Cibele 17/03/2013"Eu não me vejo como menino ou menina – nunca me vi. Eu me vejo como menino ou menina por um dia."
E é exatamente por essa quote acima que é tão difícil falar sobre esse livro e por isso também fico extremamente preocupada com a tradução (caso o livro seja publicado por aqui). A é apenas A. Não tem gênero. O autor David Levithan é homossexual assumido e os livros tratam do assunto de forma linda. Muitas vezes ele não é direto afirmando sua posição sobre o assunto como em Boy Meets Boy, mas usa uma maneira sutil de dizer que essa coisa de gênero é besteira e não faz a menor diferença, como em Every Day ou em The Lover’s Dictionary. Ele não diz em momento algum se está falando de um romance hetero ou homossexual, mas você não deixa de se sentir apaixonado por todos os personagens e pela história.
Na minha opinião esse é um dos melhores livros do autor e um dos melhores que li esse ano. Levithan escolheu uma história absolutamente nova pra mim e em nenhum momento caiu no clichê. Próximo ao final ele dá a entender que o livro vai ter um final óbvio, mas não vai – acredite. E você vai se apaixonar, sorrir e chorar por A em todas as suas várias vidas, pois cada capítulo é um dia e em cada um conhecemos a vida de uma nova pessoa. Em um A é a líder de torcida linda e malvada, em outro é uma menina querendo cometer suicídio, e ainda um jovem homossexual lutando por seus direitos. A não tem intenção de mudar ou mexer na vida de ninguém; chega, passa o dia e deixa as coisas como estão, mas caso precise mudar alguma coisa, tem um dia e logo aprendemos que um dia pode mudar tudo.
Resenha postada inicialmente em: http://www.euleioeuconto.com/2012/07/quinta-em-outra-lingua-every-day.html