Um Cântico para Leibowitz

Um Cântico para Leibowitz Walter M. Miller Jr.




Resenhas - Um Cântico Para Leibowitz


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Marthie 12/02/2017

O futuro já chegou
Um livro que prevê o futuro do futuro, onde a humanidade comete os mesmos erros de tempos em tempos, chegando à aniquilação total. Morremos por causa de nossa própria arrogância, essa é a verdade de Um Cântico Para Leibowitz. Se prestarmos atenção, o mundo de hoje caminha para um novo capítulo do livro.
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Jose 21/04/2024

Só tenho uma coisa a dizer: eu não gostei... EU NÃO GOSTEI!!! Tô indignada, que ódio, que perca de tempo. Peguei um ranço tremendo, tô revoltada!
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Weber 04/11/2016

Achei Um cântico para Leibowitz um livro de ficção científica típico da época da guerra fria com temas apocalípticos. E é muito bom. O apocalipse nuclear aconteceu, o mundo sobrevive em cinzas e um grupo de monges tentam recuperar e conservar o conhecimento científico perdido. Achei interessante que não existe muita lamentação pelo apocalipse em si mas pelo conhecimento perdido. A guerra nuclear aconteceu e todos seguem em frente com o que sobrou. Claro que a ignorância e o ciclo destrutivo do homem não são deixados de lado, nem poderiam, e o tom de "lição a ser aprendida" está presente na mistura de sede de conhecimento e religiosidade dos monges. Esta justaposição entre o religioso e o científico apresentados pelo autor é um dos pontos fortes do livro.
O livro é divido em três partes passados em tempos diferentes com personagens diferentes. Ele flui muito bem apesar dos trechos em latim que nos forçam a ficar olhando a tradução no fim do livro o tempo todo. O humor é utilizado na dose certa e é sempre certeiro.
Como toda boa ficção científica o livro me levou a meditar sobre temas diversos além dos já citados "ignorância e ciclo destrutivo do homem". Temas como a evolução científica da humanidade, coisas que em um determinado momento acreditávamos corretas e se provaram erradas. Quanto de nossas crenças científicas atuais que temos como absolutamente corretas também se provarão erradas? O trabalho "arqueológico" empreendido pelos monges para recuperar o conhecimento do passado também me levaram a pensar nos nossos estudos de civilizações antigas. O quanto achamos que sabemos sobre tais civilizações. A pensar sobre lições esquecidas no tempo.
Por fim, o livro é ótimo e com certeza vale a leitura. Também é um ótimo exemplo de como se escreve um livro épico em somente um volume. Outra lição esquecida no tempo infelizmente.
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AleixoItalo 17/03/2016

Quais seriam os passos tomados pela humanidade se ela precisasse recomeçar do zero? Normalmente obras pós-apocalípticas tendem a focar na sobrevivência de personagens tentando se adaptar à um mundo destruído, uma sociedade no fim da sua existência. Um Cântico para Leibowitz aposta numa abordagem diferente, focando na continuação da sociedade depois da destruição. Mesclando elementos de literatura distópica e pós-apocalíptica, Um Cântico para Leibowitz é um clássico do gênero, vencedor do prêmio Hugo de 1961 (um dos principais prêmios para ficção científica).

Na trama a sociedade foi destruída por um holocausto nuclear e os sobreviventes passam à ter uma aversão pela ciência e tecnologia, destruindo tudo que seja remanescente científico e caçando os cientistas, num movimento que ficou conhecido como Simplificação. Passados alguns séculos a sociedade vive um ambiente medieval, onde todo conhecimento e avanço tecnológico foi praticamente perdido e o pouco que restou – a Memorabilia – é protegido pelos monges da Ordem Albertina de Leibowitz.

O livro é dividido em 3 partes:

FIAT HOMO (“Faça-se o homem”) se passa no século XXVI, um cenário medieval onde tribos selvagens povoam a região e a Igreja é a instituição mais forte (a única instituição que permaneceu), e mostra a jornada do irmão Francis Gerard, noviço que acaba se deparando com relíquias de um passado esquecido…

Avançados mais 600 anos, FIAT LUX (“Faça-se a luz”) é uma espécie de Renascimento, onde as tecnologias do passado passam a ser redescobertas, graças a anos de estudo em cima da Memorabilia. Nessa mesma época as “tribos” humanas já estão mais organizadas e grandes líderes começam a despontar, trazendo de volta as iminentes guerras.

