Relato de um náufrago

Relato de um náufrago Gabriel García Márquez




Resenhas - Relato de um Náufrago


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kleberaugusto 18/01/2020

História Fantástica e Verdadeira
O Relato de um Náufrago, um dos primeiros livros de Gabriel Garcia Márquez - 1955 -, é a compilação de uma de suas reportagens, de seu tempo de repórter no jornal El Espectador, que foi publicada em 14 partes.

A descrição detalhada e realista do acidente do Destróier colombiano Caldas que jogou 8 marinheiros ao mar, e os 10 dias que o único sobrevivente passou em um bote, sem água ou comida, são realmente impressionantes. A história por si só já o seria, mas o autor já apresentava, desde o início, sua familiaridade em contar boas histórias, de uma maneira próxima e familiar, como se estivesse nos contando pessoalmente.

À tudo isso se soma a questão política, a 'cortina de fumaça' realizada sobre o acidente e a propaganda governamental enganosa que se seguiu ao resgate, o que só dá um sabor adicional à obra.

Esse livro me evocou lembranças de 'No Ar Rarefeito': se naquele eu me senti com frio, lendo o relato do acidente dos alpinistas no Everest, neste me peguei com sede, lendo as dificuldades que o marinheiro enfrenta em seu longo período de provação. Me descobri muito empático enquanto leitor!

Tenho outro livro de Garcia Márquez na lista de leituras deste ano, mas comecei a obra com o pé direito, e começo a entender os fãs de 'Gabo'.

Vale a leitura!

#somosoquelemos
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Henrique Fendrich 24/09/2019

Relato jornalístico de um náufrago
Não fosse a fama que o escritor Gabriel García Márquez já alcançava no final dos anos 60, provavelmente o incrível relato do náufrago Luis Alejandro Velasco teria ficado esquecido nas páginas do El Espectador, de Bogotá, onde originalmente foi publicado em 1955, ou restrito a republicações dentro da Colômbia. Mas àquela altura, três anos depois do lançamento de “Cem anos de solidão”, pareceu conveniente aos editores de García Márquez associar pela primeira vez a história ao jornalista que a escreveu, e não ao personagem que havia passado dez dias dentro de uma balsa. Assim é que “Relato de um náufrago”, narrado em primeira pessoa por Velasco, passou a fazer parte da biografia de García Márquez e a ser considerado por alguns o seu primeiro romance, ainda que não-ficcional.

A despeito da depressão que o escritor disse sentir ao perceber que, aos editores, o mérito do texto não era tão importante como o nome que o assinava, é preciso reconhecer os seus méritos na reconstrução da fantástica história que lhe caiu no colo. É bastante comum pessoas alegarem que as histórias de suas vidas dariam um livro, mas apenas o trabalho minucioso de um escritor de qualidade garantirá que ele seja bem sucedido. O relato de Velasco encontrou não apenas um escritor, mas um jornalista à altura do seu valor. Os métodos utilizados neste processo são dignos de uma melhor observação.

De início, a história do naufrágio pareceu pouco atraente aos jornalistas do El Espectador, pois já havia sido bastante explorada pelos jornais governistas da época. Mas uma das lições possíveis deste relato é justamente a de que nem sempre aquilo que os jornais noticiam é a verdade, pois forças externas atuam para que a versão publicada coincida com os seus interesses. Até Velasco oferecer a sua história ao jornal em que García Márquez trabalhava, prevalecia sobre o episódio a versão que o governo colombiano havia transmitido e usado em seu favor, independente daquilo que o próprio náufrago tivesse a declarar. Ao aceitar ouvir o relato do único sobrevivente e reconstruir em detalhes a sua história, García Márquez descobriu uma versão diferente para o naufrágio, e que teria implicações políticas.

Segundo a versão oficial, oito tripulantes do destróier Caldas haviam caído no mar do Caribe após uma tormenta. Velasco, no entanto, confessou que não havia tido nenhuma tormenta, aconteceu apenas que a carga de contrabando trazida pela embarcação se soltou e arrastou para o mar oito marinheiros. Como apenas a declaração do náufrago não seria suficiente para contestar a versão do governo, o jornalista García Márquez precisou então consultar os serviços de meteorologia locais, os quais confirmaram que o naufrágio havia acontecido em uma das épocas mais mansas nas águas do Caribe. Quando a nova versão chegou às páginas do jornal, o governo divulgou uma nota desmentindo que o destróier levava contrabando. Foi preciso que os jornalistas pedissem a Velasco uma lista dos tripulantes que tinham máquinas fotográficas e, depois do esforço para encontrá-los, conseguiu-se então algumas fotos em que era possível enxergar claramente a mercadoria contrabandeada. A partir daí começaram represálias ao jornal, o que inclusive resultaria no seu fechamento meses depois.

