O Evangelho segundo Jesus Cristo

O Evangelho segundo Jesus Cristo José Saramago




Resenhas - O Evangelho Segundo Jesus Cristo


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Well 11/03/2018

A controversa vida de Jesus, pelo evangelho de Saramago
Uma das obras mais prestigiadas de José Saramago, este é o primeiro livro que dele leio. Foi escrito em 1975 e recebido com grande controvérsia por parte do público e da crítica. Mas suponho que essa tenha sido a intenção.
Escrito de forma diferenciada, onde não se encontram certos sinais de marcação literária como travessão ou aspas ao indicar a fala de um personagem, que estaríamos acostumados. Tudo é basicamente separado por vírgulas, pontos de continuação e pontos finais. Curioso, pois requer uma dose de dedicação do leitor, afinal nada é entregue de bandeja.

A trama, é aquela conhecida por todos, a história de Cristo contada em um evangelho próprio da sua jornada. O narrador, como um observador quase onisciente, nos mostra uma retrospectiva com a crucificação de Jesus, para logo partir para o cotidiano de Maria e José. Tudo está lá.. O anúncio do anjo, a manjedoura, os três magos, os rituais judaicos da época e etc. Porém, tudo isso é mostrado com outros detalhes acrescentados pelo autor ou, como nos faz refletir, omitidos da Bíblia. Um misterioso personagem tbem cerca a vida de Jesus desde seu nascimento.

A sensibilidade ao narrar o interior de Maria, José e Jesus criança e adolescente (aquela parte que a Bíblia não conta, aqui conta-se e é mto interessante) é de um profundo conhecimento do ser humano, que Jesus o era. As dezenas de palavras oriundas do português de Portugal (qual o autor não permitiu nenhuma "adaptação") fornece um caráter literário belo e riquíssimo. As vezes sendo necessária uma visita ao dicionário, mas nada que prejudique a leitura.
Com suas frases longas, faz o leitor reler muitas delas, porém encontramos pérolas como essa: "(...)afinal a ausência é também uma morte, a única e importante diferença é a esperança." (pág. 159). E muitas outras que nos fazem mergulhar num fluxo agradável de leitura.

Recomendado para quem não tem uma férrea crença no cristianismo ou ao menos possua uma mente aberta para entender todas as intenções de Saramago, que mesmo sendo ateu, não fere, não julga e não discrimina nada em relação à religião. A Bíblia como um livro escrito por humanos e Jesus como um humano entre os homens, é de se suspeitar que alguns erros possam ter cometidos.
Lindamente escrito, de profundo conhecimento bíblico e da alma humana, Saramago fez um dos mais belos livros que já li.
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Suerllen 09/03/2018

Um turbilhão de sentimentos...
Antes de mais nada, devo dizer que sou Cristão Católico, mas não vejo nenhum problema em obras como "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" que trazem um lado mais "humano" de JC.

Este foi um dos livros que eu talvez tenha lido com maior expectativa. Muito elogiado e aclamado. Mas devo confessar que o inicio me decepcionou um pouco, achei a narrativa um pouco lenta, mas foi uma mal necessário para servir de base para todo o livro.

Do meio para o fim do livro, ele se torna de uma sensibilidade e de uma perfeição que fico sem palavras. Desde o momento em que Jesus tem o seu primeiro encontro com o "Pastor", até os seus primeiros milagres no mar e por fim a sua crucificação, não há como não ficar maravilhado com a história e a humanização de Jesus, com todos os seus medos, erros, tristezas e alegrias.

Esta é uma obra indispensável para os leitores ávidos por boas histórias. Recomendo!
Priscilla Teles 09/03/2018minha estante
Você escreve muito bem. Obrigada por expôr sua visão, po ser católica eu estava com receio de ler esse livro. Agora, não mais


Suerllen 09/03/2018minha estante
Valeu, Priscilla. Vale a pena!




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Tiago675 25/12/2017

Então é Natal...
Minha história com Saramago está ligada à religião. Foi em um culto em junho de 2010 que ouvi seu nome pela primeira vez, aquele blasfemo, diziam, havia morrido. Passariam meses até que eu conseguiria ler o misterioso blasfemo português. Ensaio Sobre a Cegueira foi o primeiro de muitos e, finalmente, chego ao mais polêmico; ao livro proibido que até a minha professora de Literatura fez questão de não recomendar. Lido agora não é tão blasfemo assim e, de certa forma, é até um belo reconto da história de Cristo, bem humano como nós, mas ainda Filho de Deus. A história é de conhecimento de todos, mas vale a pena a ler sob a irônica narrativa de Saramago.
Vitor Pitta 26/12/2017minha estante
O blasfemo de um é o sacro de outrem


Tiago675 26/12/2017minha estante
Exatamente!


