Knulp

Knulp Hermann Hesse




Resenhas - Knulp


75 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Bookster Pedro Pacifico 16/11/2020

Knulp, de Herman Hesse
O meu primeiro contato com o ganhador do Prêmio Nobel de 1946 foi com “Sidarta”. Amei a leitura, sobretudo a forma como Hesse conseguiu em poucas páginas construir personagens profundos e nos conduzir por questionamentos existenciais.

Apesar de tratar de uma temática bem distinta, a verdade é que a leitura de “Knulp” me lembrou bastante o estilo de “Sidarta”.

Também em poucas páginas, acompanhamos algumas passagens da vida de Knulp, um andarilho sem muito rumo na Alemanha do final do século XIX. A sinopse até parece simples demais e, por isso, não há nem muito como desenvolver a narrativa por aqui. É um daqueles livros que parecem ser sem graça quando você tenta contar para alguém, mas que encantam pela simplicidade.

E essa simplicidade e pureza nos sentimentos do personagem me tocaram muito. Knulp é a imagem da liberdade e do desapego a bens materiais e a laços sociais mais profundos. Por outro lado, o modo de vida do personagem acaba gerando um certo incômodo nas pessoas que cruzam o seu caminho. Todos pensam que Knulp está deixando de aproveitar a vida quando opta por andar sem rumo e sem “objetivos”. Todavia, é justamente aí que aparecem as principais reflexões encontradas na leitura: a simplicidade não seria uma forma de curtir a vida?

É um verdadeiro ato de rebeldia para os padrões sociais da época. Na verdade, ainda que esse tipo de história costume aparecer com mais frequência hoje em dia, em que pessoas abrem mão das convenções sociais e da rotina “normal” e resolvem tomar novos rumos, a sociedade ainda enxerga essa decisão como um desvio do que é certo.

A escrita de Hesse é incrível e a leitura flui muito bem. Recomendo muito, até porque você só vai conseguir entender o valor desse livro após lê-lo.

Nota - 9,5/10


site: http://instagram.com/book.ster
comentários(0)comente



jota 28/08/2020

Avaliação da leitura: 4,8/5,0 – ÓTIMO (afinal, Knulp foi escrito por Hesse, não tem como não gostar)
Kant, Rousseau, Nietzsche e o poeta Rimbaud apreciavam as caminhadas. Nietzche (1844-1900) especialmente acreditava que caminhar era de grande auxílio na busca e ordenação das idéias, do conhecimento do próprio indivíduo. Ele não é citado por Hermann Hesse (1877-1962) em Knulp (1915), embora se observe certa correlação entre suas ideias sobre caminhar e as do personagem-título, um andarilho. Por outro lado, nesta (cara) edição da Todavia temos o escritor paulista Ferréz dando seu depoimento no Posfácio, onde explica porque Hermann Hesse salvou sua vida. E tudo começou com outro livro dele, mais conhecido, Demian (1919).

A menção àqueles pensadores é oportuna porque Knulp não deixa de ter certo conteúdo filosófico, não apenas sobre caminhar, como quase sempre ocorre com a maioria dos livros de Hesse. Ou com todos mesmo, não sei; li várias obras dele, mas não tudo o que escreveu, claro. Sei que aqui e ali os personagens costumam expor suas ideias a respeito da vida, do mundo: Hesse é conhecido como um escritor de ideias, sua marca registrada. Os três textos de Knulp apresentam muitas conexões nesse sentido, podendo ser enquadrados então como um romance de ideias, episódico. Knulp é um andarilho (mas não um maltrapilho) e temos aqui três momentos de sua vida. Ou, como a Todavia escolheu como subtítulo, três histórias da vida de um andarilho.

Knulp é um vagabundo no bom sentido da palavra: não trabalha, mas não pede esmolas, não perturba as pessoas, é um sujeito de paz. Ser humano delicado e sensível, com idéias próprias a respeito do mundo, passeia entre as belas paisagens do interior da Alemanha do final do século XIX, com suas festivas aldeias, suas igrejas, cemitérios e campos, seus artesãos e camponeses. O motivo de Knulp levar essa vida só ficamos sabendo na parte final do livro, O Fim. Antes, lemos os dois primeiros textos com vontade, buscando encontrar a razão de assim viver o personagem. Que está mais para cigarra do que para formiga, se estivéssemos lendo a conhecida fábula de Esopo.

Para entender um pouco melhor a personalidade de Knulp vale transcrever um pequeno trecho do livro, justamente o começo do primeiro texto, que se intitula Início da Primavera: “No início dos anos 1890, nosso amigo Knulp teve de passar algumas semanas no hospital. Recebeu alta em meados de fevereiro, quando fazia um tempo horrendo, de modo que, passados poucos dias de caminhada, já voltara a ficar febril e logo precisou encontrar abrigo. Como nunca lhe faltaram amigos, ele encontraria sem esforço uma acolhida amistosa em quase todas as cidadezinhas das redondezas. Porém Knulp era curiosamente orgulhoso em relação a esse tipo de coisa, tanto que, quando aceitava algo assim, os amigos consideravam uma grande honra.”

