A carne e o sangue

A carne e o sangue Mary del Priore




Resenhas - A Carne e o Sangue


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Diego Piu 21/05/2020

Estudar história com Mary Del Priore é uma delícia, já é o segundo livro dela que eu devoro. Por vezes parece que você está diante de um romance de época devido a organização com que ela narra os fatos. Nesse livro temos acesso a vários trechos de cartas trocadas entre D.Pedro I, a Imperatriz D.Leopoldina (sua esposa) e Domitila, a Marquesa de Santos (com quem teve um polêmico e caloroso caso que mexeu bastante com a sociedade da época).
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Layla.Ribeiro 18/04/2022

Conhecendo outros fatos da nossa história
O triângulo amoroso mais famoso da história do Brasil é um tema conhecido, pelo menos para mim sabia o superficial, porém aqui neste livro podemos ver da maneira mais profunda utilizando as cartas dos protagonistas e das testemunhas como fonte histórica, e podemos ver o outro lado da história que nos foi contada, uma das verdadeiras protagonista da Independência, que teve seu nome ocultado pelos livros, uma mulher inteligente, que infelizmente solitária incompreendida pelo seu tempo e abandonada pelos seus, se como não bastasse sofreu muito na mão do seu algoz, vulgo D. Pedro I (Um patife, desprezível). Foi muito bom conhecer a vida privada, desses personagens tão conhecidos para nós e autora trouxe a narrativa de forma literária, atraente e fluída, facilitando muito a leitura sem deixar de trazer os fatos comprovando tudo o que narrava, recomendo demais essa leitura e principalmente que priorizem livros sobre a história escrita por historiadores.
Inaiara.LAbo 20/04/2022minha estante
o final ali é a chave de ouro kkk concordo! ótima resenha, deu vontade de ler e nem curto tanto esse período rs


Layla.Ribeiro 20/04/2022minha estante
Além de curto a leitura é fluida , acho que seria uma leitura ?rápida? pra vc, eu tbm n gosto muito desse período, mas este livro me despertou muitas curiosidades que passei horas no YouTube e Google pesquisando sobre os reinados.




Miguel 30/12/2020

Fofoca Não, Historiografia!!
Mary del Priore não ajuda muito aqueles que tentam negar a fama de fofoqueiro que os historiadores possuem haha Por mais críticos que sejam os historiadores ao modo de escrita da autora, não pode-se negar que ela possui uma escrita muito gostosa e isso a torna acessível ao grande público... isso e, é claro, os temas polêmicos com a aparência de fofoca , o que muito atraí os leitores... e não os julgo! Só senti falta de um pouco de rigor acadêmico no q diz respeito às referência bibliográficas. Destinado ao grande público ou não... ainda se trata de uma obra historiográfica e é possível sim ser acessível na linguagem sem perder o rigor acadêmico.
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CassianiMotta 02/01/2023

Historiadores são fofoqueiros científicos?
Mary Del Priore escreve para que todos possam entender. A Carne e o Sangue é um livro sobre os prazeres carnais e as responsabilidades de sangue do primeiro imperador do Brasil. Em tom de fofoca, a gente vai descobrindo as histórias e intrigas da família real, mas com rigor histórico.
Temos trechos de cartas trocadas entre os amantes, relatos de viajantes entre outras citações de fontes históricas.
Quem era Leopoldina? A princesa austríaca que casou por procuração com o príncipe português? Quem era Domitila, a Marquesa de Santos? Como se portava a sociedade dos 1820's? E ainda conhecemos um pouquinho de Amélia de Leutchenberg, a segunda esposa de D. Pedro I.
Gosta de história do Brasil? Leia. É estudante ou professor? Leia. Quer uma boa história de romance e traição? Leia também. Um livro bem completo para conhecer a família real do primeiro império.
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Tuiza 12/07/2012

