouco espaço para o humor nos diálogos de "Solanin". O autor, porém, soube utilizar-se de um artifício bastante interessante para inserir pequenos momentos cômicos em sua trama: ao fundo de cada cena, podemos muitas vezes ver pequenos momentos absurdos ou sem sentido: uma notícia de jornal anunciando a captura do monstro do pântano, uma mulher vestida de passista de escola de samba, um rapaz com um moicano que vai até o teto, e por aí vai. Estes pequenos momentos geralmente estão escondidos nos cantos dos quadros, em partes nas quais o leitor não costuma prestar muita atenção. Essa peculiaridade acaba se tornando uma atração a parte dentro do mangá, fazendo com que o leitor saia esmiuçando as páginas em busca de algum flagra inusitado.
Mas como não poderia deixar de ser, o grande trunfo de "Solanin" está mesmo em seus personagens. O quinteto de protagonistas é construído de forma bastante realista, e cada um de seus membros representa uma faceta das questões enfrentadas pelos jovens nessa fase da vida: no centro de tudo estão Meiko e Taneda, que representam o conflito entre ir atrás de sonhos e aspirações a fim de encontrar a "grande felicidade", ou contentar-se com o bem-estar morno de uma vida pacata, mas repleta de "pequenas felicidades". Temos também Kato, garoto sexto-anista da faculdade, que procura adiar a entrada na vida adulta o máximo possível; Ai, a namorada de Kato, uma garota racional e pé no chão que se contenta com seu emprego em uma loja de calçados; e por fim Billy, meu personagem preferido, um roqueiro peludo herdeiro da farmácia da família que, apesar de ter emprego estável e futuro financeiro garantido no comércio familiar, não consegue deixar de se atormentar pensando na possibilidade de deixar aquela vida pré-moldada para procurar seu próprio caminho. Todas as personagens são muito simpáticas e cheias de vida interior, de modo que é fácil para o leitor simpatizar e se importar com elas.
O traço de Inio Asano também contribui para a climatização da narrativa. Sua arte é realista, porém ao mesmo tempo leve e agradável. Por fim, devo elogiar a edição da L&PM, que deu a este título um dos melhores tratamentos já recebidos por um mangá comum (leia-se que não é publicado em formato de luxo) no Brasil. As páginas são bem brancas e de boa espessura, evitando que vejamos a página seguinte através da folha; a arte é verdadeiramente em preto e branco, ao invés dos famosos tons de cinza que geralmente encontramos nos mangás "de banca"; as capas são feitas com um material relativamente resistente, que não fica marcado apenas por tocarmos nele (né Jbc? :P). A tradução também é outro ponto alto, tendo sido muito bem executada pela mais-do-que-competente Drik Sada. Só tenho dois "poréns" em relação a esta edição: O primeiro foi o modo como a tradução de algumas placas foram realocadas no mangá. A edição ficou pouco natural, já que a fonte utilizada para as indicações nas placas é muito "quadrada", e pedaços da arte que foram eventualmente apagados acabaram não sendo reconstruídos. Já o segundo é o formato escolhido pela editora para a publicação do mangá. Por mais que este formato de bolso barateie o custo da publicação e a padronize em relação às outras obras da coleção "L&PM Pocket" (à qual ela pertence), é importante lembrar que, como em toda história em quadrinhos, a arte é um dos fatores-chave para a apreciação de um mangá, de modo que um formato um pouco maior deixaria a leitura dos volumes mais agradável. Mas, de maneira geral, posso dizer que a L&PM começou sua investida no mercado de mangás com o pé direito, tanto em relação à escolha dos títulos quanto ao tratamento a eles atribuído.
Concluindo, recomendo a leitura de "Solanin" a todos os leitores que procuram uma história madura e capaz de nos fazer refletir sobre a vida, sejam eles fãs do estilo de mangá ou não. Inio Asano conseguiu criar uma obra verdadeiramente universal, capaz de ultrapassar as barreiras da mídia em que foi publicada e tocar a fundo todos aqueles que se proponham a apreciar sua obra.
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MENINALY 22/03/2013