E novamente avançados 600 anos a terceira e derradeira parte, FIAT VOLUNTAS TUA (“Seja Feita a Vossa Vontade”) narra os eventos numa civilização que conseguiu reatingir seu auge, e novamente se encontra a beira de um holocausto nuclear…

Ao invés de optar por contar uma história de sobrevivência ou fantasia, Um Cântico para Leibowitz faz uma abordagem mais histórica de um mundo pós-apocalíptico, abordando como sobreviveriam as instituições, como a sociedade se organizaria e lhe daria com a situação. Walter Miller Jr. faz uma crítica da condição humana e do caráter cíclico da história, de como nós tendemos a sempre repetir os erros do passado, nunca evoluindo como espécie.

O livro abre mão da ação e da sobrevivência para apostar nos detalhes e na reconstrução da história, são esses detalhes que fazem o livro tão bom e tão profundo. A Memorabilia tratada como relíquia – em sua maior parte documentos banais de hoje em dia – fazendo as vezes das relíquias sagradas de nosso passado; a redescoberta de tecnologias hoje obsoletas como marcos da nova sociedade; a estranha figura do peregrino que parece perdurar por toda a obra, que dá um tom místico a obra.

Um Cântico para Leibowitz foi um marco da literatura distópica a mais de 50 anos e mesmo hoje se mantém extremamente atual – cada vez mais – e é uma excelente obra para quem curte cenários pós-apocalípticos mas espera uma abordagem alternativa.

Mais em papobárbaro.com.br
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Literatura 17/04/2015

Quando a ignorância é benção

Nem sempre nos deparamos com um clássico e nem sempre este corresponde à nossa expectativa. O que dizer de Um cântico para Leibowitz (Aleph, 400 páginas)? Trabalho primoroso da editora, com capa aveludada, dois glossários, um deles contendo expressões em latim bastante utilizadas no livro e tradução impecável. Fisicamente perfeito. Passemos para o texto, vencedor do Prêmio Hugo de 1961, como melhor romance, comparável a “1984” e “Admirável mundo novo”, está além, muito além de minhas expectativas. Walter M.Miller Jr. é simplesmente soberbo. É o mínimo que posso dizer!

O livro que se inicia no século XXVI, 600 anos após uma hecatombe nuclear, perpassa 1800 anos de história futura. Seria uma parábola, uma crítica social, um aviso, uma visão? Não sei dizer. O choque é grande, preparem-se para o soco no estômago, porque ele virá.

É dividido em três partes com saltos de 600 anos. Em todas elas os monges da Ordem de Leibowitz tentam proteger e reunir fragmentos de conhecimento há muito esquecidos para que os homens possam aprender com seus erros.

Na primeira parte “Fiat Homo” (Faça-se o homem), um jovem noviço se depara acidentalmente(?) com uma relíquia que poderia ter pertencido ao padroeiro de sua ordem, o beato Isaac Edward Leibowitz, em vias de canonização, e tem-se início a saga.

Após o holocausto, novas gerações vão nascendo com mutações devido à exposição à radiação, inflamam ainda mais homens humildes que tomam para si a obrigação de destruir todo conhecimento e cultura existentes através de um movimento chamado Simplificação:

“…identificou-o não apenas como um homem instruído, mas também como especialista em armamentos. Com a cabeça coberta por um capuz de aniagem, ele foi martirizado no mesmo instante, estrangulado com um nó de forca não preparado para quebrar o pescoço e, ao mesmo tempo, assado vivo…”

Todos aqueles que detinham o conhecimento são caçados pelos sobreviventes e martirizados, todos os livros, apontamentos, máquinas são destruídos, porque o homem crê que o saber só poderia trazer o mal. É a volta à Idade Média. Cabe aos monges proteger o que resta copiando tudo o que encontram e neste intento enfrentam inúmeros percalços:

“Por vários segundos, o velho permaneceu pronto como um felino para entrar em combate enquanto estudava a face do adolescente, empolada pelo sol. O erro do peregrino tinha sido inevitável. Criaturas grotescas que perambulam pelas bordas do deserto costumam usar capuzes, máscaras ou mantos volumosos para esconder suas deformidades. Entre essas criaturas havia algumas cuja deformidade não se limitava ao corpo, e essas consideravam os viajantes uma fonte confiável de carne comestível.”

