Glaucia 04/07/2012Resenha publicada no Mix LiterárioHá muitos e muitos anos, os representantes dos homens, Lhedi, e os representantes dos povos quentes, rei Marral, travaram uma luta implacável para decidir quem deveria habilitar o planeta terra. O representante dos humanos acreditava que era possível uma convivência pacífica entre os povos. Já o representante dos povos quentes acreditava que a ganância humana seria capaz de destruir essa convivência, e também corromper o seu povo. Como não houve acordo, o rei Marral acabou sendo derrotado e enviado ao centro da terra junto com seu povo, onde deixou escrito suas profecias, através de hinos.
Nos hinos proféticos, o rei falava como o povo deveria viver e dizia que um dia eles seriam libertados com ajuda de um conquistador que viria de cima. Assim acreditaram nisso por gerações, vivendo de forma pacifica, pouco evoluída, mas compartilhando tudo o que produziam, respeitando uns aos outros e cultuando o falecido e sábio rei Marral.
Conforme foi profetizado, apareceram conquistadores, ou melhor alienígenas, para fazer um acordo com a rainha Mazda e levar o povo quente para a terra prometida. A rainha, que era muito centrada, desconfiou do acordo, contudo o seu fanatismo pela crença na profética e o desejo de se vingar dos homens a fizeram se render aquilo. Foi selado ali o destino da humanidade entre o ambicioso Teyro e o povo quente.
Enquanto o sacerdote Somos estudava, orientava e aprendia sobre o povo quente, Teyro foi cumprir sua missão de aniquilar a raça humana, destruindo as grandes nações em pouco tempo e subjugando os homens, mulheres e crianças que sobreviveram ao massacre. Tudo corria conforme o planejado e tanto Teyro quanto a rainha Mazda estariam satisfeitos por obterem o desejado. Ele teria os minerais fornecidos pelos povos quentes e ela teria a “terra” prometida para o seu povo.
Quando finalmente o povo quente foi levado para a superfície da terra, teve uma adaptação muito difícil. Estavam acostumados com alta temperatura, uma vida tranqüila e pacata, mas principalmente de uma população unida. Eles foram ficando cada vez mais infelizes e a rainha irritada com o andamento das coisas, culpando Teyro pelo ocorrido.
Os alienígenas fizeram muitas usinas para extrair os minerais da terra, mas os escravos humanos não eram resistentes a temperatura. Somos, com toda sua inteligência, começou a criar uma raça de híbridos, entre humanos e povos quentes. Anos se passaram e quando perceberam o sucesso da experiência, começaram a aniquilar os povos que ainda resistiam e viviam escondidos nos continentes. O primeiro ataque foi o território Africano, que até então não havia sofrido tantas represálias dos alienígenas.
No território africano vivia Reison, um rapaz que caiu do céu e foi encontrado pelas irmãs Graça e Glória. Elas o criaram como um verdadeiro filho, junto com a sobrinha Sara e tentaram fazer o possível para educá-lo bem, apesar de sua rebeldia e vontade de se rebelar contra os invasores.
Reison sempre foi um pouco solitário, devido a uma estranha marca de nascença no rosto, as pessoas o repeliam e zombavam dele. Era muito infeliz com a vida que levava e o seu único conforto era a família, principalmente a bondosa Sara. Porém ele vê isso tudo destruído, quando os batedores de Teyro invadem o seu território e massacram o seu povo. Agora, sozinho, com sede de vingança, Reison só pensa em acabar com aqueles que destruíram sua família.
Em sua peregrinação em busca dos inimigos, Reison destruiu duas usinas dos alienígenas, com poderes recentemente descobertos, e humilha o principal general de Teyro após uma luta, onde o deixa completamente destruído e a beira da morte. É nesse cenário que ele conhece a corajosa e obstinada Tai Lay, que faz parte de um grupo de resistência e tenta encontrar uma forma de derrotar Teyro e seus soldados.
No outro estreito dessa estória, temos a personagem de Muah, um jovem vindo dos povos quentes, mas que foi mantido prisioneiro toda a vida, por ter um dom que amedrontava o seu povo. Ele é capaz de apagar o fogo e sempre foi considerado uma aberração e grande ameaça. Quando o povo quente foi para a “terra prometida”, Muah foi deixado sob cuidado do sacerdote Somos. Assim ele foi treinado e ensinado para se tornar um grande general de Teyro. Mas sua personalidade o fez ver que tudo aquilo estava errado e com o passar do tempo, começou a desprezar os alienígenas e sentir vontade de fazer algo para mudar a situação. Porém precisava encontrar alguém que lhe desse ouvido e lhe ajudasse a enfrentar os invasores. Foi nessa busca que Muah conheceu os Irmãos Alice e Tom Cold.
Alice e Tom Cold ficaram órfãos aos treze anos e foram acolhidos pela resistência, que se escondeu e passou a traçar planos contra os inimigos. Por anos eles foram treinados pelo pai adotivo Albert, para serem soldados implacáveis. Os irmãos não tiveram infância, não puderam interagir com as outras crianças refugiadas. Eles eram vistos apenas como armas de guerra e em suas mentes foi introduzida uma mentalidade de Kamikase. Quando a resistência decide destruir a usina americana, os irmãos não são levados para essa missão, e Albert morre. Eles sentem muito desejo de vingança e fogem do acampamento, carregando armas e explosivos, em busca de uma missão suicida. É nessa missão que conhecem Muah, que os ajuda a escapar e acaba tornando seu aliado.
Reison, Tai Lay, Muah, Alice e Tom se encontram nos Estados Unidos, mas logo de início sentem desconfianças uns dos outros. Tom é o mais invocado e não gosta muito de Muah e Reison. Porém após uma longa conversa, onde contam suas estórias, decidem se unir para destruir os alienígenas. Eles decidem se dividir, para conseguir destruir mais usinas e uma forma de encontrar a resposta para aniquilação dos inimigos. Muah, Alice e Tom decidem partir para o centro da terra e procurar as resposta de que precisam nas antigas profecias do rei Marral, enquanto Reison e Tai Lay partem para a Russia.
Bem, acho que já disse tudo o que podia sobre o livro. Esse é o primeiro desse gênero que leio e a estória foi muito interessante, terminando com um final revelador. As personagens são interessantes, fortes e cativantes, apesar de Reison ter apresentado atitudes infantis e de Tom ter me irritado um pouco. O que posso dizer é que gostei bastante do livro e indico a leitura. Para ele darei 4 estrelinhas.