A montanha mágica

A montanha mágica Thomas Mann




Resenhas - A Montanha Mágica


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Kiko 20/07/2020

Excelente!
Quem ainda não subiu essa montanha, deveria tentar, ao menos uma vez na vida...Recomendo!
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Lucas.Hwang 26/07/2020

No ano de 1907 um jovem e ingênuo futuro engenheiro naval alemão de nome Hans Castorp, por recomendação do médico da família, está num trem que partiu de Hamburgo com destino à Suíça para visitar um primo doente que se encontra alojado na cidade de Davos. Intencionando ser soldado, Joachim Ziemmssen, vê seu sonho adiado quando recebe  o diagnóstico de tuberculose e se vê forçado a se internar no Sanatório Internacional Berghof, local para onde está indo Hans Castorp visitá-lo. Após problemas com a aclimatação, Castorp acaba entrando em contato com um vasto panorama de indivíduos de diversas nações europeias, residentes no sanatório e que padecem do mesmo mal de seu primo. Desejando ficar apenas três semanas na instituição, Hans Castorp vê seus planos naufragarem quando acaba por receber, momentos antes de seu retorno para Hamburgo, o diagnóstico de tuberculose, tendo que ficar internado por tempo indeterminado. Concomitante aos sucessivos adiamentos de seu retorno a partir disso, Castorp passa a estudar e debater diariamente sobre temas como o amor, a morte, a doença, a guerra, a vida, a arte e o tempo, neste romance que acaba se demonstrando um brilhante panorama social, político e filosófico da Europa no pré Primeira Guerra Mundial.
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arthur966 15/08/2020

"talhei em minha casca
mil coisas que senti...".
foi muito difícil terminar esse aqui. demorei meses nas primeiras cem páginas, mas depois disso consegui terminar tudo em quinze dias. quase consegui cumprir minha meta de termina-lo no dia do aniversário de morte do thomas mann (12 de agosto).
esse livro em teoria é um livro de crescimento. ele deveria ensinar alguma coisa. eu aprendi alguma coisa com ele? acho que não. nem ao menos o protagonista aprende de verdade coisa alguma. mas não acho que o intuito era ensinar qualquer coisa que fosse, de verdade. acho que ele queria só contar uma história.
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Gabriel.Tesser 29/08/2020

Sentido
Subir a montanha, descer a montanha. A mágica, a realidade, a certeza e incerteza que Thomas Mann tece dentro dessas 830 páginas; do amor, da lógica, da morte e da vida pelas personagens que acrescentam sentido a cada leitor. Diálogos que perpassam ao (verbo intransitivo, isso mesmo!) espírito, flertam com a alma, estendem a corda que atravessa o abismo e brinca com a vida e morte no emaranhado de emoções que poucos livros trazem.
Poucos sabem como é difícil subir uma montanha íngrime, alta, cheia de passagens vertiginosas, de obstáculos impossíveis que só os obstinados transpassam. Assim é esse livro A Montanha Mágica. Assim é a vida.
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Valéria 01/09/2020

São mais de 900 páginas de uma descrição perturbadora do tempo, da dúvida, do real e da fantasia, do entorpecer dos sentidos à medida que nada acontece e tudo se transforma. Daquele instante onde os mundos se misturam e temos dificuldade em distinguir o sério do fútil, e de tão imersos numa realidade inventada já não sabemos ao certo se Hans está lúcido ou louco, ou se loucos somos nós, ou se de repente no emaranhado de aconteceres nos perdermos nas linhas do livro e da vida. E assim sem querer nos damos conta que aos poucos criamos nós também uma vida estável dentro de uma realidade inventada e só assim, suportada. Mann não estava preocupado em entreter e como todo clássico, este tb está carregado de verdade e assusta e perturba e nos modifica. Se foi escrito em meados de 1900 ou ontem não dá para discernir. É maravilhoso.
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Felipe - @livrografando 04/09/2020

