Deyse M. 10/09/2015
Confesso que esperava mais
Como quase todos os leitores, amei "Um amor de detetive" e quis dar continuidade a série criada por Sarah Mason. Creio que o que me fez criar muitas expectativas foi justamente o quanto gostei do primeiro livro.
Achei a premissa inicial de "Alta Sociedade" bem interessante e a história tinha tudo para se tornar uma grande aventura além de uma comédia romântica, que é sua proposta principal. Mas há alguns problemas que me fizeram desanimar ao longo da leitura e acabar por achar o livro apenas regular.
Um desses problemas é a quantidade de personagens que há nele. Para alguns isso pode até ser interessante, mas eu fiquei confusa e por duas vezes cheguei a me perguntar "quem é esse mesmo?". Não há nada de errado com os personagens em si - gosto de todos, eles têm carisma e fazem o leitor querer saber mais sobre eles. Mas todos juntos na mesma história me deu a impressão de leitura confusa.
Outra coisa que me chateou, e que é consequência da primeira, é a quantidade de cenas que fogem demais do foco principal da história - são muitas cenas longas e que foram inseridas talvez com o objetivo de mostrar a família Colshannon, sua rotina e etc., mas que para mim não tiveram muito propósito. Ficou parecendo que estavam ali só para adicionar mais páginas ao livro.
A trama principal poderia ter sido muito melhor aproveitada. A sinopse dá a ideia de que a família se envolve em uma perigosa trama - e no início do livro temos mesmo a impressão de que Clemmie, Holy e a família vão passar por alguns perigos. Há o mistério do desaparecimento da colega de Holy e quando descobrimos porque ela sumiu, há uma reviravolta que poderia muito ser melhor aproveitada. Uma pena, pois esta premissa se perde em meio a tantos diálogos e algumas cenas sem graça.
Os pontos positivos do livro são os personagens carismáticos que me parecem são característicos de Sarah Mason. Há cenas engraçadas também, protagonizadas por Clemmie e Holy. Aliás, Clemmie é daquele tipo de pessoa pela qual você torce do começo ao fim. Adorei rever a Holy e o James (embora este último apareça muito pouco, o que também é uma pena, mas compreendo já que a história é sobre Clemmie). Sam é um fofo, um amor pelo qual nos apaixonamos à medida que a história avança. Os pais de Clemmie são legais e engraçados (mas confesso que a peça que a mãe dela passou a história inteira preparando podia ter sido menos detalhada ou mesmo ter sido apenas mencionada). E gostei do "vilão" - ou "vilões" porque nem tudo é o que parece.
Gosto muito da escrita da Sarah Mason e ela tem talento para desenvolver personagens adoráveis (até os malvados!). Sigo lendo "A vida é uma festa", que tem esse mesmo traço de empatia imediata, mas ainda estou no começo. Assim que acabar, postarei uma resenha também. :)