Um Cântico para Leibowitz

Um Cântico para Leibowitz Walter M. Miller Jr.




Resenhas - Um Cântico Para Leibowitz


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rosa 23/06/2022

sobre a estupidez humana
Quem diria que misturar ficção científica com religião iria dar certo??
Um Cântico para Leibowitz é uma distopia pós apocalíptica de um mundo devastado por uma guerra nuclear, em que a Igreja, especificamente a Ordem de São Leibowitz, é a principal instituição responsável por "proteger" o resquício do conhecimento humano.

A mistura é perigosa. Valores religiosos quase sempre se chocam com conceitos científicos e isso não é novidade pra ninguém. Porém, ter escolhido a Igreja para ser a grande detentora do conhecimento, que eu achei que traria certa autoridade, me passou mais delicadeza e afeto sobre a raça humana, consegui ver uma vocação genuína dos monges em prezar pelo desenvolvimento da civilização.

O livro é dividido em três épocas, que não têm muita conexão. Achei a história em certos momentos devagar, são muitos detalhes que não são explicados pelo autor, o início das três partes são de difícil compreensão, mas mesmo assim, em nenhum momento eu pensei em abandonar a leitura. Conseguimos acompanhar as três fases do desenvolvimento do homem: ignorância, iluminação e seu fracasso, mostrando que história é cíclica e que a insaciedade do homem leva ele a sua própria desgraça.

A última parte foi a que mais me chamou atenção. As primeiras páginas são espetaculares, cheias de críticas, metáforas e analogias típicas de uma distopia de respeito. Mas alguns debates muito delicados colocaram o livro em terreno movediço, principalmente a questão do aborto e da eutanásia. Além disso, senti falta do final de um personagem em específico, que por sinal era meu favorito.
deargabes 25/08/2022minha estante
fiquei curiosa, qual personagem você sentiu falta do do final? ??


rosa 25/08/2022minha estante
o benjamim kkkk aquele velhinho, ficou meio subtendido quem ele era na última parte mas queria que ele tivesse tido um final digno sabe? achei o personagem mais interessante


deargabes 25/08/2022minha estante
ahhhh ele é super interessante mesmo! fiquei me perguntando sobre essa história de ele dizer que tinha milhares de anos, tb quis saber mais


rosa 26/08/2022minha estante
neee




Gleison Marques 13/06/2022

homo malus est
(O homem é o próprio mal)

Esse livro é uma odisseia da raça humana que perpassa mais de mil anos. Dividido em três partes, a história retrata uma sociedade pós-apocalíptica que em um primeiro momento está mergulhada no obscurantismo, pois grande parte do conhecimento humano fora dizimado por bombas nucleares no século XX.
Os poucos resquícios de conhecimento são protegidos por uma ordem religiosa, que passa a copiar todo o legado humano salvo das chamas, esperando que algum dia a humanidade possa renascer e sair da caverna a qual se trancou.

É um livro complexo e de difícil leitura, mas contendo também partes fluídas e até cômicas. O contexto geral retrata a sagacidade humana por poder político, dominação e opressão. Vemos a humanidade reerguendo-se aos poucos através dos séculos, recapitulando o conhecimento que sobrara da sociedade antes do Dilúvio de Chamas e as implicações que disso decorrem.

Muitos personagens complexos e gostosos de acompanhar, que instigam a imaginação, com especial atenção aos Abades que estavam à frente da ordem de São Leibowitz.
É um fenômeno em forma de livro, muito bem escrito e imaginado. Um pouco devagar e lento no começo, bom para quem quer desacelerar, mas que ao final fica repleto de tensão e angustia, mostrando o quanto somos uma raça autodestrutiva e que faz tudo por poder.
Creio que todo líder político deveria lê-lo!
cris 13/06/2022minha estante
Maravilhoso lhe ver desbravando mais essa aventura, nessa odisseia! Orgulho do seu caminhar...


Gleison Marques 13/06/2022minha estante
Obrigado mô ?




Fernando60 06/01/2017

Monges contra as trevas...
É bem mais do que um livro de ficção científica. Vencedor do prêmio Hugo de 1961, a obra cobre um período de mais de mil anos após um holocausto nuclear que dizimou a maior parte da humanidade. O livro é dividido em três partes, que cobrem diferentes períodos históricos após o holocausto.