Ao fim, compensa maravilhosamente sentir-se o próprio Hans Castorp
Nada mais do que 55 dias foram necessários para que o caminho do vale até o cume da montanha pudesse ser concluído. Entre inúmeros obstáculos, a começar pelo conteúdo complexo da trama, em que pese a escrita ser envolvente, a experiência que adquiri ao ler A Montanha Mágica foi, ao mesmo tempo, uma das mais prazerosas e uma das mais trabalhosas (senão a mais trabalhosa) em tantos anos de leitor. De fato, é um livro que convida o leitor a refletir, não apenas pelos acontecimentos que ocorrem ao longo da narrativa, mas pelas discussões que são apresentadas e que faz do romance uma obra atemporal. Não foi à toa que a leitura levou quase quatro anos para, de fato, acontecer, pois sentia que ainda não tinha formação o suficiente para entendê-lo (não que eu tenha, mas sinto que, pelo menos, a maioria das coisas, foram no mínimo entendidas, mas seria exagero dizer compreensíveis).

A Montanha Mágica é um tipo de obra que você não consegue ler de forma contínua, de maneira que se leia como um romance consumido qualquer. Muito pelo contrário. Ela exige um ritmo de leitura extremamente parcimonioso e calmo, malgrado a obra ter mais de 800 páginas e o tempo transcorrer na narrativa de forma bem lenta, beirando à modorra. Isso faz jus ao que o autor coloca logo no prólogo, ocasião em que ele afirma que a obra em questão tem como objeto o tempo, bem como ele previne que o leitor pode terminar a obra em sete semanas, sete meses ou (o que ele não espera acontecer) em sete anos, dada à natureza da obra. E, de fato, Thomas Mann estava coberto de razão.

A trama tem como personagem principal Hans Castorp, um jovem de 23 anos de idade, que se formou em engenharia e que estava com um emprego certo assim que finalizasse a faculdade. Órfão de pai e mãe e, agora, morando com o tio-avô James Tienappel, Hans Castorp espera nesse serviço uma oportunidade para poder exercer a função que tanto deseja. No entanto, uma enfermidade pulmonar faz com que ele vá “visitar” seu primo, Joachim Ziemssen, no Sanatório Internacional Berghof, um espaço que congrega indivíduos de inúmeras nacionalidades, localizado nas alturas dos Alpes suíços, e ele é obrigado a se deslocar do seu torrão natal, conforme Mann utiliza muito para se referir ao local onde o engenheiro nasceu, para Davos-Dorf. Hans Castorp se desloca até o local com o intuito de passar três semanas e retornar à sua vida corriqueira na planície, e para isso sendo irreverente e indiferente aos hábitos do sanatório, utilizando a máxima “habituar a não se habituar”.

Convicto de que apenas ficará no sanatório por poucas semanas, Hans Castorp torce o nariz para alguns aspectos como o fato de não utilizar termômetro, instrumento obrigatório para todos os pensionistas enfermos, bem como de escarnear situações de outros doentes. Nesse meio tempo conhece Settembrini e com ele engendra longas discussões filosóficas. Mas o capítulo que mexe com a estrutura do engenheiro é o momento em que vê pela primeira vez Claudia Chawchat que, apesar de ter um péssimo hábito de fechar a porta com um forte estrondo e de isso não agradar a Castorp, mesmo assim o recém-chegado se atrai pela russa. As três semanas vão se aproximando e Castorp continua confiante de que retornará para o mundo lá de baixo, para a sua rotina aristocrática.

É nesse momento que é revelado ao leitor que Hans Castorp não se encontra com os pulmões sadios e, que, quando na infância, já enfrentava problemas nas suas vias respiratórias, fato que é confirmado logo depois pela consulta com o dr. Krokowski, na qual descobre que ele tem uma mancha no pulmão e que, se quiser viver, deve abandonar a ideia de retornar à planície, permanecendo no sanatório por mais seis meses, o que Castorp acaba por acatar, embora relutantemente, e agora deverá aprender a se aclimatar se ainda optar por desfrutar da vida no mundo lá de baixo.