D. Pedro I e suas aventuras
O livro trata da vida amorosa de D. Pedro I, este é o assunto principal da história. A imperatriz Leopoldina aparece no livro porque grande parte dele se baseia nas cartas que ela escreveu para seus familiares na Europa, não fosse por isso, penso que ela mal seria citada.
A autora conseguiu colocar aspectos importantes da vida e dos costumes daquela época. A linguagem é, por vezes, pesada, parecida com a da época dos acontecimentos.
Aleska Lemos 14/08/2012minha estante
Acho que ela deu vida aos documentos, pois as primeiras páginas onde descreve o Rio de Janeiro na chegada de Dona Leopoldina era quase visível e paupável, por causa da riqueza de detalhes. Eu acho que talvez a linguagem não seja fácil, pois o livro não é inteiramente um romance. A autora é historiadora, se não me engano, e acho que por mais que ela não tenha escrito um trabalho acadêmico, acabou levando o jeito característico de sua profissão para a obra. Até agora não vi diálogos, só citações de cartas. Pode ser que não seja um romance para relaxar, mas com certeza está próximo da realidade.


Tuiza 14/08/2012minha estante
Pois é, Aleska, o livro apresenta um relato que não se vê nos livros escolares. Acho que nisso reside a grande qualidade do livro.




Ana Nery 17/08/2020

Bom livro, mas se quer mergulhar sobre estes personagens conheça Os livros de Paulo Rezzutti, muito mais profundos, recomendo.
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BeatrizFonseca1 09/04/2023

Citações representativas
“AMOR ERA PALAVRA CUJO SIGNIFICADO LEOPODINA INCLUÍA EM SEU VOCABULÁRIO. Mesmo sem conhecer o futuro marido , escrevera a Louison, declarando: “Se estiver apaixonada significa não ter outra coisa na cabeça a não ser o Brasil e D. Pedro, então estou”(p.15)
“Sexo era coisa algo imunda e assunto proibido para moças castas. O desafio era “ser útil a pátria “abafando o que pudesse ofender a virtude (p.16)
“Quase 45% da população era afrodesecente. A realidade brutal da escravidão , com sua violência e animalização das pessoas chocava” (p.23)
“”O choque entre a nobreza das províncias lusas e os “nativos da terra” aprofundava a tensão entre a ideia de “velho e puro” -os portugueses versus o “novo e contaminados brasileiros”. Solidão e desconfiança alimentam os sentimentos de diferença” (p.34)
“De fato, para a princesa, o sexo, era um “transtorno” um incomodo, um contratempo” (p.43)
“D. Pedro colocava-se como favorável a independência e sensível a ideia de assumir o trono do Brasil, “(p.60)
“Os brasileiros sabiam que não precisavam de Portugal e os portugueses, , que sem o Brasil, eram um pais de segunda ordem” (p.71)
“D. Pedro e Domitilia apressarem-se a viver um amor profano”(p.83)