Na primeira parte (que chamo de "Mad Max"), o mundo tornou-se um lugar atrasado e perigoso. Não há mais lei e criminosos e aberrações andam à solta cometendo atrocidades, canibalismo etc. Pior, esses sobreviventes, muitos deles afetados por defeitos genéticos decorrentes da radiação, ainda decidiram destruir todos os livros e outros sinais de cultura, bem como matar qualquer um que pudesse ser considerado como "intelectual". Assim, a humanidade volta às trevas, subsistindo de saques e das formas de agricultura mais básicas. Somos então introduzidos à Ordem Monástica de São Leibowitz e seus diligentes monges, que de forma silenciosa e competente recolhem fragmentos de livros e documentos escritos e providenciam a armazenagem e cópia dessas obras. Todo esse conhecimento perdido que eles vão acumulando dentro das paredes de pedra da sua abadia é conhecido como "memorabilia".

Na segunda parte (que chamo de "Game of Thrones"), algumas centenas de anos mais tarde a humanidade já está num nível mais avançado, onde reinos e exércitos de cavalaria lutam entre si em busca de riquezas e da expansão de seus domínios. Já existem governos e cidades e é essa busca pelo poder que faz com que a ciência aos poucos vá sendo ressuscitada, na sua forma mais primitiva, e vemos então os primeiros embates entre os chamados "homens de ciência" e os religiosos da ordem monástica, pelo controle e utilização do conhecimento disponível. Essa parte abrange o período entre o que seriam o fim de uma nova idade média e o limiar de um novo renascimento.

Na terceira e última parte (que chamo de "Blade Runner"), passados mais de mil anos do holocausto nuclear, a humanidade conseguiu se reerguer a ponto de estar enviando naves para colonizar o espaço. Mas, tristemente, está de volta às beiras da extinção e dos horrores de um novo holocausto nuclear.

O livro me surpreendeu bastante. O personagem principal na realidade é a própria humanidade, mas a escolha do Monastério de São Leibowitz e de seus simpáticos monges como narradores nos dá uma boa noção da passagem do tempo e da evolução da sociedade, uma vez que dentro dos muros da abadia as mudanças ocorrem de forma bem mais lenta. Questões muito importantes são abordadas de uma forma bela. Há o conflito entre Estado e Igreja, as tensões entre a sede de conhecimento dos cientistas e a prudência dos religiosos e há questões mais profundas, que tratam da natureza do ser humano, da busca e manutenção da fé e da persistência da vida e da vontade de viver diante das circuntâncias mais difíceis.

Para mim foi particularmente chocante a ideia de que tudo o que criamos e aprendemos em mais de dois mil anos de História pode simplesmente desaparecer do dia para noite. Sem registros escritos e sem pessoas aptas a transmitir essas informações, o passado simplesmente desaparece e com isso voltamos a uma realidade de trevas, superstições e de violência. É assustadora, mas é uma hipótese bastante viável.

Enfim, o livro tem uma abordagem filosófica que ultrapassa em muito os limites do genêro da ficção científica. Além disso, essa temática de monges que se dedicam a armazenar e a preservar o conhecimento tem tudo para agradar quem ama a literatura e os livros. Na minha opinião, é um livro singular, que de uma forma bastante original aborda questões profundas, e que por isso foi direto para a minha lista de favoritos. Recomendo! :-)
Flavio.Vinicius 01/12/2020minha estante
Gostei da resenha mas não entendi por que disse que o livro aborda questões que ultrapassam a ficção científica.


ricardolyra 25/03/2021minha estante
Gostei bastante da resenha... os títulos atribuídos às partes do livros são meio 'forçados', se me permite, mas gostei assim mesmo ...