A edição da Companhia das Letras entrega uma diagramação simples, sem muitos caprichos, mas com uma tradução impecável, letras confortáveis, o que proporciona ao leitor uma leitura fluida, tranquila, mesmo com o conteúdo complexo do romance. É importante ressaltar que cada página do livro leva aproximadamente 10 minutos caso o leitor opte por seguir o ritmo proposto por Mann (e que é o recomendado) e que constitui em um dos aspectos que formam o perfil da obra: o tempo.

O texto da obra é magnífico, espetacular, de um alto nível de inspiração intelectual e filosófico, mormente nas passagens em que Mann descreve lugares, situações e a vida dos personagens. Apesar de essas partes nada apresentarem de dinamicidade, o mais envolvente delas é que você acaba por adentrar, se introduzir na trama. Podemos citar como momentos geniais da trama a parte que Hans Castorp tem o seu primeiro delírio e enxerga seu amor platônico da infância, Pchibislav Hippe, bem como os diálogos sensacionais entre Settembrini e Naphta, momentos em que a genialidade de Mann atingiram o ponto culminante no livro. Apesar de aparentemente ser uma parte modorrenta, Hans Castorp consegue incutir no leitor a curiosidade de saber o que vai acontecer depois, mérito do texto sensível, sofisticado e de nível elevado do autor alemão.

Preciso dizer que, em alguns momentos, a escrita de Mann me pareceu às vezes cansativa, o autor utiliza de diálogos cansativos e partes que parecem, à primeira vista, serem desnecessárias, constituindo em um dos momentos irregulares do romance. Um exemplo disso é o capítulo em que Mann destrincha, por completo, o conteúdo de um livro de anatomia que Hans Castorp está debruçado, quando do seu momento de descanso. Este se constitui num dos momentos em que o leitor precisa de um mínimo de base histórica para saber porque o autor está introduzindo esta descrição na trama, pois se relaciona diretamente com as discussões na Europa em vias da Primeira Guerra Mundial, a respeito da morte e da doença, bem como sobre a composição biológica dos seres humanos.
Ainda em seu texto, Mann traz junto com seus personagens, suas impressões a respeito da época, bem como sua escrita em tom melancólico e pessimista, apesar de alguns momentos haver um humor involuntário na sua escrita, mas que não diminui a aura soturna e pesada que a história do livro traz.

O livro, apesar de ter uma história completamente incomum, possui um início e um final (embora em aberto), se constituindo numa narrativa linear. Para um livro de mais de 800 páginas, o autor deve utilizar de inúmeras cartas na manga para manter o fôlego do leitor a fim de que este se interesse pela história, bem como a possa concluir. Até as primeiras 200 páginas, ainda há uma certa apresentação dos personagens, dos hábitos do Sanatório, bem como da intransigência de Castorp em se adaptar à sua nova realidade, ainda preso aos hábitos dos seus hábitos e costumes do seu torrão natal. As 200 páginas seguintes apresentam o diagnóstico de Hans Castorp e a sua permanência compulsória no hospital, bem como a sua primeira conversa com Claudia Chawchat, que acontece somente beirando à página 400, na qual a conversa está escrita em francês, mas ao rodapé da página, a Companhia das Letras disponibilizou a tradução, inclusive, um grande acerto desta impecável edição. E a terceira e última parte tem início com o primeiro embate de ideias entre Naphta, representante de um ideal reacionário, e Settembrini, representante de um ideal mais libertário, embora um pouco conservador, iniciando-se por volta da página 430 da edição mais recente da Companhia das Letras.

Embora não seja um livro de reviravoltas e acontecimentos que se sucedem, de modo que o leitor fique sem fôlego, A Montanha Mágica oferece ao leitor uma galeria de momentos-chave na história, e devo dizer que a maioria dessas passagens encontram-se na primeira metade do livro, a fração mais difícil e árdua de se ler, de tal forma que a primeira metade da obra me consumiu 33 dias e a segunda, 22, sendo esta a mais marcante do livro e pelo fato de o autor resolver desenvolver a relação entre os personagens do que se ater propriamente aos diálogos filosóficos entre eles.

