A montanha mágica

A montanha mágica Thomas Mann




Resenhas - A Montanha Mágica


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Edna 23/12/2021

Adorável Hans!
Onde estamos? Que é isso? Aonde nos levou o sonho? "  Adeus Hans Castorp #finisoperis

Thomas Mann trabalhou durante 50 anos nestes magistral registrando a indignação como uma defesa do humanismo, num mundo dilacerado pela violência e pela opressão que nos dizima até os dias atuais.

Todas as tendências do pensamento, desde os conflitos morais, psicológicos, sociais e políticos representados pelos seus personagens.

Hans Castorp nos cativa com sua resiliência, sua capacidade de interação, e mesmo debilitado ele se lança nas mais diversas atividades, nos tocando  profundamente desencadeando muitas emoções e fazendo o leitor repensar suas próprias convicções.

"Quem não é capaz de arriscar a vida, o braço, o sangue na defesa de um ideal, não é digno dele."
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Augusto 21/12/2021

Ler A montanha mágica foi desafiador principalmente pela narração que faziam com que muitas vezes a leitura não fluísse tão rápido quanto em outras obras e até mesmo outros momentos do livro, é um livro possui um ritmo próprio que precisa ser respeitado.
Por ser um romance de formação em que acompanhamos o desenvolvimento do jovem Hans Castorp, que visita o primo no sanatório Berghof, vamos descobrindo com o jovem Hans as mais variadas áreas do conhecimento, isso sempre com uma narração sensível em que se paira a sombra da morte ao longo de toda a narrativa.
A falta de conhecimento de algumas referências utilizadas no livro que não são mais tão presentes na nossa vida, talvez tenham atrapalhado um pouco a leitura, mas nada que interferiu no entendimento geral da obra.
Uma obra que mudou minha vida e abriu muito a minha mente, A montanha mágica foi um livro que me acompanhou por três meses, mas quando terminei deixou uma leve sensação de devia ter sido lido mais lentamente. Classifico como uma leitura importante e volta com certeza para uma releitura em alguns anos.
Gustavo 11/01/2022minha estante
Que noção incrível de tempo do livro que você teve, pelo menos muito semelhante a minha, mas não descreveria o livro de forma melhor!




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Diego Vertu @outro_livro_lido 10/12/2021

O tempo, A doença, A filosofia, A morte, A guerra... Uma mistura disso tudo.
O livro narra as histórias de Hans Castorp, um jovem engenheiro alemão que vai fazer uma visita a seu primo Joaquim a um sanatório (entenda-se sanatório como um lugar que trata tuberculosos) na cidade de Davos, nos Alpes Suiço. O narrador narra a vida de Castorp dentro do sanatório suas amizades, seu amor por Claudia Chauchat e as eternas conversas e discussões filosóficas com Settembrini e Nafta. Outro protagonista também é o Tempo, que na montanha passa de uma maneira diferente.
Gostei da leitura do livro, Thomas escreve de maneira brilhante mesmo fictício retrata muito bem a sociedade do início do século XX e ao mesmo tempo conseguimos sentir o peso do termo "Mágico" do título da obra. Gosto muito das descrições espaciais do livro, onde é possível sentir as variações climáticas e principalmente na parte do rigoroso inverno e da neve. Também há várias reflexões filosóficas no decorrer do livro, principalmente pelos embates entre o humanista Settembrini e o jesuíta totalitário Leo Nafta, mostrando pontos de vistas de diferentes assuntos como a morte, a política e outras questões. É um livro grande de quase 900 páginas e letras pequeninas que demorei quase 2 meses para ler, ai que entra um ponto negativo: muitas reflexões filosóficas deixando a leitura muito arrastada em vários pontos.
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Emily422 10/12/2021

Refletindo da montanha para que todas as almas possam ver.
Antes de começar esse livro tenha em mente que "placet experiri" será o que mais você terá que fazer. Escalar essa montanha envolta em magia não é algo que se deve ter medo, muito menos algo que demande coragem. Para escalar a montanha basta apenas ser um filho enfermiço da vida, e isso é basicamente estar vivo. Enquanto vivos somos incuráveis. Uma coisa é certa: A recepção será muito branda, haverá um tocador de realejo a sua espera. Ele será um doidivanas, inegavelmente, mas ao menos é um de bom coração.

Terminei 'Der Zauberberg'. Nem sei se subi ou se estava devaneando. No final de quê que importa? É uma montanha mágica! Mesmo aqui em baixo posso afirmar que me encontrei em seu topo, vi diante de um mim a planície longínqua, reinei, girei e joguei fora a ampulheta. O protagonista dessa história, quem o sabe? Dizem que é um jovem loiro, paisano, aspirante a engenheiro, reinante, alvo pedagógico e, mais importante, filho enfermiço da vida! Talvez ele fosse um em meio a multidão que corre nas pradarias também... Quem o sabe?! O que de fato se fez notar é que a nossa "tabula rasa" foi sendo preenchida por conta de sua paciência e disposição para aprender. Pela frente, assim como Hans, encontraremos debates complexos envolvendo a dialética que move a história, vez por outra concordaremos com um lado da moeda, depois acharemos o outro razoável, depois perceberemos que na verdade estamos nos contradizendo, e assim repetiremos o movimento.
Não lembro se meu peculiar hábito de refletir sobre minhas mãos se intensificou com a leitura desse livro, mas agora, depois de concluir a primeira leitura, ele certamente ganhou um novo sentido. Um sentido paradoxal e interessante, eu diria. Foi comparando sua mão com a de outra enferma, e também a olhando através de um emissor de raio X e depois vendo seu contorno sobre o contraste do céu que pudemos vivenciar, a partir da percepção de Hans Castorp, o início da era dos extremos. No simples ato de fitar as mãos encontramos a paixão, a carne, os ossos, o túmulo, a vida, o céu, a abreviação, a vergonha, a neve, a lama, a terra, a humanidade, o tempo e, o mais iminente, o desembocar da mais estúpida das ações humanas, a guerra. Thomas Mann encontrou o melhor dos lugares para nosso herói explorar, afinal o que seria melhor do que refletir a narrativa sobre o cume da montanha para que assim todas as almas pudessem ver?

A verdade é que estive no topo dessa montanha nebulosa, encantadora e antiquíssima, mas, na verdade, ainda estou nela, e digo mais: sempre estarei. Meu plano era visitar, junto a Hans, o bom Joachim, e pra essa visita estipulei um mês ou dois talvez. Só que agora, ao fim da leitura, sei que minha estada no sanatório Berghof é vitalícia. Escalei a montanha, mas sinto que ela cresce cada vez que olho para as páginas do livro. Para contribuir com a numerologia da obra, de forma espontânea (sendo atrapalhada pela faculdade), acabei bizarramente por passar 7 meses a ler e reler as cenas ocorridas na montanha, mas sinto que no meio dessa contagem tiraram alguma peça do grande relógio do mundo, transformando 60 minutos em 60 anos, e 60 anos em 60 minutos.

Entre operationes spititualis, você vai de grandes tédios à grandes irritações, vivenciando o que os representantes de sua espécie estavam fazendo, mesmo que sejam as coisas mais medíocres possíveis, há mais de cem anos em cordilheiras distantes. Essa história, a história do nosso querido Hans, tem por um de seus objetos principais o tempo. Por que? Ora, o tempo é uma narrativa; ele é improvável ao mesmo tempo em que é provável. Ele 'é' sem nada 'ser'. O tempo é de certa forma como o mar; nunca, em momento algum, se está no mesmo lugar no mar agitado e, de igual modo, pode-se permanecer no mesmo local, como que por uma eternidade quando o vento se faz inexistente. A contradição entre a eternidade e a finitude está feita, e a monotonia e a excitação festiva do início do século 20 vêm junto, antecipando o que seria a era dos extremos. E, finalmente, mas não por fim, ao ler esse livro é preciso ter mente que a arte está em se aclimatar pelo "não-aclimatamento", afinal quem realmente se aclimata nessa existência, seja lá em baixo na planície, seja no topo de 7 nebulosas montanhas?!

?É como se algum espírito brincalhão tivesse disposto o mundo de tal forma que ao princípio do inverno começasse em realidade a primavera, e ao início do verão, o outono... Você tem a impressão de que lhe pregam uma peça, de que o fazem andar à roda, mostrando-lhe a perspectiva de um ponto onde se dará meia-volta. Falar em voltas quando se anda num círculo! Ora, o círculo consta de um sem-número de pontos em que se muda de direção. As voltas não podem ser medidas. Não há rumo que persista, e a eternidade não é uma linha reta, mas um carrosel?. Pg. 429
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César Ricardo Meneghin 06/12/2021

Thomas Mann e sua maravilhosa montanha.
Como clássico que é, muito já foi dito sobre este livro incrível e concordo com a maioria das resenhas feitas.
E mesmo assim fui surpreendido por um autor que parecia ser apenas um erudito, na verdade é realmente um dos muitos gênios da criação literária.
Thomas Mann, consegue criar uma personagem medíocre sem sal e sem açúcar sem opinião e sem características que chamem a atenção e faz você ficar preso ao desenvolvimento dele. Na minha opinião(medíocre) Ludovico Settembrini é a personagem que dá um peso incrível ao livro. Através dele o autor consegue dissertar sobre assuntos incríveis; sociologia, filosofia e relações humanas de uma forma muito interessante. Na verdade, o autor é em si uma enciclopédia de assuntos que deixa qualquer pessoa de boca aberta. Thomas Mann vai da Botânica para a Medicina passa por filosofia, línguas, religião e até mesmo sobre maçonaria. E consegue ser fiel ao correto e verdadeiro sentido do assunto.
O narrador consegue ser apenas o que é; um narrador, contador de história, não interfere, porem abrilhanta e instrui o desenrolar.
E o final da narrativa chega a ser poético.
O livro é pesado e denso na seguinte medida. Você muitas vezes vai ter dificuldade de interpretar o modo de pensar dos personagens, principalmente Settembrini e Naphta. Mas por isso é que vale a pena, você deve subir o entendimento não eles diminuírem o vocabulário. É como se você estivesse no lugar de Hans Castorp. Detalhe que demorei a entender.
E a passagem em francês entre Hans e sua amada, me fez pensar que; Hans sem ter domínio sobre a língua(sentimentos) se expressa de maneira insegura porem verdadeira, direta sem grandes floreios. Minha opinião.
Quando o livro acaba você pensa na vida de Hans e das outras personagens e percebe a dificuldade de existir deles. Fantástico.
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Alice Olivier 01/12/2021

Favoritado por mim, mas exige paciência (...)
Acabei de finalizar a leitura de « A Montanha Magica » (após longos seis meses de deleite e impaciência, escalando e contemplando essa Montanha) e, apesar de gostar demais da proposta e dos muitos ensinamentos trazidos por Thomas Mann, preciso admitir que em muitos momentos, eu me sentia como se prosseguindo na leitura ?na raça e na coragem?, só de raiva mesmo (afinal de contas, já tinha lido 30, 50 ou 70% do mesmo).

No entanto, apesar da existência de tais momentos, momentos esses que me exigiram dose extra de paciência e de foco, preciso ressaltar que no geral, considerei essa obra EXTREMAMENTE EDIFICANTE, diferente de tudo o que eu já tinha lido até então e uma prova viva de que ainda tenho muito a estudar e a aprender vida afora a fim de compreender com maior profundidade todos os (inúmeros) temas nela abordados.

