Filhos se Anansi

Filhos se Anansi Neil Gaiman
Neil Gaiman
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Resenhas - Os Filhos de Anansi


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ReinaldoFerraz 01/12/2017

Mais um livro maravilhoso de Gaiman
Um livro que te faz rir e torcer pelo personagem. É incrível como Neil Gaiman cria personagens tão cativantes e im história que te prende do início ao fim. Ainda acho "lugar nenhum" o melhor de Gaiman que já li, mas esse é muito bom também. Esse é o tipo de livro que dá tristeza em terminar. Sentirei falta de Fat Charlie.
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Fontespedrorc 01/12/2017

Bonzinho
Falavam tanto de Neil Gaiman e resolvi dar uma chance. Mas, confesso que me desapontei um pouco. Não gostei nem do Fat Charlie nem do spider, talvez pq eles representavam os extremos de cada personalidade.

O livro fica melhor no final.
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gabiberries 28/10/2017

Engraçado é envolvente
Mais um livro que se passa como um ótimo filme na cabeça do leitor, graças a maneira maravilhosa que Gaiman escreve, permitindo uma conexão com os personagens graças ao seu fluxo de pensamentos natural e realista.
A descrição detalhada na medida certa, inclusive de detalhes que não são essenciais para o desenrolar da história (e de alguns que, com o tempo, você descobre que são, sim, essenciais) traz um tom de veracidade -- como se vc pensasse "ok, tem magia nesse livro, mas ele se passa no mundo real e com pessoas como eu".
Os personagens são muito interessantes e únicos, e o entrelaçamento dos acontecimentos ao longo dos capítulos da aquela sensação gostosa de surpresa misturada com satisfação.
Também gostei muito da oportunidade de conhecer mais sobre a mitologia africana, que achei super interessante. Diria que o livro não é sobre Anansi em si, ou seus filhos, mas sim sobre suas histórias e canções -- sobre o poder das histórias e canções. Assim como Fat Charlie, a vida melhora quando perdemos o medo de cantar. :)
Adorei!!!!
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Lucas.Wijk 24/08/2017

Divertidíssimo
Os Filhos de Anansi, na minha opinião, supera o tão famoso "Deuses Americanos" (que eu nem acho tãããão bom assim).
Essa foi a obra que mais se aproximou de "Lugar Nenhum", meu livro favorito de Neil Gaiman, então já dá para saber que eu gostei bastante.

Personagens carismáticas, história cativante e momentos que me fizeram gargalhar são elementos que colocam esse livro na minha lista de favoritos do autor.
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AmadosLivros 15/08/2017

Histórias são como aranhas, com toda aquelas pernas compridas. E histórias também são como teias, coisas em que os homens acabam se embolando, mas que parecem lindas quando as vemos sob uma folha coberta pelo orvalho da manhã, além de terem a mesma forma elegante de se conectarem uma com as outras, todas juntas."

Kkkkkkk. Já começo a resenha rindo. Acho que, depois de Perdido em Marte, esse foi um dos livros mais engraçados que li nos últimos anos ! Os Filhos de Anansi foi o meu primeiro Gaiman e o primeiro livro que li do projeto Livros Viajantes, que a gente anunciou aqui (com o nome errado) no finzinho de maio. Vou te contar por que eu já comecei rindo.

Pra quem não conhece, Anansi é um homem-aranha (não tem nada a ver com Peter Parker) de uma antiga lenda africana que dizia que todas as histórias do mundo se tornaram histórias de Anansi depois que ele presenteou o deus do céu Nyame com o que ele havia pedido: a Python, o Tigre, o Marimbondo e a Fada. Ele era muito esperto e trapaceiro, e conseguiu enganar esses quatro seres para obter todas as histórias para si. E então todas as histórias passaram a ser sobre Anansi.

Em Os Filhos de Anansi, Charles Nancy, ou Fat Charlie como é conhecido por todos, é um cara que desde criança era muito introvertido. Meio gordinho e muito, mas muiiiiito tímido. Sua timidez só aumentava cada vez que seu pai, o sr. Nancy, aprontava consigo: como quando o fizera acreditar que era o Dia do Presidente e que todas as crianças deviam ir fantasiadas de presidentes dos Estados Unidos para a escola. Fat Charlie foi vestido de Howard Taft (um terno marrom com um travesseiro na barriga e um bigode pintado). Quando finalmente chegou à escola acompanhado do pai, percebeu que não passava de uma travessura do velho Nancy e acabou pagando um mico daqueles... Com um pai desse quem precisa de inimigo?