LiteraLucas 07/11/2023

Obra-prima da loucura
Dosagem perfeita entre O Nome da Rosa e Mad Max. Por muitos anos eu imaginei como seria um livro pós-apocalíptico, parecido com Mad Max e que tivesse uma pegada realista. Pois é, esse livro não só existe, como superou as minhas expectativas. Gostei MUITO!
Vania.Cristina 07/11/2023minha estante
Lucas, faz tempo que ta na minha estante viu. Preciso chegar nele. Obrigada por me lembrar disso




Renali 10/03/2009

Mais do que um livro
Este livro é uma ficção apocalíptica, mas com um conteúdo totalmente diferenciado de todos outros que já li. Mais do recomendado para todos aqueles que gostam deste tipo de leitura. Classifiquei este livro na minha lista entre "Os 5 melhores livros que já li".
Helio 27/08/2014minha estante
Também está entre os meus 5 melhores!




deargabes 25/08/2022

a humanidade está fadada a autodestruição?
depois de um longos meses sem conseguir concluir minhas leituras, Um Cântico para Leibowitz foi uma ótima surpresa que me fez retornar ao mundo da ficção científica.

a leitura é densa, não muito fácil e cheia de trechos em latim (o livro conta com um dicionário próprio nas últimas páginas). contrário ao que eu pensava que essa experiência seria, me senti completamente envolvida pela história.

o livro começou a caminhar, pra mim, lá pela páginas 100. depois disso, foram muitos momentos de angústia, medo, revolta e alívio. ver o quanto essa história poderia ser real me deixa muito pensativa sobre a humanidade e os rumos que tomamos.

escrito durante a guerra fria, fica nítido que o autor quis trazer nesse livro a eterna frustração do ser humano consigo mesmo e o quanto seus planos egoistas, ambiciosos e megalomaníacos os levam a própria destruição.

são tantos pontos que me chamam atenção e me fazem refletir que não consigo listar todos aqui, mas me marcou a maneira como o autor relata um momento pós bomba nuclear do ponto de vista dos animais e como eles são afetados por isso.

que obra incrível. show stopping. spectacular. never the same. totally unique.

faço das palavras de lady gaga as minhas.

inesquecível!

ruminarei sobre tudo isso durante dias.
E.R.A.S 25/08/2022minha estante
Tô louca pra lê logo!




Daniel.Freitas 06/06/2021

Leitura cansativa
Estou lendo, sei que essa história é muito importante para a Ficção Científica/Especulativa, sei que é um livro que aborda questões muito profundas mas a leitura não está fluindo...estou achando cansativo. Achei melhor diminuir o número de páginas deste livro que estou lendo por dia. 20 apenas ao invés de 100.
Daniel.Freitas 09/06/2021minha estante
Larguei. Esse mês estou muito voltado para livros de Desenvolvimento pessoal e Educação Financeira. Sou fã de Sci Fi mas não estou no momento de ler esse livro ainda. Vou deixar para dezembro.




Henrique 30/10/2014

Um livro com muitas passagens de notável poder.
Um oceano personificado em livro. Um mergulho em queda livre a um futuro caótico ao qual estamos fadados. Um retrato da natureza humana, com ênfase na Teoria da História Cíclica, que determina que forças como a religião/espiritualismo, filosofia, moral, política e ciência, determinam as ações humanas, guiando-nos sempre a um ciclo de eventos.

+ Sobre a Obra

Um Cântico para Leibowitz é considerado um clássico da ficção científica e obra prima do autor. Aclamado pela crítica, atraindo respostas de jornais e revistas normalmente desatentos à ficção científica. Recebeu o Prêmio Hugo, como melhor romance de ficção científica de 1960. Atual e sempre presente no mercado literário, é considerado o melhor romance escrito sobre apocalipse nuclear.

+ Análise

"Há livros que devem ser saboreados, outros devorados e poucos mastigados e digeridos." - Francis Bacon

Um Cântico para Leibowitz é um romance intelectual e com doses de um humor que serão brindadas com muitos sorrisos espontâneos dos leitores; com abordagens inteligentes a respeito de diversos aspectos importantes e determinantes na vida dos seres humanos, sociais, morais, psicológicos, religiosos, filosóficos, etc. É também uma história com personagens construídos para falar às emoções e sentimentos do leitor, para nos chocar.

