Um defeito de cor

Um defeito de cor Ana Maria Gonçalves




Resenhas - Um Defeito de Cor


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naoesteves 16/10/2023

Uma relíquia brasileira
Não tenho o hábito de fazer resenhas para livros que já são muito comentados aqui no Skoob, mas é impossível terminar esse livro e não falar sobre. O número de páginas pode até assustar a princípio (adiei por mais de um ano a leitura por conta disso!), mas logo nas primeiras páginas a gente percebe o quão leve é a leitura, mesmo nos trechos mais intensos.

Um defeito de cor é uma narrativa sensível, completa e recheada de informação. Desmistifica a cultura africana, o período de tráfico de pessoas no Brasil e na África, a condição de quem foi escravizado, as muitas mitologias e religiões africanas e tantos outros assuntos que tornariam minha resenha infinita. É uma vida inteira traduzida em palavras, sentimentos extremamente particulares que se materializam no decorrer da história e traçam um relato que vai se tornando uma verdadeira aula - em conteúdo e afetividade.

Para completar, Ana Maria Gonçalves já deu milhares de entrevistas sobre o processo de escrita, de pesquisa e revisão que enriquecem ainda mais a experiência. Esse é um livro que não só deveria ser lido por todos os brasileiros, mas que merece ser adaptado ao cinema, aos quadrinhos, aos podcasts e ao que mais for possível para que alcance o maior número de interlocutores. É muito cativante, mas para além disso, desenha um Brasil que a autora se propôs a conhecer e nos apresentar de um ponto de vista muitas vezes negligenciado e excluído do imaginário de grande parte da população. Me faltam palavras para expressar toda a riqueza que trazem essas páginas, mas posso dizer que este é um verdadeiro tesouro, uma preciosidade da literatura nacional.
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Flávio 14/10/2023

Histórico
Um calhamaço escrito por Ana Maria Gonçalves, onde me deu a oportunidade de vivenciar o século XIX praticamente inteiro através da vida e olhar de uma mulher escrava capturada e trazida para o Brasil aos oito anos. E vai contar a vida dessa mulher inteira que vive mais de oitenta anos. E desde o sofrimento da atravessia para o Brasil até sua velhice liberta na África há muitos amores, lutas, lugares contados em detalhes desse século e fatos históricos e tudo que infere esse momento sombrio da escravidão do povo africano no Brasil e no mundo, na pele e na vida de uma mulher.
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Lucy 08/10/2023

Perfeito
Se você gosta de ler sagas, esse livro te atende pq ele é um livro cheio de histórias dentro de
uma só.
Mano, quabdo descobre-se o motivo de a narradora ter se perdido de quem é o destinatário da história que é contada é tão triste que eu fiquei tão ressabiada que tive que parar.
O corpo e os bens da mulher é público e nunca podemos nos esquecer disso, pois quando menos espera.os e de quem menos esperamos é o que acontece.
Foi muito bom estar nessa história com essa protagonista, mesmo que nos momento mais difíceis e que apesar de tudo ela estivesse em um ponto de privilégio histórico, sem o qual a narrativa não se daria, visto que aprendeu a ler e escrever, negociar e todos os outros meios de estabelecer riquezas.
Não digo isso por demérito, apenas pela noção de que junto a ela no tumbeiro havia, por exemplo, sua avó e sua irmã, que tiveram um destino muito distinto do dela.
Recomendo grandemente.
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Raquel622 07/10/2023

Decepção
Gosto de ficção histórica, mas uma das coisas que me decepcionaram neste livro é que a ficção me pareceu tão rasa que a parte histórica ficou bastante prejudicada. Teria preferido uma obra documental sobre Luis da Gama ou sobre o processo se retorno de escravizados para a África. Fui me arrastando até o final com um peso nos ombros. O começo é o fim têm bom ritmo, mas tudo entre eles não foi uma boa leitura oara mim.
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Jeanne.Vieira 02/10/2023