O final desta primeira parte é de cortar o coração, mas a segunda “Fiat Lux” (Faça-se a luz) consegue ser ainda melhor. Dá-se um salto de 600 anos e a ordem continua com seu trabalho de proteção:

“Agora, parecia que a Era das Trevas estava passando. Por doze séculos, uma pequena chama do conhecimento se mantivera viva, bruxuleante mas viva, nos monastérios. Somente agora a mente das pessoas parecia pronta para ser iluminada… alguns pensadores orgulhosos tinham afirmado que o conhecimento válido era indestrutível, que as ideias eram eternas, que a verdade era imortal… mas as culturas humanas não eram imortais e podiam perecer com uma raça ou uma era.”

O mundo está agora dividido em reinos que cultuam a conquista e clãs que defendem a barbárie e suas crenças. A ambição de conquistar o mundo não leva em conta o conhecimento, apenas o conflito de interesses, é o poder pelo poder:

“… ofereço um breve esboço do que o mundo pode esperar, em minha opinião, da revolução intelectual que está apenas começando… A ignorância tem sido o nosso rei. Desde a morte do império, esse rei se senta sem ser questionado no trono do Homem. Sua dinastia é milenar. Seu direito de governar agora é considerado legítimo… Amanhã, um novo príncipe reinará… O nome dele é Verdade. Seu império se estenderá por toda a Terra. E o domínio do Homem sobre a Terra será renovado.”

Todo o conhecimento preservado em papel começa a ser interpretado, mas sofre resistência daqueles que querem se perpetuar no poder e daqueles que preferem continuar na ignorância. É difícil abrir os olhos de quem não quer enxergar:

“Muitos enriquecem utilizando as trevas de sua monarquia. Eles formam sua Corte e, em nome da ignorância, fraudam e governam, enriquecem e perpetuam seu poder. Até mesmo a instrução eles temem, pois a palavra escrita é outro canal de comunicação que pode levar seus inimigos a se unir. Suas armas são afiadas pela cobiça e eles as usam com perícia…”

site: Leia mais em: http://www.literaturadecabeca.com.br/resenhas/resenha-um-cantico-para-leibowitz-walter-m-miller-jr-quando-a-ignorancia-e-bencao/#.VTFBoiHBwXA
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Amadeu.Paes 29/01/2015

A distopia que rodeia o ser humano
Nas redes sociais, sobre literatura sci-fi, muito se falava sobre “Um cântico para Leibowitz” e nunca tive tamanha expectativa em ler uma obra como esta.

O livro é dividido em 3 partes, onde um grupo religioso católico, guarda os “manuscritos” de São Leibowitz, depois de um holocausto nuclear, onde todo o conhecimento é perdido.

Neste mundo temos uma distopia onde o mais importante são músculos para lavrar a terra arrasada, muitos problemas genéticos sem solução, anarquismo e superstições

Conforme o tempo passa vão se “desvendando os manuscritos” à humanidade avança tecnologicamente – logicamente vem junto às intrigas políticas e religiosas.

A grande questão que fica é: O que humanidade fará com este conhecimento? Usará com sabedoria? Autodestruir-se-á como fez antes? Ou, mais radicalmente, se aniquilará definitivamente?

Miller Jr tem uma escrita erudita e um amplo conhecimento dos ritos católicos que enriquecem muito o leitor culturalmente.