Depois de um tempo, Fat Charlie foi morar no Reino Unido, longe das brincadeiras do pai que tanto o atormentavam. Fez de tudo para esquecer de onde veio, até seu sotaque ele perdera. Levava uma vida pacata, trabalhando como contador numa empresa com um chefe rabugento, e tinha uma noiva, Rosie, com quem nunca havia dormido, afinal ela tinha aquela coisa de #EuEscolhiEsperar. Tinha uma sogra um tanto quanto insuportável que o detestava, mas ia levando a vida. Nunca mais tinha ouvido falar no pai, quando resolve, à contragosto, telefonar para uma amiga da família, a Sra. Higgler, para convidar o pai pro seu casamento. Então descobre que o velho Nancy havia falecido.

"-Coisas. Elas surgem. É o que as coisas fazem. Surgem. Não dá para esperar que eu consiga acompanhar todas."

Fat Charlie viaja para a Califórnia para o enterro, faz um discurso memorável (bote memorável nisso, pode esperar boas risadas) e acaba por ele mesmo enterrando o caixão do pai. Numa visita à antiga casa do pai, onde reencontra as velhas vizinhas e amigas da família, Fat descobre que seu pai era o deus Anansi e que ele (Fat) tinha um irmão que havia herdado os poderes do deus e que fora mandado embora, sendo esse fato escondido de si durante toda sua vida. Mas se ele quisesse, podia contatar seu irmão. Bastava falar com uma aranha...

"Existem muitos tipos de veneno de aranha. Às vezes demora bastante para uma picada fazer efeito. Biólogos passaram anos estudando isso: há aranhas cujo veneno pode fazer o local afetado necrosar e morrer, o que às vezes pode acontecer mais de um ano após a picada. E por que as aranhas fazem isso? É simples: porque acham engraçado. E porque não querem que você se esqueça delas."

Gente, bem que a Milena falava: Gaiman é maravilhoso! O cara tem uma escrita perfeita e que te envolve e te prende como numa teia (olha o trocadilho)! Sem contar nas inúmeras passagens engraçadíssimas da história. Ele conseguiu criar um personagem muito tímido e, justamente por essa timidez, que os acontecimentos que permeiam sua vida são engraçados. Tenho muita dó de Fat Charlie. Seu relacionamento com o pai, o velho Nancy com seu chapéu Fedora verde, que vivia lhe pregando peças, seu chefe insuportável que se mostra mais a frente um verdadeiro problema, sua sogra que o odeia, e principalmente, a rixa com seu irmão Spider (olha o nome), que é o completo oposto seu - eu imaginava uma mistura de príncipe Naveen (A Princesa e o Sapo) com o descolado Eddie Murphy em Professor Aloprado: um cara bonito, descolado, cafajeste, pegador, que convencia qualquer pessoa e podia ir a qualquer lugar. E não tinha nada de tímido. E por isso mesmo é encantador, enquanto por Fat Charlie, sobra apenas o sentimento de pena. Quando Fat Charlie resolve convocar o irmão, sua vida vira de ponta-cabeça.

Os Filhos de Anansi é um daqueles livros que outro personagem rouba a cena do principal, onde ficamos com dó deste e esperamos que ele consiga vencer seus medos e tome o brilho para si novamente. Além de mesclar as incríveis histórias da lenda de Anansi, que davam uma certa explicação para as coisas que aconteciam na história. E como foi o meu primeiro livro do projeto Livros Viajantes, eu rabisquei meeeesmo, até desenhos eu fiz rs. Nunca fui de riscar livro, mas achei uma experiência interessante! O livro não é só comédia como parece, mas Gaiman conseguiu brilhantemente envolver um mistério policial no meio da coisa. Nota dez! E Intrínseca, parabéns pela edição, está excelente e lindíssima! Boa leitura!

site: http://amadoslivros.blogspot.com.br/2016/07/livro-os-filhos-de-anansi.html
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MoisesMota 20/07/2017

A mitologia africana apresentada no livro é bela
O livro é bem bom, adorei conhecer mais da mitologia africana e caribenha. A história é bem simples e bem feita, e não faz feio como mais um fábula do Gaiman. O spin-off tem até uma história mais redonda e personagens melhor trabalhados do que Deuses Americanos, mas não parece adicionar muito a esse universo. Essa obra dá visibilidade a mitologias que não somos apresentados, e acho que Gaiman poderia expandir esse universo que tem potencial para superar sua obra mãe.
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Marina 11/07/2017

Um pouquinho mais de Anansi <3
Quando eu li Deuses Americanos já havia achado Anansi um dos melhores deuses. Ele é cativante, divertido, com um senso de humor muito interessante. FIquei muito feliz quando soube que tinha um pouco mais sobre ele escrito por meu autor preferido e adorei o livro!

