Sô 16/08/2017Comprei esse livro no auge do hype, lá para 2012-2013, mas sentia que não ia rolar e por isso demorei tanto para ler. Para começar, não fiquei muito interessada na sinopse quando a li e não sei se vai fazer sentido isso, mas ele me passava uma vibe best-seller no sentido ruim da coisa. Mas é aquilo, né, estava dando sopa no submarino por R$9,90, então resolvi adquirir com a esperança de pagar a língua, só que o meu sexto sentido estava certo.
Não sei nem descrever direito sobre o que é este livro, porque ele simplesmente não tem enredo. É basicamente um livro sobre descrições a respeito de um circo mágico. No caso, o circo é o Le Cirque de Rêves – o nome pomposo já me deu preguiça – e ele é um circo diferente. Além do motivo óbvio de ser mágico, ele conta com várias tendas e cada uma delas tem uma peculiaridade. A autora vai detalhar para você leitor, cada uma delas nos mínimos detalhes. No começo é até interessante, mas depois é um pé no saco.
O pouco que há de “história” é sobre os participantes do circo, que atuam direta e indiretamente, com foco na Celia e no Marco. Cada um deles foi escolhido quando criança para ser treinado por dois mágicos consagrados, mas que dividem métodos completamente diferentes. Segundo a sinopse, haverá um duelo entre esses dois alunos. Não chamaria o que eles fazem no livro de duelo necessariamente. Spoiler Alert: um fica fazendo coisas bonitas no circo para o outro nessas tendas. Só.
O que me frustrou é que não tem motivo algum para nada disso. Para começo de conversa, por que eles têm que duelar? Segundo, por que essa história de que tem que duelar até que o outro morra? Já que é pra ficar fazendo coisas bonitas um para o outro e não tem deadline – o último duelo durou 37 anos! – que fiquem fazendo isso para sempre, oras!
Outra coisa, achei que fosse ser trabalhado mais a relação dos treinadores no passado, e através disso obter alguma justificativa para toda essa ladainha, mas nada.
Além disso, o romance que acontece entre os dois pombinhos é sem vida alguma. Todos os personagens são opacos. A autora não transmitiu a personalidade de nenhum deles, pelo simples fato de que para ela o mais importante era descrever o cenário do que desenvolver os personagens. Então quando acontecia alguma desgraça ou alguma alegria, acabava não sendo transmitido ao leitor.
Resumindo, é uma leitura que não só não agrega como também não serve nem como entretenimento.