Ana Sandra 18/07/2018minha estante
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@moniquebonomini 05/09/2017

Para tudo e vai ler esse livro
Tudo neste livro é desconstrução. Jesus narrador de sua própria história: nada de intermediários, nada de romance. Será que alguém que não fosse Saramago teria destreza e humanidade suficiente pra se pôr na pele do Filho e tentar descrever o que podem ter sido suas dores, suas dúvidas e o peso e o preço que aceitou pagar por advento do seu martírio? Acho que não. Saramago não nos deixa respirar. Conta a história de um só fôlego. Traz Deus tão perto de nós que ouvimos sua voz. Faz Jesus tão humano que conseguimos sentir sua angústia. A gente termina a leitura sem saber se gostou ou não do livro, porque a história é a já sabida há milênios mas aqui ela é contada de um lugar incômodo. É ficção mas incita a dúvida. Por que, Deus, sendo senhor do mundo, exigiu tanto de um só homem? E se Jesus não tivesse aceitado seu destino?
Flávia 06/09/2017minha estante
realmente um livro q trás muitos questionamentos. achei super interessante (e digo sem ironia alguma) a interpretação de uma pessoa religiosa a essa obra tão densa, que para mim foi um manifesto ateísta. Essa diversidade de interpretação e pluralidade de questionamentos, que se dão a partir das crenças, bagagem de vida, etc... de cada um, é uma coisa que só é possível na ("boa") literatura. Sara... Mago!




Carol 25/08/2017

Melhor livro que meus míopes olhos tiveram a oportunidade de ler.
Apesar de ter iniciado a leitura com receio, uma vez que não acreditava que estaria pronta para "entender o estilo de escrita" do autor, devo dizer que a leitura flui. A estranheza nas primeiras páginas, a falta de parágrafos e pontuações não deixa a leitura enfadonha - muito pelo contrário, nos faz "devorar" páginas a fio.
Saramago, ateu convicto, escreve com primazia e nos traz um Deus sanguinolento, rancoroso e um filho rebelde. Assim,acredito que, mesmo com todas essas características, o escritor consegue defender seu ponto de vista e sua crítica em relação a religião de modo muito consistente ( percebe-se que é um profundo conhecedor do Evangelho).
A lição que fica aqui ao ler este livro é: ateus, estudem... Não reproduzam frases torpes, é de sua decisão não acreditar em nenhum Deus, porém, é imprescindível que o faça de modo fundamentado.
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Fabiano 10/08/2017

O evangelho segundo Jesus cristo.
Realmente um livro incrível, não é a toa que Saramago é até o momento o único Nobel escritor de língua portuguesa, diálogos geniais e fechamento perfeito da estória.
Sou muito grato por ter vivido esse momento e lido essa obra.
Vale a pena cada palavra, leiam vcs tb.
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Ana Letícia Brunelli 17/07/2017

Questionar é fundamental.
Considero que para ler este livro é preciso que o leitor se desapegue de crenças religiosas. Apesar da estória ter personagens e passagens bem conhecidas, trata-se de uma nova estória, fictícia, na qual o autor reconta os passos de Jesus através de sua ótica. Seus personagens são muito mais humanos e próximos da realidade como a conhecemos, sujeitos a dualidade entre o bem e o mal, suscetíveis a sentimentos contraditórios e a atitudes incertas. Dessa forma, contrária à forma canônica mundialmente difundida, o autor coloca suas ideias sobre sociedade, fé, comportamento humano, e principalmente, seus questionamentos sobre Deus.
Independente de concordar ou não com os pontos de vista do autor, considero incrivelmente inteligente a forma como ele os insere e os aborda em seus textos.
Vejo José Saramago como um grande questionador, e é isso que tem despertado meu interesse por suas obras. Penso que acreditar é importante, mas questionar é fundamental.

'O firmamento, o imenso olho negro de Deus crivado daquelas luzes que são o reflexo deixado pelos olhares dos homens que contemplaram o céu, geração após geração, interrogando o silêncio e escutando a única resposta que o silêncio dá'.
Kelly 30/07/2017minha estante
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Fabiano 10/08/2017minha estante
Fictícia? Acredito que 'versão' é uma palavra mais bem empregada nesse caso.


Ana Letícia Brunelli 11/08/2017minha estante
Concordo com o emprego da palavra 'versão', mas a considero 'fictícia' uma vez que o autor não foi testemunha ocular dos fatos e nem é um pesquisador histórico. Não creio que o autor considerasse sua versão 'verdadeira'. Creio até que ele não considerava versão nenhuma verdadeira. Entendi que ele apenas recontontou uma história mundialmente conhecida através da sua visão de sociedade e comportamento humano, a qual eu considerei 'incrivelmente inteligente'. Agora, se aconteceu, e como exatamente aconteceu, eu pergunto: como alguém pode ter alguma certeza?