Curiosamente sobre São Leibowitz temos pouca informação e acabamos nos identificando com as personagens que desfilam nestes 2.400 anos.
.
Sim, este livro atendeu as minhas expectativas pra quem gosta de uma história bem escrita, independente de ser ficção científica ou não, recomendo a obra.
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Henrique 15/01/2015

resenha completa:
https://www.youtube.com/watch?v=0nVa8fNbOhQ

confiram ;)
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Osmar 12/05/2010

Melhor mistura de ficção científica com religião
Um dos primeiros livros de ficção cientifica que li (após vários romances de Julio verne) e sem dúvida um dos melhores. O Autor consegue criar uma estória densa e interessante sobre um mundo pós apocaliptico colocando a religião com um papel de destaque, resgatando o papel que a mesma possuiu durante certos períodos da história (em outros ela teve um papel oposto)
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Fábio 20/01/2010

Hino a estupidez Humana
Um dos maiores clássicos da Ficção e da literatura já feito, Miller Jr. conseguiu captar a essência do homem, sua ignorância e violência contra o medo, sua arrogância e avidez por conhecimento e sua louca caminhada para sua própria destruição.

Uma pena é esse preconceito tolo sobre obras de Ficção Cientifica e a falta de interesse de editoras brasileiras relançarem o livro no mercado brasileiro, hoje com a loucura de paises como a Coreia do Norte e do Irã e a Eterna Guerra do EUA contra o terror o tema sobre uma hecatombe nuclear deve ser mais discutido do que nunca.

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Grazi Comenta 10/12/2014

Mais uma escolha genial de relançamento da Editora Aleph
Um cântico para Leibowitz é um dos melhores livros que já li na vida. Sim, ele já entrou para os queridinhos. Por que? Pela sinopse já dá pra sacar que ele tem um quê de Farenheit 451 e Fundação (apesar da ausência de uma história em outros planetas). Eu simplesmente adoro quando enredos de ficção combinam entre si.
Bom, o livro é dividido em três, separadas uma da outra por seis séculos.
Preciso avisar que apartir daqui talvez eu dê alguns spoilers sobre as duas obras já citadas (Fundação e Farenheit 451).
A primeira parte me lembra muito os primeiros ''Planos Seldon'', onde é a ordem da fé que contribui para a continuação do conhecimento (no caso da Fundação, é um dos instrumentos de controle da sociedade).
A segunda parte fala sobre as conquistas da humanidade após acostumar-se ao novo ambiente.
A terceira parte comenta sobre os retrocessos da sociedade, que retorna ao estado de discórdia anterior ao Dilúvio de Fogo, no pós crescimento tecnológico da segundo parte e ainda

O que me deixou mais deslumbrada é que Miller Jr. descreve não só a luta pela sobrevivência num ambiente devastado (como é clichê de filmes/livros distópicos/apocalípticos), mas todo o processo de reencontro e re-desencontro dos homens. E há ainda a ótima exploração dos personagens. Eu adoro quando o autor sabe fazer com que nos apeguemos a eles, mesmo com o pouco tempo ''em cena''. Fazer-nos entender suas dores e seus motivos é a chave para a identificação com a história e bater aquela vontade de grudar e não parar de ler.
Todo o enredo inspira uma das coisas que mais gosto em Farenheit 451 e Fundação: o jogo psicológico. Não é preciso cenas de ação o tempo todo para gerar interesse. As discussões entre os personagens são maravilhosas. Mas vai aqui um aviso: a narrativa é bem lenta por conta disso. Se você é uma pessoa que curti um ritmo mais louco, não recomendo. O vocabulário utilizado também é um tanto mais rebuscado e as vezes me deu a impressão de um texto acadêmico mesmo. Há trechos em latim também ( o que é bem legal :D )
Quanto a edição nova do livro, nada a reclamar. Diagramação simples, mas bem feita. Sem erros de digitação e tal. A capa tem uma textura legal (sério, se você vir o livro, passe a mão nele. Eu fiquei passando a unha enquanto lia kkkkkkk) E as folhas são amareladas \o/ Se você leu minha resenha de Assassinato no Expresso do Oriente, já deve saber o quanto odeio folhas brancas. Eu fico meio tonta lendo. Entãão, UCpL foi super agradável de ler.
Obs: Nem comentei nas outras resenhas, mas essa é uma características da Aleph: folhas amareladas. *-* Ao menos todos os exemplares que tenho, são assim. Acho que vou fazer um post sobre eles ;)

