A Princesa de Clèves

A Princesa de Clèves Madame de La Fayette
Madame de La Fayette




Resenhas - A princesa de Clèves


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Luiz Pereira Júnior 05/04/2024

Nem obra-prima, nem merecidamente esquecível
Uma dama de imensa beleza e bondade casa-se sem paixão com um homem mais velho, ao qual respeita e é por ele respeitada. No entanto, cai nas graças de um belo e jovem nobre, mas não lhe corresponde fisicamente ao amor. Decide-se, enfim, a livrar-se da tentação do adultério e, para isso, pede ajuda justamente ao marido, contando-lhe a verdade, mas sem dizer o nome do amado.

Resumidamente, esse é o mote de “A princesa de Clèves”, um romance típico da época em que foi escrito, repleto de fofocas da corte, bastidores da aristocracia e do retrato da bolha que era a vida dos privilegiados (e será que não é assim ainda hoje?).

Em que pese a monotonia do retrato da corte, com suas dezenas de personagens (todos semelhantes entre si) cabalando em busca de uma melhor posição social, a ideia principal do livro é excepcional: será que desejamos saber a verdade, quando ela pode nos destruir? Ou será melhor permanecer na doce felicidade da ignorância?

(Um jornal da época fez uma pesquisa entre os leitores, perguntando se a princesa fez bem ao revelar seu segredo ao marido. Mas, como eu sempre digo, sem spoiler.)

Vale a pena? Sim, mas tenha em mente que a linguagem pode cansar, a repetição de cenas pode irritar, a mesmice dos personagens pode afastar por uns tempos o pensamento do leitor. Mas imagine que se trata de uma conversa com algum daqueles chatos que você conhece (afinal, sempre conhecemos alguém chato e sempre somos o chato de alguém), que tagarelam a noite inteira, contando uma história que parece nunca ter fim, mas que, subitamente, ilumina-se com uma passagem que nos deixa atônitos...

Assim é “A princesa de Clèves”: certamente não agradará a muita gente, mas nem por isso deixará de ter seu valor na história do romance como retrato de costumes. Pode não ser uma obra-prima, mas nem por isso merece ser relegada ao esquecimento...
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André 15/12/2023

A Bela Literatura
Motivei-me a ler esse clássico por ter La Belle Personne entre meus filmes favoritos, cujo conceito era adaptar este "livro Fuvest" da França em um contexto contemporâneo e escolar de maneira a "provar" sua relevância ao então presidente Sarkozy, que levantou uma polêmica vazia contra a obra.
Foi fascinante identificar os processos de adaptação operados sobre os eventos do romance, que em essência constituem os principais eventos do filme.
A Princesa de Clèves é uma ficção histórica, em que todos os personagens, excluindo-se a heroína e sua mãe, são pessoais reais que contituíram a Corte do rei Henrique II no século XVI.
Tendo sido escrito no XVII, imagino que à época os capítulos iniciais - que situam os eventos do romance cronológicamente - foram eficazes como qualquer ficção histórica situada no século XX o é para nós, mas hoje a distância temporal é demasiado grande para qualquer um que não seja um historiador da França medieval/renascentista apreciar a rememoração de eventos, títulos nobiliárquicos e o que mais.
Isso é irrelevante, no entanto, porque após esse segmento inicial a história de romance relutante entre a heroína e o duque de Nemours, balanceados pelo elo fraco do triângulo, o monsieur de Clèves, revela-se excelente na construção da tensão de uma paixão não consumada e de uma personagem com atitudes irreprimívelmente nobres, porém críveis através do uso da instrospecção psicológica que caracterizaria a literatura na nascente Modernidade.
Mesmo o contexto histórico aristocrático revela-se um trunfo na narrativa pela possibilidade de oferecer conflitos na forma de intrigas palacianas.
Li essa obra após o muito posterior Madame Bovary, de Flaubert, e se essa personagem, na maneira frívola como se lança em aventuras extraconjugais, é pensada de alguma maneira como paródia da fiel Clèves, admito que não vejo tanto tradicionalismo e convencionalismo a ser parodiado em uma obra com uma atitude bastante realista quanto aos riscos das "aventuras amorosas" beirando, na perspectiva das preocupações da protagonista, a sugerir um germe de cinismo moderno.
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skuser02844 21/05/2023