Texto Critico

A obra “A carne e o sangue” da historiadora brasileira Mary Del Priore, salienta as relações sexuais, entre o triângulo amoroso formado por D. Pedro I, a imperatriz D. Leopoldina e Domitila, conhecida como Marquesa de Santos, a autora traz uma leitura envolvente, que deixa o leitor encanto e com vontade de concluir logo o livro.
A autora argumenta que existem indícios, que provalmevemente D. Pedro bateu em Leopoldina e a fez sofrer, amargamente, com a traições, Leopoldina era um jovem austríaca, que veio ao Brasil, para casar com D.Pedro I por causa de relações políticas, no inicio ele era uma jovem delicada, amorosa, esperançosa, que amava D. Pedro como pode-se observar em uma carta na qual ela enviou a sua irmã na qual frisou “Se estiver apaixonada significa não ter outra coisa na cabeça a não ser o Brasil e D. Pedro, então estou”(p.15) a jovem princesa, era ingênua, doce, possuía o hábito de ler, e amava á natureza, entretanto depois de anos, sofrendo pressões politicas, com gravidezes de risco, e perdendo a confiança e o amor pelo marido se tornou amarga, fria e melancólica.
A autora usa de fontes primarias, como cartas que D. Pedro enviou para Domitila, mostrando seu amor, seu desejo, os dois possuíam uma paixão ardente, um tensão sexual, perigosa e quente. D. Pedro a chamava de nomes carinhosos ou sexuais, dependendo do momento, dava presentes caros, como joias, eles possuíam um “... amor profano”(p.83) eles possuíam uma relação muito forte, ao contrário do que ocorria, com Leopoldina que estava cada mais distante do marido .
Leopoldina analisava o sexo, como algo impuro, imundo e uma assunto que deveria ser proibido para moças, mas a partir do momento que casou com D.Pedro começou a pratica-lo como uma obrigação, já Domitila via o sexo de forma prazerosa, amorosa, fazia sexo porque gostava.
A população sabia das traições de D.Pedro saindo até um desenho pornográfico de Domitila, em um jornal da época, e Leopoldina ficava cada dia mais triste com a situação, mas possuía esperanças que ele mudasse, ela começou a ter gravidezes de risco, e isso foi aos poucos prejudicando sua saúde física e mental. A relação com Domitila, foi ficando mais séria, na qual eles chegaram a ter uma filha, chamada Isabel, que nasceu em 23 de maio de 1824.
A obra também aborda questões políticas, como os problemas políticos e culturais, que existiam entre Brasil e Portugal, uma parte do Brasil, queria sua independência de Portugal com a elite paulista enquanto alguns conservadores baianos, queriam que o Brasil, continuasse dependendo de Portugal. D. Pedro lutou bravamente para que o Brasil, se livrasse da influência de Portugal e no dia 9 de janeiro de 1822, declarou o dia do “Fico”, na qual estava sofrendo pressões, para retornar para Portugal, entretanto não foi, e garantiu que ia dar ao Brasil liberdade e estabilidade econômica e política. A obra foca, nos relacionamentos amorosos de D.Pedero, entretanto também aborda outros temas, como a questão da rixa e ódio entre brasileiros e portugueses, e na questão da escravidão, brasileira que travava os negros como animais, e não como seres humanos. “Quase 45% da população era afrodesecente. A realidade brutal da escravidão, com sua violência e animalização das pessoas chocava” (p.23) Ele possuía relações sexuais, com as duas mulheres, com Domitila era por prazer ,e com Leopoldina por dever, para que o império continuasse pudesse ter descendentes, que fossem saudáveis e capazes de lidar com pressões políticas e econômicas.