De fato, A Montanha Magica se tornou um dos meus livros favoritos, até mesmo pelo desafio que foi para mim a conclusão dessa leitura e a sensação gostosa ao final em pensar « Ahhhh, finalmente eu consegui subir e descer essa montanha ... »

P.s. Vale dizer ainda que uma releitura seria imprescindível (só não sei se terei um dia, novamente, essa coragem).
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Carol 28/11/2021

A vista de cima compensa a escalada!
Esse livro furou a minha fila.
Terminei a leitura em menos de dois meses o que me surpreende, achei que demoraria mais.
No início achei a leitura um pouco ?arrastada? e o tempo realmente, como no próprio livro é tratado, toma um aspecto peculiar. Hans Castorp, é gente como a gente, o que faz com que a identificação ora se torne fácil, ora difícil, não de se reconhecer, mas de admitir que somos também como ele. Imaturos, ciumentos, ignorantes sobre a vastidão de conhecimento que o mundo possui e claro, sedentos de vida.
Acompanhar o crescimento dos personagens e as idas e vindas de um tempo longo, às vezes cansa, mas envolve o leitor disposto. Ter paciência e se entregar à fluidez é essencial para que se chegue ao cume.
Mann escreve com maestria e profundidade sobre as ciências da natureza, música, e não se pode deixar de citar os debates entre um jesuíta e um humanista, que irão agradar os que os que se interessam por filosofia e sociologia. Os embates são tanto difíceis quanto acalorados, e as visões antagônicas enriquecem o livro sobremaneira.
O livro não possui grandes reviravoltas, mas sim momentos mais ou menos envolventes, e alguns deles me tiraram o fôlego. O leitor persistente com certeza será agraciado com belas reflexões.
Esse livro é pra ser apreciado, lido sem pressa e tem muito a ensinar. Escrevo essa resenha ainda com um pé na montanha, sem dúvidas uma parte de mim ficará lá. Esse é um clássico que não fosse a infinitude de livros que ainda pretendo ler, com certeza seria revisitado. Além disso, a edição é linda, e deixa qualquer biblioteca mais rica, mais bela e com mais qualidade.
Não vou dar cinco estrelas, porque o livro é bem prolixo, o que incomodou em alguns momentos. Seria isso um dos objetivos de Mann? Seria essa uma crítica ao leitor ansioso?
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Valquiria.Beltramini 26/11/2021

A montanha mágica
Para mim foi uma leitura muito desafiadora. Nesse livro acompanhamos a trajetória de Hans Castorp desde que chega ao sanatório para visitar seu primo e acaba ficando por lá por muito tempo. Muito interessante , com muitas camadas a serem analisadas, porém, na minha opinião, uma montanha difícil de escalar, indico aos corajosos!
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José Marcos 30/10/2021

O tempo que passamos na montanha com o jovem Hans Castorp nos transforma, e, se no início da leitura subimos a montanha de um jeito, descemos dela, de alguma forma, modificados.
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bobbie 26/10/2021

Denso, político-filosófico-social e muito mais...
A montanha mágica não é um livro que se leia uma única vez e se dê por satisfeito. Tampouco é um livro que se leia com facilidade e rapidez. Ou seja, é um livro que demanda dedicação, tempo e comprometimento para que se possa apreender o máximo do que ele tem a oferecer. A minha versão em e-book desta mesma edição, para se ter uma ideia, tem 1028 páginas. São capítulos longos, sem quebra, que fica difícil encontrar um momento de pausa para continuar mais tarde, pois as ideias são muito aprofundadas e conectadas umas às outras. A montanha mágica conta a história do jovem Hans Castorp, que, antes de ingressar em sua vida profissional, dispõe-se a passar 3 semanas em um sanatório para tuberculosos em Davos, no alto de uma montanha - não é segredo algum que, para a medicina novecentista, que ainda não oferecia uma cura para a tuberculose, o melhor tratamento era uma temporada em lugares elevados, com ar rarefeito. Contudo, as 3 semanas de "férias" e repouso acabam se estendendo "levemente", transformando-se em 7 longos anos, quando Hans supostamente adoece da mesma doença que acometia o primo. É aí que se desenvolve a trama desse bildungsroman, ou romance de formação, pois Hans se insere em um microcosmo representativo das ideias correntes na Europa daquele tempo, travando conhecimento com enfermos das mais variadas nacionalidades e pensamentos. São longas oportunidades de tomar parte em discussões filosóficas, sociais, culturais, políticas, religiosas (há espaço até para uma sessão espírita) que vão contribuindo para a formação do jovem mancebo, que inclusive conhece o amor na "montanha mágica" (aliás, ele fica na montanha porque conhece o amor, ou conhece o amor porque fica na montanha?). A estada de Hans no sanatório apenas se encerra quando... um grande e importante evento acontece - não vou dar spoilers. Como disse, trata-se de um livro longo, de capítulos extensos, densos, praticamente longos e completos tratados filosóficos. Quanto a mim, reconheço que fico devendo uma segunda leitura para dar melhor cabo da experiência deste livro.
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LER ETERNO PRAZER 19/09/2021

Publicado em 1924, A montanha mágica é daqueles livros que estão em todas, ou quase todas as listas de melhores livros da literatura mundial de todos os tempos.
Mann levou o Nobel de Literatura em 1929 e já há algum tempo seus livros não eram publicados no Brasil. Essa grande falha dos nossos editores começou a ser corregida em 2015 quando a editora Companhia das Letras passou a relançar obras do autor em capa dura e em belíssimas edições. A Montanha Mágica, talvez um dos títulos mais aguardados, foi lançado no final de 2016.
A Montanha mágica é um calhamaço de mais de 800 páginas. Segundo pesquisei, presume-se que Thomas Mann começou a escrevê-lo em 1912, mas foi interrompido durante Primeira Guerra Mundial o que pode ter influenciado o autor a expandir um pouco mais seu texto original.
Bom, A montanha mágica tem início quando Hans Castorp chega em um sanatório no alto de uma montanha para visitar seu primo Joachim. O sanatório é uma clínica médica privada, cujo tratamento é a base de descanso, normalmente focada em doenças respiratórias.
Hans é órfão de pai e mãe, Mann o descreve como alguém que ?gostava de viver bem, e, apesar da sua aparência anêmica e refinada, agarrava-se com fervor e firmeza, qual um lactante deliciado pelos seios da mãe, aos prazeres físicos que a vida lhe oferecia?. Em um outro momento, Mann esclarece que Hans era um jovem de 24 anos, alheio aos problemas da vida e um pouco devagar para entender o seu ambiente,ou seja, um típico menino, mesmo já sendo um homem formado, sem nenhuma idéia própria ou original.A descrição do dia a dia no sanatório da e torna, tão monótona quanto esses dias deveriam ser. Os pacientes, têm uma rotina bem estabelecida e suas vidas são regradas e controladas pelos horários das refeições, descansos e passeios. Hans primeiramente pretende ficar no sanatório por 3 semanas. Porém, depois de 2 semanas, os médicos descobrem uma mancha em seu pulmão e pedem que considere ficar algum tempo sob observação. Vão-se aí 200 páginas para nós apresentar essas primeiras duas semanas de reconhecimento de território, ou seja, se o leitor não for acostumado a esse tipo de leitura(bastante descritiva e minuciosa) se não for persistente irá desistir da leitura.
Após essa "monótona" primeira parte, vamos entrar na parte interessante do livro, vamos ser apresentados a alguns personagens que iram marca a vida, o pensamento e o intelecto de Hans. O primeiro é o italiano Settembrini, o segundo Naphta e o terceiro é Peeperkorn, com esse personagens e mais uns outros iremos ter grandes diálogos, sobre política, tempo, filosofia, sobre a vida e seu sentido, sobre a morte e seu significado, sobre como ser ou não humanista. Veremos passagens onde de cada uma delas podemos parar e pensar sobre todo o sentido das questões apresentadas.
Um outro fator crucial que merece aqui destaque na obra é o tempo. O efeito que ele tem em cada um de nós, mesmo quando parece suspenso e meio que esquecido da realidade,no sanatório, à medida que os dias se repetiam, era fácil esquecer há quanto tempo se estava ali. As estações do ano não respeitavam os preceitos básicos do clima e pareciam surgir quando bem queriam, mexendo ainda mais com a consciência de tempo do lugar. E é por isso que a condução da história por personagens fortes é tão importante: eles são, em sua forma, a maneira de procurarmos algum resquício de tempo e organização dos dias. Quando um entra e outro sai, pode-se pensar no tempo passado. Quando um debate ocorre diversas vezes, o tempo fica marcado por essas conversas que mostram que algumas idéias se mantém muito além de um período de tempo determinado. Até porque, a melhor maneira mesmo de medir o tempo está mais através de experiências e coisas interessantes na vida do que com horários e calendários. A monotonia que vemos no começo, quando chegamos ao sanatório junto com Hans, desaparece quando os dias se enchem de conversas e debates altamente interessantes.
Foram dois meses de leitura leitura compassada, capítulo a capítulo, internalizando, refletindo e tentando interpretar trecho que me pareciam cheios de significados, alguns simples outros complexos,mas conseguindo ou não fazer interpretações corretas ou não, dentro do que o autor quiz nos passar, foi uma leitura enriquecedora.
Sou sincero em afirma que A montanha mágica, é um livro, que para alguns leitores pode ser chato e enfadonho, mas e que na minha opinião: Todos deveriam ler A montanha mágica, mas A montanha mágica, não e para todo tipo de leitor.
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Andrea 11/09/2021