E falando dos personagens, vou citar alguns que me chamaram atenção durante a leitura, e aqui vou enfatizar aqueles que mais possuem ação na história. Vamos dar início se centrando no personagem central da trama, Hans Castorp, constituído por inúmeras camadas, bem como sendo um personagem muito complexo, já que fica indeciso entre voltar à sua vida comum ou optar por continuar nos Alpes. Apesar de estar plenamente convicto de que irá retornar, a paixão por Claudia Chawchat, bem como a figura de Settembrini e seus diálogos intelectuais o fará refletir se realmente deseja tanto voltar para a rotina corriqueira da planície, mesmo antes do diagnóstico da doença do jovem engenheiro. Também Hans Castorp surpreende pela humanidade, mormente no momento de óbitos no hospital, onde não se deve esboçar tipo algum de emoção, todos devendo ser indiferentes e frios, bem diferente do Hans Castorp do início do livro, ainda um garoto insensível e completamente atrelado aos hábitos do mundo “lá de baixo”.

Outros que devem ser sempre destacados na trama é a entrada de Naphta, pois é a partir desse ponto que o autor dará o tom da rixa intelectual entre humanismo e misantropia (uma vez que Settembrini entra na história por volta da página 70 e que irá ter diálogos enriquecedores com Castorp e Naphta entra quase 360 páginas depois). Na construção da história desses personagens, o autor deixa patente qual projeto de Europa se pensava naquele contexto. Também ao longo do livro os dois possuem uma trajetória linear, no entanto, ao final da trama, o leitor se surpreende com o que acontece com aquela diplomacia intelectual que os dois possuíam quando travavam embates de pensamentos, embora Mann não tome partido de nenhum dos lados, apenas se atendo a apresentar os pólos opostos.

Os temas emulados pelo romance do escritor alemão são muito pertinentes não apenas à época que foi produzido, mas também é atinente aos dias atuais. Num mundo onde se vive a fugacidade do tempo, uma rotina ditada pela dinamicidade e pelo imediatismo (algo já identificado, guardadas as devidas proporções, na Europa do período do pré-guerra), A Montanha Mágica vem a ser seu contraponto. Discussões como a natureza do tempo, a morte, a doença, o senso de humanidade e inumanidade, progressos e retrocessos no mundo recheiam o texto de quase 900 páginas da obra. Ainda em relação à temática, é importante apontar momentos em que os personagens são completamente machistas e misóginos, a exemplo de Peeperkorn, no qual isso se emula de forma muito evidente, bem como alguns momentos dos diálogos entre o trio Castorp-Settembrini-Naphta. Apesar de ser um produto de uma sociedade de quase um século, tais situações causam incômodo em alguns leitores da atualidade, evidenciando passagens que envelheceram mal.

Deve-se ler A Montanha Mágica com um pé, com o olho ou talvez com todo o corpo na história e também na História, pois é uma leitura que é preciso atenção, paciência e, acima de tudo, persistência, além de uma certa noção histórica da Europa (mormente a Alemanha) do período pré-guerra. A construção dos personagens, bem como do espaço principal da trama e dos diálogos refletem a sociedade aristocrática europeia, seus hábitos, seus costumes, seus pensamentos, suas maneiras de se comportar, de enxergar o mundo.

A genialidade desse romance está presente desde a sua construção até a sua execução. Embora já datada e ultrapassada, com passagens que não já se aplicam aos dias atuais, A Montanha Mágica possui um texto espetacular, muito confortável de se ler, em que pese seus longos e, por vezes, maçantes parágrafos, mas que são fundamentais para o desenvolver do romance. Com personagens, discussões e acontecimentos, embora esporádicos, mas muito marcantes, este romance de Thomas Mann continuará sendo imortalizado no hall dos grandes escritores e escritoras da humanidade, trazendo discussões e reflexões sobre o tempo e sua visão de mundo a respeito daquele contexto, apesar de se tratar de uma realidade muito restrita aos bem-nascidos da época. Entre obstáculos e inúmeras tentações a desistir da leitura, concluí com êxito depois de quase dois meses corridos a experiência com este livro fantástico.

Aos vindouros leitores, sejam experientes ou iniciantes, mais uma vez recomendo: apenas aceitem essa empreitada se estiverem dotados de preparo mental, psicológico e intelectual, pois é um livro que exige bastante do leitor e que deve ser aproveitado com muita cautela e com um olhar atento. Desde já, digo que se se está acostumado com tramas de ação ou com romances de fácil compreensão, tal obra não é uma opção de leitura para se realizar.

Por fim, deixem-lhes dizer quanto tempo passei nas montanhas: foram oito semanas de estadia nesse microcosmo de Thomas Mann e agora, se me dêem licença, retornarei à planície, ao mundo lá de baixo, com muita tristeza e pesar, mas muito enriquecido das coisas que aprendi com a leitura dessa obra. Estou me sentindo o próprio Hans Castorp!
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Ler para Recomeçar 03/10/2020

Minha própria montanha
Um grande desafio! Grandes questões, mas a principal: o tempo. E nada mais importante nesse momento, o tempo.
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Diego 22/10/2020

Um romance sobre uma época mas que consegue refletir atemporalidade. De todas as dualidades expostas nesse livro quero apontar apenas uma: passado x futuro. Olhando para esta maquete satírica também é possível ver o século 21? É um livro duro, daqueles que devem ser sentidos e que fala sobre a vida como ela é: simples. As crises são geradas por nós, seres humanos. Esta obra trata sobre hipocrisia? Existe um dosimêtro para o tempo melhor que um relógio? Quem somos e qual o nosso papel no mundo? Essas são algumas das perguntas que surgem ao decorrer desta leitura. Curta o processo, viva!
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Nicolas29 23/10/2020

Realmente um livro mágico!
Não sei o porque, mas demorei três anos para terminar de ler esse livro e ele é simplesmente incrível! Demorei tanto tempo pq não queria q ele terminasse logo, e óbvio que durante esse tempo eu li outros livros, mas esse processo de três anos e finaliza-lo hj, numa manhã de chuva, com ctz foi uma estadia na montanha mágica kkkkk
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Ebenézer 26/11/2020

Um livro desafiador
Enfim, concluí não sem muito esforço A Montanha Mágica, de Thomas Mann.
Obra longa, densa, complexa, hermética.
Vários níveis de leitura, muitas abstrações, filosofia na veia, cultura ampla e contexto tão vasto.
Muito difícil (extremamente) acompanhar com segurança o raciocínio fino e a lógica aguda do autor.
Chego, pois ao fim da leitura da Montanha com uma sensação de incapacidade intelectual atroz...
Todavia, diante dessa falta de inteligência, ergo a cabeça e sigo avante e confiante, me valendo do testemunho do autor Thomas Mann, que, em ?razão dos detalhes e densidade composicional? de sua obra, sugeriu de modo claro aos estudantes norte-americanos em Princeton, um procedimento ao apresentar o seu romance:
?Que devo dizer sobre o próprio livro e sobre como ele deve ser lido?
De início, uma exigência bastante arrogante, qual seja: a de que se deve lê-lo duas vezes. A quem conseguiu levar o Zauberberg uma vez até o fim, aconselho que o leia uma vez mais, pois a peculiaridade de seu feitio, seu caráter composicional, propicia que o prazer do leitor se eleve e se aprofunde, na segunda vez?
Portanto, vou me animar para a segunda leitura, ainda.

"...a quem conseguiu levar o Zauberberg uma vez até o fim..."??
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Geórgia 07/12/2020

A montanha mágica
Eu estava me perguntando porque comprei esse livro, aí lembrei que o vi sendo mencionado em Norwegian Wood, do Haruki Murakami e por isso tive vontade de ler.
A montanha mágica conta a história do Hans Castorp, um jovem engenheiro, que vai visitar seu primo Joachim num sanatório para tuberculosos. O engenheiro acaba ficando nessa montanha mais tempo do que poderia supor. Aliás, o tempo nessa narrativa é bastante peculiar, às vezes parece que a história é sobre isso. Então, eu me vi no meio de uma pandemia na qual o tempo tem funcionado de maneira distinta (quem não perdeu noção do tempo nesse período?) lendo sobre essas pessoas com doenças respiratórias (será q foi coincidência?)
Foi a leitura mais longa e difícil para mim esse ano. Mas foi tbm gratificante terminar. Eu disse que desse ano não passava. ? Acho que é isso. O meu consolo é saber que o próprio Thomas Mann sugere que o livro seja lido pelo menos 2x para ser bem compreendido. Não sei quando vou fazer isso, mas um dia irei.?
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Mauricio.Junior 28/12/2020

Um livro mágico!
Uma leitura capaz de promover transformações no interior de quem chega até o seu fim.

A história tem início quando o jovem e ingênuo Hans Castorp resolve fazer uma visita ao seu primo Joachim, que se encontra internado em um sanatório nos Alpes Suíços, a fim de tratar-se da tuberculose. Inicialmente, planejada para durar três semanas, sua estadia acaba sendo prolongada por anos, nos quais, Castorp, habtua-se perfeitamente ao cotidiano do lugar, um microcosmo onde se encontram indivíduos de toda a parte da Europa.
Ao longo das oitocentas páginas somos presenteados com belas reflexões acerca do tempo, da vida e da morte, além de vários outros temas filosóficos, através dos embates entre os personagens do humanista Lodovico Settembrini, defensor do progresso e da organização racional da vida humana, e Leo Naphta, extremista religioso e profeta do terror, que prega sobre o espírito absoluto e sobrenatural. Ambos estão competindo pela alma do protagonista, Hans Castorp, cada qual buscando ser o seu mentor.
Tais conflitos filosóficos refletem o contexto ideológico que circulava na Europa da primeira metade do século XX, e que iriam influenciar nas duas grandes guerras.
Por fim, o destino do protagonista é resolvido com a eclosão da primeira Guerra Mundial. Quando ele é forçado, junto com todos os outros, a abandonar o seu estado de "letargia" ao ser tragado, de forma abrupta, pelos conflitos políticos da época.

Um grandioso romance! Acima de tudo, uma homenagem a vida e a busca do seu sentido, que só pode se realizar através da busca da liberdade, mesmo diante do poder da morte!
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Iolanda 16/04/2021

Fiz a leitura deste livro na virada de 2020 para 2021. Que experiência!
Comecei a leitura como muita expectativa. Ainda não havia lido nenhuma obra do autor e achei que começar com este livro me mostraria bem quem é Thomas Mann. O que de fato aconteceu.
É uma leitura que, ao menos para mim, não transcorreu de forma simples. Alguns momentos me senti na própria montanha sem saber bem o que ali eu fazia. Isso para não falar do tempo...não sei dizer em horas quanto foi gasto na leitura do livro e muito menos quanto tempo eu estive envolvida em pensamentos para absorver o que havia lido em diversas passagens do livro.
Ao final, tive a sensação de que não havia entendido a mensagem e ao isso me perturbou ainda mais quando ao final do livro, o próprio autor indica uma segunda leitura do livro, para uma melhor experiência...Mas depois de alguns dias, ainda com o livro "vivendo" em mim, acabei por viver uma experiência muito interessante e embora não pense em realizar uma segunda leitura da obra, recomendo a leitura.
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SLMM 03/05/2021

Uma Obra Peculiar
Não é um livro para novatos na arte de ler. E também dificilmente se prestará a aqueles que buscam páginas emocionantes com uma estória onde virar as páginas se faz com pressa para se descobrir como uma trama, um enredo, um mistério se resolverá. Livro denso, estória lenta, onde o tempo da leitura se alinha ao tempo da estória.
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