Leopoldina, quando chegou as terras brasileiras possuía uma imagem que os brasileiros eram “bons selvagens” mas sua visão foi se modificando e percebeu que os brasileiros, não eram inocentes e possuíam interesses próprios, entretanto eram vistos como inferiores, pelos lusos. Leopoldina comemorou seu aniversario em São Cristóvão, com muita gala em um teatro Lírico, o ponto mais agravável foi uma tourada que terminou em diversão e risadas , Leopoldina estava muito bem vestida, com penas vermelhas na cabeça e parecia feliz. Como ela era muito católica fervorosa, ficava admirada com o sincretismo religioso que existia no Brasil, como o profano e o religioso estavam misturados, e andavam juntos, a missa, era um momento de se rezar, mas algumas jovens também aproveitavam para namorar escondido, Mary Del Priore enfatiza, que á diversão dos pobres, eram dançar em festas de salão , enquanto a elite frequentava apenas por curiosidade. D. Pedro sofria de ataques epiléticos, e no primeiro mês de casado, teve o seu primeiro ataque em território brasileiro, o que agravado por causa do forte calor, que fazia, em território carioca, ele começou a reclamar com Leopoldina criar formas de controlar ou não deixa-la usar seu dinheiro. As princesas da Europa no momento que casavam eram obrigadas a esquecer o passado e se adaptar a nova realidade, por esse motivo Leopoldina, sem ter apoio do marido e da família que morava longe começou a enfrentar problemas de saúde de mental cada vez mais sérios.
Ela enviava cartas para a irmã reclamando que D. Pedro era grosso e ingrato, mas que ainda acreditava que ele a amava, da sua maneira, sua irmã que era corajosa, e teve a coragem de se separar de Napoleão, e se unir a um general austríaco, já Leopoldina nunca teve essa coragem de quebrar o paradigma de moça de família que deveria honrar seu nome e seu título e sofreu a vida toda ao lado de D. Pedro. Em 1818, ela estava gravida novamente, e mandou uma carta queixando-se para sua irmã, que estava sozinha e não conseguia dormir direito, ela não andava mais a cavalo, pratica que gostava de fazer, mas começara a andar a pé ou de carro aberto pela manhã. , Maria da Gloria Micaela Gabriela Rafaela Gonçaga de Bragança nasceu no dia 4 de Abril de 1819 causado fortes dores a sua mãe e um parto de quase de seis oras de duração.
Mas, com o passar do tempo Leopoldina, faleceu, devido a complicações no parto e possivelmente às mãos tratos, do esposo, a população brasileira que amava Leopoldina, começou a culpar e agredir verbalmente o imperador salientando que a princesa da Áustria teria morrido por causa principalmente do desgosto com o relacionamento dos dois.
D. Pedro começou a sofrer pressões politicas para voltar para Portugal, mas a marcenaria lhe dava apoio para pertencer em território brasileiro, , em 1821 estava havendo uma manisteção militar exigindo que ele jura-se a constituição de Portugal e D. Joao estava no quarto com medo de ter sua cabeça cortada, com medo dos ideias de liberdade, fraternidade e igualdade, vindos da Revolução francesa se espalhassem e chegassem a Portugal e ao Brasil, mas a população só queria que fosse implantada uma constituição. D. Joao VI teve que retornar ao Brasil, para que pudesse estabelecer aspectos políticos em Portugal, ele partiu deixando um roubo econômico nos cofres públicos, na qual demoraria um pouco para ele se fortalecer. Leopoldina reclamava em cartas ao seu pai, que o seu esposo não possuía sua influência e controles políticos, como deveria, para controlar as revoluções e manifestações, por isso seu reinado ia mal.