Desde o começo já sabia que não seria tão emocionante quanto os outros livros do autor, mas mesmo assim para quem já conhece a narrativa dele, vale muito a pena. Essa história é mais suave e com personalidades que lembraram muito os seriados de comédia (com características extremistas).

Teria sido legal se a Mulher Pássaro tivesse um papel muito maior, ela foi muito mais interessante do que o tigre, e quando ela começou a agir foi a melhor parte do livro para mim. Uma pena que não tenha sido tão desenvolvida.

No geral, a história é boa e muito divertida, mas como já percebi em outros livros do autor, tenho a sensação de que o Gaiman não tem muito jeito em trabalhar o romance entre seus personagens. Não sei se sou só eu, mas nunca consegui torcer por nenhum dos casais dele. Nesse livro os casais formados são fracos, sem química e um pouco forçados a ficarem juntos para ter um final feliz. Vejo que tem obras que ele não faz questão de desenvolver até o fim esse aspecto (Deuses americanos e O oceano no fim do caminho por exemplo) e acho essas as melhores, pois são muito mais focadas no que ele faz de melhor em seus mundos.
Paula 12/06/2018minha estante
Também acho que ele não leva muito jeito com o romance, na verdade, eu tenho sérios problemas em aceitar os personagens principais dele. Sao sempre muito vagos e eu não consigo me identificar em nada, inclusive acho os personagens entediantes.




Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 07/07/2017

Já li
"Os Filhos de Anansi" foi originalmente publicado em 2005 na Inglaterra, chegando no ano seguinte ao Brasil. Gaiman usou de base a mitologia de Anansi, uma lenda africana. Na lenda, Anansi, o Deus Aranha, rouba as histórias do mundo de Nyame, o Deus do Céu. Anansi queria as histórias para contar ao povo de sua aldeia, pois a Terra estava triste sem histórias para contar. Nyame cobrou um preço alto pelas histórias e Anansi nem hesitou em pagar. A partir daí, as histórias voltaram para a Terra. (Para ler a lenda completa, clique aqui).

Charles Nancy, conhecido por todos como Fat Charlie, leva uma vida tranquila e pacata em Londres, é bastante tímido, introvertido e desajeitado. Em muitos aspectos, Fat Charlie lembra Richard Mayhew, o protagonista de "Lugar Nenhum". Ele é contador na empresa Graham Coats Agency, onde não vê nenhuma perspectiva de crescimento. Um dia, ele recebe a notícia que seu pai, Sr. Nancy, faleceu, e ele precisa ir à Flórida para o enterro.

O leitor, neste momento, é apresentado à infância de Fat Charlie. Ele sente vergonha de seu pai, que tinha uma personalidade excêntrica e que, frequentemente, colocava Fat Charlie em situações embaraçosas. Pela ocasião do funeral, Fat Charlie reencontra um grupo de senhoras que eram amigas de seu pai e que cuidavam dele quando ele era criança. Uma delas, a Sra. Callyanne Higgler, revela que o Sr. Nancy, na realidade, é Anansi, o Deus Aranha.

Também similar a Richard Mayhew, Fat Charlie recebe notícias e acontecimentos extraordinários com aceitação e conformismo. Assim, quando a Sra. Higgler lhe diz que, para entrar em contato com seu irmão - que até então Fat Charlie não sabia que existia - basta pedir a uma aranha, ele pede sem questionar e nem se surpreender com os resultados.

O chefe de Fat Charlie, Graham Coats, é o Deus Tigre, que aparece na lenda original de Anansi como um dos seus antagonistas no roubo das histórias. Isto só fica claro ao longo da leitura, depois que Graham comete corrupções e assassinato e desempenha o papel de vilão do livro.

