Lais.Lagreca 07/01/2022
“A memória é mesmo o mais generoso dos retratistas.”
“A memória é mesmo o mais generoso dos retratistas.”
Quando li a sinopse deste livro, pensei: vou ler sem falta!
Eu percebi que pouco sei, que pouco aprendi na escola e na vida sobre a história dos africanos que foram arrancados de suas terras, de suas famílias, de seus sonhos e de suas crenças para serem trazidos para a América, para o Brasil, no nosso caso.
(E esse desconhecimento se estende às pessoas que aqui viviam aqui e foram exterminadas)
Este livro, então, mostrou-se como um prato cheio para essa minha vontade-necessidade de aprender.
Em “Um defeito de cor”, somos conduzidos pela vida e vivências de Kehinde, uma menina que foi arrancada de África e, ao contrário de muitos que foram capturados com ela, chegou ao Brasil, onde vivenciou tantas e tantas histórias.
Este livro nos envolve por seu caráter de ficção e nos ensina sobre história, nos mostra como nosso país foi construído em cima de violências de vários tipos, nos mostra como houve resistência, luta, nos mostra como havia amor, inteligência, capacidade e alegria entre as pessoas que levantaram esse país com o próprio sangue.
Eu aprendi muito. Em quando reler, vou ver quanta coisa acabou passando, porque é assim...
Confesso que o tamanho do livro e a minha vontade de ler outras coisas (ao mesmo tempo) fizeram com que a minha leitura levasse mais tempo do que o normal, mas valeu muito a pena.
Sinopse:
Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens. Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, é um belo romance histórico, de leitura voraz, que prende a atenção do leitor da primeira à última página. Uma saga brasileira que poderia ser comparada ao clássico norte-americano sobre a escravidão, Raízes.