- Os Simplórios e a Simplificação

O livro é divido em três partes, tendo os acontecimentos da primeira parte ocorridos 600 anos após o evento que ficou conhecido como Dilúvio de Fogo, uma guerra nuclear de proporções mundiais que alterou a geografia de cidades, países e continentes, transformando quase todo lugar em um deserto radioativo. Logo após o Dilúvio de Fogo, uma parcela considerável dentre os sobreviventes resolveu impedir que uma catástrofe semelhante se batesse sobre a humanidade e, colocando sobre os cientistas e sábios a culpa pelo ocorrido, queimaram e destruíram todo conhecimento acumulado pela humanidade, com foco especial aos livros e toda forma de escrita. Esse acontecimento ficou conhecido como A Simplificação. Cientistas foram caçados e mortos e até mesmo pessoas letradas eram condenas. Dessa forma, o mundo conheceu um longo período de escuridão intelectual.

A atitude dos simplificadores em relação aos livros coloca esses aparentemente inofensivos objetos em foco. Eles deixam de ser "apenas livros" e passam a ser considerados armas extremamente perigosas e que devem ser banidas. A queima de livros apenas atesta o grande potencial e importância que tem o papel deles na vida do homem. Movidos pelo terror e desespero, os homens que ficaram conhecidos como simplificadores se rebelaram contra aqueles que fizeram uso do conhecimento e da ciência para instaurar flagelos no mundo e se viram dispostos a matar, se isso pusesse fim ao risco de um novo Dilúvio. O ódio dos simplórios não estava voltado aos livros em si, mas ao uso que as pessoas dariam ao conhecimento obtido por meio da leitura. Dessa forma "morreram" livros e leitores.

Esse é um dos elementos distópicos do livro, ele nos mostra um futuro onde a ignorância é lei. Nos leva a questionar se a ignorância não é preferível ao conhecimento. Se as descobertas, avanços e feitos científicos valem o risco da sempre presente possibilidade da hecatombe, da destruição em massa, das mazelas.

A queima e destruição de livros, longe de ser uma artigo da ficção, ocorreu em diversos momentos da História e em diversas culturas. As motivações para levar adiante tal ato são muitas, como preconceito (queima de exemplares do Alcorão por soldados estrangeiros em uma base americana), ideologias (Em 1497 Partidários Girolamo Savonarola recolheram livros e outros objetos de artes ou cosméticos que teriam a capacidade de incitar ao pecado queimando-os em praça pública), para impedir o acesso à determinadas informações, entre outros.

- A Memorabília

600 anos depois do Dilúvio e da Simplificação, em uma abadia fortificada em meio ao deserto, os monges da Ordem Albertiana de Leibowitz dão continuidade ao papel do seu fundador de encontrar e proteger os livros e escritos que sobreviveram ao Dilúvio por meio da Memorabília (acervo de livros e documentos recuperados). Copiar, memorizar, preservar e restaurar livros e documentos remanescentes são algumas das principais tarefas dos monges, que tem o propósito de guardar o conhecimento e sabedoria dos antigos e garantir que, quando os tempos de ignorância chegarem ao fim e a ciência voltar a erguer-se, fazer com que todos lembrem que foi a Igreja quem possibilitou esse avanço, esperando dessa forma exercer influência sobre a forma como esses conhecimentos serão aplicados, garantindo que seja para o bem e não para o mal.

Os monges, diferente dos simplórios, são aqueles que ressuscitam os livros dentre os mortos. Eles compreendem que os livros não representam perigo algum, pelo contrário, seu propósito é livrar os homens das consequências da ignorância, alimentar nosso eu racional, que nos diferencia das outras espécies, dando-nos conhecimento que, na visão dos monges, aliado a devoção a Deus, trará como resultado a harmonia entre os homens. Se por um lado temos livros queimados, por outro temos aqueles que são retirados das cinzas para distribuir conhecimento sobre o passado, presente, futuro. Sobre o mar, a terra e o céu. Sobre nós.

- Religião e Estado

Especialmente na parte 2 e 3 do livro, o autor cria um ambiente que transmite uma visão onde Igreja e Estado tentam conciliar seus interesses, sem nunca chegar a um consenso. O Estado possuem interesses mais imediatos, enquanto que a Igreja fala de coisas invisíveis e futuras, coisas para um tempo incerto. Os pontos de vista divergentes entre personagens céticos e religiosos são muito bem construídos pelo autor e são alguns dos momentos mais memoráveis da estória. Miller soube administrar muito bem ambos os pontos de vista.

