Thiago 03/11/2022
Agatha Christie fazendo o que faz de melhor
Antes de falar do livro em si, preciso comentar sobre o polêmico último capítulo. Compreendo que para leitoras de 2022 possa parecer bizarro, mas, levando em conta que o livro foi publicado em 1948, ele fica condizente com a caracterização da personagem.
Dito isso, a história é primorosa. Há algumas coincidências fortuitas que fazem com que a trama se desenrole, mas, no balanço geral, não prejudicam a experiência.
Como sempre, o talento de Agatha Christie está em apresentar personagens e suspeitos de quem não conseguimos gostar, o que faz com que o leitor torça para que vários sejam o culpado, enevoando seu julgamento para as pistas que estão na frente de nossos olhos.
A presença de Poirot no caso sempre representa um tempero à parte. Seu método único de não procurar pistas, mas buscar sempre entender os envolvidos e fazer com que se enrolem, é magistral.
O desfecho foi engenhoso, divertido e surpreendente. Eu pensei que tinha adivinhado a resposta, mas, mesmo tendo acertado, o que visualizei correspondia só a 20% da solução.
Um livro imperdível da rainha do mistério.