Enfim, Um cântico para Leibowitz é - como a critica especializada diz - um grande marco na literatura sci-fi e distópica e uma das mais importantes obras já escritas.

site: www.cantaremverso.blogspot.com.br
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marcos.gonzalez 09/12/2014

O pesadelo da má gestão de conhecimento e poder
Ambiente: mundo pós cataclismo nuclear

Tema central: a gestão de conhecimento e seus impactos

O autor divide o livro em três partes, cada qual com ênfase nas interações que o grupo central da narrativa do livro, enfrenta no decorrer do tempo, trazendo os avanços de ideias, as suas dúvidas e dificuldades.

A narrativa inicia 600 anos à frente de um cataclismo nuclear, e muito da narrativa se desenvolve num personagem que consegue acesso a novos e inéditos documentos, do tempo pregresso, atribuídos ao patrono da ordem religiosa, à qual pertence este personagem. Tem um desenrolar de estória mais cadenciado e envolvendo questões morais e religiosas, pertencentes à ordem religiosa.

Prossegue então para a segunda parte, onde o mundo à volta da ordem religiosa, demonstra movimentações de guerras, conquistas e supressão de diferentes pensamentos e organizações sociais, e também, a busca pelo conhecimento antigo, guardado e preservado na ordem. Dentro da própria ordem é possível entender que o conhecimento de mundo físico está sendo desenvolvido, mas o crivo de ordens superiores - não tão adeptas a novidades e também mantenedoras da rígida ordem de costumes – não permitiu avanços. Para a sociedade exterior, estes conhecimentos devem ser usados para o bem da sociedade como um todo.

A terceira e derradeira parte, fecha este ciclo de reconstrução da sociedade, tendo impactado de maneiras tanto positivas como negativas. O medo de que o evento do milênio pregresso retornasse, acabou se tornando a nova e dura realidade para esta nova chama da civilização humana. Decisões importantes tiveram que ser tomadas, pelos guardadores do conhecimento, a fim de preservar o que eles entendem por humanidade.
Impressões: O autor usa muitos termos em latim, fortemente influenciados por práticas e textos religiosos. Demonstra daí, o porque os personagens principais serem de uma ordem religiosa, à qual atribui-se o modo de vida devocional ao Criador dos mundos, e “explica o porquê” deste ser o local ideal para a guarda e manutenção do conhecimento antigo.
Ficou claro também que as questões históricas estão presentes na narrativa, tais como a queima de materiais de conhecimento e arte (que precederam a Alemanha da Segunda Guerra) e a questão de divisão de mundo entre ocidente e oriente (muito presentes na atualidade).

Esta narrativa me prendeu do início ao fim, e é um jeito interessante de imaginar o mundo com mais caos do que já vemos. O pesado na narração, é a ordem religiosa tomar conta de toda o desenrolar, mas também lança a questão da conservação do que achamos ser a essência do ser humano: o conhecimento.
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Marcos Pinto 05/12/2014

Surpreendente
O mundo como conhecemos não existe mais; ele foi destruído pelos homens em uma guerra nuclear insana. Os poucos sobreviventes receberam de herança um mundo devastado, porém ainda existia conhecimento para que tudo fosse reconstruído. Mas, a maior parte dos sobreviventes acreditava que a culpa de tudo que acontecera era da tecnologia e do conhecimento acumulado. O resultado foi desastroso: intelectuais foram perseguidos e os livros foram queimados.

A humanidade mergulhou nas trevas da ignorância. Em meio a terras áridas, a população tentava sobreviver criando animais ou plantando o que desse. A Igreja Católica remanescente do ataque tentava trazer um pouco de luz à humanidade, mas não dava conta da maioria das necessidades, pois os padres e monges não tinham os conhecimentos necessários.


Poucos livros sobraram do holocausto do conhecimento feito pelos sobreviventes e estes estavam guardados na Ordem Albertina de São Leibowitz. Apesar dos padres e monges não entenderem praticamente nada do que eles tinham guardado, eles defendiam os livros com sua própria vida, pois acreditavam que, um dia, a humanidade seria capaz de se reerguer. Porém, se isso acontecesse, será que conseguiríamos aprender com os seus erros ou os repetiriam?