Seu irmão, Spider, é o oposto de Fat Charlie. Spider é bonito, desenvolto, comunicativo e extrovertido, e chega dominando todos os aspectos da vida de Fat Charlie. Spider começa a se passar por Fat Charlie e, assim, rouba o emprego e a namorada dele, Rosie, apenas para se divertir. Quando Rosie resolve abdicar de sua virgindade por Spider, Fat Charlie tem o auge de sua indignação e retorna à Flórida, para buscar ajuda da Sra. Higgler. Juntos, eles performam um ritual para expulsar Spider da vida de Fat Charlie, mas este ritual tem consequências bastante exóticas na vida de todos.

Fat Charlie assiste aos eventos sem grandes reações, apenas alguns ataques eventuais de revolta, o que me incomodou bastante (embora eu entenda que Gaiman quis ressaltar a personalidade submissa de Fat Charlie). Richard Mayhew tinha seus conflitos em meio ao mundo mágico ao seu redor, ao passo que Fat Charlie parece não caminhar em direção a uma evolução. Achei um protagonista chato e, às vezes, tedioso. O que me motivou a leitura foi Spider, que trazia emoção e ação ao enredo.

Na parte final do livro, Gaiman se redime, trazendo um Fat Charlie mais interessante e revelações inesperadas sobre a trama.

Ainda sobre as personagens, também achei que, tanto o Sr. Nancy quanto Rosie, poderiam ter sido melhor exploradas pelo enredo. O Sr. Nancy, por ser o próprio Anansi, apareceu pouco. Rosie perde terreno para sua mãe que, em uma cena de ação engraçada com o vilão Graham Coats, rouba a cena e a atenção. Rosie, em si, é insípida.

De forma geral, foi uma leitura que me agradou. Gaiman trouxe seus cenários imaginários e oníricos, característicos de seu estilo, assim como um pano-de-fundo mágico inovador e surpreendente. Estes elementos seguraram minha atenção quando as personagens principais não foram capazes de fazê-lo. Além disso, os diálogos espirituosos também são interessantes e dão um certo alívio cômico à trama.

Não é o melhor livro de Gaiman, mas é um livro bom.

site: http://perplexidadesilencio.blogspot.com.br/2017/07/ja-li-45-os-filhos-de-anansi-de-neil.html
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Wenn - Ddlynghtshd 21/06/2017

Todas as histórias pertencem a Anansi. Mas não são em todas que ele se da bem.
Charlie Nancy vai se casar. Ama a noiva. Gosta do emprego. Tem receio em chamar o pai para o casamento, afinal ele sempre o humilhava. Mas aí ele descobre. Seu pai está morto.

Charlie vai ao enterro do pai. Encontra antigas memórias que ele na verdade adoraria deixar esquecidas e tem duas verdade reveladas. Ele tem um irmão. E ele é filho de um Deus.

Charlie não leva a sério. Mas se lembra do que uma velha vizinha lhe disse: Se quiser que ele te encontre, basta apenas sussurrar para uma aranha e ele vira.

Numa noite de bebedeira ele o faz. E, para sua surpresa, no dia seguinte ele está cara a cara com Spider.

Os filhos de Anansi é um livro mais acolhedor que Deuses Americanos. Charlie é uma pessoa comum jogada literalmente em um mundo que não conhece. Ele tem vergonhas, ele tem medo, ele erra, ele é passado para trás. Ele é perfeitamente comum, é toda essa normalidade o torna cativante. Acompanhar o crescimento dele foi o melhor. Conhecer um outro lado do Sr Nancy, que pelo que posso me lembrar era um tanto sério em DA, foi bem legal. É estressante passar pelas mudanças de Charlie, sua noiva Rozie e Spider. Mas com a entrada de Daisy e Maeve a história toma tons de novela, e se torna realmente empolgante. Ter uma resposta pra tudo no fim é ainda melhor. É como se Gaiman nos abraçasse.
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Wenn - Ddlynghtshd 21/06/2017

Todas as histórias pertencem a Anansi. Mas não são em todas que ele se da bem.
Charlie Nancy vai se casar. Ama a noiva. Gosta do emprego. Tem receio em chamar o pai para o casamento, afinal ele sempre o humilhava. Mas aí ele descobre. Seu pai está morto.

Charlie vai ao enterro do pai. Encontra antigas memórias que ele na verdade adoraria deixar esquecidas e tem duas verdade reveladas. Ele tem um irmão. E ele é filho de um Deus.

Charlie não leva a sério. Mas se lembra do que uma velha vizinha lhe disse: Se quiser que ele te encontre, basta apenas sussurrar para uma aranha e ele vira.