Embora García Márquez ressalte o excepcional instinto de narrar e a assombrosa capacidade de síntese e memória de Velasco, parece ter sido grande a sua habilidade em arrancar do náufrago as informações que precisava, detectando suas possíveis contradições, e em organizar esse material para que aqueles dez dias fossem reconstruídos de forma detalhada e atraente ao leitor. Para isso fez o que chamou de “rastrear esgotante”, com 20 sessões diárias de seis horas. E a reconstrução parece tão completa durante a leitura que pode-se imaginar o trabalho no levantamento das informações. Espantemo-nos, portanto, com o relato, impressionemo-nos com aquilo que Velasco suportou, ressaltemos as qualidades literárias de seu escritor, mas não deixemos de engrandecer também o trabalho jornalístico que permitiu que essa história viesse à tona.
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Gustavo Simas 19/03/2019

Realidade narrada
Quando comecei a ler Relato de um Náufrago (logo após ter terminado o esplêndido Cem Anos de Solidão) pensei que Gabriel Garcia Márquez estava conduzindo os leitores por um fio irreal em seu prefácio. Algo como os irmãos Coen fizeram em Fargo. Contudo, ao pesquisar melhor, verifiquei que Gabo de fato foi jornalista para El Espectador (e outros periódicos colombianos) e conduziu as 20 sessões de 6 horas diárias de entrevista com o náufrago Alejandro Velasco do A.R.C. Caldas.

Pesquisar e pesquisar, e verificar a notícia, e reiterar a veracidade; método Márquez de coletar informações; Salpicar o texto com realismo mágico e uso de vocabulário e estilo que tornam a história quase como fantasia; método Márquez de escrever um livro.

Embora seja um livro curto, não tenha o Tom Hanks e Wilson, e de enredo "simples" (as aspas tem a utilidade de considerar o mérito do "herói" bogotano no duro esforço de sobrevivência por 10 dias em alto-mar), Relato de um Náufrago apresenta as características inerentes de Gabo, um dos maiores nomes da literatura no século XX.
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Ely Varella - terapias que iluminam 24/01/2019

Leitura rápida e gostosa. Cem Anos de Solidão ainda é o meu preferido, mas esse dá uma boa distração e nos envolve mesmmo que não seja de firma tão profunda.
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Sara 10/01/2019

Baseado em fatos reais, mas escrito por Gabriel García Márquez, cada detalhe dos monótonos 10 dias ganham um ar de aventura e você fica preso à leitura.
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Fred Ribeiro 27/07/2018

Percepção de estar no mesmo barco
Relato este, que ao leitor quando menos se percebe, está no mesmo bote que o marinheiro Velasco! Leitura rápida e ótima para entrada para as obras do Gabo!
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Ronaldo.Barreto 25/04/2017

Ótimo
A história, por si só, me chama a atenção. Isso da realidade, de algo que aconteceu, me faz entrar no personagem. Só que o jeito que o autor conta precisa ser bom e, nesse caso, ele foi sensacional! Virei fã do colombiano.
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Fabio Martins 19/04/2016

Relato de um náufrago
Neste o meu blog, nunca escondi a minha admiração pelo escritor colombiano Gabriel García Márquez, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1982 por suas obras fantásticas, como Cem anos de solidão e O amor nos tempos do cólera. O que pouca gente sabe é que ele era jornalista em sua terra natal antes de se aventurar pelos caminhos do realismo mágico, que encantou o mundo posteriormente.

Em 1955, quando era apenas um repórter do jornal El Espectador, um destroier colombiano saiu dos Estados Unidos rumo a Cartagena, na Colômbia. Segundo informações oficiais, vindas do governo ditatorial de Gustavo Rojas Pinilla, oito tripulantes haviam naufragado em uma tormenta no mar do Caribe. Apenas um deles, Luis Alexandre Velasco, foi encontrado vivo (ou semimorto) na costa, após 10 dias praticamente sem comer e beber sobre uma pequena balsa.

Velasco foi considerado herói nacional e recebeu todos os tipos de honrarias por isso. Enquanto estava no hospital, apenas jornalistas a favor do regime de Pinilla tinham acesso a sua história de sobrevivência. Meses depois, já esquecido pela mídia, Velasco entrou na sede do jornal El Espectador disposto a contar novamente a história do naufrágio, que já era mais do que notícia velha. Mesmo cético, o editor-chefe sentiu que havia algo a mais ali, e encaminhou o marinheiro a Márquez para 20 sessões diárias de seis horas de entrevistas.

Foi aí que tudo mudou. O rapaz revelou que não houve tormenta, e sim um vento forte capaz de desamarrar diversos produtos comprados nos Estados Unidos geladeiras, televisores, etc. e arrastar os oito tripulantes. Acontece que um destroier não pode levar este tipo de carga, caracterizando contrabando. O relato foi publicado no jornal, dividido em 14 partes, gerando extremo desconforto ao governo. O jornal foi fechado e Márquez iniciou o seu exílio em Paris.

O livro Relato de um náufrago é a coletânea completa dessas publicações que mexeram com o governo colombiano. Independentemente do caráter político, é uma história deliciosa de se ler. É tão peculiar, que dá a impressão de ser mais uma narrativa fantástica tirada da mente criativa de Gabriel García Márquez. Ele, porém, apenas transcreveu o relato pormenorizado do sobrevivente, que era um exímio narrador, segundo o próprio jornalista.