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Vicioouss 26/03/2020

Ótima leitura pra quem quer saber sobre o império português aqui no Brasil, sobre as traições de D. Pedro a sua esposa Leopoldina e como era sua relação com a sua "eterna amante" Domitila.
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Felipe 22/03/2013

Uma visão diferente do senso comum
D. Pedro I é uma das mais importantes figuras de nossa história. Em livros como 1822 de Laurentino Gomes é possível ter uma ideia da importância histórica da figura pública. O livro de Mary Del Priore é quase um contraponto no sentido de mostrar a figura humana de Pedro de Bragança, que como todos nós tem contradições e atitudes que podem ser mal interpretadas.
A narrativa de Del Priore cansa um pouco no sentido de fazer transcrições literárias de correspondências dos principais personagens. Apesar de ser interessante para um historiador, como a autora, ao leitor sem formação em História pode levar a um cansaço com a perda da linha narrativa.
O grande mérito do livro é mostrar uma interpretação da personalidade de D. Pedro I que não aparece tanto nos livros sobre sua figura heroica. Del Priore mostra um D. Pedro mulherengo, mau marido e pai relapso, arrogante e que abusava de sua posição. Além de tudo, com sede de poder por querer manter a família nos tronos de Portugal e Brasil.
O enredo do livro circula no casamento arranjado do então Príncipe com a arquiduquesa Leopoldina da Áustria, cunhada de Napoleão Bonaparte. Já antes do casamento Del Priore conta dos casos amorosos que o príncipe teve, como com a atriz francesas que ficou grávida e fora obrigada a sair da corte e posteriormente abortara a filha, reza a lenda que Pedro manteve o corpo embalsamado da filha por toda vida em seu escritório.
Mas o grande caso de amor do primeiro imperador não fora nenhuma das duas esposas, foi Domitila que ele próprio concedeu o título de Marquesa de Santos. Eles tiveram vários filhos que D. Pedro assumiu, concedendo inclusive títulos de nobreza a elas como a primogênita de Duquesa de Goiás. Del Priore mostra uma marquesa de Santos como ambiciosa que queria acima de tudo ser imperatriz, que usava da influencia para nomear parentes e amigos para cargos públicos e interessada em manter o conforto e dinheiro acima de tudo que ‘não queria largar o osso’. Mostra uma Leopoldina que faz o papel de coitadinha, desprezada pelo marido e boa mãe que morrera de melancolia.
Após a morte de Leopoldina, que Del Priore quase culpa Domitila, e do desejo da Marquesa de Santos de torna-se imperatriz não atendido por D. Pedro, a busca por uma nova esposa se tornou um quase obsessão da corte brasileira que era prejudicada pela forte relação entre Pedro e Domitila. Como parte das negociações para a vinda de Amélia para o Brasil estava que D. Pedro se afastasse de Domitila, que assim voltou para São Paulo. Mas Pedro não descuidou de suas filhas, conseguindo casamento com nobres europeus.
Outros acontecimentos históricos são pano de fundo para a vida amorosa de Pedro narrada no livro, como a própria Independência, a Guerra Cisplatina ou mesmo a Guerra Civil em Portugal entre Pedro e Miguel, seu irmão.
O livro é muito interessante, fica chato às vezes com tantas transcrições e mostra uma autora preocupada em desconstruir a figura heroica de D. Pedro. Bom livro.
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Érica 08/02/2014

Demonão e Titília
O triângulo amoroso que aconteceu entre D. Pedro I, sua esposa D. Leopoldina e a amante Domitila de Castro sempre me chamou a atenção. Lembro-me claramente do meu professor de história, ainda no cursinho, falando que ele assinava as cartas como Demonão quando estavam de bem e como Sua Majestade Imperial Dom Pedro de Alcântara I.

Desde aquele tempo ficava imaginando e lendo coisinhas aqui, coisinhas ali sobre esse relacionamento e como ele, em conjunto com o temperamento pouco afável em relação à sua esposa, causou a possível depressão que acometeu D. Leopoldina e levou-a à morte.

Lógico que caí de amores quando, na livraria, dei de cara com A carne e o sangue: A Imperatriz D. Leopoldina, D. Pedro I e Domitila, a Marquesa de Santos, da Mary del Priori. Para começar, já sabia que a escritora era uma excelente prosadora desde que li o seu Histórias Íntimas – outro excelente livro sobre o Brasil (só que este aborda nossa sexualidade, do passado ao séc. XXI).

Na verdade, Mary é um artigo raro – uma historiadora que escreve com leveza, graça tornando os eventos históricos pitorescos e agradáveis. Tem-se uma bela e rica aula de história sem ranço.

Assim, minhas expectativas para o novo livro eram bem grandes. Cultivadas ao longo dos anos... E não me desapontei!

Para começar, o título que coloca os dois itens que acompanharam D. Pedro ao longo de sua vida: a carne, devido ao seu conhecidíssimo apetite sexual que obrigava pais zelosos a trancarem as filhas em casa, e o sangue, sua herança aristocrática que lhe impingia obrigações, das quais ele procurava não fugir.

D. Leopoldina não era bela, tampouco D. Pedro, mas ambos possuíam o “sangue” – o elemento maior que definiu a união de ambos. Os dois descendentes de realezas europeias e era o que bastava. Devemo-nos lembrar que Kates e Graces tornaram-se possíveis apenas desde o séc. XX.