Digo 16/07/2017

Perfeito!
Doravante, para mim, é cediço que o Bem e o Mal nunca foram antagônicos, mas na verdade sempre foram complementares.
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Léia Viana 30/06/2017

"Como sempre desde que o mundo é mundo, para cada um que nasce, há outro que agoniza."
“Vês tu, ó Pilatos, ele confessa, e tu não podes deixar ir-se com a vida salva quem, diante de testemunhas, se declarou contra ti e contra César. Pilatos suspirou, disse para o sacerdote, Cala-te, e, tornando a Jesus, perguntou, Que mais tens para dizer, Nada, respondeu Jesus, Obrigas-me a condenar-te, Faz o teu dever, Queres escolher a tua morte, Já escolhi, Qual, A cruz, Morrerás na cruz. Os olhos de Jesus, enfim, procuraram e fixaram os olhos de Pilatos, Posso pedir-te um favor, perguntou, Se não for contra a sentença que ouviste, Peço-te que mandes pôr por cima da minha cabeça um letreiro em que fique dito, para que me conheçam, quem sou e o que sou, Nada mais, Nada mais. Pilatos fez sinal a um secretário, que lhe trouxe o material de escrita, e, por sua própria mão, escreveu Jesus de Nazaré Rei dos Judeus. O sacerdote, que estivera entregue ao seu contentamento, deu-se conta do que sucedia e protestou, Não podes, escrever Rei dos Judeus, mas sim Que Se Dizia Rei dos Judeus, ora Pilatos estava enfadado consigo mesmo, parecia-lhe que deveria ter mandado o homem à sua vida, pois até o mais desconfiado dos juízes seria capaz de ver que nenhum mal podia advir a César de um inimigo como este, e foi por tudo isto que respondeu secamente, Não me maces o que escrevi, escrevi. Fez sinal aos soldados para tirarem dali o condenado, e mandou vir água para lavar as mãos, como era seu costume depois dos julgamentos.”

Este é meu terceiro Saramago e termino a leitura com vontade de reler essa obra sensacional novamente. Rico nos diálogos e nos argumentos das conversas entre Cristo, Pastor, Deus e Diabo, Saramago narra a vida de Cristo, aceitando sua existência, mostrando seu nascimento, sua adolescência, juventude e morte de uma maneira humana, profunda e cheia de detalhes de um período de Jesus que na bíblia não consta, que é o da adolescência. O mendigo, os reis magos colocados apenas como pastores, e que dão presentes úteis, sim, sempre achei os presentes dos reis magos descrito na bíblia inúteis, nesta obra, como Pastores, eles são úteis e um deles marcante. Assim como o raciocínio e a maneira de Jesus perceber a vida, o mundo na Sinagoga, com o Pastor, com o Diabo e com Deus leva o leitor a refletir e repensar em tudo, além de se maravilhar com argumentos tão bem construídos que nos fazem concluir que a linha entre o certo e o errado é tênue, frágil e que depende muito mais de como você está inserido no contexto para tomar partida de um dos lados. E, afirmo: o Diabo é um dos personagens mais interessantes nesta obra de Saramago.

Para quem acha Saramago um escritor difícil de ler pela falta de pontuação e identificação dos personagens através de pontuação, por favor, tente porque não é difícil, apenas tem que estar concentrado na história que se lê, pois, Saramago dominava tanto a arte que com poucas páginas você aprende a identificar os personagens apenas por suas personalidades, sem necessitar de identificações para isso.

Leitura muito mais que recomendada!
Ana Letícia Brunelli 17/07/2017minha estante
Tenho a mesma opinião bom relação a dificuldade de ler Saramago. É só insistir e se concentrar.


Ana Letícia Brunelli 17/07/2017minha estante
Tenho a mesma opinião com relação à dificuldade de ler Saramago. É só insistir e se concentrar.


Sergio.Pontes 30/07/2017minha estante
obrigado Léia pelas suas lindas palavras. Me convenceu de ler esse livro.




Pedro 08/06/2017

AAAAAAAAAAAAAAA
esse livro é genial, meu DEUSSSSSSSSSSSSSSSSSS, mano do céu saramago é um monstro!!! Ele fez uma baita reverencia e ao mesmo tempo uma crítica e a gente ainda nao sabe quem é o personagem principal. to de cara.
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Ferreirinha 24/05/2017

Excelente e desconfortável
O livro aborda uma leitura muito particular do que teria acontecido desde o nascimento até a morte de Jesus. Para os estudiosos do tema é possível se fazer várias associações e ao mesmo tempo vários questionamentos. Não indico para radicais religiosos mas sim para quem se interesse por uma belíssima escrita e ideias incríveis.
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Lucas 20/05/2017

Através de uma escrita audaciosa e inteligente, Saramago narra desde a concepção até a crucificação, toda trajetória de Jesus Cristo, porém de um Cristo humanizado e mais tangível da realidade da época. Por meio de uma visão cética, Saramago permeia episódios clássicos da Bíblia e preenche certas ''lacunas'' que são motivos de controversas até os dias atuais. Para lê-lo, é preciso deixar no canto todo o fervor religioso e encará-lo como um livro de literatura, e, por ser um livro, fio-vos que o mesmo não será capaz de abalar sua fé. Enfim, O Evangelho Segundo Jesus Cristo é uma grande convite à reflexão sobre um dos livros mais importantes da cultura ocidental.
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