Li 05/04/2011DESAFIO LITERÁRIO 2011 - ABRIL - FICÇÃO CIENTÍFICA *LIVRO 2*Sinopse: A continuação das incríveis aventuras de Arthur Dent e seus quatro amigos através da Galáxia começa a bordo da nave Coração de Ouro, rumo ao restaurante mais próximo. Mal sabem eles que farão uma viagem no tempo, cujo desfecho será simplesmente incrível.
O segundo livro da série de Douglas Adams, que começou com o surpreendente O Guia do Mochileiro das Galáxias, mostra os cinco amigos vivendo as mais inesperadas confusões numa história cheia de sátira, ironia e bom humor.
Tá, tenho que admitir: Este livro é muito melhor que o primeiro! Continuo achando que teria me divertido mais com outro tipo de FC, mas vá lá, foi uma leitura ótima! Não sei se porque o mergulho inicial já foi feito e a temperatura da água não é mais tão estranha assim, achei esse livro mais lógico e normal, na medida da anormalidade proposta por Adams.
Os personagens agora andam pela galáxia sem acharem muito estranho o fato, o que me deixa mais confortável com a história, não gosto muito de me sentir na pele de pessoas que passam por mudanças drásticas, nem em livros, e Arthur é um personagem humano muito palpável... Eu ficaria louca no lugar dele. E já que estou comentando sobre personagens, Trillian é um zero a esquerda, Marvin, o andróide paranóide, é mais exemplo de humano que ela (na verdade, eu praticamente nem noto a presença dela na história)! Simpatizo com Zaphod, o ego vivo (e fico imaginando com seria bom se os dirigentes tivessem como único trabalho desviar a atenção do povo do governo real, não seria mais útil em alguns casos?!). Ford é bem diferente do que lembro do filme, é mais... normal (no filme achei ele mega bobo).
A abrangência de analogias irônicas com situações e ideologias corriqueiras da vida humana é maior e mais insinuante aqui, até sobre a existência de Deus e se este sabe, por sua vez, da existência da população Universal é tema de confabulações (e acho bastante pertinente, rs)! Outra que achei ótima foi sobre de quais seres surgiu realmente a raça humana! Grande sacada de Adams. Na verdade, ele tem muitas ideias interessantes sobre a Vida, o Universo e Tudo Mais!
Observe como esta historinha sobre o planeta Oglaroon parece com a nossa de acreditar que somos tão importantes no contexto universal que não há outros seres inteligentes por aí e que nosso planetinha é o único que pode comportar vida:
“Por exemplo, num canto do Braço Oriental da Galáxia fica o enorme planeta Oglaroon, totalmente coberto por florestas. Toda a sua população “inteligente” vive permanentemente dentro de uma nogueira, razoavelmente pequena e incrivelmente lotada. É nessa árvore que eles nascem, vivem, se apaixonam, entalham minúsculos artigos na casaca da árvore especulando sobre o sentido da vida, a futilidade da morte e a importância do controle de natalidade, combatem as poucas e minúsculas guerras, e por fim morrem pendurados sob as ramagens de um dos galhos mais inacessíveis.
Na verdade, os únicos oglaroonianos que saem dessa árvore são aqueles que são banidos pelo abominável crime de imaginar se alguma das outras árvores poderia ser capaz de sustentar vida, ou até mesmo pensar se as outras árvores são algo além de ilusões provocadas por ingestão excessivas de oglanozes.”
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