Precisava de mais
Depois de ler e ler, queria ler mais. Acabo com dó de Geninha, que escreveu mais de 900 páginas. Ao meu ver, metade daquelas explicações religiosas, de cultos e crenças podiam ser poupadas, tiraria mais da metade do tamanho do livro, o que poderia ser aproveitado com Geninha nos contando até o último suspiro ou até um pouco mais da querida Sinhá Luiza.
A leitura é profunda, é vivida, as vezes dolorida, as vezes revoltante.
Um período conturbado que todos brasileiros deveriam ler, em especial os que batem no peito se achando bons com sua branquitude.
naoesteves 16/10/2023minha estante
Eu achei as descrições dos cultos e crenças a melhor parte kkkkk
Acho muito curioso como cada um tem seus pontos preferidos em um livro!




Dora ð 30/09/2023

Um defeito de cor
Quero começar dizendo que esse livro é uma relíquia para a história do Brasil, principalmente para as pessoas negras brasileiras que nunca se sentiram representadas nessa história que deveria ser de todos.

Esse livro fala sobre fé, maternidade, ancestralidade, memória, cultura, esperança, amor, liberdade... acima de tudo, fala sobre um Brasil e uma África do ponto de vista de seus verdadeiros donos, daqueles que carregaram tudo isso nos ombros e lutaram para um lugar melhor para seus filhos, para o futuro, para nós.

Fala do ponto de vista de uma mulher negra, africana de nascimento e brasileira de alma, que passa por todos os tipos de experiências ao longo da saga. Passou por guerras, revoltas, mudanças, momentos felizes e tristes, de triste e alegria, tudo em nome de seus filhos, da sua terra e de seus ancestrais que nunca a abandonaram.

Todos deveriam ter a oportunidade de ler esse livro, afinal somos todos descendentes de melhores como a Kehinde. Descendentes desses povos, dessas culturas e dessas pessoas, que ainda estão presentes entre nós.
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Paula Santos 28/09/2023

Praticamente um livro de história
Um defeito de cor é um livro necessário e que deve ser lido por todos. Confesso que não foi uma leitura fluida ou fácil. Me arrastei na leitura tanto por ela ser pesada por abordar temas sensíveis, como por causa de alguns desvios de narrativa. Veja bem, claro que é interessante saber os fatos históricos que estavam se desenrolando no Brasil e posteriormente em África vividos pela personagem, mas confesso que as vezes só queria saber o tinha acontecido e não uma descrição detalhada da política da região. Enfim, apesar de ter sido uma leitura bem arrastada recomendo demais.
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Carlinha 26/09/2023

Importante
A história é uma narrativa épica que segue a vida de Kehinde, uma africana escravizada que é trazida para o Brasil no século XIX. O título do livro faz referência à característica de Kehinde, que nasceu com a pele muito clara, o que era considerado um "defeito de cor" na época.

O livro explora as duras realidades da escravidão no Brasil, assim como a busca de Kehinde por liberdade e sua jornada ao longo dos anos. A história é rica em detalhes históricos e culturais, abordando temas como a luta contra o racismo, a violência contra os escravizados e a preservação da cultura africana no Brasil.

Além disso, o romance também aborda questões relacionadas à identidade, à busca por sua família perdida e à resistência cultural. "Um Defeito de Cor" é uma obra profundamente comovente que oferece uma perspectiva poderosa sobre a experiência da escravidão no Brasil e a busca por dignidade e liberdade.
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Ricardo.Sodre 24/09/2023

O que dizer dessa história que me acompanhou nesses últimos meses?
Ler esse livro me adicionou muito como pessoa, pois de alguma forma Ana Maria Gonçalves fez eu me enxergar (ironia não) em Kehinde, todos os seus sentimentos eram sentidos por mim, todos os seus anseios eram ansiados por mim, enfim, ela viveu através das palavras contidas dentro dessa obra prima literária.
Um clássico atual, esse livro com certeza figura nas listas de melhores livros brasileiros do séc. XXI, independentemente do gênero que o mesmo possa ser atribuído.
Confesso que vou sentir saudades de toda a ambientação criada em meu imaginário, mas os levarei em meu coração para toda eternidade até o Orum
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Gisele Gusmão 19/09/2023

