Amor em Leonoreta

Amor em Leonoreta Cecília Meireles




Resenhas - Amor em Leonoreta


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TalesVR 04/02/2024

Brasil e Portugal
O primeiro livro publicado de Cecília Meireles é de 1919, pelas duas décadas seguintes vivenciou a contenda literária entre autores brasileiros e portugueses, se manteve praticamente sozinha como apreciadora do que vinha de Portugal. Depois da experiência nazifascista da Segunda Guerra Mundial a posição nacionalista do modernismo ficou insustentável e alguns publicaram novas obras amenizando o tom anterior, até nomes com atuação ferrenha.

Cecília, por sua vez, viu com bons olhos o surgimento da Távola Redonda, revista portuguesa lançada em 1950 que resgatava a lírica ibérica medieval, era o que ela estava precisando. Colaborou com poemas e em 1951 publicou artesanalmente esse título, a edição orignal teve apenas 116 exemplares. Seria um prelúdio da sua obra prima, o Romanceiro da Inconfidência de 1953.

Gosto de como o amor lírico medieval é declaradamente impossível. A mulher amada sequer existe. É um poeta de viola na mão cantando ajoelhado para uma janela vazia.
Vania.Cristina 04/02/2024minha estante
Tentei ler o romanceiro da inconfidência e não consegui. Ainda estou tentando me entender com a poesia, não é minha zona de conforto. Por isso me dou melhor com os haicais. Mas quem sabe um dia tento novamente as de Cecília


TalesVR 04/02/2024minha estante
Realmente, na minha vida até aqui abandonei alguns livros que anos depois ao retornar vi que eram ótimos. Alguns gêneros e subgêneros também. Se não for uma leitura estritamente necessária não fico forçando, dou tempo ao tempo e geralmente funciona kkk

Haicais não lembro de ler nenhum, tem alguma indicação?


Vania.Cristina 04/02/2024minha estante
Boa estratégia, Tales




Everton Vidal 03/03/2021

Sete poemas, inspirados num Lai (ou leich) do trovador Joan Lobeyra intitulado “Canção de Leonoreta” (presente na obra Amadis de Gaula). É o primeiro poema de estilo narrativo da autora, que logo vai repetir em “Romanceiro da Inconfidência”. Influenciada por essa forma poético-musical medieval, está plena de lirismo e musicalidade. Possui uma significativa identificação com a poética lusitana, muito próxima das chamadas cantigas de amor, onde a exaltação da beleza feminina, junto a sua inacessibilidade produz o amor-sofredor que só se sublima com a morte.

“Mas, para que eterna vivas,
que é preciso?
Que pensem meus pensamentos

E entre polos inviolados,
entre equívocos momentos,
vem e volta a vida humana,
que se engana e desengana
em redor do Paraíso.

Branca sobre toda flor,
a Veronica levanto,
num transparente estandarte:
celebro por toda parte
a alegria de adorar-te
com o meu pranto."
comentários(0)comente



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