O livro retrata a história da Princesa de Clèves, uma jovem casada que se vê dividida entre seu dever marital e a paixão ardente que sente por outro homem. o romance explora temas como amor, moralidade, dever e a luta entre o desejo e a virtude.
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Leticia 06/05/2023

Um livro de fofocas da corte
Esse livro conta sobre o triangulo amoroso entre o príncipe de Clèves, sua esposa - a princesa de Clèves -, e o duque de Nemours - apaixonado pela princesa. Rolam altas fofocas da corte, mal entendidos, sofrimentos amorosos, e acho que acima disso, a exposição das ações virtuosas da princesa.
Confesso que a leitura foi meio lenta. Tinham momentos que eram muito interessantes e outros que davam sono (KK), mas no geral, eu gostei da história. Esse é um romance histórico, então exceto pela princesa de Clèves e sua mãe, a Mme de Chartres, que são fictícias, os outros personagens realmente existiram e compuseram a nobreza francesa.
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Marcos606 22/03/2023

Intrigas na corte
Escrito por Marie-Madeleine, condessa de La Fayette, e publicado anonimamente em 1678. Muitas vezes chamado de primeiro romance histórico da França, o trabalho influenciou o curso da ficção francesa. É a história de uma jovem esposa virtuosa, a personagem título, que suprime sua paixão por um jovem nobre. Com esta história simples contada em prosa digna e não sentimental, La Fayette lançou o romance psicológico.
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hiena 20/12/2022

A Princesa de Clèves
A sociedade da época não estava preparada para a pura genialidade técnica de Madame de LaFayette, que, numa fanfic sobre a Corte francesa do século XV (escrita no século seguinte) com grandes fofocas (inclusive sobre a própria vida, segundo rumores), simplesmente revolucionou a literatura francesa/europeia/ocidental.
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Georgeton.Leal 16/07/2022

Esquadrinhando os conflitos do coração
Antes de tudo, devo ressaltar que a dinâmica dessa história é um pouco diferente daquilo que estamos acostumados a ver, já que a mesma se trata de um romance do século XVII. Justamente por isso, "A Princesa de Clèves" deve ser lido analisando-se também o contexto histórico-cultural do período em que foi escrito.
Logo no começo, somos apresentados a um quadro de intrigas, ciúmes e traições da corte francesa, sempre envolta em terríveis jogos de interesse. Em certos momentos tive dificuldade em me ater à narrativa devido às idas e voltas que a autora faz constantemente com histórias paralelas (alguns episódios são jogados em meio a uma mistura de personagens que podem facilmente confundir o leitor). Somente na terceira parte é que o romance segue pra uma linha mais concisa e fluida, deixando tudo mais claro, e logo vemos o porquê desse livro ser considerado um dos precursores do romance psicológico ao acompanharmos de perto os pensamentos da senhora de Clèves e do duque de Nemours em suas desventuras amorosas. A propósito, Albert Camus certa vez disse que nessa obra "há uma desconfiança constante em relação ao amor", e é assim que realmente se sucede por parte dos principais personagens.
O enredo realista que aborda a luta da heroína contra sentimentos adúlteros é completamente diferente para os padrões de sua época. Madame de La Fayette vai ainda mais além e cria um drama sem nenhum direito a finais felizes ou momentos açucarados. O que temos são conflitos pessoais que pululam a cada instante até a chegada de um anticlímax nada acalentador.
A senhora de Clèves, mesmo sofrendo com as consequências de seu destino, se torna uma representação indômita da luta contra os desejos mais confusos do coração. Ela decide subsistir de forma implacável perante as contrariedades da vida e encontra nisso um propósito honrado que deve ser seguido a todo custo, ainda que tal escolha possa lhe omitir a felicidade.

site: https://senso-literario.blogspot.com/2022/10/esquadrinhando-os-conflitos-do-coracao.html
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Douglas.Milani 24/01/2022

Indiferença

Embora seja um livro curto, e eu adorar clássicos, nada me prendeu. As páginas pareciam se prolongar às dezenas e a custo de minutos não conseguia avançar mais de um parágrafo.