Na última parte do livro, quando a ciência já se desenvolveu o suficiente para possibilitar viagens no espaço e novas corridas armamentistas, o Estado determina que as pessoas que forem afetadas pela radioatividade de tal forma que não tenha esperança de cura poderão optar pela eutanásia para acabar com o sofrimento. Obviamente a Igreja não vê isto com bons olhos e o leitor se verá em dois extremos, tentando definir aquilo que é moralmente "certo". As cenas que discorrem sobre esse tema estão entre as melhores que o livro oferece.

- Por fim...

Este é um dos poucos livros aos quais Francis Bacon se refere e deve ser mastigado e digerido, mas também saboreado e devorado. Está entre os livros mais memoráveis da minha vida. Personagens inesquecíveis cenas que jamais irão abandonar minha memória e reflexões que me seguirão até o fim da vida.

site: http://pilulasliterarias.blogspot.com.br/
AdautoResende 20/06/2018minha estante
Excelente resenha




spoiler visualizar
Ton ;) 15/09/2019minha estante
?? parabéns pelo texto! Achei incrível a compreensão por meio do cenário histórico e vivência do autor. Estou ansioso pelas próximas resenhas.




Vinicius Takaki 09/02/2009

Ótimo livro!
Primeiro uma sinopse mais caprichada:"Uma saga pós-apocalíptica de 1800 anos envolvendo religião, fé, milagres e um tanto de ironia.

Após o apocalipse nuclear, sobrevivente se lança à missão de resguardar toda literatura das garras das turbas ferozes, dementes pela loucura e sofrimento num movimento de “Simplificação”. Livros são queimados, assim como pessoas alfabetizadas. Surge São Leibowitz.

Seiscentos anos após, um noviço em retiro próximo ao Monastério dedicado ao santo encontra os escombros de um abrigo onde jazem sepultas relíquias do passado: uma lista de compras, um bloco de notas, recibos de aposentadoria, esquemas de um rádio.

Uma distopia de ciclos."

Eu adorei este livro, na verdade gosto muito de histórias pós apocalípticas, mas esta é mais que isso, não é apenas a briga de homens tentando sobreviver num mundo acabado, e sim a recriação deste mundo, por uma ótica da igreja.
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Osmar 12/05/2010

Melhor mistura de ficção científica com religião
Um dos primeiros livros de ficção cientifica que li (após vários romances de Julio verne) e sem dúvida um dos melhores. O Autor consegue criar uma estória densa e interessante sobre um mundo pós apocaliptico colocando a religião com um papel de destaque, resgatando o papel que a mesma possuiu durante certos períodos da história (em outros ela teve um papel oposto)
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Sonia3D 26/08/2010

O poder do Conhecimento
Ficção científica ao estilo apocalíptico da época da guerra fria. Um tratado sobre o modus operandi da raça humana enquanto possuidora do poder absoluto de vida ou morte globais.
Interessantemente relacionado com o livro de Umberto Eco – “O Nome da Rosa” não por se tratar de monges e livros, mas sobre o poder do conhecimento, e sobre a diferença entre informação e sabedoria.
“Um cântico para Leibowitz” deve ser lido com “O nome da Rosa”, não necessariamente nesta ordem.
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Jose 21/04/2024

Só tenho uma coisa a dizer: eu não gostei... EU NÃO GOSTEI!!! Tô indignada, que ódio, que perca de tempo. Peguei um ranço tremendo, tô revoltada!
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Helio 27/08/2014

Excelente
Um dos melhores romances de ficção científica já escrito e certamente o melhor sobre o futuro da humanidade. Quem não leu tem que ler!
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Marcos Pinto 05/12/2014

Surpreendente
O mundo como conhecemos não existe mais; ele foi destruído pelos homens em uma guerra nuclear insana. Os poucos sobreviventes receberam de herança um mundo devastado, porém ainda existia conhecimento para que tudo fosse reconstruído. Mas, a maior parte dos sobreviventes acreditava que a culpa de tudo que acontecera era da tecnologia e do conhecimento acumulado. O resultado foi desastroso: intelectuais foram perseguidos e os livros foram queimados.