Continuando, hospedado na casa de um amigo artesão, agora casado, Knulp ignorava esse fato, fica constrangido com a atenção exagerada que a esposa dele lhe dá. Na verdade, ela parece querer oferecer-lhe mais do que isso, o que vai profundamente contra os princípios do rapaz. Ela insiste, novamente procura ter mais intimidade com ele, então Knulp toma uma decisão... Mas antes disso ocorrer vamos conhecendo um pouco mais sobre a vida do rapaz: ele gostava de ler, portava cópias de alguns poemas e provérbios, imagens recortadas de revistas, apreciava os povos nórdicos e o mar. Um recorte surrado que portava trazia a imagem da atriz Eleanora Duse e outro, a de um veleiro... De volta ao começo: ele conta ao amigo sobre a esposa assanhada ou fica calado?

No segundo relato, Minhas Memórias de Knulp, é um amigo de caminhadas que discorre sobre os tempos da juventude do andarilho, hoje com cerca de quarenta anos e bastante adoentado, como se lerá no terceiro e último texto. Neste, o narrador fala de Knulp com admiração e mais do que isso, através de alguns fatos passados entre eles, ficamos conhecendo melhor o pensamento de Knulp, suas qualidades e fraquezas. Tudo isso se dá enquanto ambos descansam na paz de um bucólico cemitério, uma oportunidade para falar não apenas sobre a vida, mas sobretudo acerca da morte. Esta é a parte mais filosófica ou espiritual do livro, puro Hermann Hesse.

O Fim, terceiro episódio, é mesmo sobre o fim da vida do andarilho. Passados os anos, aquele jovem que era admirado pelos amigos e que deixava as mulheres fascinadas por sua beleza cede lugar a um homem adoentado, tuberculoso, com pouco tempo de vida. E que teimosamente se recusa a se internar num hospital recomendado por um antigo companheiro de escola, hoje médico. Knulp consegue voltar à cidadezinha onde nasceu e entre muitas lembranças que lhe vêm à mente, também estão os acontecimentos que o levaram à vida de andarilho. E depois, quando ele parte, é como se estivéssemos contemplando a partida de um querido amigo, que jamais tornaremos a ver novamente. E isso é tudo.

Lido entre 24 e 27/08/2020.
jota 01/05/2022minha estante
Registro errado no início: correto é Nietzsche, faltou um "s" no nome do alemão na segunda citação a ele. E "ideias" não tem acento. Pode haver outros erros de grafia, alguns provocados pelo próprio Word, desculpem.


rafaelladm 29/03/2023minha estante
quando leio um livro que estou apreciando muito, venho ler os comentários e resenhas e sempre há uma ótima análise do Jota :)




Reccanello 07/10/2021

Solvitur ambulando.
Um andarilho que não trabalha, mas que também não perturba as pessoas nem pede esmolas, aceitando o que a vida e a bondade das pessoas lhe dá, Knulp é um sujeito de paz, sensível e delicado, muito inteligente e cujas filosofia de vida e ideias sobre o mundo levaram a passear pelas paisagens interioranas da Alemanha do final do século XIX, com suas aldeias, seus festivais, igrejas, cemitérios e campos, além de seus artesãos e camponeses. Parece uma sinopse muito simples, mas, com a leitura, acabamos por descobrir um livro encantador justamente por conta dessa simplicidade e, ainda, da pureza de sentimentos do personagem título. Imagem da liberdade e do desapego aos bens materiais e aos laços sociais mais profundos (praticamente um hippie), Knulp e seu modo de vida geram um incômodo nas pessoas que encontram pelo caminho: elas acham que Knulp não aproveita a vida nem faz o melhor possível para desenvolver de forma útil seus dons e suas capacidades. Entretanto, é desse incômodo que surge a principal reflexão da obra: não seria a simplicidade uma forma de aproveitar a vida?
===
"Knulp" foi meu primeiro - e não será o único, certamente - contato com a obra de Hermann Hesse, mas sua escrita é incrível e a leitura flui muito bem. Um livro curto e delicioso, mas que você só vai conseguir apreciar e entender depois da leitura.
comentários(0)comente



Thamiris.Treigher 18/05/2023

Hermann Hesse dono do meu coração literário
Cá estou enaltecendo mais uma obra de Hermann Hesse! ? Dessa vez, a leitura foi Knulp, sobre um homem que não tem profissão, família, dinheiro, lar. Ele vive sua vida como um caminhante errante, um peregrino.

Muitos criticam o modo de viver de Knulp, mas ao tempo o adoram, pois ele é um homem carismático, alegre, que trata todos bem, filosófico, "que leva o sol por onde vai". Esse é o caminho espiritual que ele escolheu para si e, mesmo os que lhe criticam ou lhe aconselham a mudar de estilo de vida, o acolhem pela luz que carrega.

Por onde vai, Knulp sempre é acolhido por amigos e pessoas que o estimam. Isso nos leva a refletir se o caminho que ele escolheu é realmente errado. Será que viver com liberdade, sem se encaixar ou se prender a moldes sociais, dinheiro, relações... é errado?