Quando de sua chegada ao Brasil, Leopoldina surpreendeu-se com a informalidade dos trópicos – aqui não se lia, nem se ia ao teatro, nem a festas, sentavam-se no chão e comiam-se com as mãos. (Combinemos que, afora alguns detalhes, continuamos do mesmo jeito – mas isso é outra história). A corte, até então nas mãos de D. Carlota Joaquina, a qual nutria profundo desprezo pelos trópicos (exceção feita aos machos tropicais), não foi adaptada aos costumes europeus.

E aqui, convenhamos, D. Leopoldina não fez da corte sua imagem ao chegar, uma princesa de família tradicional e rica, finamente educada e instruída – antes se submeteu e recolheu-se. Obviamente, os humores de D. Pedro, muito ausente e muito podador – retirava-lhe até mesmo a mesada, muito contribuíram para fazê-la triste e recolhida.

Além disto, ao enamorar-se de Domitila de Castro, D. Pedro, famoso por seus excessos, passou a tratá-la com deferência que ofendia a honra da imperatriz. Chegou a instalá-la em uma casa anexa ao palácio de onde tomava conta da amante pela janela questionando-lhe sobre as visitas.

O livro ainda é rico por trazer transcrições de cartas e bilhetes. Traz ainda fotos dos envolvidos – o que certamente é um detalhe a ser mencionado: é inegável o quanto este tipo de registro enriquece a narrativa.

Por exemplo, ri muito quando li o trecho em que D. Pedro pede a Domitila que não se lave para o próximo encontro de modo a preservar os seus odores. Ele ainda recheava suas cartas com desenhos de seu membro e relatos de como este o incomodava, por exemplo, quando estava com alguma doença.

Enfim, um livro de história, escrito por uma historiadora (e não um jornalista) que é delicioso de se ler e nos mostra nossa história de maneira pitoresca e interessante.

(publicado no jornal cultural "Conhece-te a ti mesmo")
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SabrinaVitor 18/09/2022

História do Brasil
O livro foi muito bem escrito, com palavras coloquiais mas de fácil entendimento.
Conta a história desde a chegada da imperatriz Leopoldina no Brasil, seu casamento com D. PEDRO II até infelizmente seu falecimento. No meio do caminho entra a marquesa de Santos, Domitila, vinda de uma família conceituada no Brasil.
Totalmente diferente de Leopoldina, Domitila ou melhor, Titilia conquistou o coração do imperador. O título entre a carne e o sangue faz menção a vida de D. PEDRO I.. de um lado sangue, o imperador do Brasil ao lado de Leopoldina, sujeito somente a ter herdeiros e a reinar. Do outro, carne, ao lado da marquesa de santos vivia sua vida íntima exposta, com bastardos e loucuras.

Enfim, um livro muito bom para conhecer melhor nossas histórias de uma forma jovial.
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Dani 10/07/2012

A história nua e crua
O livro é muito bom, pois conta com detalhes a história do triangulo amoroso mais famoso do Brasil.A autora faz um retrato realista da corte Portuguesa no Brasil de 1800.
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Ely Varella - terapias que iluminam 27/03/2013

A pesquisa feita para esse livro é ótima. A leitura gostosa nos leva ao túnel do tempo. Mas o deixa o gostinho de quero mais...
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Wilton 26/04/2014

Exagerado
A Carne e o Sangue entrelaça as histórias de Pedro 1º, de Leopoldina e da marquesa de Santos para revelar os bastidores do triângulo amoroso mais famoso do país. Mary Del Priore penetrou nos mais profundos sentimentos dos envolvidos.
Colheu informações preciosas sobre a personalidade dos 3 principais personagens – e sobre a história do país durante o Primeiro Reinado.
A leitura é fácil. No entanto, muitas vezes, não encontramos correspondência entre os títulos e o conteúdo dos capítulos.
Também constatamos que certos assuntos poderiam constituir um capítulo à parte, sem misturarem-se em um só.
Essas observações não deslustram a arte da historiadora que, embasada em ampla bibliografia, contou com brilhantismo um pouco da rica História do Brasil.
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