NightPhoenixBooks 23/12/2015[Resenha] A Ascensão do Governador Acabei comprando um um box com os três primeiros livros dessa série em edição econômica mesmo – apesar de não ser muito fã dessas edições acabei me adaptando super bem – o único ponto negativo foram as páginas, que eram muito finas e sempre acabavam grudando umas nas outras, porém não eram tão transparentes quanto eu achei que seriam, o que foi uma surpresa muito bem vinda.
No primeio volume dessa série, acompanhamos a trajetória dos irmãos Brian e Philip Blake, que do dia para a noite se vêem envoltos em um universo dominado por mortos vivos sedentos por carne. Apesar de suas diferenças eles têm como objetivo comum sobreviver a esse inferno e protejer a filha de Philip, Penny Blake, de apenas 7 anos. Eles saem da sua cidade natal, Waynesboro, e cruzam toda Geórgia até Atlanta – onde acreditam que exista um centro de refugiados – junto a dois amigos de longa data de Philip, Nick Parsons e Bobby Marsh.
“Eles caminham como um só, mesmo na morte, como se formassem uma congregação unida – como marionetes de uma mente superior.” (Página 110)
Apesar de Brian ser o irmão mais velho, ele é o mais dependente. Recém divorciado, nunca deixou a asa dos pais e fracassou em todos os projetos que começou. Brian é uma pessoa medrosa, sem iniciativa e fraca que espera que Philip sempre venha ao seu resgate.
“O irmão é tudo para ele. O irmão é a chave de tudo. Mas alguma coisa está acontecendo com Philip, algo horrível, e isso está começando a incomodar Brian. Quais são as regras? Essas aberrações ambulantes merecem tudo o que Philip está fazendo com elas... mas quais são as regras de combate?” (Página 88)
Já Philip é um homem que não tem medo de sujar as mãos para terminar o serviço. Ele perdeu sua esposa, Sarah, em um acidente de carro alguns anos antes do apocalipse, e teve que cuidar sozinho da sua filha. Philip é uma pessoa cheia de demônios internos, dos quais ele vive em batalha.
“Tudo isso leva à percepção final que atinge Philip na testa com a força de um martelo de ferro. Ele se dá conta – tendo em vista o movimento quase em câmera lenta que se desenrola diante dele – de que a ideia de encontrar um centro de refugiados na cidade, para não falar de alguém ainda vivo, está rapidamente se tornando algo tão prudente quanto um garoto procurando um pônei no meio de um monte de bosta de cavalo.” (Página 127)
Assim como os quadrinhos – que serviram de base – e a própria série, o livro é recheado de ação e cenas bem fortes e descritivas não recomendadas para pessoas de estômago fraco. Nos quadrinhos achei que ficou faltando saber como o governador se tornou essa pessoa doentia que ele é, e o livro respondeu muitas perguntas, vemos ao decorrer dos capítulos como os acontecimentos moldam ele de uma pessoa normal para o monstro que conhecemos.
“Nenhum homem escolhe o mal por ser o mal, mas apenas por confundi-lo com felicidade, que é o que ele busca.” (Página 253)
Por se tratar de uma narrativa intensa que não para, com apenas alguns momentos para recuperarmos o fôlego – e que logo são substituídos pelo completo caos – a leitura fluiu com muita facilidade. É impossível parar de ler, já que uma situação de tensão de engancha na outra.
“Philip encara um rosto morto depois do outro, todos passando num flash pela janela – num momento estão visíveis, no outro já se foram – e agora ele está em outra dimensão, outro lugar que não aquele utilitário, não atrás do volante, mas dentro da horda, dentro da cidade dos zumbis, abatendo fileiras deles, devorando aqueles filhos da puta. Philip é o pior monstro de todos, e vai atravessar aquele oceano de merda, mesmo que tenha que destruir o mundo inteiro.” (Página 139)
A constução dos personagens foi incrível, é possível sentir as mesmas emoções que eles apresentam ao decorrer dos acontecimos. Em diversas partes do livro me peguei pensando alto frases como: “Não acredito, corre!”, “Não faz isso!”, “Pega logo a arma!”, entre outras.
“Nós vamos sobreviver a esse pesadelo, e vamos fazer isso nos transformando em monstros piores que eles, está me entendendo? Agora não existem mais regras! Não existe filosofia, não existe misericórdia, não existe perdão, agora somos só nós e eles e tudo o que eles querem fazer é devorar a gente! E por isso nós é que vamos devorar a porra dos zumbis! A gente vai mastigar eles e depois cuspir no chão e nós vamos sobreviver a essa situação, ou então eu vou destruir toda a droga desse mundo! Você entendeu o que eu falei? ENTENDEU O QUE EU FALEI?” (Página 119)
Apesar de saber como as coisas iriam acabar, fiquei torcendo para que tudo fosse diferente, vivi o drama dos personagens a cada momento. Os últimos capítulos me deixaram ser ar, foi impossível parar de ler e o final foi completamente maravilhoso pois parece que tudo encaixa no lugar e finalmente todas as peças que montam o quebra-cabeça que é o governador estão no lugar “certo”.
“O mundo não termina com um estrondo, mas com um gemido” (Página 38)
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