Não é uma escrita difícil, só é uma história chata. Uma centena de personagens aparecem e somem, falam sobre coisas aleatórias e que não agregam em nada ao enredo. Sei da importância do livro, principalmente para a literatura francesa, então o deixo para quem se importa: os acadêmicos.

Enquanto lia, parecia observar um desfile de pessoas que falavam uma língua que não entendo e cujas vidas não me importo. E a princesa de Cleves, que dá título ao livro, estava tão perdida no meio desse baralho que se tornava insignificante.

Enfim, um livro indiferente.
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Cris01 28/08/2021

História um pouco confusa, mas creio que tenha sido a tradução, mesmo lendo determinada página por 3 vezes, foi impossível entender. A autora se perde e não consegue desenvolver a história e deixa várias pontas soltas que são interessantes. Quando está chegando ao ápice da história a autora joga um balde de água fria e a história fica fria e tediosa novamente. Nem o posfácio ajuda. "Fala e fala e nada"!
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Faluz 01/08/2021

A PRINCESA DE CLÈVES - Madame de La Fayette
Romance escrito por uma mulher, Madame de La Fayette, no século XVII francês. Uma paixão amorosa que descreve a nova forma literária, o pequeno romance, apresentando a modernidade da época.
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Adriana1161 27/07/2021

Perturbação e prazer
Este é considerado o primeiro romance moderno da literatura francesa, é um romance psicológico.
Trata de intrigas, ciúmes, infidelidades, vaidades. Passa-se nos útimos meses de reinado de Henrique II e nos primeiros do reinado de Francisco II. O personagens parecem os mesmos do seriado Reign!
Escondem as perturbações com falsas doenças, prolongam uma doença já curada para fugir dos enfrentamentos.
No posfácio escrito por Albert Camus, ele diz: "vale mais se casada a contragosto do que sofrer por uma paixão".
Enfim, o que seria do Romantismo sem as musas!
Personagens: Srta de Clèves, Sra de Chartres, Sr de Nemours, e muitos personagens da corte francesa.
Local: França - século XVI, 1558/1559
@driperini
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Steph.Mostav 15/07/2021

"Não há arte onde não há nada a ser vencido"
O grande mérito de A princesa de Clèves está no tema da infidelidade não consumada pela razão, ainda que a unidade temática se perca um pouco em meio a tantas intrigas aristocráticas entediantes. É na intensidade dos sentimentos dos personagens e não em seus papéis monótonos na corte que está a verdadeira força do romance, assim como na tragédia anunciada por esse embate entre o desejo e a virtude, entre a paixão e o dever. Confesso que considero o livro muito bom não pelo desenrolar dos dilemas íntimos do triângulo amoroso protagonista, que soou um tanto repetitivo, mas sim pelo final que, apesar de previsível, faz jus à dramaticidade exagerada e ao pecado não consumado do restante do livro. Ainda assim, esta é uma leitura que só deve agradar aos fãs de romances psicológicos e sua origem na literatura moderna.
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janaina.lagini 26/01/2021

Chato, porém interessante. Para o nosso ponto de vista atual, pode ser monótono e entediante, mas é uma ótima referência para estudarmos como as mulheres enxergavam a sociedade na época. Não posso dizer que a autora é feminista, já que o movimento começou muito depois mas é essencial vermos a crítica em relação aos homens, que tem o direito de trair e, caso alguma mulher também o faça, ela é uma simples meretriz. Acho importante ler Jane Austen, irmãs Bronte e a Madame de Lafayette para entendermos o ponto de vista das mulheres ao decorrer da história, sendo que a última coloca o amor como o maior vilão que pode existir. Além de ser um clássico é importante reconhecermos que tem uma influência na literatura francesa, onde mostra que a verdade nem sempre é a melhor opção. Obviamente até hoje é um cúmulo achar que a verdade não é algo bom, se essa obra consegue até hoje ser uma crítica então por que não lê-la?
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Wayona 03/12/2020

Personagem extremamente fiel
Me impressionei muito com os sentimentos dos personagens. A personagem principal é sem dúvidas um exemplo de inocência e lealdade.
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Coruja 01/07/2020

Diz a sabedoria popular que “segredo entre três, só matando dois”. Aplicar essa máxima ao clássico romance de Madame de La Fayette, não creio que sobrem personagens, até porque os próprios donos do segredo teriam de cometer suicídio para não ter comichões de se confessar com ninguém. Intrigas e fofocas são a base do enredo e todo mundo está mais que interessado nos mexericos da corte. Considerando tal fato, é meio hilário que Sarkozy tenha eleito o romance como um de seus inimigos particulares à época que foi presidente.

Publicado anonimamente em 1678, A Princesa de Clèves é um meio termo entre as baladas de amor cortês medieval e o romance realista psicológico, algo como Tristão e Isolda numa versão proto-machadiana. Na corte francesa de Henrique II, a beleza e virtude da jovem senhorita de Chartres acende intensas paixões por onde passa. Velhas rivalidades na corte envolvendo parentes seus, contudo, parecem impedi-la de fazer um casamento realmente vantajoso… até o Príncipe de Clèves perder o pai e assim ficar desimpedido de ordens contrárias. O príncipe ama a jovem desesperadamente, ao passo que ela lhe tem apenas respeito e um afeto confortável. Tudo iria razoavelmente não fosse pelo retorno do valoroso Duque de Nemours à corte, que, à primeira vista, desenvolve uma paixão obsessiva pela agora princesa… sendo por ela correspondido. Tal paixão, contudo, nunca é consumada diante do dever que ela entende ter para com seu marido - ao ponto de ela preferir confessar ao príncipe sua paixão para se certificar de que não vai traí-lo com o duque.

A Princesa de Clèves entrou na minha lista de leituras mais por curiosidade histórica que interesse literário. Afinal, ele é considerado o primeiro romance psicológico publicado. Além de ter sido escrito por uma mulher e sido um sucesso de público à época. Não é, contudo, uma leitura que flui com tanta facilidade: há algo do fluxo de consciência que mais tarde seria marca registrada de Virginia Woolf, pensamentos e ações se mesclando e confundindo, de tal forma que às vezes você se perde no enredo. Os personagens também não são lá muito simpáticos - a heroína é perfeita demais, o marido é insosso, o pretendente a amante é inconveniente e sua paixão fixa me assusta. Ainda assim, é uma curiosidade que vale ser saciada, seja para acompanhar a evolução do gênero romance, seja porque ao terminar você está com a cabeça cheia de imagens deslumbrantes da corte, seja porque há algo de intenso e intrigante e - bem, ele é considerado um monumento da literatura daquele país - francês na história.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2020/07/o-resumo-da-opera-o-ano-ja-pode-acabar.html
Gi Palauro 16/07/2020minha estante
Olá, você pode me tirar uma dúvida? Eu queria saber se a cena que ela confessa seu amor pelo duque para o marido, o duque está escondido ouvindo a conversa. Eu sei que é uma dúvida muito específica hahaha, é que eu estou sem acesso ao livro mas precisava saber para um trabalho e, infelizmente, não lembro deste detalhe.


Coruja 09/09/2020minha estante
Gi, estou vendo seu comentário com dois meses de atraso. Não sei porque o skoob não me manda notificação quando tem comentário nas resenhas, só nos status... Não sei se ainda lhe serve a resposta, mas sim, o duque está ouvindo. Você fala da cena do jardim, não é?




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