A humanidade mergulhou nas trevas da ignorância. Em meio a terras áridas, a população tentava sobreviver criando animais ou plantando o que desse. A Igreja Católica remanescente do ataque tentava trazer um pouco de luz à humanidade, mas não dava conta da maioria das necessidades, pois os padres e monges não tinham os conhecimentos necessários.


Poucos livros sobraram do holocausto do conhecimento feito pelos sobreviventes e estes estavam guardados na Ordem Albertina de São Leibowitz. Apesar dos padres e monges não entenderem praticamente nada do que eles tinham guardado, eles defendiam os livros com sua própria vida, pois acreditavam que, um dia, a humanidade seria capaz de se reerguer. Porém, se isso acontecesse, será que conseguiríamos aprender com os seus erros ou os repetiriam?

“Por si só sua alavanca saltou-lhe da mão e desferiu um golpe repentino no lado de sua cabeça, e então desapareceu para dentro de um súbito afundamento do terreno. Aquele goste incisivo fez Francis rodopiar. Uma pedra que vinha cruzando o ar desde que o deslizamento começara o pegou na nuca e ele caiu sem fôlego, inseguro, sem saber se estava ou não caindo no poço até que sua barriga deu de cheio no chão duro, e ele o abraçou. O troar das rochas caindo foi ensurdecedor, mas breve” (p. 30).


Um Cântico para Leibowitz é um livro distópico que entrou para os meus favoritos. Apesar de eu ler muitas obras desse gênero, esse livro, para mim, foi único. Sua narração é completamente diferente das outras distopias que já desbravei; o vocabulário, a grandeza... Tudo contribuiu para que eu amasse a obra.

A primeira grande diferença que temos desse livro para a maior parte das distopias é a narração. Walter M. Miller Jr. optou por uma narração mais lenta, cadenciada e com pouca ação. A linguagem também é bem mais trabalhada do que o normal. Mas quem pensa que isso é ruim está enganado. Ao invés da ação, Walter privilegiou uma paisagem muito bem descrita e uma distopia quase psicológica. O mais importante não são as batalhas, mas a mente dos protagonistas. Não há super-heróis e sim humanos normais que sofrem com a devastação da Terra.

Os personagens também contribuíram de uma forma incrível para a excelência do livro. Todos eles, protagonistas ou coadjuvantes, foram explorados ao máximo. Entendemos seus medos, suas angústias e também suas dores. Apesar de o livro ser em terceira pessoa, o autor conseguiu dissecar a mente de cada um de uma forma que nem um livro em primeira pessoa é capaz.

“Foi assim que, após o Dilúvio, a Precipitação radioativa, as pragas, a loucura, a confusão de línguas, a ira, começou a carnificina da Simplificação, quando os remanescentes da humanidade esquartejaram outros remanescentes, membro a membro, matando governantes, cientistas, líderes, técnicos, professores e todas e quaisquer pessoas que os líderes das turbas ensandecidas dissessem que mereciam morrer por ter ajudado a tornar a Terra aquilo que ela havia se tornado” (p. 83).


Outro ponto que me ganhou foram as passagens em latim do livro. Sou fascinado por essa língua desde novo e, ao vê-la no livro, fiquei mais do que feliz. E, claro, para um completo entendimento, a editora providenciou um glossário de termos e expressões no final da obra.

Se não bastasse a grandiosidade da obra, o capricho da editora também me encantou. Eu adorei a capa, pois encontrei nela um ar de ficção científica e de subjetividade. A tradução do livro está perfeita; a revisão também. Não encontrei qualquer erro. Não obstante, o livro foi impresso em um papel amarelado, o que é essencial para tornar a leitura mais ágil.

Por todos esses motivos, eu recomendo de olhos fechados Um Cântico para Leibowitz para qualquer um. Esse livro vai agradar a quem gosta de distopia, de ficção científica e de livros com um ar psicológico. Sem dúvidas, essa é uma grande aposta para presentear alguém no natal.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/06/resenha-um-cantico-para-leibowitz.html
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