Emoção parte 2
Amei a continuação, manteve o ritmo do primeiro e o final deixa uma senhora mensagem. Recomendo!
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Bia Kollenz 08/09/2013

Final com chave de ouro!
Muito bem finalizada, a história não perde o ar reflexivo e carregado de emoção e de drama em nenhum segundo. Muito bonito o fim e me deixou debulhando lágrimas por muito (MUITO) tempo! Valeu cada centavo gasto nesse magnífico mangá.
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Cilmara Lopes 31/10/2014

Fase "friends", uma história simples e também impressionante!!
A tempos que não lia algo tão supimpa. De início não há nada de atrativo, a sinopse por si só não gera grandes expectativas..enfim é um mangá de indicação, espalha no boca a boca.
Bom, tudo começou qdo a Tati Feltrin apresentou este mangá no instagram..aí fui pesquisar a respeito e logo surtiu a grande vontade de lê-lo.
Tão curto, tão fofo, tão melancólico, tão filosófico..tão especial este mangazinho..hehe
Denomino como fase "friends" o período pós faculdade..Meyko e Taneda, Aya e Kato e Billy estão tentando viver em Tóquio, a história expõe as aflições, pequenas alegrias, sonhos, incertezas desses 5 jovens irreverentes..ou pelo menos querem irreverência. Me apaixonei com todos detalhes da escrita e das ilustrações.
E "por favor" só iniciem a leitura com os dois volumes em mãos, pois o fim do primeiro te deixa desnorteado...terminei o primeiro e tava tarde, então fui dormir, quase não durmo de desespero prá devorar o segundo! rs
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Amanda 05/04/2024

Tocou na ferida
O que eu gosto muito de "solanin"é de como ele mostra o dia a dia de jovens completamente perdidos na vida, mas que seguem em frente mesmo assim. Nesse segundo volume, acompanhamos isso em um nível ainda mais profundo, que é o estado do luto. Como superar uma dor que parece insuperável?
A cada 20 páginas desse mangá eu queria chorar, e olha que n choro por nada. Isso porque dói, dói crescer e virar adulto, dói ver seus sonhos serem tão difíceis de serem alcançados, dói ver que a felicidade é resistência no mundo, dói quando alguém que é seu maior apoio vai embora de repente e deixa você sem amparo. Mas apesar disso tudo, nós tentamos, teimosos, enxergar as rosas por trás dos espinhos e sair por cima quando o mundo nos puxa pra baixo.
Acho que dá pra ver que me tocou muito e me fez refletir demais kk pra quem gosta de histórias sem muitos acontecimentos mas que são tocantes, recomendo muito.
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Dani Moraes 18/05/2016

Sensível, real e de certa forma esperançoso
Continua a história iniciada no primeiro volume, ainda com grandes questionamentos com relação a vida.
Historia sensível e arte incrível.
Se você quiser saber minha opinião completa clique no link abaixo.

site: http://asverdadesqueopinoquioconta.blogspot.com.br/2016/05/solanin-v-1-e-2.html
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PERFIL DESATIVADO - NÃO SIGA 18/01/2017

Me identifiquei bem mais com as reflexões do primeiro livro, mas esse também é bem bonitinho.
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Carlão 26/04/2018

Um desfecho emocionante!
Se o volume um tratava apenas das dúvidas em relação a vida adulta dos personagens, nesse segundo volume a maturidade neles sãom notáveis!
Com um trágico acontecimento envolvendo um dos personagens, a história muda de um Slice Of Life dramático e reflexivo para uma história de superação e redenção.
Enfim, amei cada página e o desfecho da história, uma leitura agradável, emocionante, reflexiva e marcante.
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Jaqueline.Rocha 03/07/2018

Tô no chão
Um manga nunca fez tanto sentindo.
Singelo e visceral.
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Paulo 29/07/2018

