Silvio Almeida 19/01/2013Nos passos da igrejaEste livro trata sobre os principais fundamentos da fé cristã, explicando-os segundo a tese propagada pelo autor em seu ministério.
De certa forma, o livro auxilia o leitor a amadurecer a sua visão da fé cristã por meio da apresentação de explicações a cada tópico.
No entanto, de maneira às vezes mais sutil ou por vezes mais explícita, o autor desvirtua a Palavra de Deus com ensinamentos errôneos e pelo fato do autor apresentar-se como um Doutor em Teologia, autoridade eclesiástica e liderar uma dos maiores congregações do mundo isso é no mínimo estranho.
Como exemplo, num dos capítulos ele usa de argumentos e passagens do Velho Testamento para dizer-nos que ninguém deve levantar-se contra uma "autoridade constituída por Deus".
Porém, vemos especialmente no Novo Testamento diversas passagens onde o próprio Senhor Jesus, João Batista e o Apóstolo Pedro confrontam os líderes daquela época e suas práticas errôneas.
Obviamente, se encontramos falta em alguém, o bom senso indica que busquemos uma forma e momento oportuno para falar a pessoa a respeito de suas falhas, mas omitir-se não foi o exemplo dado pela Bíblia.
Infelizmente, desde aquela época até os dias atuais, existem líderes religiosos que parecem requerer uma espécie de "Imunidade Parlamentar", não admitindo as suas falhas e tentando acobertá-las com sua posição ou os erros do outros para justificar-se.
Outra mentira é dizer que não devem mais existir todas as enfermidades para os cristãos, como se todas elas fossem de fundo sobrenatural, sendo que na verdade muitas delas provém de maus hábitos alimentares, falta de atividade física, etc.
A questão do dízimo também é falsa, pois dá a impressão de que você será um milionário caso comece a fazê-lo, como se as bençãos de Deus dependessem única e exclusivamente deste fator como moeda de troca.
Em outro capítulo, o autor menospreza a observância dos mandamentos, quando na verdade, eles são fonte de benção e de crescimento no verdadeiro Evangelho de Jesus, pois Ele mesmo disse que veio cumprir a Lei e não anulá-la.
Resumindo, estas religiões cristãs de massa, desde a mais antiga e tradicional até as mais atuais, aproveitam-se da superficialidade com que as pessoas vivem a sua fé, para ensinar-lhes todo o tipo de doutrina que lhes convenha e tornando-as prisioneiras de seus ensinamentos.
Não é de se admirar, que há poucos dia um militar reformado confidenciou-me que preferia a ditadura militar à ditadura da igreja romana, onde ele teria que fazer vista grossa aos desmandos e erros do pároco. Preferiu resignar-se de uma atividade de liderança e manter-se apenas como mero frequentador.
O melhor é aprofundar-se no conhecimento das Escrituras por conta própria através da ajuda do Espírito Santo e com o auxílio de pessoas que estão interessadas apenas em nosso amadurecimento espiritual ao invés de ficarmos dependendo daqueles que querem cobrar-nos pedágios e subserviência às cegas.