Debrobah | @perdidanaleitura 10/03/2020
“É o mais mortal entre todos os males: Você pode morrer de amor ou da falta dele.”
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Após o governo determinar o amor como a pior doença que já existiu na história da humanidade, todo jovem, ao completar 18 anos, é obrigado a passar por uma intervenção cirúrgica para curá-los desse mal. Lena espera ansiosamente por esse dia, mas semanas antes que seu tratamento seja realizado, o pior acontece: ela se apaixona.
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Lauren Oliver nos introduz a um mundo dominado pela indiferença, após a população passar pela cirurgia, no entanto a construção de mundo é rasa e subdesenvolvida, não trazendo muitas informações de como a situação chegou a um ponto tão crítico.
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Lena é uma protagonista tímida e medrosa, que prefere aderir as normas da sociedade sem questionamentos, especialmente depois de ver o sofrimento que tal sentimento causou em sua família.
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Mesmo que sua caracterização e medo inerente sejam realistas em relação ao ambiente que está inserida, sua falta de atitude e hesitação exacerbada dificultam a narrativa, sendo somente alteradas na presença de seu interesse amoroso.
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O romance entre Lena e Alex é construído aos poucos conforme passa a conhecê-lo melhor, mas seu surgimento é repentino e acaba não convencendo quanto a profundidade dos sentimentos entre os dois.
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Alex surge como um catalisador de mudanças na vida de Lena, mas cuja ligação com o leitor é fraca, por falta de maiores detalhes sobre sua vida. Já Hana, melhor amiga de Lena, consegue ser mais interessante por ser decisiva e inconsequente.
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"Delírio" possuía um conceito distópico interessante, que poderia ser explorado de diversas maneiras, mas que se perde no meio de uma narrativa sem ação e um romance clichê.