O livro é dividido em três partes. Na primeira, acompanhamos a estadia de Knulp na casa de um amigo. Na segunda, são apresentadas lembranças de um amigo de Knulp sobre as experiências que viveram juntos. Na terceira, Knulp já está mais velho e doente, e aparecem muitas reflexões sobre sua caminhada, sobre a vida e a morte. Nessa parte, ele conversa com Deus, e é simplesmente arrebatador.

É impressionante como todos os protagonistas das obras de Hesse procuram - ao seu modo - o seu caminho, assim como Hesse fez durante sua vida.

Todas as suas obras possuem elementos autobiográficos e, provavelmente, a inspiração para Knulp veio de sua jornada espiritual na Índia, em que ele teve contato com diferentes religiões e filosofias do Oriente.

No hinduísmo, as peregrinações são muito importantes e têm como objetivo alcançar algum lugar sagrado. Há hinduístas que, abandonando tudo o que têm, se dedicam a peregrinar até a morte (tal qual Knulp).

Nem preciso falar sobre a genialidade de Hesse, pois sempre falo disso por aqui. Suas obras mexem muito comigo. São sempre um mergulho na alma, nos ideais, no eu interior.

Por ser uma narrativa mais leve, recomendo a leitura também como uma forma de começar a ler o autor. E recomendo a todos, sempre. Perfeito como todos os seus livros!

Hesse perfeito, reizinho, dono do meu coração literário ??
comentários(0)comente



Julia 21/01/2021

A sensação de liberdade
Impressionada com a escrita e desenvolvimento das narrativas. Afirmo que é um livro necessarios para entender as diferentes faces da e o que consideramos liberdade.
comentários(0)comente



francis 13/05/2021

A vida vale a pena quando somos nós mesmos. Um livro fantástico, Hermman continua cada vez melhor.
comentários(0)comente



JuBa 03/07/2010

Knulp
Knulp é um andarilho-vagabundo, conhece a todos e todos os lugarejos da Alemanha. Boa pinta e distinto, leva a vida sem destino, fazendo do próximo seu amigo, e levando alegria por onte passa.
Mas por trás de tanta alegria e otimismo, existe uma sombra e um medo, que não o deixam descançar e criar raízes.
comentários(0)comente



Diego55 19/07/2021

O andarilho Knulp
Uma bela história de Hesse sobre desapego e solidão, mas principalmente sobre as escolhas que são feitas durante a vida. Considerado percursor do estilo de vida hippie e beatnik.
comentários(0)comente



Perigor 29/04/2021

Knulp, três histórias da vida de um andarilho
Tem resenha no IGTV do meu perfil no instagram @_perigor_

site: https://www.instagram.com/tv/COQ0J_MnHyt/?utm_source=ig_web_copy_link
comentários(0)comente



Lara.Martins 23/08/2020

agradável surpresa
minha primeira leitura de hermann hesse e me encontro louca pra ler os demais.

knulp fala sobre o presente, viver o aqui e o agora, a busca pela liberdade, pela satisfação total e imediata. apesar de falar sobre tudo isso, o livro não se aprofunda muito nos tópicos, apenas nos apresenta as dores e as delícias de viver a vida como um andarilho, fala do agora de Knulp.
comentários(0)comente



david andriotto 28/01/2023

que simplicidade!
os bons livros são, geralmente, simples. hermann hesse nos abençoa com uma história humilde, em três partes, repleta de sua geniosa narrativa.
comentários(0)comente



natalia 02/07/2021

Esse livro me tirou de uma ressaca literária, por ser curtinho e ter uma história muito envolvente eu mal senti o tempo passar enquanto lia. É exatamente o tipo de coisa que eu gosto de ler, algo que me deixe pensativa sobre o sentido da vida e me faça refletir no meu passado e no meu futuro. Entrou pra lista de favoritos.
comentários(0)comente



Jean Bernard 14/05/2022

A Jornada do Andarilho
Que livro maravilhoso. Uma escrita no ponto. Não é lenta nem rápida. Atravessamos a narrativa da forma que o autor quer que apreciemos essa leitura. Com candura e reflexão. Leitura simples mas recheadas de passagens que nós fazemos refletir sobre nossa jornada no mundo.
comentários(0)comente



Francielle 13/12/2021

Não sei se é possível, mas eu amei a escrita de Herman Hesse, porém, por não gostar do personagem principal não gostei da história. Justamente a forma como Hesse escreve que não me fez abandona-lo.

Talvez, se eu ler esse livro em outro momento da vida eu tenha outras impressões de Knulp, mas por agora a que fica é a de um cara prepotente que se acha melhor que os demais. Principalmente nos contos 1 e 2.

A escrita de hesse é tão boa, que mesmo não gostando de Knulp ele me fez simpatizar com ele no 3° conto, que é o melhor na minha opinião.
comentários(0)comente



Fernando Schubach 13/12/2020

Que livro!
Incrível incrível incrivel. Libertador e humano. Ser o que é.
comentários(0)comente



75 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR