BeatrizFonseca1 09/04/2023
Citações representativas
“AMOR ERA PALAVRA CUJO SIGNIFICADO LEOPODINA INCLUÍA EM SEU VOCABULÁRIO. Mesmo sem conhecer o futuro marido , escrevera a Louison, declarando: “Se estiver apaixonada significa não ter outra coisa na cabeça a não ser o Brasil e D. Pedro, então estou”(p.15)
“Sexo era coisa algo imunda e assunto proibido para moças castas. O desafio era “ser útil a pátria “abafando o que pudesse ofender a virtude (p.16)
“Quase 45% da população era afrodesecente. A realidade brutal da escravidão , com sua violência e animalização das pessoas chocava” (p.23)
“”O choque entre a nobreza das províncias lusas e os “nativos da terra” aprofundava a tensão entre a ideia de “velho e puro” -os portugueses versus o “novo e contaminados brasileiros”. Solidão e desconfiança alimentam os sentimentos de diferença” (p.34)
“De fato, para a princesa, o sexo, era um “transtorno” um incomodo, um contratempo” (p.43)
“D. Pedro colocava-se como favorável a independência e sensível a ideia de assumir o trono do Brasil, “(p.60)
“Os brasileiros sabiam que não precisavam de Portugal e os portugueses, , que sem o Brasil, eram um pais de segunda ordem” (p.71)
“D. Pedro e Domitilia apressarem-se a viver um amor profano”(p.83)
Texto Critico
A obra “A carne e o sangue” da historiadora brasileira Mary Del Priore, salienta as relações sexuais, entre o triângulo amoroso formado por D. Pedro I, a imperatriz D. Leopoldina e Domitila, conhecida como Marquesa de Santos, a autora traz uma leitura envolvente, que deixa o leitor encanto e com vontade de concluir logo o livro.
A autora argumenta que existem indícios, que provalmevemente D. Pedro bateu em Leopoldina e a fez sofrer, amargamente, com a traições, Leopoldina era um jovem austríaca, que veio ao Brasil, para casar com D.Pedro I por causa de relações políticas, no inicio ele era uma jovem delicada, amorosa, esperançosa, que amava D. Pedro como pode-se observar em uma carta na qual ela enviou a sua irmã na qual frisou “Se estiver apaixonada significa não ter outra coisa na cabeça a não ser o Brasil e D. Pedro, então estou”(p.15) a jovem princesa, era ingênua, doce, possuía o hábito de ler, e amava á natureza, entretanto depois de anos, sofrendo pressões politicas, com gravidezes de risco, e perdendo a confiança e o amor pelo marido se tornou amarga, fria e melancólica.
A autora usa de fontes primarias, como cartas que D. Pedro enviou para Domitila, mostrando seu amor, seu desejo, os dois possuíam uma paixão ardente, um tensão sexual, perigosa e quente. D. Pedro a chamava de nomes carinhosos ou sexuais, dependendo do momento, dava presentes caros, como joias, eles possuíam um “... amor profano”(p.83) eles possuíam uma relação muito forte, ao contrário do que ocorria, com Leopoldina que estava cada mais distante do marido .
Leopoldina analisava o sexo, como algo impuro, imundo e uma assunto que deveria ser proibido para moças, mas a partir do momento que casou com D.Pedro começou a pratica-lo como uma obrigação, já Domitila via o sexo de forma prazerosa, amorosa, fazia sexo porque gostava.
A população sabia das traições de D.Pedro saindo até um desenho pornográfico de Domitila, em um jornal da época, e Leopoldina ficava cada dia mais triste com a situação, mas possuía esperanças que ele mudasse, ela começou a ter gravidezes de risco, e isso foi aos poucos prejudicando sua saúde física e mental. A relação com Domitila, foi ficando mais séria, na qual eles chegaram a ter uma filha, chamada Isabel, que nasceu em 23 de maio de 1824.
A obra também aborda questões políticas, como os problemas políticos e culturais, que existiam entre Brasil e Portugal, uma parte do Brasil, queria sua independência de Portugal com a elite paulista enquanto alguns conservadores baianos, queriam que o Brasil, continuasse dependendo de Portugal. D. Pedro lutou bravamente para que o Brasil, se livrasse da influência de Portugal e no dia 9 de janeiro de 1822, declarou o dia do “Fico”, na qual estava sofrendo pressões, para retornar para Portugal, entretanto não foi, e garantiu que ia dar ao Brasil liberdade e estabilidade econômica e política. A obra foca, nos relacionamentos amorosos de D.Pedero, entretanto também aborda outros temas, como a questão da rixa e ódio entre brasileiros e portugueses, e na questão da escravidão, brasileira que travava os negros como animais, e não como seres humanos. “Quase 45% da população era afrodesecente. A realidade brutal da escravidão, com sua violência e animalização das pessoas chocava” (p.23) Ele possuía relações sexuais, com as duas mulheres, com Domitila era por prazer ,e com Leopoldina por dever, para que o império continuasse pudesse ter descendentes, que fossem saudáveis e capazes de lidar com pressões políticas e econômicas.
Leopoldina, quando chegou as terras brasileiras possuía uma imagem que os brasileiros eram “bons selvagens” mas sua visão foi se modificando e percebeu que os brasileiros, não eram inocentes e possuíam interesses próprios, entretanto eram vistos como inferiores, pelos lusos. Leopoldina comemorou seu aniversario em São Cristóvão, com muita gala em um teatro Lírico, o ponto mais agravável foi uma tourada que terminou em diversão e risadas , Leopoldina estava muito bem vestida, com penas vermelhas na cabeça e parecia feliz. Como ela era muito católica fervorosa, ficava admirada com o sincretismo religioso que existia no Brasil, como o profano e o religioso estavam misturados, e andavam juntos, a missa, era um momento de se rezar, mas algumas jovens também aproveitavam para namorar escondido, Mary Del Priore enfatiza, que á diversão dos pobres, eram dançar em festas de salão , enquanto a elite frequentava apenas por curiosidade. D. Pedro sofria de ataques epiléticos, e no primeiro mês de casado, teve o seu primeiro ataque em território brasileiro, o que agravado por causa do forte calor, que fazia, em território carioca, ele começou a reclamar com Leopoldina criar formas de controlar ou não deixa-la usar seu dinheiro. As princesas da Europa no momento que casavam eram obrigadas a esquecer o passado e se adaptar a nova realidade, por esse motivo Leopoldina, sem ter apoio do marido e da família que morava longe começou a enfrentar problemas de saúde de mental cada vez mais sérios.
Ela enviava cartas para a irmã reclamando que D. Pedro era grosso e ingrato, mas que ainda acreditava que ele a amava, da sua maneira, sua irmã que era corajosa, e teve a coragem de se separar de Napoleão, e se unir a um general austríaco, já Leopoldina nunca teve essa coragem de quebrar o paradigma de moça de família que deveria honrar seu nome e seu título e sofreu a vida toda ao lado de D. Pedro. Em 1818, ela estava gravida novamente, e mandou uma carta queixando-se para sua irmã, que estava sozinha e não conseguia dormir direito, ela não andava mais a cavalo, pratica que gostava de fazer, mas começara a andar a pé ou de carro aberto pela manhã. , Maria da Gloria Micaela Gabriela Rafaela Gonçaga de Bragança nasceu no dia 4 de Abril de 1819 causado fortes dores a sua mãe e um parto de quase de seis oras de duração.
Mas, com o passar do tempo Leopoldina, faleceu, devido a complicações no parto e possivelmente às mãos tratos, do esposo, a população brasileira que amava Leopoldina, começou a culpar e agredir verbalmente o imperador salientando que a princesa da Áustria teria morrido por causa principalmente do desgosto com o relacionamento dos dois.
D. Pedro começou a sofrer pressões politicas para voltar para Portugal, mas a marcenaria lhe dava apoio para pertencer em território brasileiro, , em 1821 estava havendo uma manisteção militar exigindo que ele jura-se a constituição de Portugal e D. Joao estava no quarto com medo de ter sua cabeça cortada, com medo dos ideias de liberdade, fraternidade e igualdade, vindos da Revolução francesa se espalhassem e chegassem a Portugal e ao Brasil, mas a população só queria que fosse implantada uma constituição. D. Joao VI teve que retornar ao Brasil, para que pudesse estabelecer aspectos políticos em Portugal, ele partiu deixando um roubo econômico nos cofres públicos, na qual demoraria um pouco para ele se fortalecer. Leopoldina reclamava em cartas ao seu pai, que o seu esposo não possuía sua influência e controles políticos, como deveria, para controlar as revoluções e manifestações, por isso seu reinado ia mal.