Numa noite de bebedeira ele o faz. E, para sua surpresa, no dia seguinte ele está cara a cara com Spider.

Os filhos de Anansi é um livro mais acolhedor que Deuses Americanos. Charlie é uma pessoa comum jogada literalmente em um mundo que não conhece. Ele tem vergonhas, ele tem medo, ele erra, ele é passado para trás. Ele é perfeitamente comum, é toda essa normalidade o torna cativante. Acompanhar o crescimento dele foi o melhor. Conhecer um outro lado do Sr Nancy, que pelo que posso me lembrar era um tanto sério em DA, foi bem legal. É estressante passar pelas mudanças de Charlie, sua noiva Rozie e Spider. Mas com a entrada de Daisy e Maeve a história toma tons de novela, e se torna realmente empolgante. Ter uma resposta pra tudo no fim é ainda melhor. É como se Gaiman nos abraçasse.
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Taverneiro 23/05/2017

Um Livro Incrivelmente Divertido!
A história desse livro é sobre Charlie Nancy, popularmente conhecido como Fat Charlie. Embora não fosse mais gordinho, ele havia sido na infância e acabou ganhando esse apelido do próprio pai, Sr. Nancy. Por algum motivo, toda vez que o pai dava nome a alguma coisa aquilo grudava e aí não tinha mais jeito, era só aceitar e conviver com esse nome para sempre.

Fat Charlie tinha uma noiva e um emprego seguro em uma agência de contabilidade, ou seja, a vida que todo mundo sonha (pelo menos no que Fat Charlie pensava). Ao convidar o pai para o seu casamento, muito contragosto, diga-se de passagem, ele acaba tendo uma notícia que iria bagunçar sua vida dali para frente: O seu pai, o velho senhor Nancy, havia falecido.

Já falei pra vocês sobre o velho Nancy? Ele era um homem animado, simpático e festeiro. Parecia sempre carregar uma aura de alegria e todos gostavam de sua jovialidade. Todos, exceto Fat Charlie.

A personalidade extrovertida de seu pai nunca bateu muito bem com a do pobre garoto gorducho, sabe?! Fat Charlie gostava de ficar na sua e, literalmente, passava mal se tivesse que falar em público. Além disso, o Sr. Nancy era um homem muito brincalhão e gostava de pregar peças, que as vezes tinham o jovem rechonchudo como alvo (eu já falei que uma vez o pai dele o fez acreditar que todo mundo ia vestido de algum presidente antigo para a escola no dia dos presidentes, e Fat Charlie foi fantasiado, de peruca e tudo, e obviamente foi muito zoado por isso?! =/ Essa é só uma das muitas pegadinhas…). Isso não ajudava nem um pouco a personalidade reprimida de Fat Charlie, e muito menos a relação pai e filho.

Após o enterro do seu pai acabam lhe revelando uma pequena informação sobre o seu passado, uma bobeira que alguém deve ter esquecido de falar para ele antes: O senhor Nancy era um deus. Mais especificamente ele era Anansi, o deus-aranha, que possuía todas as histórias. E, além disso, (como se não fosse o bastante!) ele também tinha um irmão que ficou com toda a parte “divina” do pai e, caso quisesse encontrá-lo, bastaria apenas falar com uma aranha.

Obviamente isso não passava de uma loucura de uma velha caduca, pensou Fat Charlie, mas mesmo assim, em uma noite (depois algum consumo excessivo de vinho, devo acrescentar) ele acabou falando com uma aranha as notícias da morte de seu pai e pediu para seu irmão passar para dar um alô.

E ele veio. E fez muito mais com a vida de Fat Charlie do que só dar um “alô”.

Esse livro é basicamente a história de dois irmãos, Fat Charlie acomodado em sua vida (um cara meio chato, pra falar a verdade) e Spider, um semideus festeiro (até demais!). Quando a vida parada de um encontra a vida extremamente agitada do outro, nenhuma das duas consegue voltar ao normal. E tudo isso com muito do bom humor britânico. 😄

Para um leitor mais incauto, esse livro pode ser associado a Deuses Americanos, já que ambos os livros compartilham o personagem Anansi, mas a semelhança não vai muito além disso. Ele não explora mais nenhum ponto do mundo de divindades personificadas, em vez disso cria uma mitologia própria baseada em mitos com animais no estilo fábula. Até mesmo a escrita é diferente, sendo muito mais fluida e bem-humorada aqui. E o principal desse livro mesmo é uma história entre irmãos.

Os protagonistas são muito bem acertados. Fat Charlie em um primeiro momento parecia ser um homem satisfeito com sua vida, mas que vamos aos poucos vendo que ele era uma pessoa que reprimia todas as suas vontades reais por medo. E temos Spider, festeiro e alegre, também parecia estar muito satisfeito com sua vida, mas que na verdade era uma pessoa muito superficial e solitária. Os dois irmãos chegam nas suas catarses quando tem contato com o “mundo” do outro, tanto no nível humano quanto no nível divino. Eles chegam a conclusão que não estão realmente completos tendo contato com o mundo do outro. É nessa relação que podemos ver a escrita em várias camadas tão característica do Gaiman.

Eu falei na resenha de Deuses Americanos da pegada contador de história do Neil Gaiman, aonde o narrador parece ser um homem contando uma lenda antiga sentado em volta de uma fogueira sobre um céu estrelado, e nesse livro ele usa esse narrador de maneira excelente. Creio que pelo uso do bom humor, eu achei essa história do Gaiman a mais gostosa e divertida de se ler.

“Histórias são como aranhas, com aquelas pernas compridas. E histórias também são como teias, coisas em que os homens acabam se embolando, mas que parecem lindas quando as vemos sobre uma folha cobertas pelo orvalho da manhã, além de terem a mesma forma elegante de se conectarem umas com as outras, todas juntas. ”

Mas esse não é um livro perfeito, e o principal problema nele foi o excesso de subdivisões na Trama. O livro começa com um problema e em algum ponto esse problema é resolvido e começa outro. Obviamente todos interligados e em uma crescente complicação, mas ainda assim a sensação é de que exageraram no número de pontas a serem amarradas, e acabou ficando longo demais por causa disso. Um exemplo disso é que o vilão do clímax aparece só depois da metade do livro dificultando o impacto da resolução do problema. Isso não tira o brilho do livro, mas creio que umas páginas a menos fariam um bem a trama dos dois irmãos Nancy.

Enfim, esse livro é divertido pra caramba (me fez gargalhar várias vezes no ônibus cheio), é muito gostoso de se ler e tem uma trama família muito “aconchegante”. É um livro despretensioso em suas ambições e eficiente na sua execução, e um dos que eu mais senti prazer em ler do autor. Para os fãs e não fãs do Gaiman, eu recomendo muito esse livro. Vocês vão ter muitas horas de diversão. ^^

site: https://tavernablog.com/2017/05/21/filhos-de-anansi-neil-gaiman-resenha/
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Gustavo 18/05/2017

Mais uma história de Anansi.
"Histórias são como aranhas, todas aquelas pernas compridas. E histórias também são como teias, coisas em que os homens acabam se embolando ... além de terem a mesma forma elegante de se conectarem uma com as outras, todas juntas."

Por que todas as Histórias são de Anansi e essa não poderia ser diferente! Uma história de superação e autoconhecimento, uma história com canções. E pra não esquecer de comentar, todas as Canções também são de Anansi!

O livro poderia contar sobre a vida do Sr Nancy, poderia ser sobre tudo menos Anansi, poderia não contar nada (e ainda assim seria fantástico), mas conta a história dos filhos dele, Charlie e Spider. Há muitas coisas a serem descobertas sobre esses dois. Eu poderia dizer aqui que Spider é um filho da p&%@, mas com certeza eu não estaria dando a ênfase necessária. Poderia dizer que Charlie é o cara mais sem graça que eu tive o prazer de conhecer, mas também estaria errando na dose, ele é muito mais que isso.

No fim, você se pega amando esses dois, amando essa família e com uma vontade louca de cantar!

É uma grande surpresa o clima no qual somos jogados logo nas primeiras páginas do livro. Eu vi uma aranha na capa e esse vermelho fechado, logo imaginei um clima mais tenso e cheio de mistérios. E ao começar ler me pego rindo ~litros~.
É nesse clima descontraído que seguimos a história, conhecemos o Charlie (pobre Charlie), conhecemos o Spider (que filho da mãe), torcemos pelo Fat Charlie uma vez, duas, três e chegamos ao fim, ao centro, pq assim como em uma teia o centro é o fim! Ou apenas o início?