O segundo volume tem uma mudança na dinâmica da história. A Meiko ainda é a protagonista, mas dá espaço para o Taneda, o Billy e o Kato. A maior temática neste segundo volume são as rasteiras dadas pela vida. Nem sempre nossos sonhos podem ser realizados. É a percepção de que a vida é dura e a gente está nela em uma efemeridade absoluta. Se não somos capazes de crescer, a vida nos prega peças, nos traz para baixo, nos coloca em uma posição de humildade perante o destino. Claro que isso não significa que devemos desistir de nossos sonhos. Só vamos entender o nosso valor ao lutar por eles. A vida não é um filme hollywoodiano onde vamos atravessar todos os obstáculos, na eterna jornada do herói, e alcançar o final feliz onde iremos alcançar o ápice de nossas vidas. O mundo não funciona assim. Mas, é bobagem desistir. Somos grandiosos apenas por tentar alcançar nossos sonhos. Às vezes a vitória não está em alcançá-los, mas em tentar, falhar e construir algo melhor a partir disso.

Billy e Kato estão presos em sua própria inércia. Vai ser preciso acontecer algo drástico para que eles comecem a se mover. Billy herdou a farmácia de seu pai e vai trabalhar lá mesmo depois de seu pai falecer. Kato é a criança grande que ainda não terminou a faculdade porque curte o ambiente em que está. Quando ele sair de lá, significa que sua vida mudou. A inércia nos prejudica, nos faz permanecer no mesmo lugar. A situação de conforto nos dá segurança; mesmo que ela não nos leve a lugar algum. Não é que a gente precisa dar a louca e arriscar tudo como um kamikaze. Significa perseguir o que você deseja mesmo que isso não te leve a lugar algum. Lutar pelos nossos objetivos, sejam eles impossíveis ou não. Isso porque esse vai e vem da vida é que vai nos tornar melhores.

Já o Taneda neste segundo volume busca estabelecer o que é importante de verdade para ele: seus sonhos ou sua vida real. Tem uma conversa muito legal que ele tem com um personagem chamado Saeki em que este dá uma frase final para ele que o faz pensar em como ele leva a vida com Meiko. Nessa relação do casal, a Meiko é o alicerce dos dois. Por mais que o Taneda não admita, a Meiko é quem está lá no final do dia para dar apoio aos sonhos tresloucados do Taneda. E essa complementaridade entre o sonhar e o agir é que torna o casal belíssimo.

O destaque artístico deste segundo volume vai para a composição de cenas feitas por Asano. Algumas páginas duplas são belíssimas. Algumas mais para o final em que a Meiko está reflexiva diante do que fazer a seguir em que há uma sequência com quatro quadros (um desenho, um preto, um desenho, um preto) são maravilhosos. E conseguem passar toda a emoção por trás da cena. Outras cenas são quadros simples, mas que são capazes de te fazer sorrir ou chorar. A banda levantando as mãos para o alto após uma situação difícil me levou às lágrimas. "A música acabou... a música acabou..." É de uma poesia e um simbolismo contextualizado a partir da história que, meu deus. Não tenho palavras para comentar esse momento.

Apesar da edição horrenda da L&PM que prejudicou a arte de Asano, Solanin é um mangá maravilhoso. O traço do Asano é algo de fazer brilhar os olhos. Os personagens que ele criou para essa gentil e emocionante história de passagem da vida se tornam quase nossos amigos. E eles são identificáveis com pessoas nessa faixa etária de chegada para a vida adulta. Já me falaram que Solanin possui efeitos distintos em cada pessoa que os lê: alguns se emocionam por estarem por esse momento, outros não gostam porque a série não consegue passar uma emoção que já foi ultrapassada por eles. A mim me deu uma sensação nostálgica dos meus dezoito anos quando eu fiz algo semelhante à Meiko. Abandonei o estágio que eu tinha e passei dois anos sem fazer nada, me decidindo o que eu era e o que eu queria. Por essa razão, considero Solanin uma leitura para todos, jovens ou velhos.

site: www.ficcoeshumanas.com
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