ANDER CELES 02/11/2020
Um gênero incomum para a Rainha do Crime
Um dos primeiros livros da Agatha Christie. Não segue o estilo no qual a autora se popularizou, aquele em que uma pessoa da família morre e tem que se descobrir quem matou, o famoso "who did it?". Assim como "O Homem do Terno Marrom" e "O Mistério dos Sete Relógios", ele segue mais uma pegada política e de conspirações.
*Pontos Positivos:
Os personagens. Assim como a maioria dos títulos da autora, você não demora pra se acostumar com eles. Além disso, são muito carismáticos.
Ainda sobre personagens, destaque para Battle, Caterham, Bundle e Bill, que voltam no "Mistério dos Sete Relógios". Uma pena a Agatha não ter usado mais o Detetive Battle em outros livros, pois ele tem uma personalidade bem diferente do Poirot e da Miss Marple, bem única. É bem sérião, mas com uma pitada de humor. Parece muito o detetive do filme "Entre Facas e Segredos", rsrs.
A Agatha tem uma escrita muito bem humorada, e aqui não é diferente. Você dá risada sozinho às vezes.
*Pontos Negativos:
A história desse livro é muito complexa e comprida, são muitos fatos acrescentados o tempo todo, e você fica um pouco perdido na ordem dos acontecimentos. Alguns momentos ficam um pouco perdidos e sem importância na narrativa. Às vezes, ela vai para pontos diferentes, mas sem linkar com o anterior.
É importante, primeiro, entender que o livro foi publicado em 1925. Nessa época, a Inglaterra tinha algumas colônias na África, como a própria África do Sul, por exemplo. Então, a visão preconceituosa sobre as colônias fica evidente na fala de alguns personagens. Você vai ler falas que, hoje, são preconceituosas, em relação a raça e a gênero. Não é nada gritante, mas pode incomodar algumas pessoas, mas lembrem -se da época e lugar em que o livro foi publicado.