Um defeito de cor, Ana Maria Gonçalves
Um defeito de cor é a história de Kehinde que foi sequestrada em Uidá e escravizada no Brasil. São 8 décadas na vida de Kehinde, personagem baseada na vida de Luísa Mahin, mãe de Luís Gama. O pouco que se sabe da história de Luísa é baseado numa carta escrita por Luís Gama onde ele fala de sua mãe e suas origens. O romance histórico é contado sob o ponto de vista de uma mulher escravizada que sofreu muito e soube aproveitar as oportunidades que apareceram na sua vida. No desenrolar da história de Kehinde vemos a luta de uma criança que logo se torna adulta, que enfrenta os horrores da escravidão e o sofrimento da uma mãe que perde dois filhos. A história começa em Savalu uma aldeia do Reino de Daomé onde Kehinde mora com sua avó, sua mãe, seu irmão e sua irmã gêmea Taiwo.Com a morte da mãe e do irmão, sua avó e as gêmeas se mudam para Uidá, uma cidade com um porto de onde partiam africanos capturados para serem escravizados no Brasil e foi o que aconteceu com Kehinde e sua irmã Taiwo, no dia da partida a avó desesperada consegue embarcar com as netas. A irmã e a avó morrem na viagem. No Brasil Kehinde vai trabalhar numa fazenda na ilha de Itaparica, na Bahia, lá conhece outros pretos que serão seus grandes amigos por toda a vida, inclusive Esméria que será como uma mãe para Kehinde. O livro nos mostra importantes acontecimentos da história oficial do Brasil sob o ponto de vista de Kehinde. A história é envolvente e revoltante, e nos faz descobrir um pouco da dura vida dos pretos escravizados no Brasil. Importante livro para entender a sociedade em que vivemos.
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Alediohead 18/09/2023

...Um período de calmaria e outro cheio de problemas
Acho que se me perguntarem do que se trata a história de Um Defeito de Cor, com certeza eu diria que é uma história de fé. A fé da avó, que com suas duas netas fogem da sua terra após uma tragédia. A fé da Kehinde em não virar porco quando chegasse no Brasil, em conseguir sobreviver a situação de escrava, e após várias demonstrações de fé, a maior seria a de nunca perder a esperança de conseguir encontrar o paradeiro do filho perdido.

Esse é um livro muito impactante, me emocionei em diversos momentos, me apeguei bastante as pessoas que passavam pela vida dela e que proporcionalmente a intensidade que passavam, rapidamente seus desfechos eram contados.a escrita da autora é bastante envolvente, bem detalhista, é basicamente um relato histórico dadas as nuances do período do livro e como deu pra entender um pouco de como era a vida dos escravos e dos libertos nesse tempo.

O final abrupto, e um pouco frustrante não por ser ruim, mas por não entregar aquilo que tanto queríamos ver, mas que nem considero muito aberto, pois fazendo a contagem das datas, dá pra saber o que aconteceu logo em seguida.

Já é um clássico instantâneo e recomendarei a todos que puder. Obrigado Kehinde
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Gabriella.Anderson 17/09/2023