E é assim que eu chego ao centro e o que posso dizer é que esse livro é fantástico! O livro tem bastante mitologia, magia, Deuses, aventura e um pouco de suspense. Mais um do Gaiman que não me decepciona! Nota 5 pixels.

site: https://www.instagram.com/p/BUQXdhZjY52/
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Hellen @Sobreumlivro 12/05/2017

Esse cara é foda!
Mais uma vez, começo e termino essa resenha ressaltando quão bem escreve Neil Gaiman. Desenvolver uma história diferente e engraçada não é para qualquer um, ainda mais se nessa história contiver deuses, fantasmas, assassinatos e um cara pra lá de normal, e conseguir desenvolver tudo isso sem perder o ritmo (e a piada) é ainda mais difícil.
_

Todo mundo tem aquele tiozão que se acha galanteador e te faz passar o maior constrangimento, certo? Que sempre faz todo tipo de piada e te deixa vermelho como pimentão, né? Pois é.
Toda família também tem aquele cara metódico, que só trabalha e não ri de nada, não é?! Então, esses são Deus Anansi e Fat Charlie, respectivamente.

Fat Charlie, morador de Londres, metódico e muito coxinha, à pedido de sua noiva, resolve convidar seu tão constrangedor pai para o casamento. Porém, quando ele tenta entrar em contato (depois de anos separados), descobre que o mesmo acabou de falecer.

Assim, Fat Charlie parte para Flórida e é jogado em um mundo no qual ele acreditava fazer parte apenas de histórias fantasiosas.
_

Eu já tinha ouvido falar de Os filhos de Anansi, mas assim como todas as histórias do Gaiman, eu não tive interesse de conhecer. Afinal, sempre tive um medinho dele rs.
Mas aí eu li Lugar Nenhum e é tão bem escrito, que despertou o interesse em conhecer outras histórias desse universo chamado Gaiman.

Por isso, depois de uma pesquisa - Obrigada, @pipocamusical 💙 -, resolvi dar uma chance a Fat Charlie e MEODELS, EU RI DEMAIS.
.
Destaco que o ponto principal dessa história é o autor conseguir colocar fantasia numa história aparentemente comum, que poderia ser a de qualquer um.
O ponto é que a magia pode estar em qualquer lugar, e Neil Gaiman tem o dom de transformá-la em palavras.

Assim como Fat Charlie, somos guiados pelo desconhecido, sem conhecer sobre esse universo em que Deuses podem ser pessoas comuns - e constrangedoras, diga-se de passagem.

Não vou dizer que amei o livro, afinal não sou fã desse universo mitológico, mas gosto da forma como Gaiman escreve uma história comum com toques mitológicos - o que a torna extremamente singular.

No mais, um recadinho: esse cara escreve bem pra caralho.

site: https://www.instagram.com/sobreumlivro/
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Douglas 08/05/2017

Os Filhos de Anansi
Desde que soube do lançamento deste livro tive vontade de lê-lo.
Tendo lido "Deuses Americanos" antes, houve um certo número de personagens que me cativaram no livro (muitos, mais do que o seu protagonista), e um dos maiores deles com certeza foi Anansi.

Lembro que na ocasião de seu lançamento, entretanto, minha fila estava grande e precisei esperar um pouco para ter em mãos "Os Filhos de Anansi" quem apesar de não ser uma ligação direta, se passa no mesmo universo de "Deuses Americanos".

Imaginei que Gaiman nos daria uma aula de mitologia africana - da qual confesso conhecer muito pouco - e isso infelizmente não acontece. O que é uma pena.

Aqui ele se preocupa mais nas relações familiares do que com qualquer outra coisa. Fat Charlie, o protagonista, me lembrou muito Richard Mayhew, de "Lugar Nenhum". Ele é um personagem extremamente humano e que tem inseguranças como a minha ou a sua, e tem em sua contraparte Spider outro personagem que cativa muito. Como é centrada na tensão entre estes dois personagens, a trama da série funciona muito bem.

Toda a história, toda a aventura são bem contadas e realmente prendem o leitor. Mas há um elemento neste livro, um elemento que pode ser chamado de um enorme detalhe. Que é forma singela e bonita que é trabalhado um relacionamento de pai e filho.

Talvez, essa seja a mais contida obra de Neil Gaiman que eu já li, as viagens para outros planos e a fantasia estão presentes, mas em menos peso quando comparadas a outros romances do autor. Mas essa beleza da relação de um filho e seu pai eu jamais havia lido.

E me fez fechar a última página com um sorriso.
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