O tempo é o elemento principal!
Nunca fiz tanta marcação em um livro! E devo dizer que muitas vezes voltei para absorver melhor o que havia marcado... Que narrativa maravilhosa! Cansativo, muitas vezes, mas conseguiu me transportar para aquele ambiente de forma que até frio eu senti... É um livro cheio de reflexões e filosofias, mas, não é difícil de ser lido! Eu me encantei especialmente com Settembrini, e gostei muito de ver a vida pela vida de Hans Castorp! Enfim, valeram a pena os quase 60 dias que levei para subir A Montanha Mágica, apreciá-la e descer...
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Raquel 08/09/2021

O Tempo, a Descrição e a Pesquisa são os protagonistas
Thomas Mann é o rei da descrição, disso não há dúvida. Suas descrições chegam a ser palpáveis, por mais que em muitas vezes o vocabulário seja difícil ou esteja em outros idiomas. É possível até ouvir as canções que ele descreve!
Não há dúvida de que o Tempo é seu personagem principal nessa história pois é dele que o autor lança mão para que possamos "palpar" os mínimos detalhes de cenas e personagens.
Seus personagens são apaixonantes, devo dizer que principalmente os coadjuvantes, mesmo sendo tantos e até os que o autor não se aprofunda muito.
Uma coisa interessante de se observar é que, pelo menos eu tive essa sensação, o protagonista não é bem o personagem principal da história. Curioso isso mas Thomas Mann faz isso com maestria, é muito comum a gente se deparar com isso de o personagem principal ser sem graça ou até odiavel (existe essa palavra?), mas a gente não consegue odiar Hans Castorp, a impressão que tenho é que a gente vê pelas lentes dele e ao mesmo tempo sobre ele. Mann faz isso muito, muito bem!
Enfim, muitas reflexões, filosofia sobre tudo que vc puder imaginar e até biologia, o autor tinha muito conhecimento e é um exemplo inspirador de como a pesquisa bem feita auxilia na veracidade da descrição em uma boa estória.
Se prepare pra ter muita paciência pra capítulos enormes na maior parte do livro mas muitos momentos emocionantes! Difícil dizer adeus a alguns personagens, foram quatro meses lendo em meio aos estudos da faculdade e certas limitações, mas me desafiei e estou super satisfeita.
Desejo a todos uma ótima leitura!

Raquel Oliveira
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