Um Defeito de Cor
A princípio o livro assusta, já que são mais de 900 páginas. Mas logo no começo a leitura prende a gente.
Kehinde nasceu em Suvalu e sua história é contada pela autora com muitos detalhes.
Após uma longa viagem da África ao Brasil, Kehinde passa a ser escrava numa casa onde ela convive com uma criança um pouco mais velha que ela, a quem chama de sinhazinha. Lá, ela adota o nome de Luisa.
Sempre muito curiosa e interessada, batalha muito para aprender a ler e escrever e posteriormente trabalhar para sobreviver.
Ao longo de sua vida, Kehinde sofreu grandes perdas e muitas tragédias, que fizeram dela uma mulher forte e guerreira.
Com suas boas ideias, que ela conseguia transformar em negócios e ganhar dinheiro. Foi como ela conseguiu viver rodeada de pessoas boas, que ajudaram na criação de seus filhos.
Passou parte da vida à procura de um filho que desapareceu em um momento em que ela precisou se ausentar por um tempo.
Leiam, vale cada página. Eu diria que esse livro deveria ser leitura obrigatória nas escolas.
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Josiane.Lopes 17/09/2023

Meu favorito de 2023
Que livro emocionante, adorei ler a história de Kehinde. É um livro que fala de tudo, é super interessante!!!
Kehinde teve uma vida muito sofrida, mas ela conseguiu vencer na vida, porém até o último momento, ela estava cheia de esperança para encontrar seu filho.
Esse livro possibilita inúmeras reflexões sobre a vida, as nossas decisões, nossos erros, com certeza muitos trechos ficaram para sempre na minha memória.
Sabemos que a escravidão na história do Brasil traz dor até nos dias de hoje, onde temos uma sociedade extremamente preconceituosa e as desigualdades sociais muito acentuada.
Recomendo fortemente essa leitura.
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Sidélia 11/09/2023

Através do Tempo e da Cultura
O livro tem um começo verdadeiramente impactante, lançando-nos diretamente em um contexto de guerras, fugas e perdas. A protagonista, gêmeas juntamente com sua avó, deixam para trás o luto de sua mãe e irmãozinho, embarcando em uma travessia longa e densa.

No decorrer dessa extensa saga, a autora, Ana Maria, habilmente nos apresenta as múltiplas camadas de cultura, assimilação e violência que permeiam a acumulação de capital nos séculos XVIII e XIX.

A narrativa, por vezes lenta e detalhada, é contada sob a perspectiva de Kehinde e outros personagens que surgem ao longo da história. Embora alguns personagens possam parecer dispensáveis no desenvolvimento do enredo, se tornam indispensáveis na apresentação das complexas relações comerciais, escravistas e familiares que caracterizam esse período histórico.

Nesse sentido, o livro se revela como uma obra profunda com adornos históricos que nos conduz pela intrincada teia de relações das pessoas negras no contexto político e econômico da transição para a abolição e a república.

Além disso, nos transporta para o cenário africano em dois momentos distintos: o primeiro, marcado pelo sequestro de pessoas negras, estabelecendo um mercado robusto, e as guerras entre aldeias e nações, frequentemente instigadas por interesses políticos dos portugueses e ingleses. No segundo momento, observamos a tentativa de retorno das pessoas anteriormente escravizadas. Esta fase é marcada pela frustração mútua: dos retornados, que não encontram suas terras como as deixaram, e dos habitantes locais, que resistem às tentativas dos retornados de impor o catolicismo e o sincretismo. É notável a maneira como alguns costumes são incorporados de acordo com as conveniências, como a poligamia.

Outro ponto de interesse é a exploração das diversas formas e perspectivas do trabalho escravo, bem como as tentativas de cooperação entre as comunidades negras, que podem estar ligadas a cultos católicos, protestantes, orixás, inquices, mulçumanos e voduns. A própria Kehinde experimenta várias dessas situações ao longo de sua jornada, alternando entre muçurumins, sincretismo, voduns, orixás e outros.

Enfim, é um livro longo e complexo e que nos apresenta através da história de Kehinde os acontecimentos complexos que construíram as cooperações e articulações entre pessoas negras vinculadas a alguma religiosidade. É um mergulho nas complexidades de cada uma das religiões e suas tramas políticas e econômicas que reverberam na resistência, articulação e solidariedade entre pessoas negras no contexto da escravidão.

Recomendo!
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