A obra, em primeira pessoa, refaz toda a trajetória da tripulação do destroier e dos temores de Velasco em voltar para casa no imprevisível mar do Caribe. O protagonista, arrastado pelos produtos contrabandeados, lutou pela sobrevivência ao lado de seus colegas desafortunados, mas foi o único que conseguiu alcançar uma balsa. Infelizmente, o mar em revolta levou todos os outros. A partir daí, começou a saga desesperadora e angustiante dele em mar aberto, com poucas perspectivas de um resgate ou de encontrar terra, mas com muita esperança de um milagre.

Ao longo de 10 dias, o sobrevivente ficou à deriva e teve encontros com tubarões, buscou comida e teve momentos de desespero e o desamparo ao pensar em seu resgate improvável. Ao mesmo tempo que a narrativa é leve, há muita carga de tensão devido à situação do rapaz. Não esperava um livro tão bacana, já que pouco se fala desta publicação em comparação às outras mais conhecidas do autor.

Relato de um náufrago merece ser lido pelos fãs do escritor tanto pela narrativa fantástica porém real quanto pela importância histórica que tem.

site: lisobreisso.wordpress.com
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B 02/03/2016

Gabo
Sou suspeita a falar de Gabo, mas quem gosta de biografia, especialmente quando envolve o mar, deveria ler.
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Andressa 23/01/2016

Muito bom o jeito que o autor narra essa experiência solitária e angustiante. Porém Luis Alexandre não perdia as esperanças - mesmo quando parecia impossível; o instinto de sobrevivência falava mais alto.
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Simone Brito 14/01/2016

Superação
Acredito que ninguém faz ideia do que é viver numa balsa em alto-mar sem nenhuma perspectiva de sobrevivência.
Driblar a sede, a fome, a dor e o psicológico são desafios constantes que o ser humano não está acostumado a vivenciá-los juntos.
Neste livro, brilhantemente escrito, Gabo usa a primeira pessoa para descrever, detalhadamente, a rotina de um oficial da Marinha de Guerra Colombiana, que por conto de uma tormenta no mar das Caraíbas, tornou-se o único sobrevivente de uma tripulação em uma das missões oficiais.
A despeito do que se imaginava, o naufrágio não ocorreu por uma tempestade, mas por uma tormenta associada a uma sucessão de irregularidades na embarcação determinada para a missão. Missão essa para qual a Marinha escalou 8 tripulantes e apenas 1 deles sobreviveu para contar a história.
Uma incrível história de superação, fé, esperança e porque não dizer um pouco de sorte. Um relato que vale a pena ser lido. Uma lição de vida que nos leva a reflexão.
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Dener 05/12/2015

Realidade aumentada
Senti a sede e a fome que ele sentiu, a dor das queimaduras e a solidão do náufrago.
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Dani 07/07/2015

Sentir
Um relato que me fez sentir na pele as queimaduras de sol, a sede, a fome e o frio; que me colocou no lugar do personagem, e que me fez sentir o tamanho da impotência humana frente a algumas situações extremas. Sentir é a melhor palavra para definir essa leitura sensacional.
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Julio 05/01/2014

Aprisionador
Começo minha resenha destacando o ponto forte e fraco do livro " Relato de um Náufrago " , o ponto forte é simplesmente o jeito sufocante com que Gabriel García Márquez nos deixa , a dor e emoção que é exposta pelo protagonista , a vitória de mais um dia vivido , a coragem de se estar ao redor de animais marinhos perigosos , e o maior , a FORÇA DE VIVER que ele , o protagonista tem , apesar das tentativas de se levar pela morte , ele continua vivo e isso o que mais me deixou fantasiado pelo livro , o ponto fraco , que eu acho que todos nós achamos , ou não , é a repetição , isso não me incomodou muito , mas mais ou menos , pelo simples fato de falar coisas que já tinha sido falado muitas vezes antes , agora , explico o título e a minha nota 4,0 , TÍTULO : O livro é de uma leitura fácil , instigante e não te deixa com vontade de parar , e ainda mais que os capítulos são bem pequenos e não deixa a história corrida , um livro bem APRISIONADOR . NOTA : se eu pudesse eu daria 4,5 mas como não é possível descarto 0,5 pela repetição e só , o livro é realmente de tirar o fôlego e de cativar qualquer um . Espero que entendam o meu ponto de vista em algumas citações da resenha.
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Iza 02/04/2013

Mediano
Realmente, esperava mais deste livro do grande GGM. Esperava mais emoção, mais angústia que a situação no mar, sozinho, passando frio, fome, sede, medo, suscitava ao protagonista. Achei o relato muito linear, repetitivo, sem sobressaltos.É certo que é uma obra mais jornalística, de uma situação real e não um romance. Mas nem se compara aos outros livros que já li deste grande escritor.
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