“Por si só sua alavanca saltou-lhe da mão e desferiu um golpe repentino no lado de sua cabeça, e então desapareceu para dentro de um súbito afundamento do terreno. Aquele goste incisivo fez Francis rodopiar. Uma pedra que vinha cruzando o ar desde que o deslizamento começara o pegou na nuca e ele caiu sem fôlego, inseguro, sem saber se estava ou não caindo no poço até que sua barriga deu de cheio no chão duro, e ele o abraçou. O troar das rochas caindo foi ensurdecedor, mas breve” (p. 30).


Um Cântico para Leibowitz é um livro distópico que entrou para os meus favoritos. Apesar de eu ler muitas obras desse gênero, esse livro, para mim, foi único. Sua narração é completamente diferente das outras distopias que já desbravei; o vocabulário, a grandeza... Tudo contribuiu para que eu amasse a obra.

A primeira grande diferença que temos desse livro para a maior parte das distopias é a narração. Walter M. Miller Jr. optou por uma narração mais lenta, cadenciada e com pouca ação. A linguagem também é bem mais trabalhada do que o normal. Mas quem pensa que isso é ruim está enganado. Ao invés da ação, Walter privilegiou uma paisagem muito bem descrita e uma distopia quase psicológica. O mais importante não são as batalhas, mas a mente dos protagonistas. Não há super-heróis e sim humanos normais que sofrem com a devastação da Terra.

Os personagens também contribuíram de uma forma incrível para a excelência do livro. Todos eles, protagonistas ou coadjuvantes, foram explorados ao máximo. Entendemos seus medos, suas angústias e também suas dores. Apesar de o livro ser em terceira pessoa, o autor conseguiu dissecar a mente de cada um de uma forma que nem um livro em primeira pessoa é capaz.

“Foi assim que, após o Dilúvio, a Precipitação radioativa, as pragas, a loucura, a confusão de línguas, a ira, começou a carnificina da Simplificação, quando os remanescentes da humanidade esquartejaram outros remanescentes, membro a membro, matando governantes, cientistas, líderes, técnicos, professores e todas e quaisquer pessoas que os líderes das turbas ensandecidas dissessem que mereciam morrer por ter ajudado a tornar a Terra aquilo que ela havia se tornado” (p. 83).


Outro ponto que me ganhou foram as passagens em latim do livro. Sou fascinado por essa língua desde novo e, ao vê-la no livro, fiquei mais do que feliz. E, claro, para um completo entendimento, a editora providenciou um glossário de termos e expressões no final da obra.

Se não bastasse a grandiosidade da obra, o capricho da editora também me encantou. Eu adorei a capa, pois encontrei nela um ar de ficção científica e de subjetividade. A tradução do livro está perfeita; a revisão também. Não encontrei qualquer erro. Não obstante, o livro foi impresso em um papel amarelado, o que é essencial para tornar a leitura mais ágil.

Por todos esses motivos, eu recomendo de olhos fechados Um Cântico para Leibowitz para qualquer um. Esse livro vai agradar a quem gosta de distopia, de ficção científica e de livros com um ar psicológico. Sem dúvidas, essa é uma grande aposta para presentear alguém no natal.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/06/resenha-um-cantico-para-leibowitz.html
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Sonia3D 26/08/2010

O poder do Conhecimento
Ficção científica ao estilo apocalíptico da época da guerra fria. Um tratado sobre o modus operandi da raça humana enquanto possuidora do poder absoluto de vida ou morte globais.
Interessantemente relacionado com o livro de Umberto Eco – “O Nome da Rosa” não por se tratar de monges e livros, mas sobre o poder do conhecimento, e sobre a diferença entre informação e sabedoria.
“Um cântico para Leibowitz” deve ser lido com “O nome da Rosa”, não necessariamente nesta ordem.
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Helio 27/08/2014

Excelente
Um dos melhores romances de ficção científica já escrito e certamente o melhor sobre o futuro da humanidade. Quem não leu tem que ler!
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