Clóvis Marcelo 23/05/2013Blog "De Frente com os Livros"O Livro é narrado pelo ponto de vista de Lena em uma espécie de Diário, usando bastantes devaneios no decorrer da história para apresentar os personagens e interagir com seu passado, nos explicando de maneira clara o que se passa nessa nova Portland onde o amor é considerado uma doença.
Cada capítulo se inicia ora com trechos do “Manual da Segurança, Saúde e Felicidade” (um regulamento criado por essa nova sociedade alertando aos moradores o que pode ou não ser feito e as consequências da doença em suas vidas) ora por trechos da “Bíblia” e Cantigas criadas pelo povo. A autora brinca em vários trechos com histórias já conhecidas por nós, contextualizando à presença do amor deliria nervosa.
“As doenças mais perigosas são aquelas que nos fazem acreditar que estamos bem. — Provérbio 42, Manual de SSF”.
Gosto de livros subjetivos, reflexivos, com várias interpretações e principalmente que me prendam. Delírio conseguiu essa proeza. O li rapidamente, em menos de dois dias. Porém, ele chega a ser um tanto melancólico por conter muita narração. Prefiro mais diálogos, pois deixam a história fluir.
Outro ponto interessante é você conseguir ver o progresso de Lena no decorrer das páginas. Como ela pensava e como se transforma à medida que se apaixona por Alex, um garoto misterioso, acima dos dezoito anos (ou seja, curado) que trabalha no Centro de Tratamento da cidade.
“Seu cabelo é louro escuro, como folhas no outono bem quando elas estão mudando de cor, e seus brilhantes olhos âmbar — Descrição de Lena sobre Alex.”
Hana, a melhor amiga de Lena, é uma daquelas personagens que ganham nossa simpatia logo de cara. Embora eu tenha esperado mais dela, como um possível amor, é ela quem apresenta a sua amiga um mundo escondido dos olhos de todos, onde os contatos entre os meninos e meninas são permitidos!
Confesso que ele chegou bem perto de se tornar um livro favorito e com 5 estrelas. Mas essas últimas emoções só consegui captar nos momentos finais da história. Então, fazendo um balanço geral deixo aqui 4 estrelas – Classificando-o como Muito Bom.
“Posso sentir seus olhos em mim como uma quente pressão de um toque, mas estou com muito medo de olhar para ele. Estou com medo de que se eu fizer isso, eu me perca no seu olhar, esquecer todas as coisas que eu tenho a dizer – Capítulo 14”.
O texto inicia com capítulos curtos de modo a tomar a confiança do leitor, mas com o passar do tempo tornam-se maiores, contudo já estamos tão presos a narrativa que isso nem faz diferença. Obviamente essa foi uma estratégia da autora para conquistar seu público e nos "infectar" com a deliria nervosa. (Risos)
http://defrentecomoslivros.blogspot.com/2013/05/resenha-delirio-lauren-oliver.html